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O desafio para aprender na escola vivendo na linha de tiro: Em 2017, os planos da Maria Eduarda foram interrompidos por quatro tiros dentro de uma escola em Acari, na Zona Norte do Rio. Mas a rotina de tiroteios nas áreas de conflito entre bandidos e policiais prossegue cinco anos depois da tragédia com a menina de 13 anos, na mesma comunidade e em outras também marcadas pela violência. E quem paga o preço não são apenas os familiares e amigos de estudantes que morrem ou ficam feridos nesses confrontos. Os alunos que são obrigados a sair de casa e ir para escola com medo de uma nova troca de tiros também aprendem menos e aprendem mal. Pesquisa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, lançada essa semana, revela que a rotina de confrontos e operações policiais em horário escolar afeta o aprendizado, aumenta a reprovação e estimula evasão. A pesquisa, que mergulhou nos dados de estudantes do 5º ano do ensino fundamental, revela, por exemplo, escolas com desempenho insatisfatório de
O desafio para aprender na escola vivendo na linha de tiro: Em 2017, os planos da Maria Eduarda foram interrompidos por quatro tiros dentro de uma escola em Acari, na Zona Norte do Rio. Mas a rotina de tiroteios nas áreas de conflito entre bandidos e policiais prossegue cinco anos depois da tragédia com a menina de 13 anos, na mesma comunidade e em outras também marcadas pela violência. E quem paga o preço não são apenas os familiares e amigos de estudantes que morrem ou ficam feridos nesses confrontos. Os alunos que são obrigados a sair de casa e ir para escola com medo de uma nova troca de tiros também aprendem menos e aprendem mal. Pesquisa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, lançada essa semana, revela que a rotina de confrontos e operações policiais em horário escolar afeta o aprendizado, aumenta a reprovação e estimula evasão. A pesquisa, que mergulhou nos dados de estudantes do 5º ano do ensino fundamental, revela, por exemplo, escolas com desempenho insatisfatório de
notas:
Duração:
27 minutos
Lançados:
8 de fev. de 2022
Formato:
Episódio de podcast
Descrição
Em 2017, os planos da Maria Eduarda foram interrompidos por quatro tiros dentro de uma escola em Acari, na Zona Norte do Rio. Mas a rotina de tiroteios nas áreas de conflito entre bandidos e policiais prossegue cinco anos depois da tragédia com a menina de 13 anos, na mesma comunidade e em outras também marcadas pela violência. E quem paga o preço não são apenas os familiares e amigos de estudantes que morrem ou ficam feridos nesses confrontos. Os alunos que são obrigados a sair de casa e ir para escola com medo de uma nova troca de tiros também aprendem menos e aprendem mal. Pesquisa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, lançada essa semana, revela que a rotina de confrontos e operações policiais em horário escolar afeta o aprendizado, aumenta a reprovação e estimula evasão. A pesquisa, que mergulhou nos dados de estudantes do 5º ano do ensino fundamental, revela, por exemplo, escolas com desempenho insatisfatório de língua portuguesa e baixíssimo de matemática.
Intitulado "Tiros no Futuro, impactos da guerra às drogas na rede municipal do Rio", o levantamento coletou dados de mais de 1,5 mil escolas, com 641 mil alunos matriculados em 2019. Naquele ano, 74% das unidades vivenciaram ao menos um tiroteio. O que é insustentável, na avaliação da coordenadora da pesquisa, a socióloga Julita Lengruber. "Esses alunos estão sendo desumanizados. O Estado não vê essa população como uma população que merece ter direitos. Ter direito a ter direitos", afirma a socióloga. No Ao Ponto desta terça-feira, a repórter Cintia Cruz conta os principais números do levantamento e mostra como a população negra é ainda mais impactada. A professora Claudia Costin, diretora do Centro de Política Educacional da Fundação Getúlio Vargas, analisa as iniciativas que podem minimizar os danos e avalia de que o governo estadual e o Judiciário deveriam atuar para melhorar a situação desses alunos e frear a repetição de tragédias.
Intitulado "Tiros no Futuro, impactos da guerra às drogas na rede municipal do Rio", o levantamento coletou dados de mais de 1,5 mil escolas, com 641 mil alunos matriculados em 2019. Naquele ano, 74% das unidades vivenciaram ao menos um tiroteio. O que é insustentável, na avaliação da coordenadora da pesquisa, a socióloga Julita Lengruber. "Esses alunos estão sendo desumanizados. O Estado não vê essa população como uma população que merece ter direitos. Ter direito a ter direitos", afirma a socióloga. No Ao Ponto desta terça-feira, a repórter Cintia Cruz conta os principais números do levantamento e mostra como a população negra é ainda mais impactada. A professora Claudia Costin, diretora do Centro de Política Educacional da Fundação Getúlio Vargas, analisa as iniciativas que podem minimizar os danos e avalia de que o governo estadual e o Judiciário deveriam atuar para melhorar a situação desses alunos e frear a repetição de tragédias.
Lançados:
8 de fev. de 2022
Formato:
Episódio de podcast
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Voto impresso: A batalha na Câmara e no Judiciário: Nesta terça-feira, o plenário da Câmara dos Deputados deve votar o Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que recria o voto impresso no Brasil, a mesma que foi derrotada na semana passada pela comissão especial pelo placar de 22 a 11 votos. Segundo levantamento feito pelo GLOBO, 15 dos 24 partidos representados na Câmara têm posição declaradamente contrária à proposta. Somados, os parlamentares dessas legendas somam 330 dos 512 votos. Até o presidente Jair Bolsonaro, em entrevista à Brado Rádio, de Salvador, admitiu que o prognóstico não lhe é favorável. Mesmo assim, é impossível saber como o presidente vai reagir caso o Câmara enterre a proposta. Ainda mais depois que Bolsonaro ameaçou atuar à margem da Constituição, na semana passada, por ter sido incluído no inquérito das Fake News, no Supremo Tribunal Federal, em razão dos ataques que faz, com o uso de informações inverídicas, ao sistema de votação com a urna eletrônica. O presid de Ao Ponto (podcast do jornal O Globo)