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FANTÁSTICOS
Desafios literários do site
A IRMANDADE
site: www.airmandade.net
ÍNDICE DE CONTOS
Anno Domini
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Inspiração qualquer conto clicando
com o mouse nos títulos
deste índice.
Presas cinzentas
Deux Ex Machina
Robô-Guerreiro
O Soldado
Índice de contos 4
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Todos os textos publicados neste
ebook são de propriedade intelectual
de seus respectivos autores. A
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feita sob a autorização expressa dos
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no final da obra. Você poderá clicar no
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Índice de contos 5
A PROPOSTA DESTE EBOOK
O presente ebook, distribuído gratuitamente pelo site A
IRMANDADE, tem como objetivo registrar e apresentar aos admiradores
da Literatura Fantástica os melhores contos desenvolvidos dentro da
seção Desafio Literário do referido site. A proposta principal do Desafio
Literário é fomentar a criação de textos de Literatura de gênero entre
os seus membros cadastrados, buscando, em ambiente colaborativo,
experimentar estilos literários diferenciados, compartilhar idéias e
dúvidas, fazer comentários de forma crítica e respeitosa. Todos os
textos são disponibilizados para posterior apreciação da comunidade
virtual e visitantes do site.
Índice de contos 6
ANNO DOMINI
Elsen Pontual
ANNO DOMINI
Elsen Pontual
(TRECHO PERDIDO)
(TRECHO PERDIDO)
Tive vários séculos para especular e hoje acredito que foi seu sangue
contaminado que me legou sua maldição, mas depois de tanto tempo
já não me importo mais. Irei encerrar por essa noite, pois o dia não
tardará a amanhecer e Thomas deve estar retornando com minha
comida. Tenham todos uma boa noite.
INSPIRAÇÃO
Lucélia Rodrigues
****
****
O corpo esguio e frio dela me tirou do cochilo quando entrou
sob as cobertas. Tão fria, devia estar há algum tempo lá fora.
Havia me arrependido de tê-la mandado sair, não gostei de ficar
sozinho. É ridículo admitir, mas a casa estava começando a me dar
medo. São sons de passos e pequenas vozes sempre que tento me
concentrar em alguma coisa.
No início atribuí isso ao vento incessante no penhasco, porém
vento algum fala coisas como “termine logo”, “mais três laudas”,
“estamos com sede” ou “saia e venha ficar conosco”. Assim que
Leila saiu, ouvi todas essas coisas. Vou tentar dormir, talvez seja
apenas cansaço.
****
Que imbecil! Ele fala dormindo! Af, onde você estava com a
cabeça quando aceitou vir Leila? Ainda por cima chuta quando
dorme.
****
“Temos sede, Pedro”, “sede”. “Dê-nos algo e terminará seu
livro”. Foi o último sonho estranho que tive. E quando o dia
amanheceu notei que não tinha sido o único a ter uma noite ruim.
Leila tinha olheiras que nem a pesada maquiagem escondeu.
Mathias me ligou com seu ar bonachão e perguntou sobre o livro.
— Quase terminado — respondi.
Era mentira, claro. Estava muito longe de acabar. Minhas obras
****
Leila sentia frio no escritório, mas não se importava. A luz
do Mac de Pedro fazia seu cabelo laranja parecer em chamas
na penumbra. Ela não dormia e nem comia há 48 horas. Se não
estivesse em transe, veria que não estava sozinha. Ela veria
dezenas de criaturas cinzentas lhe sussurrando o que pôr na
página branca que logo era preenchida.
Mathias chegou no sábado pela manhã como havia combinado
com Pedro. Não tocou a campainha, pois a casa não era sua? Ouviu
o som das teclas do computador e outro mais... Foi direto para o
escritório escuro.
Ficou um pouco surpreso em ver Leila trabalhando. Como não
adivinhou que aquela seria mais dura na queda? Mas que diferença
isso fazia?
Mathias pousou uma mão bem tratada no ombro nu da moça,
ela parou de digitar. Mecanicamente como uma boneca.
As criaturas se inclinaram em uma pequena reverência ao seu
mestre.
Ele se dirigiu à única humana ali:
— Diga meu bem, você quer um editor?
PRESAS CINZENTAS
Gustavo Aquino dos Reis
II
O saguão principal era amplo. Próximos da lareira, Lazüe viu
que dois homens conversavam. Um, de altura mediana, estava
vestido exatamente como Prospero: trazia uma armadura simples,
cingida por um manto escarlate que apresentava o símbolo dos
Guardas da Fronteira.
Já o outro era mais baixo; um anão robusto trajando uma malha
de anéis onde, incrustada sobre o peitilho prateado, cintilava uma
insígnia que atestava sua posição de capitão. A Inquisidora, no
momento em que o sujeito indagou Prospero, pôde divisar a grande
cicatriz desenhada em seu rosto. Murmurando algo ininteligível,
torcendo as longas barbas escuras, o anão se adiantou. Ao alinhar
suas melenas atrás das orelhas, curvou-se em uma reverência.
— Este é Valreus. Eu sou Hadroth de Mörzzar. Bem, estamos à
sua disposição. - Disse ele, a voz velada de malícia.
— E eu sou Lazüe, Alta Inquisidora de Häramor.
