1. INTRODUÇÃO
Infecções virais do tipo herpes simples, variando de herpes labial a lesões genitais
graves, afetam grande parte da população mundial. Tanto o episódio inicial como a doença
recorrente pode causar problemas devastadores. Contudo, tratamento adequado pode diminuir
conseqüências médicas e psico-sociais em muitos pacientes. Este trabalho explica as
características de infecções do tipo herpes simples e delineia opções terapêuticas que
prometem uma qualidade de vida muito melhor para muitos pacientes.
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(tipos 1 e 2) e esclarecer um pouco mais a respeito de como promover a investigação para que
estas lesões sejam corretamente diagnosticadas e cada vez menos disseminadas.
2. METODOLOGIA
Com isso, e considerando tudo o que foi exposto, podemos perceber que o
conteúdo deste artigo consiste apenas em uma simples revisão de conceitos. Sabendo que não
esgotaremos o tema de âmbito tão complexo, esperamos que os resultados bibliográficos
obtidos possam gerar novas discussões e novas hipóteses.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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As lesões herpéticas são a causa mais comum de ulceração genital nos países
desenvolvidos. Esta virose é transmitida predominantemente pelo contato sexual (inclusive
oro-genital), com período de incubação de 3 a 14 dias, no caso de primo-infecção sintomática;
a transmissão pode-se dar, também, pelo contato direto com lesões ou objetos contaminados.
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O herpes genital caracteriza-se por lesões vesiculoulcerativas no pênis (Figura 01) ou no colo
do útero (Figura 02), vulva (Figura 03), vagina e períneo (Figura 04) (JAWETZ et
al;1991:p.349). SINGER & MONAGHAN (1995:p.241) citam que "quando a lesão afeta a
cérvice, a infecção é usualmente não-dolorosa e é somente diagnosticada ao exame ou pela
colposcopia".
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Embora a maioria dos casos de infecção genital seja causada pelo vírus tipo II,
tem sido encontrado cada vez com maior freqüência o vírus tipo I, anteriormente verificado
apenas em lesões da mucosa oral (LINHARES, FONSECA & PINOTTI;1999:p.45). Segundo
LONGATTO & SILVA (2000:p.146), o HSV-1 é responsável por 10 a 20% das infecções
genitais enquanto o HSV-2 pode ser isolado em 90% dos casos de herpes genital do colo
uterino com ou sem lesões clinicamente aparente, além das lesões serem encontradas, ainda,
em grandes e pequenos lábios e na fúrcula.
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Figura 05. Herpes perioral (WISDOM Figura 06. Herpes primário, lesões orais
& HALKINS,1998:p.179). (WISDOM & HALKINS,1998:p.180).
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Embora não se saiba exatamente por que o vírus sofre reativação em vários
momentos, pode-se dividir os fatores causais em físicos e psicológicos:
Figura 07. Herpes recidivante - Herpes secundário extenso infectado nos lábios
(WISDOM & HALKINS,1998:p.176).
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Quadro 02. Elementos para o diagnóstico diferencial entre infecção herpética e infecção
luética (DE PALO,1996:p.115).
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3.4.2. Cultura
3.4.3. Sorologia
A sorologia "pode ser útil para detectar a infecção primária, mas tem pouco
valor nas recorrências" (LINHARES, FONSECA & PINOTTI,1999:p.47)( Quadro 03).
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3.4.4. Colposcopia
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3.4.5. Citopatologia
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Figura 09. Reação inflamatória severa no fundo. Células multinucleadas sem margens
celulares nítidas. Membranas nucleares proeminentes. Moldagem nuclear e aspecto de
vidro fosco. Células mononucleadas com núcleos marcantemente aumentados, relação
núcleo-citoplasmática alterada e padrão de cromatina escavado (washed-out)
(SCHENEIDER & SCHENEIDER,1998:p.40).
Rompendo-se as vesículas , o material é coletado em lâmina, que será
corada pelos métodos de Giemsa, Leishman, Wrigh ou Papanicolaou (permite a
observação de inclusões virais), sendo observadas as alterações citológicas
características (LINHARES, FONSECA & PINOTTI,1999:p.47).
Núcleo de aspecto de vidro fosco (Figura 10) com material cromatínico concentrado
nas margens, dando a impressão na microscopia à luz de uma membrana nuclear
espessada.
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bizarros que podem estar associados com o carcinoma invasor, os quais são comumente
gerados após a radioterapia da cérvice (Quadro 04).
3.4.6. Biópsia
3.5. TRATAMENTO
O herpes genital tem tratamento. Com o decorrer dos anos, foi desenvolvida uma
série de tratamentos que oferecem alívio eficaz dos sintomas desta doença (Quadro 05).
