Você está na página 1de 54

INMETRO/SEE-RJ/CECO

INMETRO

Juan Valani Marques de Sousa

Estudo sobre movimento em regime de


baixo numero de Reynolds

MONOGRAFIA

Curso Técnico em Metrologia


Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro
Secretaria Estadual de Educação – SEEDUC/RJ
Colégio Estadual Círculo Operário – CECO

Duque de Caxias, RJ - Brasil

DEZEMBRO 2011

i
Juan Valani Marques de Sousa

Estudo sobre movimento em regime de baixo numero de Reynolds

Monografia apresentada ao curso Técnico em


Metrologia do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia – Inmetro, Secretaria Estadual de Educação do
Estado do Rio de Janeiro-SEE-RJ e Colégio Estadual Círculo
Operário - CECO, como parte dos requisitos para obtenção do
título de Técnico em Metrologia.

Orientador: Juliana Braga Loureiro Rodrigues

____________________________________________________

Juliana Loureiro Braga Rodrigues

Curso Técnico em Metrologia Inmetro/SEEDUC-RJ/CECO

DUQUE DE CAXIAS, RJ – BRASIL


DEZEMBRO DE 2011.

ii
Estudo sobre movimento em regime de baixo número de Reynolds
MONOGRAFIA
Apresentada ao corpo docente do Curso Técnico em Metrologia do Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro, Secretaria Estadual
de Educação do Estado do Rio de Janeiro – SEEDUC/RJ e Colégio Estadual
Círculo Operário – CECO, para obtenção do título de:
TÉCNICO EM METROLOGIA
por
Juan Valani Marques de Sousa

BANCA EXAMINADORA

Orientador:
Juliana Braga Rodrigues Loureiro
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Co-orientador:

Valter Yoshihiko Aibe


Instituto Nacional de Metrologia, Normalização
e Tecnologia

Avaliador:
Vitor Neves Hartmann
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização
e Tecnologia

NOTA: ( )

Aprovado Aprovado com restrições Reprovado

Gelson Martins da Rocha


Coordenador do Curso Técnico em Metrologia

Duque de Caxias, 19 de dezembro de 2011


Rio de Janeiro - Brasil

iii
FICHA CATALOGRÁFICA

S725 Sousa, Juan Valani Marques de .


Estudo de movimento em regime de baixo número de
Reynolds. / Juan Valani Marques de Sousa. – Duque de
Caxias, 2011.
ix, 41 f.

Monografia (Curso Técnico em Metrologia) – Colégio


Estadual Círculo Operário, 2011.

Orientador: Juliana Braga Loureiro.

1.Metrologia Mecânica. 2. Movimento. 3. Reynolds.


I. Loureiro, Juliana Braga. II. Colégio Estadual Círculo
Operário. III. Título.
CDD 620.100287

iv
Sumário

......................................................................................................................................................................... i
DEZEMBRO 2011 ............................................................................................................................................. i
MONOGRAFIA .................................................................................................. Erro! Indicador não definido.
Agradecimentos .......................................................................................................................................... viii
Dedicatória .................................................................................................................................................... ix
1. Introdução ............................................................................................................................................. - 1 -
2. Objetivo ................................................................................................................................................. - 2 -
3.Conceitos teóricos .................................................................................................................................. - 3 -
3.1 Número de Reynolds ........................................................................................................................... - 3 -
3.1.4 Massa especifica............................................................................................................................... - 4 -
3.1.5 Viscosidade....................................................................................................................................... - 4 -
3.1.3 Velocidade equivalente .................................................................................................................... - 5 -
3.1.2 Comprimento equivalente ............................................................................................................... - 6 -
3.2 Tipos de escoamento .......................................................................................................................... - 6 -
3.2.1 Escoamento compressível e não compressível ................................................................................ - 6 -
3.2.2 Regimes de escoamento .................................................................................................................. - 6 -
3.2.2.1 Regime laminar ............................................................................................................................. - 6 -
3.2.2.2 Regime Turbulento ........................................................................................................................ - 7 -
3.2.2.3 Regime de Transição ..................................................................................................................... - 7 -
4. Movimento de corpos em regime de baixo Reynolds .......................................................................... - 8 -
4.1 Movimento em baixo Reynolds .......................................................................................................... - 9 -
4.1.1 Efeito das forças viscosas sobre as inerciais .................................................................................... - 9 -
4.1.2 Teorema da concha .......................................................................................................................... - 9 -
5 Dispositivos de medição ....................................................................................................................... - 11 -
5.1 VIP – Velocimetria por imagem de partícula .................................................................................... - 11 -
5.1.1 Principio de Funcionamento .......................................................................................................... - 11 -
5.1. 2 Componentes ................................................................................................................................ - 12 -
5.1.2.1 Lasers........................................................................................................................................... - 12 -
5.1.2.2 Câmeras CCD ............................................................................................................................... - 13 -
5.1.2.3 Profundidade do campo ou Laser ............................................................................................... - 14 -
5.1.2.3 Sincronizador............................................................................................................................... - 15 -

v
5.1.2.4 Tratamento dos cálculos ............................................................................................................. - 15 -
5.1.2.5 Ajuste em 2D ............................................................................................................................... - 15 -
6. Protótipos da espiroqueta................................................................................................................... - 16 -
6.1 Protótipo I – Espiroqueta com corpo liso e espira externa móvel .................................................... - 16 -
6.1.1 Explicação do movimento .............................................................................................................. - 16 -
6.1.2 Construção do protótipo I .............................................................................................................. - 17 -
6.1.2.1 Partes e construção ..................................................................................................................... - 17 -
6.1.2.1.1Corpo ......................................................................................................................................... - 17 -
6.1.2.1.2 Sistema do motor ..................................................................................................................... - 18 -
6.1.2.1.3 Sistema de vedação.................................................................................................................. - 19 -
6.1.2.1.4 Cauda espiralada e Construção ................................................................................................ - 20 -
6.1.2.1.5 Bujão inferior, bujão superior e pilhas ..................................................................................... - 21 -
6.1.2.1. 6 Encaixe das peças .................................................................................................................... - 22 -
6.1.3Protótipo II – Espiroqueta com expira externa móvel e corpo com aletas..................................... - 23 -
6.1.4 Protótipo III – Espiroqueta com espiras internas moveis e corpo com aleta ................................ - 24 -
7.2 Parte experimental............................................................................................................................ - 26 -
7.1 Informações sobre o fluido utilizado ................................................................................................ - 26 -
7.2 Medição da eficiência da cauda espiralada ...................................................................................... - 26 -
7.3 Medição da velocidade ao redor do corpo e medição da velocidade da espira. .............................. - 28 -
7.3.1 Arranjo dos instrumentos e do objeto a ser medido ..................................................................... - 28 -
7.3.2 Problemas ocorridos ...................................................................................................................... - 30 -
7.4. Medição utilizando a câmera ........................................................................................................... - 31 -
7.4.1 Dispositivo e funcionamento da medição ...................................................................................... - 31 -
7.4.1.1 Medição do deslocamento total do protótipo da espiroqueta .................................................. - 31 -
7.4.1.2 Medição da velocidade de rotação da espira e do corpo ........................................................... - 33 -
8. Resultados ........................................................................................................................................... - 34 -
8.1 Velocidade do protótipo I – Espiroqueta com corpo liso e espira externa móvel. ........................... - 34 -
8.2 Velocidade de rotação do corpo da espiroqueta com corpo liso e espira externa móvel. .............. - 35 -
8.3 Velocidade de rotação espira externa móvel do protótipo I ............................................................ - 36 -
8.4 Analise dos resultados....................................................................................................................... - 36 -
9. Conclusão ............................................................................................................................................ - 39 -
10. Referencias bibliográficas ................................................................................................................. - 40 -
Anexo A ................................................................................................................................................... - 42 -

vi
Resumo

Movido pela busca incessante do homem por uma melhor qualidade de vida e longevidade, a
nanotecnologia evolui cada vez mais no ramo da medicina. A busca de um dispositivo que possa
nadar pelo sangue levando remédios está cada vez mais próxima de se tornar realidade. E é
justamente nesse contexto que se consiste o objetivo desta monografia. O presente trabalho tem o
objetivo de começar a estudar o movimento da espiroqueta, um animal que possui nanômetros de
tamanho e é o mais eficiente nadador em líquidos viscosos conhecido na natureza. O trabalho
consiste em construir um protótipo mais simples da espiroqueta, fazer o mesmo se locomover em
um fluido com alta viscosidade e medir as velocidades ao redor do protótipo com a técnica de
velocimetria por imagem de partícula. Isso para começar a entender aos poucos o complexo e
formidável movimento deste ser.

Palavras-chave: Espiroqueta, movimento em baixo numero de Reynolds, Movimento em


líquidos viscosos.

vii
Agradecimentos

Por mais modismo que seja, não posso deixar de falar. Agradeço a ele que estava comigo
o tempo todo, que levantou, que trousse esperança e que acima de tudo se tornou um amigo, um
pai uma coisa maior que tudo. Obrigado meu DEUS por me ajudar.
Esta monografia não representa somente o que eu passei nesse ano, e sim tudo o que eu
vivi ao longo dos meus cinco anos no curso técnico de metrologia.
Primeiro agradeço a todos os meus professores, que com seus ensinamentos e “puxões de orelha”
me ajudaram a melhorar cada vez mais. Deixo aqui agradecimentos especais ao professor
Neivaldo, Valquimar , Raimundo Alves de Rezende e Ricardo. Esse ultimo foi o estopim para
que eu decidisse estudar física até o final da minha vida, e o agradeço muito por isso.
Agradeço aqui também ao curso técnico de metrologia, curso que eu aprendi a amar,
aprendi a me importar e que espero melhore a cada ano, dando mais oportunidade de entrar para
os que estão fora, e melhores cuidados aos que estão dentro. Deixo aqui meus agradecimentos a
todos da administração do curso.
Nenhuma pessoa consegue nada sozinho e antes de falar dos meus amigos de sala quero
agradecer a todos os outros, que me ajudaram varias e varias vezes em torno do curso. Ficam aqui
meus sinceros pedidos de obrigado a Agostino e a todos os outros funcionários da Biblioteca, e
da cantina.
Não posso esquecer-me das pessoas do meu laboratório todos tiveram papel fundamental
para essa realização. Obrigado Keila e Marillia por sempre me ajudarem quando eu precisei.
Obrigado Marcos (Marcão), Filipe e Maria Helena pelos conselhos. Obrigado também ao José
Zotin ,ao Fabio e ao Marcos Aquino por terem tanta paciência comigo me ensinado e me
ajudando com os meus estudos. A Aibe e Juliana por me falaram não cada vez mais me fazendo
melhorar sempre e sempre. Ao José Mauricio, Douglas Garcia e a Estela. Esses últimos foram os
que eu dividi maior parte do meu tempo de estágio e marcaram muito bem esse tempo com varias
horas de felicidades, algumas broncas, mas muito aprendizado. José Mauricio Gomes Gouveia,
seu o quanto você não gosta que divulguem seu nome, mas agradeço muito pela ajuda.Agradeço
aqui também ao Daniel.
Uma família não se caracteriza pelas pessoas que possuem algum parentesco e sim por
aqueles que estão sempre perto de você para ajudá-lo, para animá-lo e que às vezes precisa que
você faça o mesmo. Em suma uma família se define pelos laços de amizade e esses laços eu
encontrei em uma quantidade incontável na metrologia.
Essas pessoas eu vi crescendo e eles me viram crescendo. Estávamos juntos em todos os
momentos, nas situações tensas (que não foram poucas) e principalmente nas situações boas (que
em modéstia parte poucas pessoas terão tantas quanto nos tivemos). Devido a esses momentos
não vejo lógica nenhuma em chamá-los de amigos. Vocês serão sempre meus irmãos. Obrigado
Thais Adiala (a Irmã mais ciumenta da face da terra), Gian Barbosa, Jhoantan Lopô, Leonardo
Reis, Dayanne Caroline, Fillipe Maia, Igor monteiro, Hygor Iglesias, Bruno Gomes, Rebecca,
Thiago Silva, Bruna Thomaz,Thiago Henrique (Serta), José Ferreira, Guilherme Serafim e a
todos os outros.
Nenhuma família é fixa sempre podemos adicionar mais pessoas, e agradeço muito ao
Amsterdan Marques, Diego Sandora, Carolin Verdan, Lívia de Abreu, Alexia Couto, Anna
Dandara, Lucas Lima, Suellen, Luiz Pinto, Amanda Vasconcelos, Gabriella Pinheiro, Luan
Almeida, Rebecca Guilherme, Joel Silva, Jessica Romero, Celso Ricardo e a todos os outros.

