Constipação
Intestinal
Dr. Alexandro Vaesken Alves
Constipação Intestinal
DEFINIÇÃO:
É um transtorno baseado em sintomas como defecação
insatisfatória (infreqüente, difícil ou ambas), incompleta, fezes
endurecidas por pelo menos 3 meses (diminuição da freqüência,
fezes endurecidas, sensação de evacuação incompleta, plenitude,
desconforto). Eliminação esporádica de fezes muito calibrosas ou
freqüência de evacuações inferior a três por semana.
• É um sintoma, não é uma doença
• Como sintoma pode ser indicação de muitas
doenças
• É freqüente: 15% da população (2-3:1/M:H)
• Funcional (Primária)-60% adultos e 20-36% das
crianças Orgânica (Secundária)
Constipação Intestinal
Com a industrialização:
os alimentos ficaram mais refinados
menor quantidade de fibras
menor tempo para as refeições
Vida mais sedentária
Conseqüências: menos alimentos,
menor distensão gástrica, menor
reflexo gastro-cólico, repressão
repetitiva do reflexo da evacuação
( menor aptidão física ).
Constipação Intestinal
O assoalho pélvico é uma unidade
neuro-muscular onde os tratos
urinário, genital e intestinal estão
integrados
A melhora da constipação pode
beneficiar:
incontinência fecal
enurese
infecções do trato urinário
melhora da função da bexiga
Constipação Intestinal
Fisiologia da defecação:
No estômago o alimento gera o reflexo
gastro-cólico, desencadeando ondas
peristálticas originadas no sigmóide
proximal, que faz progredir a massa fecal
para porções distais.
Na ampola retal o bolo fecal dilata a parede
retal, estimulando receptores, que
determinam o relaxamento do esfíncter anal
interno (reflexo retoanal). Ocorre contração
voluntária do esfíncter anal externo até que
ocorra a defecação.
Constipação Intestinal
Mecanismo da evacuação
Em repouso: canal anal e reto formam um
ângulo de 90°
No esforço evacuatório há ►uma redução
acentuada deste ângulo pela ►elevação
da junção anorretal com ►relaxamento do
músculo puborretal e ►descida do
assoalho pélvico
ESTE MECANISMO PODE SER
Constipação Intestinal
Causas primárias: hábito alimentar, aspectos
culturais, controle sistemático da defecação.
Causas secundárias: Anticonvulsivantes,
Antidepressivos, Anticolinérgicos, Antidiarreicos,
Anti-histaminicos (HT1), AINES, Bloqueadores de
cálcio, Corticóides, Diuréticos, Dopaminérgicos,
Lítio, Miorrelaxantes, Psicotrópicos, Propranolol,
Suplementos (Fe e Ca), Diabetes,
Hipotireoidismo, hiperparatireoidismo,
Feocromocitoma, Neuropatia do intest. Grosso,
Neuropatia diabética, Parkinson, Lesão da
medula espinhal, Trânsito lento, Disfunção do
Constipação Intestinal
Diagnóstico Diferencial
Colon irritável tipo constipação
Constipação intestinal de início recente
(neoplasias)
Drogas: analgésicos, antiácidos,
anticolinérgicos, anti-depressivos, bismuto,
anti-parkinsonianos, ferro, opióides,
laxativos
Alterações do metabolismo e endócrinas:
DM, porfiria, uremia, hipocalemia,
Constipação Intestinal
Idiopática Crônica
Emoções, psique e hábito intestinal
Fase anal – controle
Sistemas que usamos para controlar
nosso corpo: músculos e esqueleto,
sistema nervoso e endócrino
Repressão voluntária da defecação
(ansiedade e depressão ↓ trânsito
intestinal)
Somatização
Constipação Intestinal
Dor abdominal recorrente, sangue
nas fezes, infecções urinárias de
repetição, retenção urinária
Flatulência e indisposição
Exame físico:
Distensão abdominal
Massa fecal palpável no abdome
Fissura anal
Fezes impactadas no reto
Constipação Intestinal
Tratamento:
Redução do estresse
Confiança
Excluir doença orgânica
• Atitudes comportamentais:
reeducação criar ritmo, regularidade
exercícios
▪ Terapia Cognitivo-Comportamental
Medidas dietéticas
Dieta balanceada com grãos integrais, frutas,
vegetais e água
Terapia comportamental
Constipação Intestinal
Fibras e seu efeito benéfico para a
Saúde
Efeito favorável em diabete melito, obesidade, dislipidemias,
diverticulose e prevenção do câncer de colon
Mecanismo: ↑ volume das evacuações
regula o tempo de trânsito
↓ pressão intestinal
Atuam no metabolismo dos carboidratos e
controle da glicemia
↓ triglicerídeos e ↓ colesterol
São substrato para formação de ác. graxos de
cadeia curta no colon
Ingestão recomendada para o adulto: 25-30 g/dia
25% de fibra solúvel 75% de fibra insolúvel
Constipação Intestinal
Fibra Alimentar conforme a solubilidade em
água
Fibras solúveis: pectinas, gomas, mucilagens e hemicelulose (frutas,
verduras, farelo de aveia, cevada, feijão, grão-de-bico, lentilha,
ervilha).
► Retardam esvaziamento gástrico
► Retardam o trânsito intestinal
► Retardam a absorção de glicose e colesterol
► São altamente fermentáveis no colon
► Alteram metabolismo do colon, pois produzem AGCC
► Tem alta viscosidade
▪ Fibras insolúveis: celulose, lignina e algumas hemiceluloses (farelo de
trigo, grãos integrais e verduras).
► Efeito mecânico no TGI
► Pouco fermentáveis
► Aceleram o trânsito intestinal
► Absorvem água
Constipação Intestinal
Laxativos:
A) Formadores de massa/volume (psílio,
policarbofila, farelo de cereais)
B) Emolientes (docusato): são surfactantes,
facilitam a mistura de substâncias aquosas e
gordurosas, amolecendo a massa fecal;
podem ↑ a secreção de água
C) Lubrificantes (óleo mineral): permite a
passagem mais fácil das fezes recobertas e ↓
a absorção de água
Constipação Intestinal
D) Salinos (sais de magnésio, fosfatos de
sódio): tem efeito osmótico, absorvendo
água
F) Estimulantes (bisacodil, cáscara sagrada,
sene, fenolftaleína): efeito no íleo distal e
colon; ↓ absorção de água, estimulam a
musculatura lisa (as antraquinonas podem
desenvolver melanose coli)
G) Hiperosmóticos (lactulose,
manitol)(glicerina só via retal)
(PEG/macrogol 3350)
Tagaserode: estimulação HT-4 no sistema
nervoso entérico
FIM!..
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