Quadro 05. Parâmetros para avaliação da eficácia de um tratamento na infecção por HSV
(DE PALO,1996:p.121).
O tratamento local com banhos de soros fisiológicos ou com água corrente morna,
seguida de dessecação pelo ar e repetida diversas vezes ao dia é aconselhável.
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Valaciclovir
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tempo durante o qual o vírus é detectado nas superfícies cutâneas genitais (excreção
viral) - momento em que a doença pode ser transmitida para o parceiro sexual.
Aciclovir
Como tratamento episódico, o aciclovir deve ser tomado cinco vezes ao dia.
Também pode ser usado como tratamento supressivo, para ajudar a reduzir o número de
surtos. Se tomar aciclovir como tratamento supressivo, você precisará tomar os
comprimidos duas, três ou quatro vezes ao dia.Os efeitos colaterais do aciclovir em
geral são leves. Incluem náuseas e diarréia.
Fanciclovir
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Primeiro episódio:
3.5.4. Gestante
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4. CONCLUSÃO
A Ciência ainda não descobriu a cura para o herpes, apesar de a doença ser
bastante antiga, mas já existem drogas capazes de diminuir o ciclo de manifestação do vírus,
na fase em que o paciente apresenta a ferida no contorno da boca, ou até nos genitais.
Nem todo mundo que tem herpes labial apresenta também o genital e muita gente
não manifesta o herpes, mas tem o vírus em estado latente.
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Conclui-se também que cerca de 90% da população pode ter o vírus do herpes
simples, mesmo sem manifestação clínica, sendo conveniente à adoção das medidas
preventivas. Além do sol, o estresse, a queda da defesa imunológica, as infecções
concomitantes e até deficiência alimentar contribuem para que a doença se manifeste. Os
primeiros sintomas duram aproximadamente sete dias, tempo que pode ser encurtado com a
ação dos novos medicamentos.
Hoje em dia, o tipo mais comum de herpes é o HSV1, que pode ser contraído até
no momento do parto, se a mãe tiver o vírus. Mães com lesões ativas de herpes labial devem
usar máscara cirúrgica durante o manuseio da criança. A decisão quanto à manutenção do
aleitamento materno deverá levar em consideração a localização e a extensão do processo,
tratamento empregado e seus possíveis para-efeitos para o recém-nascido, bem como a
necessidade de hospitalização, e, não menos importante, as alternativas alimentares
disponíveis para a criança.
O herpes genital é uma doença altamente contagiosa que persiste por toda a vida,
costumando reaparecer periodicamente. A forma inicial de contágio é a relação sexual com
pessoas que estejam com herpes genital em atividade.
Para saber se o indivíduo está incluso no universo das pessoas que têm o vírus do
herpes em estado latente, basta submetê-lo a um simples exame de sangue.
Por fim, sugerimos como continuidade para futuras pesquisas, a relação entre o
aumento de casos de primo-infecção por herpes genital (por HSV1 e HSV2) e a liberação
sexual nos últimos anos.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Manole Ltda., 1999.
ELEUTÉRIO JÚNIOR, José. Noções Básicas de Citologia Ginecológica. São Paulo, SP:
Livraria Santos Editora Ltda., 2003.
Grande Dicionário Larousse Cultural da Língua Portuguesa. São Paulo, SP:Editora Nova
Cultural Ltda., 1999.
HARRISON, et al. Medicina Interna - Vol 1. México, DF: 13ª edição, Nueva Editorial
Interamericana S.A. de C.V., 1994.
LINHARES, Iara Moreno; FONSECA, Ângela Maggio da; PINOTTI, José Aristodemo.
Doenças Sexualmente Transmissíveis na Mulher - incluindo Aids. Rio de Janeiro, RJ:
Livraria e Editora Revinter Ltda., 1999.
McKEE, Grace T. Citopatologia. São Paulo, SP: Editora Artes Médicas, 1997.
PALO, Giuseppe de. Colposcopia e Patologia do Trato Genital Feminino. Rio de Janeiro,
RJ: 2ª edição, Editora Médica e Científica Ltda., 1996.
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SILVA FILHO, Alfredo de Moraes e; LONGATTO FILHO, Adhemar. Colo Uterino Vagina
- Processos Inflamatórios - Aspectos Histológicos, Citológicos e Colposcópicos. Rio de
Janeiro, RJ: Livraria e Editora Revinter Ltda., 2000.
WILKINSON, Edward J.; STONE, I. Keith. Atlas de Doenças da Vulva. Rio de Janeiro, RJ:
Livraria e Editora Revinter Ltda., 1997.
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