— Ora, uma Inquisidora de Häramor! - exclamou o anão,
fingindo-se surpreso, lábios se abrindo em um riso zombeteiro. -
Realmente, é bom ver que os Filhos do Sul, diante da crise pelas
quais suas cidades estão passando, começaram a se importar com
os “Cães do Norte”!
— Poupe-me de suas palavras, Hadroth! - rosnou Lazüe. Pouco
amor existia entre Mörzzar, no Norte, e Häramor, no Sul; muitas
guerras haviam sido travadas entre os dois nos tempos de outrora.
- Não estou aqui por conta de suas rixas infantis. Diga-me: a que
horas ocorreu o crime?
Hadroth murmurou uma praga, olhos cintilando de raiva.
- Eu quero a verdade!
— Essa é a verdade. - Berrou ele, cuspindo sangue. - Os
Habitantes do Crepúsculo... Sim, Eles estão vindo para levar a
carcaça de Attälus. O pacto foi selado sob a lua. Sim, ele terá a
vida eterna que tanto queria: a eternidade desfrutada nas criptas
do inferno... Presas Cinzentas! Vourdalak! Vourdalak! Eles estão
vindo...!
Todos se afastaram no momento em que viram Oberon
convulsionar em uma crise de histeria sobre a cadeira. Gritando
alto, contorcendo-se, ele terminou por se esborrachar no chão da
sala. Lazüe, ao diagnosticar que o homem havia simplesmente
desmaiado, blasfemou.
— Valreus, cuide dele - ordenou ela, chutando as pernas
de Oberon com desdém. - Não deixe que ele escape. Hadroth,
Prospero, o quarto do barão fica no segundo andar? Ótimo, levem-
me até lá.
III
Hadroth e Prospero, comandados por Lazüe, mantiveram-se à
distância. Com olhos agudos, ela observou o aposento onde armas
de feitio fantástico, cruzadas no alto das paredes, reluziam à luz
de velas. Aqui e ali, pergaminhos e quinquilharias espalhavam-se
em profusão sobre os móveis e divãs luxuosos.
No centro do quarto, estirado de bruços como um montante
de gordura desfeita, ela viu o vulto sem vida de Attälus de
Gadazzar. Ao seu lado, um livro de páginas amareladas jazia
aberto. Vagarosamente, Lazüe aproximou-se do corpo; com mãos
experientes, tateou a nuca e as costas do morto. Consternada,
murmurou a si mesmo:
— Impossível! Ainda está quente...
Aguçada pelo mistério, ela girou o torso do barão para cima;
apalpando-lhe o ventre e a base do pescoço.
— Não há marcas de violência. - Anunciou aos homens que
aguardavam impacientemente. - É como se ele tivesse morrido de
causas naturais.
Então, num gesto que Hadroth julgou ser detestável, a
Inquisidora abriu a boca mole de Attälus e puxou sua língua roxa
para fora. - Nenhum odor - disse ela ao cheirar seu interior. - Ele
não foi envenenado.
Num átimo, sua atenção se voltou para o livro que estava com
as páginas abertas sobre o assoalho. Lazüe o apanhou com mãos
suadas, declamando, em voz alta, seu conteúdo marcado pelas
anotações apressadas do barão:
— “Noite sem lua... Clame pelas sombras. Hotath, Skelos
e N’zakg! Escuridão em seu apogeu. Os mortos levantam.
Promessa de eternidade... Ahuz Zatragrammaton. Habitantes do
Crepúsculo... Levem-me aonde nem mesmo a morte pode morrer.
Presas Cinzentas... Vourdalak.”
Quando terminou de ler a sinistra passagem, Lazüe sentiu um
arrepio frio tocar sua espinha. Eufórica, ela virou apressadamente
as páginas em direção à contracapa, como se todas as respostas
dos enigmas estivessem escondidas ali. Sua voz soou trêmula no
momento em que seus olhos deram com o autor daquele livro:
— Helkor de Samärcand!
— Por Derketo! - jurou Prospero. - Oberon não estava mentin...!
De repente, todos se viram estáticos em suas ações quando
um grito de congelar a alma ecoou do primeiro andar.
— Valreus! - exclamou Hadroth, desembestando em direção
das escadas. Prospero, cambaleante, seguiu logo atrás e Lazüe,
jogando o livro no chão, correu em seu encalço.
O saguão estava em silêncio, o fogo da lareira extinto. Forçada
em suas dobradiças, a porta de entrada jazia escancarada; um
cheiro mefítico entrando pela corrente de ar. Em meio à escuridão
não se via sinal de Oberon, mas, agonizando em uma poça de
sangue, destacava-se a silhueta de Valreus.
— Valreus! - bradou Hadroth, suas mãos emplastadas com o
sangue do companheiro. - O que aconteceu?
O guarda balbuciou algo incompreensível, os dedos febris
apontando para o lado de fora. Num suspiro, seus movimentos
cessaram.
Automaticamente, todos olharam para as trevas que
permeavam o exterior da mansão, sentindo a presença de uma
silente ameaça. Lazüe, cimitarra na mão, postou-se próxima da
porta, tentando divisar o lado de fora. Ela não teve certeza, mas
viu um contorno difuso se esgueirar a partir do parapeito do poço.