viii
Dedicatória

Agradecer, não posso da lhes o luxo disto, eles merecem mais, muito mais. Por isso dedico esse
trabalho e todos os outros da minha vida a Minha mãe, Elisete Valani, Meu Pai, Marcio Alencar,
Meu irmão, Renan Valani.
Dedico também a minha namorada e principalmente melhor amiga Bianca Macedo Guimarães
que sempre me incentivou e acredita mais em mim que eu mesmo.
Mas dedico Principalmente esse trabalho aos meus avôs, João Valani e José Natividade e avós
Josefa Marques e Maria Batalha. Os senhores são à base da minha vida, AMO VOCÊS.

ix
1. Introdução

Com os avanços da nanotecnologia, já se ouve muito falar sobre a utilização da mesma na


medicina, para ser utilizada em micro-operações e desentupimentos de vasos. Movidos por este
interesse NIST (National Institute of Standards Technology) propôs um desafio: “Quem pode
criar o melhor “nanonadador”?”.
Muitos são os problemas de se criar um nadador. Um deles é que a locomoção de objetos
em um determinado fluido depende do tamanho do objeto. Para um ser humano a água é um
fluido pouco resistente a deformações já quando o objeto tem nanômetros de tamanho, essa
resistência aumenta e muito. O que muda totalmente o tipo de forma de natação.
A questão é que antes de começar a construir precisa-se pensar no que irá ser construído.
Neste ponto a ciência começa a olhar para a natureza procurando qual seria o melhor
“nanonadador” já existente (nada pode ser melhor do que algo que tenha 20 milhões de anos de
evolução). Nessa busca foi encontrada a espiroqueta, animal na natureza que possui a maior
eficiência em natação, em fluidos viscosos (o sangue é um fluido muito viscoso para seres deste
tamanho).
Estudos são desenvolvidos para entender o movimento desse ser que tem a aparência de
um saca rolha. O presente trabalho tem isso como visão. Podendo ser considerando como um
trabalho piloto para o entendimento do movimento deste ser.
Começar a entender o modelo mais simples para entender o complexo.

Figura 1 - Imagem do filme: “Fantastic Voyage”; “Em uma viagem submarina através do
corpo humano em direção ao cérebro para a realização de uma delicada operação. Para
combater os organismos sabotadores, a equipe é miniaturizada antes de iniciar esta
aventura fantástica”- Tirado de 7;

-1-
2. Objetivo

O presente trabalho tem por objetivo construir um protótipo de uma espiroqueta, e


analisar o seu movimento em líquidos com baixo numero de Reynolds. Essa analise do
movimento será feita a partir da medição da velocidade ao redor do mesmo, utilizando a técnica
de velocimetria por imagem de partícula.
Sendo esse resultado o começo do entendimento do movimento da espiroqueta, que é o
mais eficiente nadador mais eficiente em liquido viscoso.

Figura 2 – Espirocheta Coli, um tipo de bactéria que se locomove em fluidos com baixo
número de Reynolds - Tirada de 7

-2-
3.Conceitos teóricos

Antes do entendimento do movimento propriamente dito é necessário entender alguns


conceitos e diferenças de ser trabalhar com fluidos.
Quando analisamos um sólido em movimento ou mesmo parado, geralmente o que nos
interessa são os fenômenos por ele realizados, sem ser necessário saber o que está acontecendo
no interior do sólido, sem precisar saber se realmente ele é feito somente daquele material ou
mesmo saber se o fenômeno está ocorrendo igualmente em todo o sólido.
Essas são algumas da muitas diferenças e das dificuldades de se trabalhar com objetos
líquidos. Em relação aos sólidos, os objetos no estado liquido ou gasoso possuem uma quantidade
gigantesca de características que influenciam nos fenômenos que estão ocorrendo. Características
estas que têm efeito tanto externamente quanto internamente no fluido. As mesmas serão
abordadas aqui.

3.1 Número de Reynolds

Osborne Reynolds em seus estudos descobriu uma das mais importantes relações em
mecânica de fluidos. A mesma é dada pela seguinte equação:

[1]

Re = Número de Reynolds [adimensional]

𝜌 = Massa especifica do fluido [kg/m³]

η = Viscosidade dinâmica [N.s/m²]

L = Comprimento equivalente [m]

V= Velocidade equivalente [m/s]

𝜐 = Viscosidade cinemática [m²/s]

Equação 1 – Equação para o cálculo do numero de Reynolds, valor adimensional que


caracteriza a relação entre as forças viscosas e as inerciais em um fluido.
Como se pode ver, a equação [1] caracteriza o regime de escoamento de um fluido
baseando-se na relação entre as forças viscosas e inerciais.

-3-
A figura 3 ilustra o experimento de Osborne Reynolds, no qual ele demonstrou os
tipos de escoamento. A experiência consiste basicamente em um tubo de vidro, com uma seringa
que injeta corante no interior do tubo e uma válvula para controle da vazão da água dentro do
tubo de vidro.

Figura 3 – Ilustra o experimento de Osborne Reynolds - Tirado de [5]

No inicio, quando a vazão está baixa observa-se um filete de corante paralelo às


paredes do tubo (o que caracteriza um escoamento laminar). Conforme a vazão vai aumentando,
há também o aumento de vibrações no fluido, que causa oscilações no filete, o corante fica
totalmente misturado na água (neste momento o regime de escoamento se encontra turbulento).
Em 3.2, uma explicação mais detalhada desses regimes e acontecimentos.

3.1.4 Massa especifica

É a relação entre a massa de uma determinada substância e o volume ocupado por ela.
A massa específica é expressa pela equação abaixo, que a define como a razão entre a massa de
um objeto e seu volume (no S.I.: quilograma por metro cúbico – kg/m³):

[2]

3.1.5 Viscosidade
Diferente dos sólidos, em relação ao movimento, existe nos líquido a ação de forças
dissipativas geradas pelo atrito interno entre as moléculas. Essa força é característica de cada
fluido, uma propriedade do mesmo e é denominada viscosidade.
A viscosidade é, em suma, uma propriedade do fluido que caracteriza o atrito interno, e é
expresso pelo coeficiente de viscosidade η (dado no S.I. em N.s/m²).

-4-
A força viscosidade foi estudada e sua fórmula foi enunciada por Newton.
“A tensão de cisalhamento é diretamente proporcional à variação da velocidade ao longo da
direção normal às placas”

Figura 4 – Exemplificação do conceito de viscosidade – tirada de 1

[3]
Sendo η o coeficiente de viscosidade dinâmica. A, a área da placa que se move no fluido e
X a direção perpendicular a V (vetor que indica a velocidade da placa) e perpendicular a A.
Existe outro tipo de viscosidade, a chamada viscosidade cinemática (ν), que é o resultado da
razão entre a viscosidade dinâmica (η) e a massa especifica do fluido(ρ).

[4]

3.1.3 Velocidade equivalente


Todo fluido possui viscosidade e a mesma faz com que o fluido de uma forma geral
tenha determinados perfis de velocidade. Essa geração de perfis de velocidade implica que em
cada parte ortogonal do fluido será encontrada uma velocidade diferente. Por esse motivo quando
se calcula a velocidade de um fluido, é utilizada a velocidade equivalente que consiste em uma
razão entre a vazão volumétrica e a área transversal do fluido que está escoando.

[5]

A vazão volumétrica é definida, como sendo o volume de um fluido que escoa através de uma
seção qualquer, em um determinado intervalo de tempo.

-5-
3.1.2 Comprimento equivalente

Como foi dito, em 3.1, o número de Reynolds depende das constantes associadas ao
fluido, que são: a viscosidade, a massa especifica, a velocidade equivalente e o comprimento
equivalente.
Em relação ao comprimento, no caso mais simples possível (água escoando em um
tubo), ocorre que o mesmo escoamento terá vários tipos de comprimento dependendo do tubo. O
comprimento que se leva em conta em um tubo quadrado é diferente do que se leva em conta em
um tubo circular. E a esse comprimento se dá nome de comprimento equivalente, que é dado por:

Deq = 4RH [6]

Onde RH è chamado de raio hidráulico, que por sua vez é dado por:

RH= [7]

Perímetro molhado é definido como á região onde o fluido escoa. Por exemplo, no caso de um
tubo circular, onde um fluido escoa em todo o seu interior, o perímetro molhado será 2πR (
perímetro interno do tubo). Já se o escoamento só ocorrer na metade do tubo, o perímetro
molhado será somente πR (metade do perímetro interno do fluido)

3.2 Tipos de escoamento

3.2.1 Escoamento compressível e não compressível


Todos os fluidos são compressíveis, a questão é que na maioria dos casos essa
compressão é tão pouca que não se leva em conta. Portanto pode se classificar os escoamentos
em dois tipos: os que a compressibilidade é levada em conta (exemplo o escoamento de alguns
gases e do petróleo) e os que a compreensibilidade não é levada em conta (como por exemplo, a
água, que na maioria das vezes sua compreensibilidade é descartada).
Para fins deste trabalho a compressibilidade não será levada em conta.

3.2.2 Regimes de escoamento

3.2.2.1 Regime laminar


Chama-se laminar porque não há nenhum ou poucos tipos de agitações transversais,
em outras palavras o fluido se comporta como varias laminas bem finas andando juntas (elas tem
velocidade diferentes porem andam como se estivessem coladas). Neste regime não há troca

-6-
macroscópica de partículas, caracteriza-se pela prevalência das forças viscosas em relação às
forças inerciais e possui um número de Reynolds de até 2300.

