Você está na página 1de 12

Trabalho elaborado por:

André Massano nº3


David Ragageles nº5
Joana Silva nº9
Renato Carvalho nº21
Cátia Letras nº8
Ana Tavares nº3
Introdução
Este trabalho tem como objectivo aumentar o conhecimento sobre as
técnicas de reprodução assistida, que desde há pouco tempo, trazem uma
nova esperança a casais que são incapazes de gerar um filho naturalmente.
É considerado um caso de infertilidade, quando um casal tem relações
sexuais desprotegidas de métodos contraceptivos, regularmente, durante
um ano, sem que ocorra uma gravidez. Aí o casal necessitará,
provavelmente de assistência médica especializada, para conseguir uma
gravidez.
As doenças sexualmente transmissíveis como: sida, hepatite B, herpes
genital, etc, são uma das grandes causas de infertilidade humana.
Com o elevado número de procura por parte de casais que durante anos
não conseguiam ter uma gravidez, essa elevada taxa de infertilidade entre
casais levou a que fossem desenvolvidas e aperfeiçoadas as técnicas de
reprodução assistida já existentes, de modo a que pudessem proporcionar
aos casais inférteis uma forma artificial de conseguirem uma gravidez com
uma elevada taxa de sucesso.
Reprodução Medicamente Assistida

 O que é reprodução medicamente assistida?


--» A reprodução medicamente assistida (RMA), também chamada
procriação medicamente assistida (PMA) é o processo segundo o qual são
utilizadas diferentes técnicas médicas para auxiliar a reprodução humana.
Estas técnicas são normalmente utilizadas em casais inférteis, ainda que
também o sejam em casais em que haja portadores do vírus da
imunodeficiência humana (VIH positivo), ou do vírus da hepatite B ou C.

--» Técnicas de reprodução medicamente assistida utilizadas com


maiores taxas de sucesso:

- Inseminação Artificial (IUI)


- Fertilização in vitro (FIV) seguida de transferência de embriões
- Injecção Intracitoplasmática de Espermatozóides, Microinjecção (ICSI)
- Transferência intratubárica de gâmetas (GIFI)

- Transferência intratubárica de zigotos (ZIFI)


Inseminação Artificial ou IUI
A inseminação intra-uterina ou inseminação artificial, é utilizada em casos de
incapacidade de ejaculação, distúrbios de ovulação, alterações no muco
cervical, que impeçam a livre penetração dos espermatozóides no útero,
determinadas alterações na qualidade do sémen e alterações nas trompas.
Consiste em transferir, para a cavidade uterina, os espermatozóides
previamente recolhidos e processados com a selecção dos morfologicamente
mais normais e móveis.
A fertilização, neste caso, é in vivo, dentro das trompas de Falópio.
Os primeiros resultados parecem ter sido devidos a Hunter, médico inglês, no
final do século XVIII. Nos anos 70 esta técnica foi bastante utilizada por
numerosos ginecologistas e várias vezes com indicações desnecessárias,
obtendo resultados com uma taxa de sucesso bastante reduzida (2 a 4%).
Com a chegada da fertilização "in vitro", nos anos 80 esta técnica foi
temporariamente abandonada e considerada bastante arcaica. Entretanto, nos
dias de hoje, a inseminação artificial encontra novamente o seu espaço no
tratamento da infertilidade e as hipóteses de sucesso desta técnica são de
aproximadamente 18 a 20%. A inseminação intra-uterina (IIU) foi introduzida
em Portugal, em 1985, no Porto. Esta pode efectuar-se com espermatozóides
de um dador em caso de infertilidade masculina. Os critérios de selecção dos
dadores são rigorosos, baseados em diversos exames relativos ao estado de
saúde e da qualidade dos espermatozóides. Os espermatozóides podem ser
conservados, permitindo organizar bancos de esperma nos hospitais e clínicas,
para posterior utilização.
Fertilização in vitro ou IVF

Esta técnica, também designada “bebé-proveta”, pelo facto de a


fecundação ocorrer no exterior do corpo feminino, em laboratório. Foi
uma das grandes conquistas no tratamento da infertilidade.