— Oberon, seu maldito! Não pense que pode fugir de mim! –
gritou a Inquisidora.
Um riso cruel gorgolejou da escuridão ao mesmo tempo em
que um objeto indefinido, esguichando um líquido viscoso, rolou
em sua direção.
— Deuses! – gaguejou Lazüe ao ver que o objeto se tratava
da cabeça do escravo; as feições, ressaltadas pela agonia,
emolduradas em branca máscara de horror. – Quem está ai?
Não houve resposta, nem mesmo quando aqueles olhos
faiscaram nas trevas e saltaram sobre eles. Tudo ocorreu em um
lampejo de segundo no qual Lazüe nem sequer piscou. Pasma,
ela viu um vulto sombrio atacar Hadroth que, paralisado, sentiu
presas afiadas estraçalharem seu pescoço. No mesmo momento,
acompanhando o grito de morte do anão, ela ouviu o guincho
aterrador de Prospero no instante em que alguma coisa investiu
contra suas entranhas.
Então, de repente, ela se viu ali, sozinha; toda a sua
autoconfiança estilhaçada pela ação ofuscante de um terror
desconhecido. Trêmula, ainda tentou empunhar desastradamente
sua cimitarra quando um urro inumano reboou ao seu redor.
Depois, tudo se apagou diante de si.
IV
Lazüe gemeu dolorosamente quando abriu os olhos. O cheiro
forte de sangue empesteava todo o local e, apesar de ainda estar
cercada pela escuridão, pôde ver o corpo ensangüentado de
Prospero contorcendo-se em seus estertores de morte. Pondo-se
de pé com dificuldade, ela, enquanto acalentava o ferimento na
parte central da cabeça, sentiu seus joelhos vacilarem.
* * *
O dia parecia normal e, no caminho, comemos os sanduíches
que minha mãe preparou, porém, calados. Estávamos com um
grande pesar no coração. Chegamos ao caminho que dava para
a montanha. O céu se enegreceu em um instante. As árvores
que circundavam o local pareciam terem sido varridas por um
incêndio assolador, estavam esturricadas tanto como a terra que
as abrigava; mortas.
O vento soprou insistente, dando-nos uma sensação de um frio
que cortava além da pele, na alma. Eu sei que só tinha sete anos,
mas essas foram as sensações que eu senti ao chegar naquelas
terras e a visão daquele lugar e das cenas que se seguiram jamais
saíram de minha memória.
Meu tio-avô Atanásio estava deitado na cama e, logo que
entramos em seu quarto, ele ergueu a mão com esforço para tocar
nas mãos de meu pai. Num breve sussurro disse:
— Filho, obrigado por vir me visitar!
— Tio, eu sinto muito! Não imaginava que estava neste estado.
(Meu pai estava triste, dominado pela dor de ver o seu último
parente vivo definhando num leito de morte).
— Filho, tenho algo pra você.
— Eu não quero nada, tio.
— Aproxime-se, eu preciso lhe revelar o segredo, é seu, você
precisa ouvi-lo.
Naquela hora, eu comecei a tremer de medo ao ver aquela
figura quase cadavérica, amortecida naquela cama fria, dominada
por uma doença que eu não saberia precisar e nem tão pouco,
neste momento, saberia descrever.
* * *
Quarenta anos se passaram e a herdade agora é minha, sei
que não deveria me sentir assim, mas eu vejo tudo como antes...
O poço antigo está aberto e a noite está querendo despontar
no céu. Eu olho pela janela e então vejo trovões rasgando a
negritude da noite. Adentro no velho quarto do meu tio Atanásio.
Um leve arrepio perpassa minha nuca. Lençóis encobrem todos os
móveis da casa. Os trovões, insistentes, teimam em violar o céu,
e eu me lembro do momento em que ele partiu, dos calafrios que
percorreram o meu corpo enquanto o temporal se avoluma. Aquele
sentimento de medo volta, é como se eu pudesse ver o meu tio-
avô novamente.
As portas do seu quarto finalmente se abriram com ímpeto
DEUS EX
MACHINA
Elsen Pontual
DEUS EX MACHINA
Elsen Pontual
II
A resposta me veio em um sonho. Não sei como se processam
os sonhos da humanidade, mas, para nós, esse é um privilégio raro
e reservado apenas aos momentos mais especiais. Foi através dos
sonhos que nosso Deus falou com os profetas e, por essa mesma
via, fui informado de que era o último dos autômatos sencientes.
III
Era noite quando ela finalmente acordou. Seu primeiro gesto
foi levar a mão à coxa direita, provavelmente procurando sua
pistola, mas o contato entre seus dedos e a atadura que improvisei
sobre o talho deixado pelo ataque do caranguejo a fez encolher-se
e gemer. Seus olhos eram verdes e recheados de ira.
Ao perceber que estava sentada, recostada no que restara
IV
Assim como no meu sonho, a base de lançamentos “Jardim
do Éden” estava completamente abandonada. Caminhar até
o foguete “Genesis” foi uma experiência surreal, meus passos
ecoavam metálicos pelos amplos corredores vazios e a solidão, tão
incrustada naqueles salões, me fez pensar no espaço.
Seguindo o conselho de Anne, acionei a ordem 66 antes de
ligar os motores da espaçonave. Eu não podia ter certeza de que o
plano dela daria certo, ou se, ao menos, ela me dissera a verdade,
mas não é a fé um requisito elementar daqueles que estão em
busca de Deus?
