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Agrupamento de Escolas Prof.

Reynaldo dos Santos

Escola Secundria com 2 e 3 ciclos Professor Reynaldo dos Santos 171414

Filosofia

11 C

Ano Lectivo: 2011/2012 Tema: Descartes e a Descoberta de uma Verdade absolutamente Indubitvel

TEXTO 1 "Dei conta de que se assim queria pensar que tudo era falso, era absolutamente necessrio que eu, que o pensava, fosse alguma coisa. E observando que esta verdade, Penso, logo existo, era to firme e segura que as mais extravagantes suposies dos cpticos no eram capazes de a abalar, considerei poder receb-la sem escrpulo para primeiro princpio da filosofia que buscava. Depois, examinando com ateno o que eu era, vi que podia fingir no ter qualquer corpo, e que no havia qualquer mundo ou lugar onde estivesse; mas que nem por isso podia fingir que eu no existia; e que pelo, contrrio, exactamente porque pensava em duvidar da verdade das outras coisas, resultava muito obviamente e muito seguramente que eu existia; ao passo que, bastava eu deixar de pensar, ainda que todo o resto que havia imaginado fosse verdade, no tinha qualquer razo para crer que existia; aprendi por a que eu era uma substncia cuja inteira essncia ou natureza no era seno

pensar, e que, para ser, no precisa de lugar algum, nem depende de coisa material alguma. De molde que este eu, ou seja, a alma, pela qual sou o que sou, inteiramente distinto do corpo, e at mais fcil de conhecer que ele, e mesmo que ele no existisse, ela no deixaria de ser tudo o que ."
Descartes, Discurso do Mtodo, Lisboa, S da Costa, 1980, 4. Parte, p. 25

TEXTO 2 certo que existo. Mas em que consiste a minha essncia? O que sou eu? Sou, e neste momento s posso ser isso, uma substncia exclusivamente pensante, um sujeito puramente racional ou alma. No posso ser uma substncia corprea porque, no segundo nvel da dvida, pus em causa toda a realidade sensvel e essa suspeita ainda permanece. Posso duvidar da existncia do corpo, no posso duvidar da existncia do sujeito pensante ou da alma. Logo, sou uma substncia pensante. Assim, ao descobrir a minha essncia, descubro a distino entre alma e corpo. No sabendo se existem realmente corpos ou se tenho um, sei, contudo, que existo enquanto penso, existo como substncia pensante. Portanto, a existncia da alma ou do pensamento totalmente independente do corpo. Sou uma substncia pensante e no corprea; logo, a alma distinta do corpo.
Lus Rodrigues, Manual de Filosifia, 11 Ano, Editora Pltano.

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