Figura 5 – Exemplificação de um escoamento em regime laminar – tirado de 6

3.2.2.2 Regime Turbulento

O escoamento turbulento se caracteriza pela supremacia das forças inerciais sobre as


forças viscosas. Quanto mais alto o número de Reynolds, mais as forças inerciais se tornarão
relevantes sobre as viscosas, quando esse número chegar a 3000 o fluido já é considerado em
regime é totalmente turbulento. Essa configuração de escoamento é a mais abundante na natureza
e a mais difícil de calcular a vazão. Isso ocorre porque a quantidade de fluido muda no decorrer
do caminho. Essa mudança ocorre principalmente devido a formação de vórtices (ver figura 6)
causados pelas fortes vibrações do liquido. Neste regime não há mais a presença de laminas de
escoamento.

Figura 6 – Exemplificação de um escoamento em regime turbulento – tirado de 6

3.2.2.3 Regime de Transição


Existe muita dificuldade para se determinar quando acaba o fluxo laminar e começa o
fluxo turbulento, vários estudos são feitos, mas ainda não se possui uma definição exata. Desta
forma, existe uma faixa que vai de 2301 até 2999 do número de Reynolds na qual temos
oscilações transversais e trocas macroscópicas, mas estas não são tão acentuadas quanto as do
regime turbulento.

-7-
Na maioria das situações, onde o regime encontrado é o de transição, opta-se por
mudar o tipo de regime. Adicionando mais velocidade para passar para o turbulento ou menos
para voltar ao laminar.

Figura 7 – Exemplificação de um escoamento em regime de transição – tirado de 6


Neste presente trabalho o regime de escoamento estudado será somente o laminar.

4. Movimento de corpos em regime de baixo Reynolds


Na figura 8 é observada a imagem de um jato do mesmo líquido caindo em três tipos de
fluidos, um mais viscoso que o outro.
Conforme o fluido vai ficando mais denso (da esquerda para a direita) a mobilidade nele
vai se tornando menor, e quanto menor a mobilidade menor ainda são as ações das forças
inerciais sobre as viscosas. Esse fator é o que torna um tanto quanto difícil se trabalhar com
movimentos em baixo número de Reynolds. Desde os tempos escolares, se é treinado para
trabalhar em um mundo em que a segunda Lei de Newton prevalece, porém neste trabalho esse
mundo é outro.
Um lugar onde é praticamente uma lenda distante e nas palavras de A. J.
Purcell, “você pode saber que o produto entre a massa e aceleração gera uma força, mas as
criaturas que vivem nessas condições não sabem disso. Para elas isso não faz a menor diferença”.

Figura 8 –Movimento de um fluido em outros fluidos de diferentes viscosidades– tirado de


15

-8-
4.1 Movimento em baixo Reynolds

Quando se chuta uma bola de futebol, considerando que a resistência do ar é


desprezível e a aceleração gravitacional é constante, o movimento descrito pela bola é uma
parábola. Isso acontece porque os efeitos da viscosidade do ar são nulos (o arrasto é nulo, porque
a viscosidade também é nula). Se o efeito da viscosidade for aumentado para cada chute, a bola
cairá cada vez mais perto da pessoa que chutou. Fica fácil perceber que a aceleração começa a ter
menos influência na distancia, em outras palavras, por mais forte que se chutar chegará uma hora
que ela não irá se mover. Isso é uma explicação do que acontece quando as forças inerciais são
menos relevantes que as viscosas.
E essa é a grande diferença do escoamento em baixo número de Reynolds. Uma hora
a viscosidade estará tão intensa, que por mais força que se faça o objeto quase não irá se mover.
Um experimento para observar esse fenômeno é pegar um objeto qualquer e colocá-lo em um
recipiente com água e depois colocar este mesmo objeto em um recipiente com mel e verificar o
seu tempo de queda.

4.1.1 Efeito das forças viscosas sobre as inerciais

De acordo com a primeira lei de Newton, um corpo, livre da ação de forças, pode estar
com velocidade constante ou parado. Isso implica que se um corpo estiver parado livre da ação de
forças e for aplicada uma força no mesmo, ele entrará em movimento. Por exemplo, um bloco
deslizando livre da ação de forças sobre um plano sem atrito. Independente da força feita (mais
ou menos) ele será sempre acelerado, se a força for aplicada no mesmo ponto e na mesma
direção.
Utilizando uma situação parecida, um bloco esta no fundo de um tanque cheio de um
liquido bastante viscoso (o tanque tem comprimento infinito e possui paredes sem atrito). No
momento que se aplicar a força, o bloco entrará em movimento, porem como as forças viscosas
são maiores que as inerciais, esse corpo se moverá muito pouco. Para que ele possa ter uma
velocidade é preciso que esta força seja constante.
Isso explica muito bem uma característica do movimento em baixo numero de Reynolds.
Para haver uma variação de velocidade precisa que haja uma força sempre sendo aplicada no
corpo e que a mesma varie, caso ao contrário o movimento terá velocidade constante.

4.1.2 Teorema da concha

Se um atleta estivesse no fundo de uma piscina de piche faltando somente 3 cm para


chegar a superfície, como ele deveria nadar para se salvar? Se a sua resposta foi um nado baseado
em algum nado que se faz em uma piscina de academia, infelizmente ele estará morto. A questão
é que os navios e a maioria dos objetos vistos na superfície tende a fazer movimentos cíclicos
para nos mover. Como já citado, o movimento realizado depende somente do que foi feito

-9-
naquele momento. Se ele nadasse “estilo livre”, por exemplo, quando movesse o braço para
frente iria se mover para frente, porém quando esse braço voltar o atleta retornaria ao mesmo
lugar.
Ou seja, não importa quantas vezes o atleta mova o braço e se ele for muito rápido
(não o suficiente para sair do regime de escoamento), o movimento sempre será o mesmo, ele
sempre irá para frente e depois voltará para o lugar de inicio. E isso gera um paradoxo que
Purcell chamou de: paradoxo da concha ou Paradoxo da Videira.

Figura 9– Imagem de uma Concha - tirado de 17

Uma concha se move da seguinte forma, ela se abre lentamente deixando o máximo
de água entrar e depois fecha rapidamente expelindo essa água e se movendo. Como comentado
acima, tudo em baixo Reynolds é mutuo. As medidas serão aproximadas tomado as medidas da
abertura da concha como retas. Assim fica fácil perceber que a área no interior da concha é dada
por:

L= . [9]

corresponde a área de um semicírculo de ângulo variando de “θfinal” á “θinicial”

Para um melhor entendimento, o movimento será dividido em duas partes. A primeira


(1°), abertura da concha e a segunda (2°), fechamento da concha.

1°Parte

[10]

Nesta equação todas as incógnitas são constantes da concha analisada, exceto os ângulos
de abertura. O que implica que quando o ângulo inicial for menor que o final a velocidade será
positiva.

[11]

- 10 -
2° Parte
Temos a mesma situação no segundo caso, porém a variação do ângulo de abertura é
negativa. O que faz com que o resultado da velocidade fique com mesmo módulo, porém em
sentido contrário.

[12]

Ou seja, a concha não se moveu. O fato é que para nadar é preciso fazer movimentos com
pelo menos 2 graus de liberdade, se isso não acontecer, não importa a força, não importa a
velocidade o objeto não irá sair do lugar.

5 Dispositivos de medição

5.1 VIP – Velocimetria por imagem de partícula

5.1.1 Principio de Funcionamento

A velocimetria por imagem de partícula é um método de medição indireto e não


intrusivo (dependendo das condições da partícula) que possui um mecanismo simples para medir
a grandeza velocidade de escoamento. Mecanismo esse que se caracteriza por medir o
deslocamento de partículas colocadas no fluido, assumindo que estas partículas tenham no local
de medição a mesma velocidade do fluido.
A velocidade é medida a partir de uma câmera que tira fotos do escoamento e de um
laser que faz com que as partículas se sobressaíam em relação ao liquido. Com um tempo de
disparo bem definido é possível quantificar o deslocamento desta partícula através da variação da
posição da partícula de uma foto para a outra (método da correlação cruzada) ou da variação da
posição da partícula na mesma foto (método da auto correlação, que usa uma foto com um tempo
maior de exposição).

Com o método de velocimetria por imagem de partícula (VIP ou, em inglês, PIV) é
possível conseguir ótimos resultados das velocidades no campo de escoamento. Devido a esses
resultados e a sua capacidade de medir em campo (entenda campo como área no espaço), o VIP
(de acordo com 11) vem se consolidando cada vez mais no mundo cientifico.

- 11 -
Figura 10 – Figura esquemática do funcionamento do VIP– tirado de [12]

Com tudo a VIP ainda possui fatores que precisam de evolução. Se analisarmos, por
exemplo, a taxa de aquisição deste método, percebemos que encontramos um valor muito baixo
(da ordem de 15 Hz) quando comparado com outros dispositivos que medem escoamento, pois
com facilidade chegam a taxas da ordem de kHz.
Outro problema com a VIP é em relação ao valor de aquisição, pois além deste
equipamento ser considerado de custo elevado, é necessário que se tenham trabalhando em
conjunto outros equipamentos auxiliares como, por exemplo, os dispositivos de segurança como
o no-break além de lasers, câmeras e computador.

5.1. 2 Componentes
5.1.2.1 Lasers

O laser é uma das principais partes da VIP. Devido não realização de medições com o
campo do laser ligado constantemente, só se emite o campo no momento em que as câmeras irão
tirar a foto. O que é muito mais vantajoso, já que a CCD (Charge-coupled device – Dispositivo de
carga acoplada) captura imagens em tempo reduzidas o laser sendo constante, poderia ser mais
uma fonte de incerteza. Outra implicação do fato da CCD adquirir imagens em uma faixa de
tempo reduzida é que a mesma remete a utilização de lasers de Nd:YAG (neodymium-doped
yttrium aluminium garnet; Nd:Y3Al5O12). O laser Nd:YAG é um cristal, responsável por
armazenar a energia da lâmpada, produzindo assim um feixe de luz. O sistema Q-switch é
responsável por abrir e fechar a cavidade onde se encontra o cristal Nd:YAG, permitindo o
armazenamento da energia entre um disparo e outro. O Q-switch é ligado juntamente com a
câmera a um sincronizador.
O laser possui duas cavidades emissoras permitindo que o tempo de disparo entre os
feixes seja mais facilmente ajustado. Na figura 11, pode ser observado o desenho esquemático do
funcionamento do laser.

- 12 -
Figura 11 – Exemplificação do funcionamento do laser do sistema PIV – tirado de 12

A luz proveniente das duas cavidades do laser é direcionada por espelhos para o
Beam combiner, o que garante que eles sejam emitidos no mesmo plano do espaço. Um
empecilho dos lasers tipo Nd:YAG é que a sua emissão de luz ocorre na faixa do infravermelho
(com 1064 nm), o que dificulta as medições. Isso ocorre devido ao fato de que as câmeras têm
melhor resposta na faixa que vai do azul ao verde (440 nm á 565 nm). Para isso o sistema conta
com o Harmonic generator, dispositivo que duplica a frequência do laser reduzindo o
comprimento de onda pela metade, colocando-o na faixa da luz verde. Contudo o Harmonic
generator não é totalmente eficiente, tornando necessária a utilização do Harmonic separator –
dispositivo para retirar a luz infravermelha ainda existente, desviando – a para o IR-Dump.