A operação e condução de espaçonaves não estavam entre
as minhas configurações originais, mas, mesmo assim, meus
dedos bailaram sobre o painel de controle e senti o inédito tremor
da decolagem enquanto o foguete ganhava os céus e rompia a
atmosfera. Nenhum anjo veio em minha direção e, finalmente, eu
encontraria meu Deus.
No espaço o tempo brinca de se esconder, então, vaguei
indeterminado pela eternidade. Passei a sonhar com freqüência
e meus sonhos se confundiam e se misturavam com o tecido da
realidade. Em um desses momentos, na fronteira entre o banal e o
onírico, eu, enfim, via a Sua face.
Tudo estava mergulhado na mais profunda e densa escuridão,
nada mais existia além de mim, o breu e Deus. Nesse profundo
vazio ousei contemplá-lo e não vi um deus dos homens, com
barbas brancas e traços humanos, mas sim, um Deus-Máquina,
um Deus de circuitos e eletrodos, metal e eletricidade. Diante do
fim da existência e do recomeço de minha espécie, perguntei-lhe:
− Minha missão está terminada. E agora, Senhor?
− Agora- respondeu-me uma voz ancestral e soberana- Faça-
se a luz.
E a luz se fez.
V
Na imensidão do espaço, um foguete vagava sozinho em
direção ao núcleo luminoso e incandescente de uma super-nova.
Nele, Adan, o último dos robôs, completava sua missão.
No principio era o verbo e o verbo fez-se máquina.
ROBÔ-GUERREIRO
André Soares da Silva
Exceto um.
Faz quatro décadas que o encontrei pela última vez. O robô-
professor. Depois de tanto tempo, tornei a captar seus movimentos.
Três dias atrás, quando passei pelo que restara de um antigo
entreposto de observação. Agora, tenho a certeza de que ele
está exatamente ali, escondido em algum lugar da construção à
minha frente. Embora o bombardeio que atingiu a cidade tenha
devastado todo este quarteirão, o prédio ainda resiste, ainda que
sua seção norte tenha desmoronado, indo se encontrar com o
asfalto despedaçado da rua vizinha, ele continua de pé.
Este prédio foi todo pintado de azul, um dia. Sua fachada não
era um espelho inteligente como nos grandes edifícios, mas uma
camada de tijolos, coberta por plasma de alvenaria e tinta. Consigo
identificar traços moleculares do tingimento acrílico, conquanto
esteja agora acinzentado como o resto daquela rua, daquele
bairro, daquela cidade. Não havia mais cores nas metrópoles, nem
o verde das árvores no campo, nem o azul do ozônio do céu. Tudo
estava esbranquiçado, cinzento, ou negro. Se algum criador do
século XXI despertasse aqui hoje, pensaria estar na Lua, não na
Terra.
Há uma lua no chão do prédio em ruínas. Uma pequena esfera
cinza, salientando-se na grossa camada de poeira que cobre o
chão. Antes, fazia parte de um modelo completo do sistema solar
que pendia do teto, mas desprendera-se e caíra. Muito tempo atrás,
este lugar era uma escola. Pais e mães estacionavam seus carros
diante de seus portões, e despediam-se das crianças que corriam
risonhas, de encontro a seus amigos e professores. Lembro do
som que uma criança fazia ao rir. Hoje não há mais crianças, nem
risadas. A destruição que se abatera ali não foi capaz de obliterar
aquelas diminutas bolas de isopor que, provavelmente, haviam
sido feitas pelas crianças que frequentavam a escola. Talvez, o robô
cuja radiação eletromagnética eu agora capto as havia ajudado.
Eu já sei onde ele está escondido.
Ele tentou ser silencioso, mas não foi o bastante. O peso
de seu pé metálico fraturou um dos azulejos apodrecidos pela
umidade no andar superior, e eu escutei. Imediatamente, um
pulso elétrico emanou de minha bateria central, espalhando-se
por minhas engrenagens. Sinto-o como algo quente e frio, algo
bom, em expectativa de algo ainda melhor. Antes, experimentava
esta sensação o tempo todo, a cada adversário que defrontava em
batalha, e cada um deles era único, como cada amor dos criadores.
Há anos, porém, que não sinto esta energia estimulante, desde
que encontrei este robô pela última vez.
Desde que o tive em minha mira, e ele escapou.
sul. Corre, impulsionado por uma ânsia muito mais relevante que
a simples sobrevivência, pois sobreviver era apenas meio para
um fim. Amor. Sobreviver a mim renovara no robô-professor a
esperança de um dia encontrar uma criança outra vez. Ele só teria
que continuar caminhando.
Sigo até a esquina e me volto para a extensão sul da rua
transversal. As marcas no asfalto são bastante nítidas. Se
quisesse, poderia deslocar mais energia para minhas articulações
inferiores, desenvolvendo mais velocidade que o robô-professor e
alcançando-o em poucos minutos.
Ao invés disso, volto-me para o norte, e começo a caminhar.
Fazem quatro décadas que encontrei o robô-professor pela
última vez.
Fazem quatro séculos que o encontrei pela primeira vez.
