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TPE
VIBRAÇÕES
MECÂNICAS
PRINCÍPIOS DE
VIBRAÇÕES
MECÂNICAS
INTRODUÇÃO
Atualmente os gerentes de fábricas têm enfrentado problemas gerais, tais como: redução de custos, maior
disponibilidade de máquinas, redução de mão-de-obra e problemas diversos inerentes a qualquer unidade
produtiva.
Com isto a busca de ferramentas que possibilitem esses fatos tornou-se intensa, uma destas alternativas é o
acompanhamento preditivo, também conhecido por Manutenção por Condição ou Manutenção Preditiva.
A manutenção por condição diferencia-se da corretiva pelo fato de que somente será intervido em um
equipamento a partir do momento em que este apresentar os sinais de falha e na corretiva faz-se a manutenção
quando a máquina quebra, caracterizando para equipamentos importantes um custo bastante elevado de
manutenção (horas de parada, mão-de-obra, falta de reposição, etc.).
A manutenção preventiva baseada na vida média caracteriza-se por intervenções em intervalos fixos em
equipamentos, que normalmente gera dois tipos de custo: o custo das peças que são trocadas ainda em
condições de uso e o custo da quebra deste equipamento por um defeito inserido em uma manutenção
desnecessária. A característica da preventiva é o fato principal de incorrer paradas desnecessárias, reduzindo o
percentual de disponibilidade do equipamento, porém em número bastante superior que a corretiva.
A manutenção por condição sendo ela por análise de vibrações, termografia, ferrografia, análise de óleo,
ensaios de ultra-som, etc., os quais fornecem dados seguros para ser prevista a manutenção das máquinas,
garantindo que até a próxima parada a máquina esteja isenta de quebras inesperadas.
A análise de vibrações dentre as ferramentas do controle preditivo, é a que apresenta o melhor custo/ benefício.
Ela fornece dados para que possamos prolongar a vida do equipamento com informações obtidas durante a vida
do mesmo, eliminando desvios "Dia 1" e problemas de montagem que reduzem significativamente a vida útil dos
equipamentos.
A VIBRAÇÃO
Um corpo é dito estar vibrando, quando ele descreve um movimento de oscilação em torno de uma
posição de referência. O número de vezes de movimentos completos (ciclos), tomados durante o
período de um segundo, é chamado de freqüência e é medido em Hertz (Hz = ciclos/segundo).
Vibrações mecânicas podem ser geradas intencionalmente para produzir um trabalho útil, como
em alimentadores vibratórios, britadores de impacto, compactadores, vibradores para concreto,
etc; porém, a vibração normalmente é considerada indesejável, e sua presença em equipamentos
rotativos acelera consideravelmente o desgaste provocando quebras e por conseguinte paradas
inoportunas, elevando os custos da produção.
Neste curso, nos dedicamos à eliminação da vibração não desejada, identificando a sua origem
pelo estudo de seu comportamento, registrado por instrumentos de medição, de modo a promover
um diagnóstico exato, que permita uma correção definitiva, pois acreditamos ser o entendimento
do problema, um precioso passo no caminho da solução. Na prática, a vibração existe devido à
efeitos dinâmicos, tolerâncias de fabricação, folgas, atrito entre partes em contato, forças
desequilibradas em elementos rotativos e recíprocos.
O aumento do nível de vibração, está relacionado com alterações ocorridas em um ou mais
elementos da máquina, influenciando também outros componentes por estarem interligados. Uma
pequena vibração pode excitar freqüências de ressonância de outras partes estruturais e ser
amplificada para um nível maior de vibração, que geralmente será percebido na estrutura e não
diretamente na fonte de vibração.
A vibração de um componente simples, como de uma lâmina fina, excitada numa determinada
freqüência, é facilmente identificada.
CONTROLE PREDITIVO POR ANÁLISE DE VIBRAÇÕES
Existe um universo de caminhos para a implantação de um controle preditivo via análise de vibrações e também
um universo de parâmetros a serem estabelecidos como padrão para o sistema.
Tais parâmetros normalmente são os seguintes: intervalo entre medições, parâmetros de vibração que serão
coletados a cada ponto, a definição dos pontos de medição, a codificação dos mesmos para que se estabeleça
o histórico com relação ao ponto e a máquina, níveis iniciais e de acompanhamento e alarme, organização de
rotas de medição, definição de equipamentos a serem acompanhados e de que maneira eles serão
acompanhados, etc.
Todos os parâmetros descritos acima variam para cada tipo de equipamento a ser contemplado com o controle
preditivo.
a. Escolha de equipamentos: Normalmente, no início de um programa preditivo sugere-se que sejam escolhidos
aqueles equipamentos ditos "Classe A", vitais para o processo produtivo, e que em caso de parada por quebra
ou para intervenção provoquem paradas prolongadas quer pelo seu porte, ou pela falta de peças de reposição,
ou por outros motivos característicos a cada empresa. Com o decorrer do controle preditivo e a evolução do
pessoal de campo em análise de vibrações serão incorporados gradativamente equipamentos de classes
inferiores e outros que sejam justificados sua necessidade pelo melhor desempenho do sistema.
b. Pontos de medição: A vibração da máquina normalmente tem origem em suas partes rotativas, porém é
sentida na sua parte estática, portanto é transmitida através dos mancais dos equipamentos, pois neles são
sentidas as vibrações provenientes dos componentes internos à máquina.