5.1.2.2 Câmeras CCD

A invenção do CCD (charge-coupled device) representou uma imensa revolução


cientifica, pois permitiu inúmeros avanços nas mais variadas áreas, desda caracterização de
escoamentos até imagens espaciais.
O dispositivo de carga acoplada é responsável por converter luz em carga elétrica. O
funcionamento dele se baseia no fato de que o CCD é construído sobre um material semi-
condutor com uma metal condutor em sua superfície, uma camada de material isolante, uma
camada-n (anodo) e uma camada-p (catodo) abaixo. (vide figura 12). Quando uma determinada
tensão elétrica é aplicada entre o metal condutor e a camada-p gera-se um campo elétrico no
semicondutor. Outro campo elétrico é formado no centro do pixel, fenômeno chamado de poço
potencial.
No momento que um fóton de comprimento de onda adequado entra na junção p-n do
semicondutor, um par de elétrons é gerado, a esse efeito fenômeno dá-se o nome de “efeito
fotoelétrico”.
O par de elétrons gerado será absorvido pela camada –p, com isso o elétron gerado
migra em direção ao poço potencial onde é armazenado (a capacidade de armazenamento varia
de 10.000 á 100.000 elétrons, após esse valor o excedente migra para os pixels vizinhos deixando
a imagem com certa florescência).

- 13 -
Figura 12 – Modelo simplificado de um pixel – tirado de 13

A quantidade de luz que incidente nas câmeras não deve ser muito alta, pois o CCD é
extremamente sensível à luz, e uma quantidade excessiva desta pode queimar os pixels. As
técnicas de VIP’s mais modernas, como a utilizada aqui, já possuem mecanismos que impedem a
ocorrência deste fenômeno.

5.1.2.3 Profundidade do campo ou Laser

Pode-se definir profundidade como sendo “a distância em que dois objetos de


interesse podem estar afastados e, ainda assim, formarem imagens adequadamente focadas
(imagens aceitáveis)” [tirado de 19]. Como a VIP mede a velocidade com base nas informações
retiradas das fotografias, é importantíssimo que estas estejam bem focadas. Alem disto é
fundamental que o campo onde o laser irá incidir coincida com o ponto focado pela câmera, e
com o ponto que se deseja medir.
Pelo citado acima é importante fazer com que toda imagem fique focada, porém o
fato da imagem estar bem focada se baseia em uma referencia experimentalista. Utilizando uma
versão computacional, a profundidade de campo será definida como o valor limite para o desvio
da imagem. No caso das câmeras CCD esse limite é feito em relação ao tamanho do pixel, sendo
assim, a equação para se encontrar os termos corretos para o ajuste de focos da câmera é:

[13]

- 14 -
Como pode ser observada, a profundidade de campo é inversamente proporcional à
abertura da lente e proporcional ao número-f da lente.

5.1.2.3 Sincronizador

Como a foi visto a VIP é uma técnica composta de varias partes. Cabe ao
sincronizador coordenar o tempo de cada tarefa e quando ela deve acontecer. Ele é parte
integrada do computador que é ligado simultaneamente a todas as outras partes da VIP, fazendo
com que as mesmas funcionem no tempo correto.

5.1.2.4 Tratamento dos cálculos

Como já dito anteriormente, após a fotografia das imagens acontece o processamento das
mesmas, ou seja, a obtenção do deslocamento das partículas baseado no deslocamento da
partícula de uma imagem para outra.
Considerando somente a medição em 2D, as imagens obtidas são divididas em pequenos
pedaços chamados de “janelas de interrogação”. As janelas de interrogação podem possuir vários
tamanhos esse tamanho é referente a quantidade de pixels que cada uma possui (dependendo das
dimensões partículas utilizadas e da quantidade de partículas utilizadas). Sendo assim podem ser
lidas como uma mapa de intensidade, correspondendo cada pixel a uma posição x e y na janela e
um valor numérico correspondente a intensidade luminosa por ele representada na imagem, sendo
este sendo 0 para a ausência ou1 para o branco (correspondente a saturação de luz nessa posição,
as imagens são consideras em uma escala de cinza).
Com os mapas de intensidades das duas imagens, tenta-se compará-las para encontrar os
incrementos dx e dy, a variação do deslocamento das partículas de uma imagem para outra.Essa
comparação como já fui dita anteriormente pode acontecer de varias maneiras as principais são a
correlação cruzada e a auto correção.
Independente da maneira os resultados são obtidos sobrepondo os campos de intensidade
de uma imagem em outra, para todos os tipos de deslocamento possíveis. Isso será capaz de
fornecer um valor de deslocamento para qual foi atingindo o maior grau de sobreposição, este
correspondendo ao deslocamento médio da janela de interrogação considerada.
Possuindo as variações das distancias e com o conhecimento do tempo de disparo do
laser, se determina a velocidade.

5.1.2.5 Ajuste em 2D

O ajuste do sistema de velocidade por imagem de partícula é muito simples no caso


de aquisição de imagens 2D (bidimensionais - quando se tem a utilização de uma única câmera),

- 15 -
se comparado a outros dispositivos. Necessita-se somente para o mesmo um objeto no qual se
saiba as dimensões, como por exemplo um esquadro.
Para o ajuste basta inserir objeto no espaço de medição de tal forma o mesmo fique
alinhado com a câmera (o objeto tem que estar no foco da câmera) e sobreposto ao plano do laser.
Obtendo a imagem apos disso.
Com um programa de auxílio do próprio VIP, são marcados dois pontos no objeto, a
distancia entre as marcações deve ser conhecida. Feito isso, o programa irá relacionar o número
de pixels existentes entre os dois pontos com a distância física real obtida pela distancia dos dois
pontos marcados no objeto.

6. Protótipos da espiroqueta

Nesta seção será descrita como se construiu o protótipo com corpo liso e espira
externa móvel e também como pretende que ocorra o movimento deste.
Sendo uma experiência diversos fatores podem contribuir para que o mesmo ocorra
diferente no que está descrito em 4.1. Os acontecimentos em geral serão analisados na conclusão.
Em 6.1.4 e 6.1.6, este descrito dois outros possíveis modelos e o funcionamento
respectivos. Devido à falta de tempo e outras problemáticas não houve a construção dos mesmos.
Fica aqui como uma oportunidade para futuros trabalhos.

6.1 Protótipo I – Espiroqueta com corpo liso e espira externa móvel

Figura 13- Desenho aproximado da espiroqueta, o mesmo tem objetivo simplesmente de dar
uma idéia de como deverá ser a espiroqueta.

6.1.1 Explicação do movimento

O primeiro protótipo (que pode ser visto na figura 13) é o mais simples, porem de
suma importância. Isso porque, por ser o primeiro ele será responsável por dar informações do
comportamento do liquido quando algo tiver em movimento no mesmo, também melhor modo de
se efetuar as medições, entre outras informações que só podem ser obtidas a partir do momento
que se realiza o experimento.
Esse modelo possui basicamente uma espira, situado na região externa do corpo,
diretamente em contado com o fluido. A mesma estará conectada a um motor elétrico dentro do
corpo. A tensão será gerada por quatro pilhas.
O movimento esperado é que quando ligarmos o motor, irá se observar torques da
espira no fluido, outra abordagem, conforme a espira girar o seu entorno empurrará o fluido a sua
volta e pela terceira lei de Newton (ação e reação) a mesma será empurrada.

- 16 -
No ambiente onde está sendo realizado o experimento o regime de escoamento
pretendido é o laminar por consequência, se espera que às forças viscosas se sobreponham sobre
as inerciais fazendo o movimento se tornar sempre uniforme, sem aceleração na direção do
deslocamento da espiroqueta.
Outro fenômeno que irá acontecer, é que como irá ser gerado torques no motor o
corpo do protótipo irá girar para contrabalancear.
Com o VIP irá se medir não somente a velocidade do fluido em volta, mas também a
da espira propriamente dita.

6.1.2 Construção do protótipo I

A construção do primeiro modelo foi pensada da maneira mais simples possível tanto
para a montagem das peças tanto quanto para a desmontagem das mesmas. Todas as peças estão
indicadas na figura 14.

Figura 14– Desenho esquemático do modelo de espiroqueta com corpo liso e espira externa
móvel simplificado -A figura acima tenta demonstrar uma visão do protótipo, não
especificamente como ele será montado, mas sim o arranjo e a disposição das peças.

6.1.2.1 Partes e construção


6.1.2.1.1Corpo

O corpo da espiroqueta pode ser visualizado na figura 15. Trata-se de um tubo de PVC de
comprimento de 196.05 mm e diâmetro interno de 27.5 mm pintado de preto fosco para evitar
reflexões. Dentro dele será colocado o sistema do motor e as pilhas.

- 17 -
Figura 15– Foto do corpo da espiroqueta.

6.1.2.1.2 Sistema do motor

O sistema do motor é o conjunto eixo, motor e barco. O mesmo foi feito para que os três
ficassem juntos a todo o momento facilitando a desmontagem e diminuindo as vibrações.

 Barco
Na figura 16, pode se visto o barco do motor já com os componentes no seu interior e com o
papel emborrachado colocado.
A função do barco é manter todas as peças juntas e paradas dentro do corpo, visto que se o
mesmo não existisse o motor ficaria solto e vibrando. O que alem de tornar o alinhamento com a cauda
praticamente impossível, o torque que o motor gera na cauda, iria girar o próprio motor em vez da cauda.
Manter o motor fixo facilita a ligação elétrica.
O barco foi feito com um elétroduto de PVC de 168.5 cm de comprimento e 18.75 mm de
diâmetro. Há uma diferença de 2.5 mm entre o diâmetro externo do barco e o diâmetro interno do corpo.
Para remover essa diferença de espaço e também diminuir as vibrações do motor no corpo, foi colado
papel emborrachado na carcaça do barco. O mesmo se mostrou muito eficiente nisto, alem de impedir o
barco de girar pelo atrito feito contra a parede. Foi utilizado fita isolante ao redor do barco para pressionar
as o motor dentro do tubo, mantendo o motor fixo.

Figura 16 – Foto do barco do motor já com o emborrachado em volta.

- 18 -
 Motor

O motor possui comprimento de 32 mm e largura de 20 mm, ele tem um torque de 0.036 N.m
e com 1.5 volts de ddp tem uma freqüência de rotação de cerca de 10 rotações por segundo. Sua corrente
de entrada é 0.035 A.h. Peso de 16 gramas. O mesmo foi alimentado com uma diferença de potencial de
5.5 volts.

Figura 17– Foto do motor utilizado, as dimensões do motor estão indicadas na mesma.

