Bom dia, boa tarde, boa noite! Esse é mais um podcast do Medicina do Conhecimento. Ciência e informação a qualquer momento, em todo lugar. Eu sou Pablo Gusman, o Anestesiador. E como compartilhar é multiplicar seguimos com dois assuntos que merecem destaque no mundo do conhecimento.

Qual seria o sinal vital mais impactante no diagnostico e condução de pacientes críticos no pronto socorro? Muitos colegas poderiam escolher a pressão arterial. E se conseguissemos algo mais relevante como o acesso ao Volume Sistólico? É como pudessemos antever as repercussões hemodinâmicas antes mesmo que elas ocorram.

Com a tecnologia atual obtemos os valores de volume sistólico não apenas com precisão, mas também 100% de forma não invasiva. Isso nos permite novas visões da fisiologia do nosso paciente em ambientes onde essas informações não era facilmente acessíveis como por exemplo, na sala de emergência do pronto socorro, na sala operatória ou no leito de unidade de terapia intensiva.

Mas podemos focar no local onde a aquisição dos dados se dá de forma mais difícil e conturbada, o pronto socorro. Porta de entrada dos pacientes graves, é nossa primeira chance de acertar as coisas, para colocá-los no caminho de tratamento mais otimizado o mais rápido possível. Qual seria o caminho? Com dados precisos, fáceis de obter e simples de usar! Ao invés de confiar apenas na pressão arterial média e na avaliação física, podemos ter melhores informações sobre a perfusão e a eficácia da fluido responsividade mais cedo. Informações melhores e mais precoces podem nos ajudar a chegar a diagnósticos mais rápidos, com maior segurança e terapias mais precisas.

Uma opção para se ter os resultados de forma rápida e objetiva é o uso da bioreatancia que, a grosso modo fornece dados hemodinâmicos à partir de corrente elétrica alternada passando pelo tórax. O fluxo sanguíneo pulsátil que passa nas grandes artérias torácicas causa mudanças de fase (ou atrasos de tempo) entre a voltagem torácica medida e a corrente elétrica alternada aplicada. Uma extensa pesquisa mostrou que essas mudanças de fase estão intimamente relacionadas com o volume sistólico. Medindo com precisão e continuamente as mudanças de fase, o volume sistólico é determinado. Deixo no descritivo desse podcast dois links que demonstram a tecnologia e seu uso clínico: https://vimeo.com/191863563 e https://vimeo.com/301260686

O real beneficio de uma monitorização rápida, não invasiva e adequada a qualquer ambiente é regular a fluidoterapia de acordo com as necessidades de cada paciente.

Pacientes adultos críticos com choque séptico que receberam o maior volume de fluidos no dia 1 tiveram maior mortalidade. Pacientes com IC diastólica que receberam menos líquidos, exibiram uma mortalidade significativamente menor do que o previsto. A mortalidade mais baixa foi encontrada em pacientes com IC diastólica que exibiram evidências de sobrecarga hídrica, mas receberam tratamento agressivo em resposta aos sinais de sobrecarga de fluido. Daí a rapidez do diagnóstico de excesso de fluídos passou a ser importante para a condução desses pacientes clinicamente mais susceptíveis a sobrecarga hídrica. Esse grupo de pacientes se beneficiaria de uma monitorização menos invasiva, tanto pelo quadro séptico quanto pela rapidez de alterações hemodinâmicas que a junção de falência cardíaca e sepse proporcionam. Buscar por monitorização menos invasiva, de rápido manejo e com confiabilidade vai fazer diferença na conduta e morbimortalidade de nossos pacientes em todos os ambientes hospitalares.

Esse podcast tem o apoio científico da Baxter Hospitalar. Na intercessão entre salvar e prolongar vidas, com seu compromisso de nos ajudar a enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades cada vez maiores nos cuidados do paciente.