Na ilustração, o transdutor A faz uma medição melhor que o transdutor B,
assim como o transdutor C está numa posição mais direta que o transdutor D.
Na monitoração de equipamentos, a escolha da direção da medição deve
incluir medição na direção axial (z), e em uma das direções radiais (horizontal-
x ou vertical-y), normalmente na direção radial que apresentar menor rigidez
(maior nível de vibração).
c. Nomenclatura/Codificação: O estabelecimento de uma codificação dos pontos de medição e dos
equipamentos envolvidos deve ser construída de forma simples e clara para facilitar o acompanhamento e a
criação das máquinas e pontos de medição para o software, o que facilitará sobremaneira a comunicação entre
os usuários do sistema.
d. Rotas: As rotas são roteiros de equipamentos a serem medidos. São estabelecidas de maneira racional para
que todos os equipamentos cobertos pela coleta de sinal de vibração sejam medidos no intervalo de tempo
especificado e que não se fique andando de um lado para outro dentro da fábrica.
e. Como medir: Existem diversas formas de avaliarmos uma vibração: através do nível global de vibração ou
espectros em freqüência, o qual pode ser auxiliado através de medições especiais, tais como: cepstrum, detetor
de envoltória (envelope), zoom, scan, fase, etc.
f. Intervalo entre medições: O estabelecimento do intervalo dependerá basicamente das medições iniciais e que
poderá ser alterado ao longo do monitoramento podendo em alguns casos ser desde diário até semestral. Este
parâmetro é definido para cada equipamento dependendo de suas características mecânicas e de evolução do
nível de vibrações.
"VOCÊ ESTARÁ MEDINDO MÁQUINAS EM FUNCIONAMENTO, PORTANTO EXTREMO CUIDADO
PARA NÃO ENCOSTAR A MÃO OU PARTES DO APARELHO EM PARTES MÓVEIS, POIS UM GRAVE
ACIDENTE PODE OCORRER".
CAUSAS DE VIBRAÇÃO EM MÁQUINAS
Desbalanceamento de massa
Desalinhamento de eixos
Folgas generalizadas
Dentes de engrenagens
Rolamentos
TÉCNICAS PREDITIVAS
Atenuação da resposta
Caso prático
Avaria no rolamento de entrada do Redutor
DESENVOLVIMENTO
Após a análise dos dados de vibração coletados na CB-16 (Rota Instalação
Piloto), a Equipe de Manutenção Preditiva, diagnosticou uma avaria no rolamento de
entrada deste redutor e desgaste no engrenamento de saída.
No dia 26-06-04, foi solicitado a substituição do redutor, porém, não foi trocado
na parada posterior ao dia da solicitação, devido a problemas técnicos na retirada do
mesmo, por isso, a Equipe de Manutenção Preditiva acompanhou a tendência do
equipamento até a data da próxima parada preventiva, sendo essa realizada dia
22-07-04
Após a peritagem do redutor na oficina central, foi constatado avaria no
rolamento de entrada do redutor e o engrenamento Z5 com desgaste anormal.
ANÁLISE DOS ESPECTROS
Conforme o acompanhamento de rotina semanal da equipe de Manutenção
Preditiva deste equipamento, observamos uma grande evolução na amplitude na
freqüência de engrenamento de saída do redutor e avaria no rolamento de entrada do
mesmo. 14
ISPI - TRANSPORTADOR CORREIA CB16
CB16 -R6V REDUTOR SAIDA VERTICAL
Route Spectrum
D D 19-jul-04 10:04:20
(SST-Corrected)
12
OVERALL= 10.19 V-DG
PK = 10.17
LOAD = 100.0
10 RPM = 26. (.43 Hz)
>PHB 09 SSSFV/45
PK Velocity in mm/Sec
D=Grmesh(3>4): 2157.
8 FREQUÊNCIA DE
ENGRENAMENTO
COM UMA
6
AMPLITUDE
ELEVADA.
4
0
Freq: 2151.9
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
Ordr: 82.80
Frequency in CPM Spec: 9.899
Cada engrenagem terá uma série de freqüências harmônicas que são múltiplos inteiros da freqüência fundamental. A freqüência
fundamental, também conhecida por Freqüência de Engrenamento é calculada pela multiplicação do número de dentes da engrenagem pela
rotação do eixo que ela está engastada.
ANÁLISE DOS ESPECTROS
ISPI - TRANSPORTADOR CORREIA CB16
CB16 -P3H REDUTOR ENTRADA HORIZONTAL PKV
0.024
Route Spectrum
I I I I I I I I I I I I I I I 19-jul-04 10:00:58
(PkVue-HP 1000 Hz)
Espectro utilizando a técnica de Peak-Vue,
0.020 OVERALL= .1445 A-DG
RMS = .1438
LOAD = 100.0
0.016
RPM = 1190. (19.83 Hz)
>PHB 09 SSSFV/45
com frequências deterministica de defeito na
RMS Acceleration in G-s
>>SKF 6208
I=FTF SHFT 1-IB: 473.1 gaiola (FTF) do rolamento de entrada do
0.012
redutor.