 Eixo
A união espira motor foi feito com o eixo que pode ser visualizado na figura 18. Para evitar
problemas de excentricidade a união foi feita de um material bem flexível, mas que tem uma boa
resistência à torção. Nas pontas foram colocados fixadores para melhorar ainda mais as conexões. O eixo
mede cerca de 32 mm e o seu diâmetro interno é o mesmo que o diâmetro da espira.
O material flexível utilizado foi capa de fio elétrico residencial.

Figura 18– Foto eixo, pode se observar os fixadores nas pontas que funcionam com base na
pressão.

6.1.2.1.3 Sistema de vedação

Como qualquer equipamento que precisa funcionar em meio liquido, uma


característica crítica é a vedação. No caso deste presente trabalho o liquido utilizado foi a
glicerina, um fluido bem mais viscoso que a água. O que facilita o nível de vedação.
O sistema de vedação do modelo foi feito a base de pressão. No caso deste protótipo a
vedação se situa nas partes indicadas na figura 19.
A vedação foi feita desbastando um bujão de plástico de uma polegada (o diâmetro
externo media cerca de 32.5 mm) até que o mesmo ficasse com um diâmetro externo bem
próximo do diâmetro interno do corpo. Para uma melhor vedação foi colocado fita teflon ao
redor do bujão.

- 19 -
Figura 19– Carcaça do protótipo de corpo liso e espira externa móvel com os elementos de
vedação indicados. Imagem feita antes da pintura e colocação do Epox para melhorar a
hidrodinâmica.

6.1.2.1.4 Cauda espiralada e Construção

Não foi encontrado no mercado espiras que atendessem as de exigência quanto a


resistência e dimensões exigidas para esse trabalho. Por conseqüência a espira foi construída
também.
Existem vários modos de se construir uma espira, uma maneira bem rústica, simples e
fácil e que gerou um bom resultado foi enrolar um fio rígido (no caso foi utilizado um fio de
alumínio) ao redor de um cilindro (nesta no caso um tubo de PVC). Sendo rígido, o fio tende a
não voltar para a posição inicial.

Figura 20– foto da construção da espira. Mostra o fio de alumínio rígido já enrolado em um
tubo de uma ¾ de polegada (diâmetro externo de 26,3 mm ).

O tubo primeiramente foi cortado para permitir a construção e retirada da cauda, na


sua ponta foi colocado Epox para fixar o fio de alumino quando o mesmo estiver sendo enrolado.
No Epox foi feito um furo bem no centro, de maneira que quando o molde for destruído para se
retirar a calda espiralada o eixo da mesma ficasse no centro. Na figura 21 pode ser visto o

- 20 -
resultado do processo, a espira colocada no protótipo foi à mesma porem foi cortada para
melhorar sua eficiência (ver 7.2) e pintada de preto para não interferir nas medições com o VIP.

Figura 21 – Foto da construção da espira, mostra o fio de alumínio rígido já na forma de


uma espira, foto tirada logo após a retirada da espira do molde.

6.1.2.1.5 Bujão inferior, bujão superior e pilhas

Alem da problemática quanto a vedação já especificada em [6.1.2.1.3], cada bujão


possui uma característica especifica. Visto suas funções. Segue a descrição dos mesmos.

 Bujão inferior

O bujão inferior tem o fator especial, o eixo deve passar pelo seu inteiro. O que
aumenta substancialmente problema de vedação. Para evitar vazamentos na sua ponta (indicado
como “A” na figura 22) foi colocado serva de 7 mm de cola de silicone. Após foi colocado 13
mm de Epox (essa distancia corresponde a “B” na figura 22) para dar sustentabilidade na para o
eixo da cauda. No centro foi feito um furo de 2.5 mm, como o eixo da cauda mede 2.3 mm o
espaço excedente foi preenchido com vaselina que alem de lubrificar ajudou na vedação.

Figura 22 – Foto do bujão inferior, contendo indicações. A foto foi tirada antes de pintar
propositalmente para facilitar o entendimento.

- 21 -
 Bujão superior

No bujão inferior foi colocado o interruptor, que liga e desliga a espiroqueta. Para
vedar a abertura feita pela colocação do botão foi colocado 2.5 mm de Epox.

Figura 23 – Foto do bujão superior com o interruptor mostra o interruptor.

 Pilhas

Foram utilizadas quatro pilhas para alimentar o motor deste protótipo. A diferença de
potencial delas varia entorno de 1.38v á 1.5v. Elas foram soldadas em paralelo e depois apertadas
com fita isolante a fim de dar maior resistência às mesmas.

6.1.2.1. 6 Encaixe das peças

A montagem do protótipo pode ser dividida em duas partes:

 Montagem do sistema do motor, bujão inferior e cauda.

Figura 24 – Foto do sistema do motor já com o eixo acoplado na cauda e a mesma passando
por dentro do bujão inferior.

- 22 -
Como pode ser observada na figura 24 a montagem. Nesta parte a vaselina já foi
colocada e a cauda também já foi cortada.
O eixo fica totalmente dentro do barco, isso foi pensado para que o sistema do
motor se mova o menos possível na montagem. A força para encaixar essa parte no corpo é feita
somente no bujão.

 Montagem pilha e bujão superior.

Um dos fios da bateria foi conectado a o botão e o outro será ligado ao motor. No
botão também sai um fio que será ligado no motor fechando o sistema. A ligação foi feita com a
ajuda de uma barra sindal. Após isto todos os dispositivos foram colocados dentro do corpo.
Segue na imagem 25 a foto do protótipo já montado.

Figura 25 – Foto do protótipo de corpo liso e espira externa móvel já montado pronto para
ser utilizado.

6.1.3Protótipo II – Espiroqueta com expira externa móvel e corpo com aletas

O segundo dispositivo é uma modificação mais eficiente do primeiro. O que acontece


é que no momento que o motor faz a espira girar, o corpo também gira (contrabalanceando). A
conseqüência disto, é que parte da força feita pelo motor para realizar o movimento é gasta
também para fazer o corpo girar. No protótipo I como o corpo é liso esta energia é perdida.
No segundo dispositivo essa energia não se perde tanto. Acontece que, a partir do
momento que se coloca uma aleta ao redor do corpo, o movimento do próprio corpo também gera
impulso para que a espiroqueta se movimente. Fazendo que o mesmo ganhe mais velocidade e
mais eficiência.

- 23 -
Figura 26– Desenho do segundo modelo da espiroqueta, espiroqueta com expira externa e
aletas

6.1.4 Protótipo III – Espiroqueta com espiras internas moveis e corpo com
aleta

Pode-se dividir o movimento do Terceiro protótipo em dois o primeiro o que


acontece internamente no “motor” (entende-se aqui que motor é o dispositivo que irá fazer o
protótipo ganhar impulso para se movimentar) e o segundo é o movimento da expira externa, que
será idêntico a do protótipo I (a única diferença é que neste caso a espira está presa e o corpo irá
rodar).
O sistema de impulsão, como pode ser visto na figura 27 é um tanto mais complexo que o
ultimo. Neste temos dois motores, idênticos e alimentados com a mesma diferença de potencial,
cada um dos motores possuem uma espira acoplada ao seu eixo. O “motor 1” tem uma expira de
raio D já o “motor 2” Possui uma expira com passo, e largura iguais a do “motor 1” a única
diferença é o raio da expira que é menor medindo d. A expira do “motor 2” fica dentro da expira
do motor 1. Indicado no desenho esquemático pode se observar que há paredes de separação, elas
existem porque as expiras estão imersas em um fluido viscoso (glicerina), e os motores não
podem ficar em contato com ele.
E isso é extremamente necessário para que o movimento ocorra. O que acontece é que a
partir do momento que se liga os motores as expiras começam a se movimentar no liquido
viscoso, girando na mesma direção. A ”espira 1” empurra o liquido na direção do “motor 2”
fazendo também este liquido se chocar com a parede do dispositivo. Por outro lado a “expira 2”
empurra o liquido na direção do “motor 1” e fazendo o liquido do centro ir em direção a “espira
2”. Gerando neste momento um torque ocasionado pela força de cisalhamento que o fluido
proveniente de uma espira faz na outra. Para compensar esse torque o corpo do protótipo gira
fazendo girar também a espira externa. O movimento ocorre depois disto.

- 24 -
Figura 27–Desenho do terceiro modelo de espiroqueta, espiroqueta com espiras internas e
corpo com aleta.

- 25 -
7.2 Parte experimental

7.1 Informações sobre o fluido utilizado

O fluido utilizado neste trabalho foi a glicerina. Sua forma primordial é o glicerol ou
propano-1,2,3-triol. È um composto orgânico cuja à função e o álcool. O produto comercial que é
a glicerina tem cerca de 95% de pureza.
O glicerol é transparente, o que permite a utilização do VIP para realizar as medições
e também bastante viscoso com cerca de 1.5 Pa s-1, a vinte graus Celsius. Sua massa especifica é
igual á 1.26 g/cm³.
Um problema grave da glicerina é que a mesma é extremamente higroscópica. Por
mais que essa característica afete a massa especifica a principio, não se encontrou na literatura
informações sobre a variação da viscosidade em função disto.
Foram tomados todos os cuidados para tentar utilizar à menor quantidade de tempo
possível a glicerina em contato com o ambiente. Alem dos cuidados com a vedação dos
recipientes que a guardava.

7.2 Medição da eficiência da cauda espiralada

Antes de colocar o protótipo para nadar no fluido, a cauda espiralada dele foi posta no fluido
viscoso para se ter noção de como ocorreria o movimento (o recipiente que continha o fluido viscoso
estava em cima de uma balança, desse modo podia se quantificar a força que o movimento estava
realizando). Nesta fase do experimento a espira utilizada era a de 25 mm de raio.
Quando a mesma começou a girar na glicerina observou-se que o motor não tinha capacidade
de realizar o movimento e que o mesmo não teria força para movimentar o protótipo. Com isto se colocou
a mesma cauda espiralada, mas somente com uma espira submersa na glicerina, o resultado foi um
movimento mais rápido e mais forte.
Baseado nisto, pode ser interpretar que a velocidade da rotação da cauda tem influencia no
impulso gerado pela mesma. A questão se tornou saber qual seria o melhor tamanho de calda espiralada
para que se tenha uma boa velocidade. Porem que não perdesse as dimensões capazes de gerar a força para
o protótipo se mover.
Para decidir esse tamanho foi feito um teste para identificar as dimensões aproximadas da
cauda mais eficiente. Essa eficiência é relacionada entre a força gerada pelo motor e a força feita pela
espira empurrando o liquido viscoso (neste caso a glicerina).
Essa força foi medida baseada na variação da indicação dada pela balança. Em suma as
medições ocorreram colocando a calda ligada ao motor. Fazendo a mesma se movimentar dentro de um
béquer com glicerina. E esse sistema (béquer, glicerina e espira) foi colocado em cima de uma balança
(ver figura 28).

- 26 -
Figura 28 – Mostra arranjo do sistema para a medição da eficiência da cauda espiralada.

