Você está na página 1de 19

TV na Educação

Monica Rabello de Castro


Programa de Pós-graduação em Educação
da Universidade Estácio de Sá
O surgimento da TV

O surgimento da TV data de
1937, nos Estados Unidos,
onde se desenvolveu como
veículo de comunicação de
massas a partir de meados
do século XX.

No Brasil, sua implantação


ocorreu ao longo dos anos
50, com uma programação
bastante pobre, que se
mesclava a uma boa
quantidade de anúncios
comerciais.
Dois modelos de TV que
influenciaram a brasileira
TV americana – vocação comercial
 A televisão comercial preocupa-se basicamente com a rentabilidade
de seus produtos: comerciais, programas de auditório, e, para isto, há todo
um investimento para melhor conhecer seu público.

TV européia – vocação educativa


 A Europa tinha uma tradição fortemente humanista em contraposição
ao funcionalismo e as práticas laboratoriais americanas. Os estados
europeus, com o desenvolvimento da TV, assumem sua direção em
benefício do cidadão, utilizando o meio sem distinção de classe, sem
qualquer fim comercial e voltado para a formação social do indivíduo. Para
os pensadores europeus, a cultura, a preservação, a formação do homem
nunca poderia ser parte de uma indústria com fins capitalistas. Desta
maneira, em tese, as emissoras européias já nasceram educativas.
TV comercial no Brasil
A televisão comercial
brasileira originou-se do
modelo americano de
televisão, dirigiu-se a
uma grande massa e,
como tal, teve a
preocupação em manter
a audiência, geralmente
paga por uma pesquisa
que ajudasse a desenhar
o perfil do telespectador.
É nesse cenário que a
televisão educativa
brasileira nasce.
A TV educativa brasileira
A primeira emissora educativa a entrar no ar foi a
TV Universitária de Pernambuco, em 1967. Entre
1967 e 1974, surgiram nove emissoras
educativas cuja razão social e vinculação eram
as mais diversas.
Os Programas da TVE, inicialmente, eram presos
ao “modelo aula pela TV”, a tendência atual é a
da transmissão de programas com vários
formatos mantendo a educação como fio
condutor.
Ainda hoje, porém, a audiência é muito pequena.
Ambiente pouco propício à
educação?
A TV educativa nasce num ambiente
pouco amigável, em função de uma
vocação fortemente comercial da
televisão na época, quando era feita
visando basicamente a grande
audiência.
A TV não é bem recebida no meio
educacional e as iniciativas de
produção de programas educativos
não têm grande penetração.
A TV dentro de casa
No Brasil, cerca de 150 milhões de
pessoas vêem televisão todos os dias
e a maior parte delas passa pelo
menos três horas por dia diante da tela
da TV.
Crianças são o segmento mais
significativo desse público porque,
estando em casa mais tempo do que
adolescentes e adultos, vêem um
número muito maior de programas, em
diferentes horários e canais e com
endereçamentos muito distintos, isto é,
produtos dirigidos a diferentes faixas
etárias.
A TV é fortemente consumida
Pesquisas realizadas pelo IBOPE, pelo Instituto
Kids e pela Midiativa, Organização Não-
Governamental brasileira voltada para estudos
da audiência infantil de TV, indicam que os
programas prediletos das crianças são os que
se destinam a adolescentes e adultos, tais como
novelas, seriados e filmes de ação.
Alguns milhões desses espectadores mirins têm
pouco ou nenhum acesso a outros bens
culturais, a atividades esportivas e mesmo a
uma educação de qualidade e, por essa razão,
têm na tevê sua principal fonte de informação e
de lazer.
A TV tem sido considerada
nociva
Sendo assim, é compreensível que os meios
educacionais se preocupem com o considerável
poder de penetração da televisão e, acima de
tudo, com a influência que ela pode exercer
sobre opiniões, crenças, valores e visões de
mundo daqueles que com ela se relacionam
mais intensamente, isto é, crianças em idade
escolar. Por ela gerações aprendem a consumir
e a conhecer a si e ao mundo.
Mas parece haver muito exagero nessas
preocupações.
Algumas questões para
reflexão
Que uso foi feito da
TV recursos desde
sua produção em
massa e distribuição
na maioria das
escolas?
Por que televisão não
participa até hoje de
maneira mais efetiva
na escolarização?
Dimensões a considerar
Alvo

Para a formação
escolar
Para a formação
de professores
Para a Educação
Informal
(Campanhas)
Pesquisas
científicas

Possibilidades e vantagens

Acesso e alcance
Recursos de imagem,
som e texto
Recursos que
favorecem a
interatividade
Distribuição e arquivo
Desvantagens
Custo alto de produção
Infra-estrutura sofisticada
Limites para a interatividade
 Alterações possíveis apenas por
processos ainda muito sofisticados
 Necessidade de aliar outras
tecnologias
Divulgação - pesquisas de mercado
A TV efetivamente forma, não
se pode fazer de conta que
ela não está aí.

 De que modo ela deve


estar na educação?
A necessidade de uma educação
para as mídias
Para a educação, torna-se fundamental discutir e pensar sobre o
quanto nós, professores, talvez saibamos muito pouco a respeito
das profundas transformações que têm ocorrido nos modos de
aprender das gerações mais jovens.
O que é para os jovens estar informado ou buscar informação?
De que modo seu gosto estético está sendo formado?
O que buscam ver na TV?
O que lhes dá prazer nessas imagens midiáticas?
Com que figuras ou situações alunos e alunas se identificam mais?
Que modos de representar visualmente os objetos, os sentimentos,
as relações entre as pessoas são cotidianamente aprendidos a
partir da linguagem da televisão?
De que modo vamos aprendendo a desejar este ou aquele objeto,
através das imagens e sons da TV?
Que novos modos de narrar, de contar histórias, aprendemos
através da experiência diária com a TV?
A mídia-educação
Cabe ainda favorecer, em contexto
escolar, a experimentação de certas
práticas bem próprias do fazer televisivo
(formatos, enquadramentos, iluminação,
sonorização, duração, periodicidade etc.)
e também de ver televisão (sozinho,
com amigos, com a família, com irmãos,
na rua etc.), de modo a qualificá-las e
ampliar as possibilidades de integração
destas com outros saberes e práticas
tradicionalmente ligados à escola.
A mídia-educação
Propor atividadesque envolvam a criação de
um roteiro, o uso de som e movimento,
cenários, encenações etc., por exemplo, brincar
de antecipar acontecimentos de um seriado ou
telenovela, inventar finais alternativos ou outras
possibilidades de desdobramento de uma certa
narrativa audiovisual, usar a televisão para
discutir a própria televisão, propor situações
onde publicidade, propaganda e patrocínio
possam ser discutidos e analisados, são
algumas entre muitas possibilidades de
articulação dos conteúdos, linguagem e
formatos televisivos na construção de
conhecimentos escolares.
A mídia-educação
Vale lembrar que não é precisodidatizar ou
pedagogizar a TV para que ela faça parte do
cotidiano da escola: produtos televisivos são
produtos da cultura, tanto quanto textos
literários ou canções populares, basta que
estejam integrados às atividades escolares, de
forma prazerosa e interessante, para que se
tornem mais uma entre as muitas e variadas
fontes de conhecimento à disposição de quem
ensina.
Considerações Finais
Pouca exploração do recurso -
possibilidade de produções de baixo custo
Contexto Cultural - estímulo à criação de
uma cultura de consumo das mídias
Investimento (exemplos dos países
desenvolvidos - escolas públicas com
recursos tecnológicos para confecção e
consumo de TV e vídeo)
Inclusão Tecnológica

Você também pode gostar