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Atualizado em 10 de maio de 2006.

Inflamação e infecção da próstata são assuntos embaraçosos na prática urológica (lembra-se que
Thomas A. Stamey, em 1980, já havia definido a prostatite como sendo “a cesta de lixo da ignorância clínica”).
Entretanto, hoje já se sabe que as lesões inflamatórias das Prostatites Crônicas (PC)s podem estar associadas
aos estágios iniciais do Câncer da Próstata (CaP).
Assim sendo, é de se esperar que seja possível reverter esse quadro de risco para CaP a partir de
procedimentos clínicos para as inflamações prostáticas (inclusive procurando observar os resultados com os
coadjuvantes dietéticos, anti-inflamatórios, homeopáticos, vitamínicos, etc.).
Nessa linha de pensamento, reunimos elementos indutivos sólidos que pudessem redefinir o paradigma do
atual Estado da Arte da Urologia, de sorte a estabelecer um novo modelo abrangente que pudesse tomar o seu lugar.
Os temas aqui oferecidos a exame focalizam, em especial, a Hiperplasia Prostática Benigna e o Câncer da
Próstata.
Trata-se de enfoque inédito, heterodoxo, porém cogente.
As premissas da abordagem são as preconizadas pela Medicina Evolucionária.
Como se sabe, a Medicina Evolucionária pode ser definida como sendo o ramo especializado da Medicina -
concebido por Paul W. Ewald, professor de biologia na faculdade de Amherst, Massachusetts - que estuda a evolução
das doenças infecciosas.
Sua tese central é a de que o câncer e as doenças crônicas, na maioria das vezes, se originam das infecções.
A aplicação prática dos princípios da Medicina Evolucionária, quando estes vierem a ser exaustivamente
comprovados, poderá revolucionar o curso da atual prática médica.
A opção pela apresentação com “PowerPoint” se fez em face da interatividade propiciada (hipertexto) e visando
a difusão.
Finalmente, cumpre ressaltar a natureza empírica da exposição que subsegue.

Celso Gontijo de Paula


Infecção na Próstata
Patrick C. Walsh, M.D. urologista chefe do
Johns Hopkins Hospital, em 1995, questionava:
`
“O que é prostatite? A resposta é fácil: É a inflamação
da próstata. Mas isto é a única coisa simples acerca
desta perturbadora e debilitante condição. Alguns
urologistas afirmam ser a prostatite o mais impreciso
diagnóstico em toda a Medicina. Outros a situam dentre
os mais frustrantes. Como médico você nunca desejará
dizer a alguém que você não pode curá-lo,
particularmente quando, nós médicos, vivemos numa
época em que a tecnologia médica é reconhecida como
sendo tão avançada. E prostatite parece ser uma
coisa tão simples... Ela não é uma doença complicada.”
Tumores na Próstata
• Entre 50 e 60 anos todo
homem tem em torno de 50% de
risco de ser portador de tumores
prostáticos (benigno + maligno),
maligno
risco este que cresce,
rapidamente, com a idade.

• Quando chega aos 80 anos


esse risco já alcança a casa dos
90%.

• Após os85 anos estima-se que


todo homem deva ser portador de
algum tipo de tumor na próstata.
Qual o motivo de tal condenação?
Será mesmo
inexorável o
desenvolvimento
de
tumores nas
próstatas dos
pobres machos
humanos?
A Urologia não pode
responder a tais questões…

-Porque desconhece as
CAUSAS !
O que se sabe sobre as causas dos
Os pressupostos do atual Estado da Arte da Urologia nos levam a presumir
que os tumores prostáticos benignos devam decorrer de causas (desconhecidas)
diferenciadas das causas dos tumores prostáticos malignos (também
desconhecidas).

?
Entretanto, evidências apontam no sentido de serem
os tumores prostáticos (benignos e malignos)
malignos ESTÁGIOS
EVOLUTIVOS de uma mesma patogênese, na qual as
infecções da próstata podem desempenhar papel
crucial.
Câncer da Próstata
(considerados os ensinamentos da Medicina Evolucionária)
- (CaP)

Fator de Risco Principal:

Inflamação Crônica
(Prostatite)

Princípios Darwinianos,
Darwinianos aplicados à
Microbiologia, nos mostram como o
câncer pode corresponder ao epílogo
de uma relação PATÓGENO-
HOSPEDEIRO.
HOSPEDEIRO

VIDE idéias de Paul W. Ewald, Ph. D. (link abaixo):

http://www.sciam.com/article.cfm?articleID=000DBEA5-16B4-1C70-84A9809EC588EF21&pageNumber=1&catID=2
Agentes Etiológicos que podem
estar relacionanados à condições

Condições Agentes
• Úlcera Péptica • Helicobacter Pylori
• Câncer do Estômago • Helicobacter Pylori
• Câncer do Fígado • Virus da Hepatite
• Câncer Cervical • Papillomavirus
• Atherosclerosis • Chlamydia Pneumoniae
• Alzheimer • Chlamydia Pneumoniae
• Câncer da Próstata • Agentes Venéreos, Não-
Venéreos, Fungos,
Virus, Parasitos, Micoses
Agentes Etiológicos de
processos inflamatórios na
Susceptibilidade aos Parasitos pode explicar
menor expectativa de vida para os homens

Vide pesquisa de Sarah L. Moore e de Kenneth Wilson em:


http://www.sciam.com/article.cfm?chanID=sa003&articleID=000B9F70-0FBB-1D89-B3B9809EC588EEDF
Virulência
A Virulência é a
capacidade, mais ou
menos intensa, de um
Agente Patogênico vir a
provocar uma doença.