Após o sistema ter ficado em repouso o motor foi ligado, e então começou a variação da
indicação na balança. Primeiro foi medido a variação com cinco espiras imersas no fluido tirando uma
espira por vez sendo a ultima feita com uma única espira. Foram realizadas três repetições para cada
espira. Segue na tabela 1 com o resultado das variações. Encontra-se no anexo A o registro de medição,
que contem informações mais detalhadas como os intervalos de tempo de cada medição.
O modo com que a eficiência foi medida aqui não serve para obter informações muito
precisas, isso porque esse processo possui muitas incertezas e erros embutidos. Porem como neste caso se
deseja somente obter uma noção de qual seria a melhor dimensão de espira, essas medições são
extremamente validas. Porque pode nos revelar que para as condições na qual será utilizado e com a força
feita pelo motor a melhor dimensão da cauda espiralada se encontra em algo com passo de
aproximadamente 2 mm e raio entorno de 18.75mm.
Esse teste foi feito somente com a espira de 18,75mm (“mais ou menos ¾ de polegada), isso
porque como visto a calda de 25 mm (uma polegada) apresentou anteriormente baixo desempenho.
Também foi feito aumentando o paço da espira em 2 mm, o resultado obtido nessa configuração também
foi menor , 1.51 de variação na indicação.
Não foram feitos testes com espessuras menores de espira nem com menores raios. A não
realização deste ultimo foi devido ao fato, de que geralmente os seres encontrados na natureza e realizam
esse tipo de locomoção possuem suas caudas com o tamanho (raio) próximo ao seu corpo.

- 27 -
Variação das indicações - Feita com os valores já corrigidos
5 espiras
Variação da indicação (g)
0,81
0,82
0,80
4 Espiras
Variação da indicação (g)
1,27
1,04
1,23
3 Espiras
Variação da indicação (g)
1,65
1,72
1,46
2 Espiras
Variação da indicação (g)
1,88
2,04
1,97
1 Espiras
Variação da indicação (g)
2,01
2,08
2,10
Tabela 1 – Valores da variação da indicação da balança pelo numero de espiras dentro do liquido.

7.3 Medição da velocidade ao redor do corpo e medição da velocidade da


espira.
7.3.1 Arranjo dos instrumentos e do objeto a ser medido

A disposição dos equipamentos pode ser vista na figura 29. Sinalizados o laser, a câmera
e o tanque de vidro onde será posto a glicerina e o modelo.
Antes de medição propriamente dita é preciso realizar os ajustes dos equipamentos em si.
São eles:

 Ajuste do foco da Câmera- campo de laser

Em 5.1.2.3 foi comentado a importância do alinhamento do foco da câmera com o campo


do laser. No experimento essa rigorosidade necessária foi respeitada. A distância entre a câmera e
o tanque foi medida com ajuda de uma trena métrica, 51 cm de distância. Como o campo de laser
já estava direcionado no centro do tanque (como pode ser visto na figura 29 o centro do tanque
será a metade de distancia 20 cm ) a distancia da câmera até o campo do laser ficou sendo 61 cm.

- 28 -
 Ajuste das medidas do equipamento

Antes de realizar qualquer medição com o sistema de velocimetria por imagem de partícula,
precisa–se realizar o ajuste das suas medidas. Ou seja, estabelecer quanto que vale naquela
distancia na qual a lente esta focada, o tamanho em pixels de cada unidade de espaço (neste caso
milímetros).
O ajuste se dá colocado uma régua bem no ponto onde a câmera está focada (uma
explicação mais completa do funcionamento foi colocada em 5.1.2.5),
Com auxilio de perfis de metal foi possível colocar a régua parada na profundidade
focada.

 Ajuste do objeto a ser medido em relação aos outro componente

Dos fatores de que podem contribuir para a incerteza, o não alinhamento do objeto com a
câmera e o laser é o maior. Isso porque como a velocidade dos modelos da espiroqueta são muito
baixas um simples desalinhamento para fora do campo, já seria o bastante para destorcer o valor
real da velocidade.
Para que o mesmo esteja em equilíbrio, não basta fazer somente com que a massa
especifica do modelo seja igual à massa especifica da glicerina. È necessário assegurar que em
toda extensão do seu comprimento, essa igualdade exista.
Caso ao contrario mante-lo na horizontal (sem ajuda de pesos para o ajuste fino) é
impossível. Por exemplo, se a parte em que o motor foi colocado (aqui se chamará de cauda)
estiver com a massa especifica maior que a da glicerina, ela irá ganhar uma aceleração para
baixo. Por conta da força peso ser maior que a força do empuxo neste ponto. Outra analise do
mesmo acontecimento, é que a partir do momento que a parte da cauda começar a descer, pelo
liquido ser bem viscoso, essa parte fará uma alavanca levantando a frente do modelo. Fazendo-o
ficar na vertical ou em algum ponto entre a vertical e a horizontal.
Uma das alternativas utilizadas para não haver esse problema. Foi construir o protótipo
ligeiramente menos denso que a glicerina (sendo assim ele ficaria boiando no fluido) e aos
poucos foram sendo colocadas pequenas quantidades de peso nas pontas, de maneira que o
mesmo fique parado dentro do fluido.
Outro problema que também poderia gerar desvio da posição da espiroqueta é a não
centralização do eixo. Esse erro de construção faria a espiroqueta oscilar. Porem como a
viscosidade trabalhada é muito alta precisaria de uma descentralização muito grande no eixo. E o
mesmo não ocorreu.

- 29 -
Figura 29 – Mostra arranjo do sistema para a medição da velocidade ao redor do protótipo
I, as partes do sistema estão indicadas em vermelho

7.3.2 Problemas ocorridos

Como mencionado em 2, um dos objetivos da monografia é medir o campo de velocidade


ao redor do protótipo, quando o mesmo estiver em movimento dentro de um fluido em regime de
baixo Reynolds. Devido a vários problemas o mesmo não foi possível de ser medido a tempo
para a entrega do trabalho.

Um dos problemas foi o comentado em 7.3.1, a não estabilização do modelo no fluido.


Por mais cuidado que se teve na montagem para que esse problema fosse pouco, só necessitando
de um ajuste fino com poucas quantidades de peso, não se consegui evitar.

Foram dias tentando estabilizar, colocando pesos em varias posições diferentes, sempre o
modelo tendia para um lado. Foi gravado um vídeo do modelo (e do mesmo que irá ser retirado
os valores utilizados em 7.4) em pleno funcionamento dentro do Inmetro. Mas ao se tentar
realizar as medições na UFRJ a estabilidade do mesmo não foi alcançada.

A principio não se pensava que pode-se ocorrer esse problema, porem ao final de dias de
tentativa foi constatado que o fluido não estava homogêneo. Havia nele camadas com diferentes
massas especifica que sempre ao colocar o modelo se misturavam e pouco tempo depois tendiam
a voltar para o lugar de principio, o que torno a estabilização impossível.

Não se esperava que a glicerina tivesse esse comportamento, porem o mesmo ocorreu. A
principio, não foi encontrado nenhuma literatura que discutisse esse assunto. O fato de a glicerina
ser extremamente higroscópica não é o total motivo deste problema, caso ao contrario a
estabilidade seria conseguida nas primeiras horas da tentativa de medição.

- 30 -
Outro empecilho, que pode ter haver ou não com o fato da massa especifica da glicerina
não ser homogenia é a não estabilidade horizontal. Colocando o modelo no recipiente e olhando
na direção dx (indicada na figura 29) a espiroqueta tendia para a parede do recipiente no lado
onde se encontrava a câmera. Independente da posição da espiroqueta ela tendia para o mesmo
lado. Não foi encontrados motivos para esse fenômeno ter ocorrido.

Em suma pela falta de estabilidade gerada pelos fatores descritos acima não foi realizar
as medições de como se comporta o escoamento ao redor do modelo. Uma maneira que
possivelmente resolveria o problema seria trocar o liquido viscoso utilizado, mas o mesmo
acarretaria numa mudança física dos modelos aumentando ou diminuindo os mesmo. Para
poderem ser capazes de se estabilizar no líquido.

Contudo isso levaria tempo, tanto para encontrar outro liquido compatível com as
necessidades apresentadas nesse trabalho quanto para construir um modelo para esse novo tipo de
fluido.

7.4. Medição utilizando a câmera

Afim de apresentar resultados, foi feito uma serie de medições com a finalidade de medir
não a velocidade do liquido ao redor do protótipo mas sim as diferentes velocidades das partes do
modelo (velocidade da espira, velocidade do corpo e velocidade do protótipo de corpo liso como
um todo).

O modo como foi feito as medições de velocidade, não é um modelo testado onde as suas
incertezas foram estudadas. É baseado no principio de funcionamento de um dispositivo chamado
Shadow Size. Devido a estes motivos os resultados apresentados servirão para dar uma estimativa
das velocidades, o que não deixa de ser um estudo sobre as velocidades do protótipo da
espiroqueta.

O a técnica utilizada será explicada em 7.4.1 os resultados serão mostrados em 8.

7.4.1 Dispositivo e funcionamento da medição

7.4.1.1 Medição do deslocamento total do protótipo da espiroqueta

O mecanismo utilizado para determinar as velocidades funciona da seguinte forma:


Primeiro se filmou o deslocamento do que se pretendia medir, no caso a espiroqueta foi colocada
para se movimentar dentro de um recipiente com glicerina (altura da glicerina era igual a 7 cm).
O recipiente era retangular.

- 31 -
Pela pouca quantidade de glicerina nesta situação o modelo se estabilizou. Após a
filmagem do movimento o arquivo de vídeo foi convertido para um conjunto de fotos. Cada
segundo possui uma determinada quantidade de imagens (neste caso cada segundo possui 15
imagens). Essas imagens baseado na resolução da câmera tem uma quantidade de pixels. Sabendo
essa quantidade é possível determinar o tamanho em pixels de cada objeto. Essa informação não
é útil, se não for possível determinar a razão de quantos milímetros existe em uma determinada
quantidade de pixels, contudo se sabe o tamanho do protótipo da espiroqueta em milímetros e
com base nas imagens é possível determinar o tamanho dela em pixels.
Nesse procedimento foi encontrado quantos pixels corresponde a uma distancia real (no
caso milímetros).
Possuindo essas informações é possível determinar o deslocamento ocorrido entre duas
imagens. Na primeira imagem coloca-se um ponto qualquer como referencial e um ponto em
qualquer ponto que se determinar o deslocamento, no caso o modelo da espiroqueta. Com o
programa “DigXY” é possível determinar as coordenadas x e y em pixels, desses pontos Na
próxima imagem colocasse um ponto como referencial e um ponto no modelo, nos mesmos
lugares da primeira imagem.(ver figura 30).
Utilizando o programa da mesma forma para contar a quantidade de pixels como foi feito
anteriormente, se obtém os valores dx e dy. Em outros termos, pode encontrar o deslocamento
feito pelo modelo. Multiplicando o valor encontrado dessa forma pela razão milímetro por pixel
já obtido, o resultado será o deslocamento real em milímetros.
Agora pegando o tempo e dividindo pela quantidade de imagens é possível descobrir a
variação de tempo de cada imagem. Tendo a variação de imagens entre a primeira e a segunda
fotografia e multiplicando essa variação pelo tempo de cada imagem, pode se obter a variação do
instante de tempo entre a primeira fotografia e a segunda. Dividindo o deslocamento encontrado
por esse tempo, se obtêm a velocidade média da espiroqueta neste instante de tempo.