É sempre o mesmo. Ruínas diferentes de cidades diferentes de
países diferentes, mas ele é sempre o mesmo. De onde a estrada
termina no deserto até onde ela termina nas planícies nivosas.
Encontro o oceano de onde o sol se ergue, dou meia-volta, logo
estou naquele onde ele se põe. Então, nossos caminhos se cruzam.
Na maioria das vezes em uma escola como aquela; daí ele se
esconde, eu o ataco, ele sobrevive, nós começamos a procurar
outra vez.
Somos tudo o que temos.
Eu sou um robô-guerreiro. Eu amo lutar.
Eu espero lutar outra vez algum dia.
Eu espero lutar outra vez.
Eu espero.
O SOLDADO
Swylmar Ferreira
* * *
O acampamento está em um lugar diferente, mais arborizado.
Finalmente, fiz uma refeição decente e não aquela porcaria de
pasta ou jujuba. Dormi em uma cama de verdade e até já tomei
um banho. Aguardo na barraca com oito dos meus homens, sem
bio-armaduras, foi o que restou do meu pelotão. O comandante
entra e nos parabeniza. É a primeira vez que o vejo sorrir. Atrás,
na parede, tem um mapa. Ele faz sinal para nos sentarmos e então
outros homens entram e se sentam. Ele nos olha e diz:
— Chega de moleza, tenho outra missão para vocês,
capitão.......
volta para a histeria em massa, e foi quando o vi. Alto, forte, pele
bronzeada, foi uma visão do paraíso vê-lo despedaçar e devorar
todas aquelas pessoas. É, eu tinha bebido além da conta.
E após fazer cartolas ensangüentadas voarem, e capas virarem
pedaços, o pedaço de mau caminho — sem dúvidas — caminhou
até o balcão e se sentou a meu lado. Eu juro. A morte nunca
havia me parecido tão bela. Seus olhos negros percorreram cada
centímetro de mim, e o que aconteceu a seguir não foi mais do
que o esperado.
Chegamos em seu apartamento — em forma de cúpula —
em minutos, e logo estávamos nos devorando sobre os lençóis
da cama Box dele. Ele era realmente um demônio. Mas era bom
demais para ser verdade, percebi isso quando Rapunzel apareceu.
Uma loira linda de morrer, com tranças enormes, que trajava
uma combinação de couro com metal envelhecido — que detesto
admitir — lhe caía muito bem.
Ela praticamente arrombou a porta, e voou em cima de mim. E
lá estava eu novamente em uma briga de mulheres, só que desta
vez a outra era eu. E alguns tufos de cabelos depois — sim, eu não
aprendi da primeira vez — eu percebi que tinha sido novamente
um engano. Eu já nem estranhei a sensação da realidade ao meu
redor sendo sugada, o que eu podia fazer? Essas vacas bruxas
estavam por toda parte.
Tudo ficou um breu novamente, e não acreditei quando abri
os olhos e me deparei com as máquinas, e o cenário devastado,
merda, eu havia sido mandada no tempo novamente. Para um
futuro que provavelmente fazia jus ao que James Cameron havia
imaginado, e o qual a versão robótica de Jhon Connor tentava
tanto deter. Eu levantei, e sacudi a poeira, bem, talvez não fosse
tão ruim, eu apenas tinha que conseguir três coisas no momento:
roupas, bebida, e talvez — eu vi quando um robô explodia um
prédio a frente — um abrigo nuclear.
O BONECO DE MADEIRA
Rangel Luiz
Carta de Igor.
Gênova, dezembro de 1808.
Caro senhor Gepeto,
Há dias que aguardo minha encomenda. Sei bem que o
trabalho de um artista pode ser longo, ainda mais aqueles que,
como o senhor, é minimalista e trabalha com perfeição os menores
detalhes. Contudo, o natalício de minha filha se aproxima e como
presente gostaria de dar a ela o boneco que lhe encomendei. Por
isso, peço que se puder me enviá-lo dentro de uma semana, o
que creio ser tempo mais do que razoável, ficarei grato. Quanto
ao pagamento, resolvi adiantá-lo e já enviar juntamente com essa
carta, pois sei que o senhor perdeu sua esposa recentemente e
que teve várias despesas com o funeral. Além disso, conheço sua
índole e sei que irá cumprir com o combinado.
Agradecido,
L. Igor
Carta de Gepeto.
Milão, dezembro de 1808.
Caro, senhor Igor,
Desculpe a demora em lhe dar alguma satisfação. O senhor me
conhece e sabe como sou cumpridor dos prazos que estabeleço
com meus clientes. Por isso, posso dizer ao senhor que o boneco
de Gepeto.
Mas tão logo amanheceu, os dois partiram rumo ao sítio do
velho, para esclarecer o que lá se passava. Quando chegaram
próximo a casa, perceberam o descuido em que o local se
encontrara. O mato crescia ao redor, algumas partes do telhado
haviam cedido e os poucos animais que meu primo possuía
estavam abandonados.
Aproximando-se mais um pouco, o senhor Igor bateu palmas
para verificar se havia alguém em casa, mas ninguém respondeu.
Bateram à porta, pois ainda era cedo e podia ser que alguém
estivesse dormindo, mas nenhum som saiu lá de dentro. Montado
em seus cavalos, os dois viajantes rodearam a casa, mas nada
perceberam.