0.008
0.004
0
Freq: 1190.1
0 10000 20000 30000
Ordr: 1.000
Frequency in CPM Spec: .01072
Espectro utilizando a técnica de Peak-Vue,
RMS = .1438
LOAD = 100.0
RPM = 1190. (19.83 Hz)
0.016
>PHB 09 SSSFV/45 com frequências deterministica de defeito na
RMS Acceleration in G-s
>>SKF 6208
0.012
L=BPFI SHFT 1-IB: 6453.
pista interna do rolamento (BPFI) do
rolamento de entrada do redutor
0.008
0.004
0
Freq: 6412.5
0 10000 20000 30000
Ordr: 5.388
Frequency in CPM Spec: .01184
GRÁFICOS DE TENDÊNCIA
25
INTERVENÇÃO -- Baseline --
-- Baseline -- Value: 12.60
9
Value: 2.196 Date: 24-jul-02
Date: 20-ago-03
PK Velocity in mm/Sec
20
PK Velocity in mm/Sec
FAULT
6 15
ALERT
10
3 FAULT
5 ALERT
0 0
Date: 14-jul-04 Date: 14-jul-04
0 100 200 300 400 500 600 700 800 0 100 200 300 400 500 600 700 800
Time: 14:43:28 Time: 14:41:57
Days: 24-jul-02 To 23-ago-04 Ampl: 26.37
Days: 24-jul-02 To 23-ago-04 Ampl: 9.255
APÓS A
INTERVENÇÃO
Avaria no rolamento do
motor LA (Lado Acionado)
OBJETIVO
ROLAMENTO 6312 ZZ
Deficiência de Lubrificação
ROLAMENTO 6212 ZZ
ANÁLISE DOS ESPECTRO
ESTC - CORREIA TRANSPORTADORA TR10
TR10 -P2H MOTOR LA HORIZONTAL PKV
1.2
Max Amp
1.11
0.9
RMS Acceleration in G-s
0.6
0.3
Após a intervenção
0
27-mai-04
11:20:43
Antes da intervenção
11-mai-04
09:43:51
0 20000 40000 60000
Frequency in CPM
-- Baseline --
12
Value: 3.978
Date: 12-jun-02
PK Velocity in mm/Sec
8
FAULT
ALERT
4
WARNING
APÓS A INTERVENÇÃO
0
Date: 27-mai-04
0 100 200 300 400 500 600 700 800 Time: 11:20:30
Days: 12-jun-02 To 27-mai-04 Ampl: 3.978
COMENTÁRIOS
3)DADOS LEVANTADOS:
- Histórico do Redutor
- Histórico e Gráfico de vibração
- Levantamento de resultante das cargas atuantes (durante a desmontagem)
- Registro por fotos da peças danificadas
HISTÓRICO REDUTOR:
Equipamento= Transportador de Correia AB01A
Subconjunto= Redutor 0154
Modelo= 13AKSS Fabricante= PHB Vida Prevista= ???
-Ultima manutenção - 28/10/98, foi reformado na oficina central - trocou Z3, Z4, Z5 e Z6,
todos os rolamentos e retentores, o mesmo foi para o almoxarifado dia 17/01/00.
-O redutor entrou em operação dia 10/08/2000 - foi retirado dia 10/04/2004
Horas trabalhadas estimadas = 15840 horas
LEVANTAMENTO DE DADOS DURANTE DESMONTAGEM
Rolamento falhado
Conseqüência secundária:
Perda das engrenagens da 2ª redução
por desalinhamento.
*A conseqüência primária está
relacionada com a perda de
produção;etc...
ANÁLISE DAS FORÇAS ATUANTES
saída
Desgaste dos
elementos Desgaste progressivo, indicador de
rolante e gaiola fadiga por carga localizada, normal
de trabalho (este ponto está
localizado conforme slide
anterior)que foi acelerado por
deficiência de lubrificação
Fratura
frágil
DEPURAÇÃO DOS DADOS
FALHA NO REDUTOR COM DEFICIENCIA DE LUBRIFICAÇÃO NO ROLAMENTO
correto
Date: 15-jul-02
16
PK Velocity in mm/Sec
12 6
WARNING
engrenamento
8
FAULT
3
ALERT
4
0 0
Date: 07-abr-04 0 Freq: 1781.0
0 100 200 300 400 500 600 700 20000 40000 60000
Time: 09:11:36 Ordr: 1.000
Days: 15-jul-02 To 12-abr-04 Frequency in CPM Spec: 9.878
Ampl: 20.33
CONCLUSÃO:
Quebra do redutor devido fadiga do rolamento 6318.Fadiga acelerada em função da energia
de desbalanceamento e deficiência de lubrificação.
SUGESTÕES:
A definir no plano de ação.
FIM