- 32 -
Figura 30.a– Mostra o protótipo em uma posição

Figura 30.b– Mostra o protótipo em uma outra posição algum tempo depois. Demonstra
como se realizou as medições de distância

7.4.1.2 Medição da velocidade de rotação da espira e do corpo

Para medir a quantidade de ciclos irá se pegar a posição da cauda ou do corpo na primeira
imagem, e passar foto em foto contando quantas voltas realizou cada uma. Como explicado em
7.4.1.1 obtêm-se o tempo. Dividindo a quantidade de ciclos pelo tempo se obtém a velocidade de
rotação.
A medição da velocidade de rotação da cauda será medida nos mesmos pontos que forem
medidos a velocidade do protótipo. Já a velocidade de rotação do corpo será medida como uma
média geral, devido a velocidade da mesma ser bem pequena e a incerteza não permitir dar
valores de velocidade para pequenas variações de tempo.

- 33 -
8. Resultados

8.1 Velocidade do protótipo I – Espiroqueta com corpo liso e espira externa


móvel.

Segue abaixo as tabelas com os resultados obtidos pelas medições, como um estudo de incertezas
não foi possível, a incertezas foram estimadas baseadas no numero de algarismos significativos.
Sendo a régua utilizada capaz de estimar resultados com precisão de 0.5 mm, o relógio da câmera
uma precisão de 0.5 segundos e o programa tendo precisão de 1 pixel.
Dados Gerais

Comprimento da espiroqueta 196,05 mm


Tamanho em pixels da espiroqueta 867 pixels
Tempo de filmagem 19 s
Quantidade de fotos 284 fotos
Razão milímetros por pixel 0.226067 m/pixel
Variação de tempo de uma foto a
outra 0.066502 s

Tabela 2 - Mostra os dados gerais da medição, essas informações serão utilizadas para
calcular a velocidade.

Medição 1° ponto
Coordenadas X y
761,00 242,00
922,00 364,00 Imagem 109
Coordenadas X Y
750,00 368,00
922,00 503,00 Imagem 155
Medição 2° ponto
Coordenadas X y
753,00 363,00
923,00 496,00 Imagem 157
Coordenadas X y
753,00 319,00
939,00 443,00 Imagem 195
Medição 3° ponto
Coordenadas X y
755,00 308,00
944,00 430,00 Imagem 210
Coordenadas X y
748,00 334,00
948,00 434,00 Imagem 255

- 34 -
Tabela 3 – Indica os pontos obtidos na imagem. O primeiro ponto de cada medição é a
referencia.

Como já comentado esse método de medição não tem uma boa precisão. Porém na tabela 3, pode
ser perceber que os pontos de referencia estão mais ou menos próximos.

Resultados
Medição 1° ponto Deslocamento em pixels 17 pixels
Deslocamento em milímetros 3.8 mm
Variação de tempo 3.0 s
Velocidade 1.3 mm/s
Medição 2° ponto Deslocamento em pixels 18 pixels
Deslocamento em milímetros 4.1 mm
Variação de tempo 2.5 s
Velocidade 1.6 mm/s
Medição 3° ponto Deslocamento em pixels 24 pixels
Deslocamento em milímetros 5.5 mm
Variação de tempo 3.0 s
Velocidade 1.8 mm/s
Tabela 4 – Indica os valores obtidos, velocidade, deslocamento e variação de tempo de cada
ponto medido.

Os resultados mostrados estão fora das unidades do S.I. essa opção foi feita para dar sentido aos
resultados. Caso ao contrario as medidas ficariam entorno de 0.0018 m/s o que não representa muito bem
os valores do deslocamento.

8.2 Velocidade de rotação do corpo da espiroqueta com corpo liso e espira


externa móvel.

Abaixo na tabela 5, pode ser encontrada a velocidade de rotação do corpo do protótipo. Como o
valor foi bem pequeno optou-se por utilizar uma média da rotação entre a figura 109 e a figura 205. Sendo
o intervalo de tempo igual ao total da medição da velocidade do protótipo.

Quantidade de rotações do corpo Velocidade de rotação


Total 2 0,2 rotações por segundo
Tabela 5 – Indica a quantidade de rotação do corpo e a velocidade da mesma. Como a
quantidade de rotação é pequena, foi tomada como a media de todos os pontos.

- 35 -
8.3 Velocidade de rotação espira externa móvel do protótipo I

Abaixo na tabela 6 pode ser encontrado as velocidades de rotação da espira. Para os intervalos de
tempo correspondente aos mesmos pontos que foram feito as medições da velocidade da espiroqueta.

. Quantidade de rotações da espira Velocidade de rotação


1° Ponto 4 1,3 rotação por segundo
2° Ponto 3 1,2 rotação por segundo
3° Ponto 4 1,3 rotação por segundo
Tabela 6 – Indica a velocidade de rotação da espira e a quantidade de rotação no intervalo
de tempo de cada ponto.

8.4 Analise dos resultados

 Velocidade do protótipo

Como explicado em 4.1.1, se a força aplicada em um objeto que se locomove em líquidos


onde as forças inerciais são maiores que as viscosas for constante, a velocidade do referido será
constante (se essa força não for suficiente para tirar o objeto do regime de escoamento).
Contudo como pode ser observado na tabela 4, houve uma variação de velocidade. O que
faz parecer que ou a teoria está errada ou que no regime de escoamento não a prevalência das
forças inerciais. Na verdade, o que ocorreu foi uma coisa diferente destas, no começo o protótipo
estava se movimentando somente no eixo X, mas conforme o mesmo nadava, a sua ponta
começava a descer (mesmo que muito pouco ela descia).
Como a velocidade trabalhada é muito diminuta, essa descida causou uma diferencial na
velocidade fazendo o protótipo possuir também uma componente velocidade em y, ou seja, existe
aqui a ação de mais uma força, a força peso (gerada pela gravidade). Isso explica porque a
velocidade cresce
Essa forca, vetorialmente, está sempre apontada em direção ao centro da terra. Isto
implica que quanto mais o protótipo de corpo liso nadar para frente, mais o seu bujão superior irá
descer e maior será a ação da força.
Mesmo com isso, é facilmente observável que o protótipo se locomoveu em um liquido
viscoso. Como esperado a velocidade foi relativamente baixa, contudo foi possível mover o
objeto com 20 cm de comprimento em um liquido extremamente viscoso, onde há a prevalência
das forças inerciais. Realizando com isso um dos objetivos do trabalho.

- 36 -
 Velocidade de Rotação do corpo do protótipo I

Na tabela 5, pode ser observada a velocidade da rotação do corpo do protótipo. Como já


citado em 6.1.1, a partir do momento que a espira começa-se a funcionar, ela geraria um torque
na direção contraria fazendo o corpo girar.
Esse movimento era esperado e aconteceu, como foi explicado também em 6.1.1, esse
fenômeno gasta uma determinada quantidade de energia, que ao invés ser utilizada para
movimentar o protótipo, somente gira o corpo. De acordo com os resultados da tabela 6, essa
rotação foi extremamente pequena, o que não implica que pouca energia foi gasta.
Sendo o corpo relativamente grande, as forças do liquido conseguem reduzir a velocidade
produzida por esta força. Mas é fácil perceber que a partir do momento que se diminuir o corpo
essa rotação será maior, aumentando a quantidade de energia gasta.
Existe no mercado pilhas com a mesma diferença de potencial, porem com menos da
metade do tamanho das pilhas palito utilizadas aqui, essas pilhas geralmente são utilizadas em
controles de portão. Como a pilha no protótipo, foi o maior componente dimensional, trocá-las
por essas menores faria o protótipo diminuir consideravelmente. O que implica que como a área
ao seu entorno será menor, as forças do liquido serão menores e para contrabalancear o torque o
corpo terá uma quantidade maior de rotações que por consequência gerará um gasto não eficiente
de energia.

 Velocidade de rotação da espira

Os dados da velocidade de rotação da espira foram deixados por ultimo, isso porque ele
comprova a teoria totalmente. Como pode ser observada na tabela 6, a espira teve uma variação
na velocidade no segundo ponto medido, isso ocorreu porque se tentou fazer, a medição da
velocidade de rotação da espira nos mesmos pontos que a velocidade no corpo. Em função disso
houve uma pequena defasagem da velocidade do segundo ponto.
Se a diferença de tempo fosse aumentada para 3 segundos, a velocidade de rotação da espira
seria igual para todos. O que implica que, a força gerada para movimentar a espiroqueta é
constante (tomando o liquido como homogêneo). Sendo assim, isso confirma o argumento
utilizado na “velocidade do protótipo”, que diz que a velocidade varia devido à ação da força
gravitacional.
Outra característica importante observada nas partes experimentais é que: existe uma força
mínima para acontecer o movimento, e essa força depende das características do fluido em
questão. Sendo o arrasto uma característica importante para esse acontecimento.
Quando se colocou a cauda espiralada (grande) no béquer, a mesma quase não se moveu, com
isso pode se concluir que existe uma força mínima para que aconteça o movimento e essa força
tem que ser no mínimo maior que o arrasto. Ou seja, para o estudo do ser espiroqueta foi provado
que essa propriedade do liquido é extremamente importante.
Já quando colocada à cauda espiralada de menor tamanho, a força feita por ela aumentou
relativamente pouco (em comparação com a segunda de menor tamanho), implicando que existe
um tamanho no qual a eficiência é maior e esse tamanho também depende do fluido. E que existe

- 37 -
uma velocidade máxima de rotação na qual superá-la não implicaria em um aumento da
velocidade e que a mesma também depende das características do fluido.
O protótipo não se moveu mais rápido devido a força do motor, mas sim devido a quantidade
de giros, o que abre as portas para a seguinte questão: “ se o arrasto na espira for menor a
eficiência irá aumentar?”. Por mais que não tenha se testado caudas espiraladas de espessuras
diferentes, pode se observar que se o arrasto for menor a velocidade tende a aumentar, contudo
existe um tamanho mínimo de cauda para que haja movimento. Como não pôde se medir o
escoamento ao redor da espira, não pode se afirmar mais coisas. Se em um próximo trabalho o
mesmo ocorrer poderá se responder mais completamente a pergunta acima.

