O documento discute a modalização e modulação na linguagem jurídica, especificamente o uso de recursos linguísticos para indicar a força argumentativa e orientação de enunciados. A modalização ocorre por meio de probabilidade e usualidade em proposições, enquanto a modulação ocorre por meio de obrigação e prontidão em propostas. Ambas servem para atenuar ou reforçar o grau de julgamento de enunciados.
O documento discute a modalização e modulação na linguagem jurídica, especificamente o uso de recursos linguísticos para indicar a força argumentativa e orientação de enunciados. A modalização ocorre por meio de probabilidade e usualidade em proposições, enquanto a modulação ocorre por meio de obrigação e prontidão em propostas. Ambas servem para atenuar ou reforçar o grau de julgamento de enunciados.
O documento discute a modalização e modulação na linguagem jurídica, especificamente o uso de recursos linguísticos para indicar a força argumentativa e orientação de enunciados. A modalização ocorre por meio de probabilidade e usualidade em proposições, enquanto a modulação ocorre por meio de obrigação e prontidão em propostas. Ambas servem para atenuar ou reforçar o grau de julgamento de enunciados.
A modalizao consiste na atitude do falante em relao
ao contedo objetivo de sua fala. Um dos elementos discursivos mais empregados na modalizao consiste na conveniente seleo lexical. De fato, em muitos casos, uma mesma realidade pode ser apresentada por vocbulos positivos, neutros ou negativos, tal como ocorre em: sacrificar / matar / assassinar; compor / escrever / rabiscar; cidado / ru / assassino. O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica Dessa forma, uma leitura eficiente deve captar tanto as informaes explcitas quanto as implcitas. Portanto, um bom leitor deve ser capaz de ler as entrelinhas, pois, se no o fizer, deixar escapar significados importantes, ou pior ainda, concordar com ideias ou pontos de vista que rejeitaria se os percebesse. Assim, para ser um bom produtor de texto jurdico, necessrio que o emissor esteja apto a utilizar os recursos disponveis na lngua a servio da modalizao. O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica No se trata de mentir ou manipular, o que constituiria verdadeiro problema de tica profissional e humana. Trata-se, isso sim, de construir verses verossmeis sobre como se desenvolveu a lide. O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica Considerando que, no interagir com o outro e com a linguagem, os falantes mobilizam recursos lingusticos e expressivos para atingir seus objetivos numa dada situao comunicativa. A linguagem o lugar da interao humana, visto que ela permeia todos os nossos atos, articula nossas relaes com os outros e nos constitui enquanto sujeitos. Essa interao social, por intermdio da lngua, caracteriza-se, necessariamente, pela argumentatividade. O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica Esses elementos modalizadores tm como funo principal indicar a fora argumentativa dos enunciados ao relacionar, contrapor temas, valores e crenas compartilhadas por uma comunidade lingustica. , pois, nesse sentido que a modalizao destaca-se por indicar a orientao argumentativa dos enunciados e servir como instrues que permitem especificar a concluso para a qual o enunciado aponta. O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica O fenmeno da modalizao ganha destaque nos estudos lingusticos, pois tem a funo de determinar o modo de como aquilo que se diz dito. Na produo de um discurso, o locutor manifesta suas intenes e sua atitude no enunciado que produz, o que pode ser considerado como atitude ilocucionria de modalizao. Observemos os exemplos abaixo. a) Eu ordeno que voc se retire daqui. b) preciso que voc se retire daqui. O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica Nota-se que, respectivamente, as sentenas estabelecem as noes de obrigatoriedade e necessidade. Em ambas o locutor procura obrigar seu interlocutor a assentir ao seu discurso, o qual marcado pela atitude autoritria e imperativa daquele. Em (a) o locutor coloca-se explicitamente num patamar de autoridade e manifesta em seu enunciado a inteno de levar o interlocutor a agir conforme o citado. J em (b) o locutor menos incisivo e O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica J em (b) o locutor menos incisivo e autoritrio, porm manifesta a necessidade de que a ao seja concretizada. Nota-se que em ambas as frases o locutor se compromete com o contedo asseverado, pois se expe como autor de tais afirmaes. Um grupo de quarenta famlias de sem-teto ocupou o plenrio da Cmara de Campinas (99 Km de SP) entre 14h e 21h de ontem aps ser desalojado de uma rea invadida em abril deste ano por cerca de 600 pessoas. Os sem-teto permaneceram no plenrio da Cmara e s concordaram em deixar o local aps o juiz Jamil Miguel, da 5.a Vara Civil de Campinas, anular liminar para reintegrao de posse expedida ontem. c) possvel que Maria tenha feito a prova. d) Provavelmente ser preciso estudar. O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica Em (c), o locutor parte de suas percepes acerca da realidade, de suas convices, porm no garante a verdade da proposio, o que permite que a responsabilidade sobre a asseverao seja atenuada. J no exemplo (d) nota-se que o locutor, diferente do que ocorre no enunciado (b), avalia o contedo como uma possibilidade no como uma verdade. Ele deseja ver realizada a ao de estudar, porm a apresenta de modo menos incisivo, podendo receber contestaes, pois no apresentada como uma certeza. O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica modalizao e modulao valores A polaridade e a modalidade so recursos interpessoais da linguagem. A polaridade ocorre em respostas a perguntas do tipo sim/no. A modalidade, por sua vez, pode ocorrer como probabilidade, usualidade, obrigao e prontido. A probabilidade e a usualidade servem a proposies (declaraes e perguntas). o caso propriamente dito de modalizao. A obrigao e a prontido, por sua vez, servem a propostas (ofertas e comandos). o caso da modulao. O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica Sempre com base na polaridade, a modalidade pode trazer um grau alto, mdio ou baixo de julgamento. Grau alto: certamente, sempre... Grau mdio: provvel, usualmente... Grau baixo: possvel, s vezes... O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica A funo interpessoal tambm ocorre por meio do metadiscurso. O metadiscurso consiste em comentrios do locutor que permeiam seu discurso. O metadiscurso pode ser analisado por meio de seus ndices (tarefa da interpretao). O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica Marcadores ilocucionais: afirmo, prometo, discuto, por exemplo... O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA Teoria e Prtica da Narrativa Jurdica O diretor informou que... Salientadores: mais necessrio, mais importante... Enfatizadores: sem dvida, bvio, lgico... Marcadores de validade: pode, deve, talvez... Marcadores de atitude: infelizmente, incrvel que, curiosamente... Comentadores: talvez voc queira..., meus amigos e todas as formas de vocativo, vocs podero... O fim do Direito a paz; o meio de atingi-lo, a luta. JWA