A virulência pode ser


medida pela quantidade
de toxinas produzidas
pelo agente.
Latência
Latência é o período de incubação de
uma DOENÇA.
Vias da Transmissão

Para atingir a PRÓSTATA os organismos precisam,


primeiramente, causar uma infecção do trato urinário, seja
sintomática ou assintomática.
As Vias da Transmissão serão, portanto, as seguintes.
1. Partindo de uma prévia infecção uretral a bactéria se
move, através dos dutos prostáticos, até a próstata.

2. A urina infectada se movimenta para o interior dos tecidos


prostáticos através dos dutos ejaculatórios e prostáticos.

A origem dos agentes poderá ser a vagina, os


intestinos, a boca, ou a garganta, dependendo da
modalidade sexual praticada para a transmissão.
Em casos raros, a transmissão poderá se dar pelo
sangue
(caso da Chlamydia pneumoniae, por exemplo).
Chlamydia pneumoniae

A constante presença de Chlamydia pneumoniae (C. p.)


resistente aos antibióticos, observada em todas as
patologias da próstata – nas prostatites, nas hiperplasias
prostáticas, e no câncer da próstata – abre uma importante
discussão sobre o papel desse microorganismo em seu
desenvolvimento com o tempo.

Prostatites, Hiperplasia Prostática e Câncer da Póstata


parecem representar diferentes momentos de um mesmo
processo no qual as condições externas provocadas pelo
hospedeiro (especialmente as condições imunológicas),
podem induzir o determinismo de uma ao invés de outra,
Sítio da Infecção
Próstata Ácino inflamado

obstrução

Dutos orientados
Zona pré- horizontalmente.
prostática. Zona com tendência à
Tendência à HPB. Prostatite e Câncer.
Abrange 75% do
volume da Próstata.

Dutos com orientação


oblíqua.
Abrange 25% do
volume da Próstata.
Sintomas possíveis, ordenam-se no quadro abaixo.
Infecção na Próstata - Sintomas
(nao se esquecendo de que as prostatites crônicas podem ser assintomáticas, ou quase-assintomáticas)

No lúmen, dos ácinos bloqueados, o fluido prostático se


encontra impedido de percolar para o exterior. Assim sendo,
é criado, no seu interior, um ambiente perfeito para o
desenvolvimento de bactérias, ou outro tipo de organismo,
que obtêm nutrição a partir da secreção prostática produzida
para alimento dos espermatozóides. Ali, a ação dos
microrganismos passa a aumentar a pressão interna fazendo
com que a forma do ácino se altere, crescendo
gradualmente. Isto é o que causa muitos dos sintomas,
apresentados pelos portadores das PROSTATITES CRÔNICAS,
na área perigenital. No interior dos ácinos prostáticos os
agentes secretam toxinas que, por osmose, entram na
circulação do sangue alcançando, assim, todas as partes do
corpo. O paciente poderá apresentar, então, síntomas que
não costumam ser associados às prostatites, mas que são
muito freqüentes nos homens com mais de 50 anos de
idade, tais como: falta de memória, falta de concentração,
cansaço, depressão, sentimentos de inferioridade, fadiga,
irritabilidade, zumbidos, labirintites, resfriados, etc...
Exemplos de
procedimentos
heterodoxos VISANDO a
CURA CLÍNICA das
prostatites crônicas e
utilizando diferentes
técnicas de
tratamento

Repetitive Prostate Drainage: Antonio Espinosa Feliciano, M. D.

Unblocking Treatment:Dr. Lu and Xi'an Ren-Ai Hospital.

Técnica de Infiltração: Prof. Dott. Federico Guercini M.D.


PAQ Per tinent Ask
O que viria a ocorrer caso viéssemos a DESOBSTRUIR e
DRENAR os ácinos prostáticos?
Em termos relativos, a forma anatômica dos ácinos prostáticos é muito longa e fina.
Pode ser que seja esta forma anatômica, quando os ácinos se encontram obstruídos, que
torna o tratamento das prostatites crônicas tão difícil.
A experiência da prática clínica nos mostra que quando os ácinos prostáticos estão
bloqueados (ainda que parcialmente) os antibióticos, mesmo quando ministrados em altas doses, não
conseguem obter resultados satisfatórios.
Um quadro similar pode ser eventualmente observado na prática cirúrgica, como no seguinte
exemplo:
“Certo paciente apresenta febre baixa após ter sido submetido a uma
intervenção cirúrgica. São aplicadas no paciente altas doses de antibióticos sem que os mesmos
venham a eliminar a febre. O cirurgião experiente examina a área da incisão da operação, localiza
um abcesso e faz sua drenagem. Isto feito, se observa uma rápida recuperação do paciente.”