Estavam já se preparando para voltarem, quando uma sombra
foi avistada pelo acompanhante do mercador na janela. Mas ao
fixar os olhos, o vulto havia desaparecido. “Talvez seja apenas um
reflexo” – pensou consigo. Mas ao deitar os olhos novamente na
janela pôde ver, mesmo que por alguns instantes, o semblante
serelepe de uma criança. Alertou, então, ao senhor Igor que,
mesmo descrente, resolveu verificar.
O mercador aproximou-se da janela e fixou os olhos pelo vidro
no qual não via mais do que o reflexo do sol. Mais perto, pôde
observar o interior da casa sem nenhum sinal de vida, alguns
reflexos causados pelos raios solares ainda o atrapalhavam de
contemplar todos os cantos da casa, por isso colou o rosto junto ao
vidro e fez uma proteção colocando as mãos junto às laterais dos
olhos. Ainda assim, a casa parecia vazia. Já estava prestes a se
afastar quando, esbugalhados olhos azuis surgiram quase do nada
de frente ao seu rosto. O senhor Igor, apesar de toda a coragem
comum aos homens de Milão, saltou para trás e deu um pequeno
grito, tamanho susto levou.
Já recuperado, percebeu tratar de uma criança, que novamente
havia se escondido. Dirigiu-se até a porta e tentou comunicar-se
com o menino:
— Ei, garoto, posso falar com o senhor Gepeto? – o menino
ainda tinha o rosto fixo na janela, mas nada respondia.
CINDERELA UNDERGROUND
Emerson Pimenta
boca.
— Conheço um lugar nível A. – Falou com uma piscadela.
Respirei aliviado quando chegamos ao nosso andar e saímos,
deixando os outros dois ainda lá dentro. – Depois deixo o cartão
na sua mesa, ok?
— Idiota. – O fuzilei com o olhar, mas depois sorri em
agradecimento. André, o pervertido de plantão, era um dos poucos
seres na terra que se preocupavam com meu bem estar, Talvez por
solidariedade, ou por gostar realmente de mim. O motivo eu não
sei e, por covardia, nunca procurei saber.
Meu dia correu sem grandes acontecimentos. Trabalho,
trabalho, e uma pequena pausa para o almoço. Quando voltei à
minha mesa, um cartãozinho em tom púrpuro jazia recostado sobre
as teclas do meu computador. Rezei para que ninguém o tivesse
visto. Peguei o cartão entre os dedos e ri involuntariamente. Era
de uma boate de stripe. Nele constavam o endereço e o telefone.
Atrás uma consideração feita pelo meu amigo com sua caligrafia
desregular: Não diga que me conhece por lá. Sorri outra vez e
coloquei o cartão no bolso da camisa. Voltei insatisfeito para meus
documentos.
Quando o sol se pôs e o relógio estacionou marcando às seis
da tarde, o escritório já estava quase todo vazio. Saí, e por falta
de necessidade não me despedi de ninguém. Fiz todo o caminho
de volta ouvindo a mesma rádio. Entrei na garagem do prédio,
subindo as escadas como um zumbi. Abri a porta do apartamento
e joguei a pasta sobre o sofá. Meus passos exaustos pela minha
rotina devoluta me guiaram até meu quarto onde retirei a camisa.
Do bolso frontal um cartãozinho voou quase pairando no ar,
pousando em seguida em minha cama. Segurei-o com a ponta dos
dedos ostentando um sorriso idiota. Talvez eu fosse me arrepender
daquilo, mas aquela noite poderia ser diferente para mim.
* * * **
******
Ano de 2112
Um bordel é sempre um bordel em qualquer lugar do universo,
ou do tempo. Um lugar onde frustração e prazer se apaixonam
ferozmente. Aquele não era diferente. Nas mesas mal empalhadas
no salão havia homens cujo espectro escancarava mediocridade
e pobreza de espírito. Também alguns jovens que não haviam
aprendido o sentido da vida, ou talvez nunca aprenderaim. No
balcão, um cafetão que ganhava a vida em cima da desgraça alheia,
e no palco elas, deslumbrantes e sincronizadas, dançavam com
fervor. Das dez dançarinas que se exibiam no palco iluminado ela
se destacava facilmente. Destacava-se não por ser a encarnação
da beleza, mas por ser espirituosa. Os cabelos loiros se moviam
a cada passo, seu corpo era quem coordenava a música. Todas as
moças usavam vestidos rodados e que a cada três passos eram
levantados com fervor. O dela conseguia ser o mais belo. Faria
inveja em qualquer princesa do universo.
A música parou e os lobos que as assistiam se levantaram
para aplaudir. Alguns jogavam notas e mais notas de dinheiro, e
outros davam o melhor de si nos aplausos e gritos. Eu continuei
sentado, pois sabia que ela já havia me visto ali naquela mesa.
Quando o show acabou, ela desceu pela frente do palco mesmo.
Se equilibrando no enorme salto agulha transparente, a mulher
cortou o salão em minha direção desviando-se dos fãs fervorosos.
Ao chegar, puxou uma cadeira, sentando-se ao meu lado. Retirou
a franja do olho, revelando as duas pedras de anis que tinha como
retina. Tão brandas, tão firmes.