A IVF é indicada em casos de lesão das trompas, gravidez ectópica,


laqueação irreversível das trompas de Falópio, endometriose, infertilidade
masculina e em casos de infertilidade sem causa aparente.

Esta técnica divide-se em várias fases.

Primeiramente, faz-se uma indução da ovulação, para estimular o


desenvolvimento e amadurecimento de vários oócitos II, fazendo-se uma
monitorização do crescimento folicular através de uma ecografia
transvaginal.

De seguida procede-se à recolha dos oócitos II, que pode ser feita
através de dois processos: aspiração transvaginal ou laparoscopia.

Devido à aspiração folicular, a qualidade de progesterona produzida é


insuficiente para que ocorra a posterior implantação do embrião, daí que
seja necessário administrar progesterona intramuscular, oral ou vaginal à
paciente.

É de referir que a paciente, quando impossibilitada completamente de


ovular, pode obter o gâmeta feminino recorrendo a um banco de
ovócitos.

Relativamente aos espermatozóides, normalmente a colheita é feita


por masturbação. No caso de o paciente apresentar azoospermia, são
adoptadas técnicas especiais para retirar os espermatozóides dos
epidídimos ou dos testículos, sendo seleccionados os que têm maior
mobilidade e capacidade para fertilização. Os espermatozóides podem
ainda derivar de um banco de esperma, caso o paciente não tenha
mesmo possibilidade de produzir espermatozóides.

Depois de colhidos os gâmetas, o próximo passo é realizar a


fertilização dos oócitos II num meio de cultura que imita o ambiente das
trompas. Os espermatozóides são colocados em contacto com os oócitos
para que um deles atravesse a zona pelúcida. Os oócitos II e os
espermatozóides permanecem juntos durante 12 a 18 horas, período
após o qual são examinados ao microscópio. Na observação microscópica
procurar-se-á um sinal de fecundação normal, ou seja, a presença de
dois pró-núcleos.

Fertilização normal Fertilização Anormal Fertilização Anormal

2 pró-núcleos 1 pró-núcleo 3 pró-núcleos

Os zigotos com um ou mais de dois pró-núcleos são rejeitados já que


resultam em embriões geneticamente alterados.

Os óvulos fertilizados são incubados no mesmo meio de cultura


durante 48 horas até que atinjam o estado de embrião com 6-8 células.

De seguida, o melhor embrião é transferido para o útero através de


um cateter especial de plástico com monitorização ecográfica. Por vezes,
vários embriões são transferidos para o útero para aumentar as hipóteses
de implantação e gravidez.

Cerca de duas semanas após a transferência embrionária, realizam-se


testes de gravidez, medindo-se os níveis de hCG no sangue.
A taxa de sucesso varia entre 20 e 35% em mulheres até 35 anos. A
partir dos 40 anos, a taxa de gravidez já é de 15%.

Esquema da técnica de fecundação in vitro

Microinjecção Intracitoplasmática de Espermatozóides ou ICSI

A microinjecção intracitoplasmática de espermatozóides também conhecida por


ICSI, é uma técnica de reprodução medicamente assistida que consiste na
injecção de um único espermatozóide no citoplasma do oócito, evitando assim
as dificuldades do processo natural em que espermatozóide tem que passar a
"barreira" do oócito para nele penetrar.
É uma técnica que se associa à fertilização in vitro (FIV) normalmente quando
se detectam factores masculinos que não permitem a fertilização apenas pela
junção dos espermatozóides aos oócitos no meio apropriado.