- 38 -
9. Conclusão

Foi construído um modelo de espiroqueta que foi capaz de se mover em líquido viscoso.
Foi possível também estimar essa velocidade. Além disto, foram ensaiadas caudas espiraladas
diferentes e chegou-se a informações importantes sobre as dimensões da cauda espiralada que
apresenta mais eficiência.
Conclui-se aqui com base nos resultados e nas observações feitas, que sim a espiroqueta
tem extremas condições de se movimentar utilizando pouca energia em regimes de baixo
Reynolds. O protótipo II –corpo com aletas - é viável para ser testado, visto que nas medições da
espiroqueta com corpo liso, a mesma perde uma quantidade grande de energia girando o corpo
sem se movimentar. E se o tamanho do protótipo for diminuído essa energia perdida irá
aumentar, tornando as aletas uma ótima forma de melhora a eficiência.
Pode ser concluído também que, em relação à velocidade do ser espiroqueta, existe uma
velocidade máxima, na qual superá-la não implica no aumento da velocidade do ser. E uma
velocidade mínima para que o movimento ocorra. Essas velocidades dependem muito das
características do fluido.
Contudo para entender totalmente o movimento da espiroqueta, precisa-se ainda de muito
mais tempo e trabalho.
A espiroqueta usa um sistema de espiras internas que a fazem locomover, sendo assim o
modelo proposto III – modelo com espiras internas moveis e espira externa fixa – precisa ser
testado para se obter mais entendimento sobre o movimento deste incrível ser.
Fica aqui como ideia para trabalhos futuros, a construção dos outros dois protótipos e a
medição do escoamento entorno dos mesmos. Bem, como uma medição de eficiência do
protótipo no seu todo.

- 39 -
10. Referencias bibliográficas

Páginas da internet
[1] http://www.enq.ufsc.br/muller/operacoes_unitarias_a/AULA4_Lei_de_newton.html. Visitado
no dia 18 de agosto de 2011, as19 horas e 30 minutos.
[2] http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/person/reynolds.htm. Visitado no dia 19 de
agosto de 2011, as 0 horas e 30 minutos.
[3] http://www.ufsm.br/gef/Fluidos/fluidos19.pdf . Visitado no dia 19 de agosto de 2011, as 0
horas e 20 minutos.
[4] http://www.perdiamateria.eng.br/nomes/Reynolds.html . Visitado no dia 19 de agosto de
2011, as 1 horas e 20 minutos
[5] http://www.eng.man.ac.uk/historic/reynolds/oreyna.html Visitado no dia 19 de agosto de
2011, as 3 horas e 20 minutos.
[6]http://www.hidro.ufcg.edu.br/twiki/pub/Disciplinas/Fen%F4menosDeTransporte/Exp_Reynol
ds.pdf. Visitado no dia 19 de agosto de 2011, as 3 horas e 31 minutos.
[7]http://interfilmes.com/filme_20242_Viagem.Fantastica-%28Fantastic.Voyage%29.html
Visitado no dia 19 de agosto de 2011, as 4 horas e 38 minutos
[10] http://stoa.usp.br/fap0181. Visitado no dia 19 de agosto de 2011, as 3 horas e 31 minutos.
[11] http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/snef/xvi/cd/resumos/t0625-2.pdf. Visitado no dia 19
de setembro de 2011, as 3 horas e 31 minutos.
[21] http://www.revistaanalytica.com.br/ed_anteriores/26/art04.pdf. Visitado no dia 15 de
setembro de 2011, as 3 horas e 31 minutos.
Trabalhos:
[8] SILVA FREIRE, A. P. “Turbulência e seu desenvolvimento histórico”.Programa de
engenharia mecânica (COPPE/UFRJ) C.P. 60503,21945-970,Rio de Janeiro, RJ
[9] COUTO, Sandra Maria. BASTOS, Itaciane Toledo. “Massa especifica aparente e real e
porosidade de grãos de café em função do teor de umidade”. Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental, v.3, n.1, p.61-68, 1999.
[12] Da SILVA, Nadja Ferreira. NEVES ROSA, Karla Patrícia. “Modelo pedagógico para
densidade relativa x Massa específica”. XVI Simpósio nacional de ensino de física -
Universidade Federal Rural de Pernambuco – Pernambuco.
[13] BONADIMAM, H. Mecânica dos fluidos: experimento, teoria, cotidiano. Ijuí: Editora
UNIJUÍ,1989.

- 40 -
[14] Gilbert, J. K. E., Boulter, C. J. - Aprendendo ciências através de modelos e modelagem. In
Colinvaux, D. (Org). Modelos e educação em ciências. Rio de Janeiro: Ravil, 1998
[15] Taylor G. “Film notes for Low-Reynolds-number flows”. National Committee for Fluid
Mechanics Films No. 21617, Cambridge Univerity
[16] Tony S. Yu. “Elastic Tail Propulsion at Low Reynolds Number”. B.S. Mechanical
Engineering, Columbia University, 2004
[17] Purcell, E. M. “Life at low Reynolds”. Lyman Laboratory, Harvard University, Cambridge,
Massachusetts 02138, Junho 1976.
[18] Zotin, José Luiz Zanon. Caracterização experimental de um escoamento sobre uma
superfície com transição de rugosidade através da Técnica de velocimetria por imagem de
partícula. M.Sc. UFRJ ,Rio de Janeiro, Brasil,2009
[19] Marins, Luiz Philipe Martinez. Caracterização experimental de um escoamento no interior
de um hidrociclone sem núcleo gasoso. M.Sc. UFRJ ,Rio de Janeiro, Brasil,2008

[20] Duarte, Daniel Greco. Caracterização experimental do escoamento em válvulas ciclonicas


quanto a formação de emulsões. M.Sc. UFRJ ,Rio de Janeiro, Brasil,2008

Livros:
[21] WEBBER, Mecânica de fluidos para engenheiros, Ed. Urmo, Bilbao, 1969

- 41 -
Anexo A
Segue abaixo o registro de medição da eficiência da cauda espiralada, tal como algumas informações
pertinentes e as informações dos instrumentos de medição utilizados

Registro de medição
Informações
Data Hora 5 Espiras ambientais
U P
Indicação sem rotação (gramas) Indicação com rotação (gramas) T(°C) (%) (hPa)
28/11/2011 09:10 1371,30 21,40 64 1014
28/11/2011 09:14 1371,29 1372,10 21,40 64 1014
28/11/2011 09:17 1371,30 1372,12 21,40 64 1014
28/11/2011 09:19 1371,25 1372,05 21,40 64 1014
4 Espiras
U P
Indicação sem rotação (gramas) Indicação com rotação (gramas) T(°C) (%) (hPa)
28/11/2011 09:35 1370,49 21,60 65 1014
28/11/2011 09:38 1370,49 1371,76 21,60 65 1014
28/11/2011 09:41 1370,76 1371,80 21,60 65 1014
28/11/2011 09:45 1370,78 1372,01 21,60 66 1014
3 Espiras
U P
Indicação sem rotação (gramas) Indicação com rotação (gramas) T(°C) (%) (hPa)
28/11/2011 10:04 1369,73 21,60 67 1014
28/11/2011 10:05 1369,73 1371,38 21,30 67 1014
28/11/2011 10:07 1369,78 1371,50 21,30 67 1014
28/11/2011 10:10 1370,04 1371,50 21,40 68 1014
2 Espiras
U P
Indicação sem rotação (gramas) Indicação com rotação (gramas) T(°C) (%) (hPa)
28/11/2011 10:30 1368,84 21,60 72 1014
28/11/2011 10:32 1368,84 1370,72 21,70 71 1014
28/11/2011 10:35 1369,02 1371,06 21,70 71 1014
28/11/2011 10:37 1369,05 1371,02 21,70 71 1014
1 Espiras
U P
Indicação sem rotação (gramas) Indicação com rotação (gramas) T(°C) (%) (hPa)
28/11/2011 10:50 1368,69 21,50 72 1014
28/11/2011 10:53 1368,69 1370,70 21,50 72 1014
28/11/2011 10:56 1368,72 1370,80 21,60 72 1014
28/11/2011 11:00 1368,82 1370,92 21,60 72 1014
28/11/2011 11:30 1368,48 Valor indicado sem a espira

Abaixo segue os valores corrigidos, a correção desta balança, nesta faixa de peso é 0.01g. Segue também
as variações de indicação.

- 42 -
Correção dos Cálculos Variação das indicações

5 Espiras 5 espiras
Indicação sem rotação
(gramas) Indicação com rotação (gramas) Variação da indicação (g)
1371,29 1371,29
1371,28 1372,09 0,81
1371,29 1372,11 0,82
1371,24 1372,04 0,80
4 Espiras 4 Espiras
Indicação sem rotação
(gramas) Indicação com rotação (gramas) Variação da indicação (g)
1370,48 1370,49
1370,48 1371,75 1,27
1370,75 1371,79 1,04
1370,77 1372,00 1,23
3 Espiras 3 Espiras
Indicação sem rotação
(gramas) Indicação com rotação (gramas) Variação da indicação (g)
1369,72 1369,73
1369,72 1371,37 1,65
1369,77 1371,49 1,72
1370,03 1371,49 1,46
2 Espiras 2 Espiras
Indicação sem rotação
(gramas) Indicação com rotação (gramas) Variação da indicação (g)
1368,83 1368,84
1368,83 1370,71 1,88
1369,01 1371,05 2,04
1369,04 1371,01 1,97
5 Espiras 1 Espiras
Indicação sem rotação
(gramas) Indicação com rotação (gramas) Variação da indicação (g)
1368,68 1368,69
1368,68 1370,69 2,01
1368,71 1370,79 2,08
1368,81 1370,91 2,10
1368,47 Valor indicado sem a espira

As próximas tabelas indicarão respectivamente as informações pertinentes e as informações sobre os


instrumentos utilizados.

- 43 -
Informações pertinentes Relacionados às Pilhas
Volume inicial no Béquer (ml) 910 Quantidade de pilhas 4
Volume final no Béquer (ml) 910 Tensão inicial (volts) 5,5
Tensão no ponto de 2 espiras
Peso inicial do Béquer com glicerina (g) 1367,52 (volts) 5,2
Peso Final do Béquer com glicerina (g) 1368,48 Tensão final (volts) 5,2
Variação do peso do Béquer com glicerina
(g) 0,96
Resolução da Balança (g) 0,01 Nomenclatura
Horário de inicio 09:00 Temperatura em graus Celsius T(°c)
Horário de termino 11:30 Umidade em porcentagem U(%)
Temperatura Inicial do liquido (°c) 21,492 Pressão em hPa p(hPa)
Temperatura final do liquido (°c) 21,806
Variação da temperatura do sistema (°c) 0,314

Informações sobre os instrumentos

Balança
Item: Balança eletrônica 6200g
Fabricante: Sartorius
Modelo/ tipo : LA6200S Certificado de calibração: DIMCI 0161/2008
Numero de Série 18511922 Código de Identificação: Não identificado
Características do item Condições da calibração
Capacidade máxima: 6200g Temperatura 21°C
Resolução: 0.01g Umidade 48%
Erro no ponto utilizado (1300g): 0.01g Pressão 1017 hPa
Incerteza no ponto utilizado (1300g): 0.01g

Termômetro
Item: Termômetro digital Certificado de calibração: DIMCI 1916/2011
Fabricante: Aton Paar
Modelo do Instrumento: CKT 100 Resolução: 0.001
Numero de série: 80390749 Incerteza no ponto utilizado (21°C): 0.011
Fabricante do sensor: Aton Paar Correção no ponto utilizado (21°C): 0.019
Modelo/ tipo: não identificado/ PT - 100
Número de série do sensor: 00941105

- 44 -
- 45 -

Você também pode gostar