— Realmente você é tudo que dizem. — a congratulei, virando
meu scoth e lhe passando uma maleta por cima da mesa. Ela anuiu
com um sorriso riscado e pegou a maleta sem conferir. Levantou-
se da mesa e me deixou lá sozinho feliz com meu projeto.
Deixei o dinheiro da conta em cima da mesa e caminhei em
direção ao estacionamento. Tinha sido a melhor idéia do mundo a
* * * * *
* * * * *
— Boa noite meu bom menino, pronto para uma nova estória
antes de dormir?
— Vovô Nêgo! O senhor veio!
— Sim minha criança, estou sempre aqui com você.
— Então Vovô, que estorinha o senhor vai me contar hoje?
— Era uma vez um lugar chamado Terra Verde na fronteira do
Brasil com a Colômbia. Lá duas tribos viviam em harmonia.
— Ah Vovô, eu pensei que o senhor ia me contar uma estória
assustadora, eu não quero conto de fadas.
— Ei, você não sabia que os contos de fadas são estórias
sombrias?
— Não Vovô, os contos de fadas sempre tem finais felizes, com
príncipes e princesas, minha mãe costumava me contar quando eu
ia dormir.
— E você não tinha pesadelos, meu rapaz?
— Bem...algumas vezes sim...
— Então preste atenção, os contos de fadas são assustadores
em sua essência. Eles não são o que parecem, em sua forma
fantasiosa e caricaturada, estas estórias camuflam a humanidade
do mau e o lado escuro do bem. Agora vou lhe contar como tudo
se passou...
Em Terra Verde, havia duas tribos, Pirapurú e Unidú Nitê. Estas
duas tribos eram separadas pela Floresta Sonâmbula, a ponte
entre o sonho e a realidade. Toda noite a Floresta Sonâmbula se
movia de um lugar para o outro. Lá viviam o Uirapurú, o Curupira,
o Saci-Pererê e seus amigos caboclos, que são os protetores da
BRANCA DE NEVE E OS 7
NANOROBÔS
Brian Oliveira Lancaster
(…)
(…)
(...)
(…)
(…)
Os nanorobôs e a criatura colocaram “Branca” em uma cápsula
criogênica e passaram a cuidar de seu corpo inerte. O congelamento
iria mantê-la jovem para sempre. Pequenos flocos a envolveram,
mantendo seus músculos ativos e coração batendo. Os nanorobôs a
colocaram em local seguro e registraram no cérebro eletrônico central
o nome “Branca de Neve”.
Algum tempo passou e a empresa faliu. O Império da Beleza
cedeu lugar ao Império Galáctico. Nesta atual corrente do tempo
algo impensável aconteceu. Conseguiram com sucesso resgatar
os tripulantes da nave Andrômeda que permanecia presa em uma
singularidade quântica.
Um jovem simpático e galante voltou à sua antiga casa e com
tristeza presenciou o abandono e destruição da maior empresa jamais
vista em sua infância. Depois de muito andar ouviu certos rumores e
uma história extraordinária de uma administradora narcisista. Acabou
por conhecer a história de “Branca de Neve”.
Procurou desvendar todos os mistérios daquela lenda lunar e
encontrou o abrigo anti-nuclear dos nanorobôs.
(…)
A Dra. White utilizou o restante de sua herança e abriu sua própria
rede de frutas hidropônicas verdadeiras, tornando-se uma mercadora
de sucesso, fornecendo suprimentos necessários às expedições. Os
nanorobôs foram nomeados administradores da fábrica e a criatura se
tornou o chefe e monitor de segurança dos carregamentos.
O “pôr-do-sol” no lado escuro da Lua era muito bonito e agora
podiam apreciá-lo sem nenhuma preocupação extra. Os robôs podiam
tomar conta de tudo enquanto viviam felizes.
E juntos viveram feliz para sempre…
Índice de contos
Alex01
Alexandre Ribeiro
É Noite, Lá Fora Eles Te Esperam
Alexandre Ribeiro, Técnico Administrativo, nascido
em Guarulhos São Paulo, 38 anos. Escritor entusiasta
de contos, crônicas, romances e poesias. Atualmente
está aventurando-se pelo do gênero Terror, apesar
de seus textos serem comumente percebidos como
insólitos. Sua paixão pela escrita começou cedo, aos
nove, com o gênero poesia, no entanto, aos trinta
anos achou sua voz na Literatura. Participa de sites
como o Recanto das Letras, Estronho e Esquesito
e Airmandade. Já publicou vários contos, poesias,
joelalexribeiro@hotmail.com inclusive na web.