À desobstrução e drenagem dos ácinos prostáticos deverá sobrevir, muito provavelmente,


um quadro de alívio similar ao do exemplo acima e uma igualmente rápida recuperação, se forem
aplicadas, concomitantemente,
A 3ª Cultura altas doses
consiste no acervo de antibióticos
de trabalhos apropriados.
heterodoxos de cientistas e filósofos
que,
Qual a relação entre doenças venéreas e prostatites?
As doenças venéreas comuns são as uretrites gonocócicas e não-gonocócicas.
Se, no estado agudo, as doenças venéreas não são completamente curadas, os agentes
(patógenos) venéreos poderão infectar os ácinos prostáticos, causando as prostatites.
Reflexão Essencial:

• As cirurgias da
PRÓSTATA trazem, como
conseqüência,
decrementos da função sexual
e pioras na
qualidade de vida.

• Ainda que, em certos casos,


queira se trabalhar com a
con tr over tida hip ót es e de se
obter algum
real acréscimo teórico na expectativa de vida
, há de se considerar o
verdadeiro significado da
relação CUSTO-BENEFÍCIO
envolvida.
Ponderações


“The future of Heterodoxas
Cervicites recorrentes são comumente observadas na mulher face a sua anatomia

urology is best
propensa às infecções. Embora, na maioria das vezes, estas cervicites sejam
consideradas relativamente inócuas, é preciso ter presente que elas são causadas pelos
mesmos microrganismos responsáveis por prostatites crônicas no homem. Na mulher,
tais microrganismos são quimicamente repelidos, sua população controlada, sendo a
suceptibilidade aos mesmos limitada. No homem, entretanto, mais suceptível aos
parasitos em geral, eles podem trazer reflexos na expectativa de vida e desempenhar o

served by
importante papel na patogênese do câncer da próstata.

• Preocupantes, ainda, são os aspectos ligados à felação e à sodomia, quando


microrganismos da boca, da garganta e do intestino podem contaminar o homem, em
especial a matéria fecal que pode ser muito infecciosa ao transmitir bactérias virulentas e
outros agentes etiológicos agressivos.


bridging the
Embora a promiscuidade sexual seja, de longe, o maior fator de risco para as infecções
da próstata, é importante não subestimar o risco presente nas relações monogâmicas
entre parceiros fiéis. Uma mulher que tenha tido um único parceiro em toda a sua vida,
parceiro este fiel e com uma única experiência pré-nupcial, pode, teoricamente, ser vetor
de microorganismos procedentes de um elevado número de hospedeiros, face ao fator

gap between
multiplicador, exponencial, decorrente de sucessivos contágios regressivos.
• Ainda importantes e menosprezados são os fatores de risco decorrentes de
condicionantes culturais diversos como, dentre outros, os relacionados à higiene. Lavar
as mãos antes das refeições, por exemplo, é procedimento de higiene adotado nas
classes mais esclarecidas dos países com certo grau de desenvolvimento. Este
procedimento pode evitar infecções por microrganismos que, de outro modo, seriam
Epílogo:

• O câncer é uma doença da idade avançada. Mas, nem todos os idosos têm
câncer. Haverá um dia em que a ciência conhecerá a resposta definitiva sobre a
causa dessa doença. Então, o fenômeno epigenético, central, que explicará as
diversas formas do câncer, estará desvendado. Uma teoria definitiva explicará,
por exemplo, por que todo homem idoso, se viver o bastante, inexoravelmente
contrairá o câncer da próstata. Sobre os tumores malignos, sabe-se hoje, não
são constituídos por uma massa de clones idênticos. Ao contrário, todo tumor
parece ser único na configuração de sua desordem genética. A partir de uma
instabilidade cromossômica o fluxo genético interage suas forças com as forças
da seleção natural (forças evolucionárias) para produzir tumores benignos, que
se convertem em malignos, que por sua vez resultam em metástases. No caso
do câncer prostático, a causa dessa instabilidade inicial pode advir de um
processo inflamatório crônico da próstata, correspondendo ao epílogo de uma
relação Patógeno-Hospedeiro. Assim sendo é de se esperar que se observem
fatores de risco diferenciados para o câncer da próstata, em indivíduos que
tenham predisposições genéticas distintas. Também diferenciado, em função da
faixa etária, poderá se apresentar determinado “fator de risco”. Isto porque a
suscetibilidade aos parasitos dos homens se altera com o tempo. Sob a ótica do
paradigma evolucionário, o atual enfoque da urologia clássica para o combate
ao câncer da próstata, essencialmente cirúrgico, precisa ceder espaço para os
tratamentos clínicos preventivos que tenham por objetivo a cura das prostatites
crônicas.
• “The urology is best served bridging the gap between the theory and the clinical
practice”

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