A recolha dos gâmetas feminino e masculino é efectuada da mesma forma que


na técnica de fertilização in vitro.
É uma técnica utilizada para ultrapassar vários problemas de infertilidade
masculina, entre os quais oligozoospermia, problemas de morfologia ou
motilidade dos espermatozóides, vasos deferentes danificados ou vasectomia
não reversível, presença de anticorpos anti-espermatozóides, dificuldades
masculinas na erecção ou ejaculação (por problemas de espinal medula, por
exemplo).
Esta técnica consiste em:

-Com auxílio de micro manipuladores unidos ao microscópio e consiste em


injectar um único espermatozóide directamente dentro do oócito, fomentando
assim a fecundação. O trabalho é feito numa placa de Petri com duas
micropipetas (mais finas que um fio de cabelo): uma delas vai segurar o oócito
e a outra vai pegar o espermatozóide, imobilizá-lo e injectá-lo dentro do
oócito, ultrapassando a zona pelúcida.
A verificação da fecundação é feita após cerca de 18 horas, através do
microscópio. É verificada a presença de pró-núcleos e corpúsculos polares e a
presença de anormalidades. Após este procedimento, as placas de Petri são
incubadas durante cerca de 72 horas.
Os embriões resultantes são implantados no útero através das mesmas
técnicas da fertilização in vitro atrás descritas.

Esquema da Microinjecção Intracitoplasmática de Espermatozóides


Transferência intratubárica de gâmetas

Consiste em:

Recolher os óvulos da mulher através de laparoscopia (exame endoscópico


da cavidade abdominal através de uma pequena incisão na parede do
abdómen) ao mesmo tempo que se recolhe o esperma masculino. Na
mesma operação, colocam-se ambos os gâmetas em uma cânula especial,
devidamente preparados, introduzindo-os em cada uma das trompas de
Falópio, lugar onde ocorre a fecundação, que neste caso será In Vivo. Se
tudo correr normalmente, os espermatozóides penetram em um ou mais
óvulos, formando-se o embrião. Este descerá dentro das trompas até o
útero, de tal forma que, a concepção se produzirá integralmente no corpo
da mulher.

Cânula
Transferência intratubárica de zigotos

Após recolha e selecção de oócitos e espermatozóides, os gâmetas são postos


em contacto in vitro, num meio de cultura adequado durante 18 a 24 horas.
Após a fecundação, realiza-se uma laparoscopia e transfere-se o(s) zigoto(s)
para as trompas de Falópio.
Riscos da Reprodução Medicamente assistida

• Erro humano.

• Gestações múltiplas.

• Malformações congénitas.

• Saúde da mãe.

• Desapontamento do casal, no caso de ineficácia dos tratamentos.

• Saúde da mãe: Possíveis complicações resultantes do tratamento


hormonal ou de uma gestação múltipla aumentam os riscos para a
saúde da mãe.
Conclusão
Com a realização deste trabalho, foi possível aumentar e aprofundar
conhecimentos na área da Reprodução Medicamente Assistida, tema
bastante debatido nos dias de hoje.
Percebemos que a infertilidade é um grave problema que pode ou não
surgir nas nossas vidas e que a nível não só pessoal, como até a um nível
global, poderia ser um problema catastrófico. Não seria possível manter a
vida, se toda a gente, sofresse de infertilidade. Mas graças ao avanço
tecnológico das ciências, nomeadamente a nível da reprodução
medicamente assistida, nos dias que decorrem, é com extrema facilidade e
com alto nível de sucesso que é possível resolver os problemas no âmbito
da infertilidade.
Também aproveitamos este trabalho para conhecer, de uma forma mais
sucinta, as diferentes técnicas de reprodução medicamente assistida mais
utilizadas, ou seja, as técnicas com maior percentagem de sucesso.
Por fim, concluímos que infertilidade não é um motivo de vergonha ou
descriminação social como se julgava durante muito tempo. A infertilidade
é apenas um problema grave que pode acontecer a todos, e pode ser
resolvido graças às técnicas actuais de reprodução medicamente assistida
que se encontram a um nível de eficácia bastante elevado.

Você também pode gostar