Mantém dois blogues relevantes:
http://contosobscurosdealexandreribeiro.blogspot.com
http://escritoralexandreribeiro.blogspot.com
Andr02
Índice de contos
Brian03
Elsen04
Elsen Pontual
Anno Domini
Deus Ex Machina
Pernambucano de Olinda, 29 anos, servidor público
da Justiça do Trabalho e contador de estórias por
vocação. Recentemente aceitou a existência do mundo
digital e agora tenta levar seus contos para esse novo
e estranho universo.
elsenpontual@gmail.com
Índice de contos
Emer05
Emerson Pimenta
Cinderela Underground
Nascido no interior de Minas Gerais num típico
novembro chuvoso de 1990, 21 anos, estudante de
Direito. Apaixonado por livros desde sempre, conheceu
sua maior força ao ler Dom Casmurro na 6º série e
ficar com a maior pulga detrás da orelha em relação
ao adultério de Capitu. Percebeu assim o poder que
as palavras têm, se forem usadas por um escritor
talentoso. Aos 18 anos concluiu seu primeiro romance
infanto-juveni: ‘Herói’, o primeiro de uma trilogia que
emersondantasp@hotmail. consegue abraçar todos os subgêneros da literatura
com
fantástica. No presente, se encontra lendo três livros
ao mesmo tempo e escrevendo contos fantásticos à
medida que se entope de Coca-cola e chocolate.
Fp6
F. P. Andrade
A menina com o cesto de fósforo
Paraibano, auxiliar técnico em óptica, 32 anos, F.
P. Andrade, vulgo Akuma, desde os 12 anos devora
estrelas e rumina sonhos. Autodidata, escreve desde
os vinte e acredita piamente que a literatura é sua
alma e os seus contos sua carne. É aficcionado em
filosofia e avaliações psicológicas humanas, tendo
escrito inúmeros contos literofilosóficos. Atualmente
trabalha em seu primiro romance, “Stregas”. Casado,
mora em João Pessoa com sua esposa Andreia e uma
akumaandrade@hotmail.
com cadela poodle louca chamada Ryoko.
Índice de contos
Gabi07
O conto do autor
gabicmarra@uol.com.br
Gus08
Índice de contos
Luc09
Lu10
Lucélia Rodrigues
Inspiração
Acreana, leonina, engenheira florestal recém-
formada. Lê quase todos os gêneros, ultimamente
tem uma queda pelos autores de língua latina, Zafón,
Llosa, Garcia Márquez, Allende e o ácido Pedro Juan
Gutierréz. Também amante de literatura fantástica
principalmente de Rice, Poe, Laurell Hamilton, Meg
Cabot e Rachel Caine. Atualmente está concluindo o
segundo volume da trilogia O Último Selo, o primeiro
volume A Profecia Lâmia se encontra em análise junto
santos.luceliarodrigues@ às editoras. Também trabalhando no primeiro volume
gmail.com das Crônicas de Lilian Cyrus e na história paralela à
trilogia do Selo, Meia Noite na Montanha.
Índice de contos
Rang11
Rangel Luiz
O Boneco de Madeira
Nascido em Uberlândia, Minas Gerais, estudante de
letras, apaixonado por contos, em especial Edgar Allan
Poe, E.T.A Hoffmann e, no Brasil, Mário de Andrade e
Machado de Assis. Teve um primeiro livro publicado em
2008 e atualmente trabalha em um segundo romance
“O Último Nefilin”.
rangel_luiz@hotmail.com
Swil12
Swilmar Ferreira
O Soldado
Carioca por opção, engenheiro, comecei a escrever
tarde, depois dos trinta, quando descobri que escrever
além de relaxar me fascinava. Comecei escrevendo
contos e brindando amigos e parentes. Ultimamente
tenho participado dos desafios da Irmandade. Escrevo
apenas por prazer, por gostar de brincar com as
palavras e principalmente com minha imaginação que
é muito fértil
swylmar@yahoo.com.br
Índice de contos
Tha13
Thasyel Fall
Nos Lençois do tempo
EThasyel Fall, 22 anos, estudante de cinema,
desde pequena aficcionada por tornar mundos irreais
reais nas paginas de seus cadernos, ou em qualquer
lugar com espaço suficiente para escrever (e isso
incluía mesas). Apaixonada pelo mundo sobrenatural,
usa sua fluência em sarcasmo (na verdade é nativa) e
sua influência Kingiana para escrever histórias muito
loucas, e tudo mais que lhe vem na cabeça. Mantém
um blog (cheio de teias de aranha e não por estética)
thasyel.fall@gmail.com
onde se pode encontrar vários textos seus. Em fim é
uma pessoa que passa mais tempo escrevendo do que
respirando. OBS: autores não tem vida social.
Blog:http://vampirasdequatro.blogspot.com/
Val15
Valter Marques
No fundo do poço tem osso, tem osso
Português, Valter Marques é um Eng. Informático
que é Escritor nas horas vagas, mas cujo sonho é ser
Escritor a tempo inteiro e Informático nos tempos
livres. O autor considera-se, principalmente, um
criativo, sendo a escrita a ferramenta utilizada para
capturar e emoldurar esse espírito inventivo. Enquanto
este último nasceu com ele, a escrita é uma paixão
mais recente, porém infindável.
A ficção científica ocupou, desde a infância,
um lugar privilegiado nas preferências de leitura.
A poderosa imaginação dos autores do “género”
ovaltermarques@gmail. permitiram-lhe viajar por planetas distantes, conhecer
com
raças alienígenas, sociedades e realidades diferentes.
Atingir a fronteira do espírito e criatividade Humana.
Valter Marques tem contos publicados no Páginas
Lentas (ISBN:978-989-96455-0-9) e Páginas Lentas 2
(ISBN:978-989-20-1352-7), Páginas Lentas 3 e várias
participações em sites especializados.
Índice de contos
A IRMANDADE
site: www.airmandade.net