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CRISTAIS PARTIDOS
Sensual (p.46)
Quando longe de ti, solitria, medito
Neste afeto pago que envergonhada oculto,
Vem-me s narinas, logo, o perfume esquisito
Que o teu corpo desprende e h no teu prprio vulto
A febril confisso deste afeto infinito
H muito que, medrosa, em meus lbios sepulto,
Pois teu lascivo olhar em mim pregado, fito,
minha castidade como que um insulto.
ESTADOS DA ALMA
Volpia (p.128)
Tenho-te, do meu sangue alongada nos veios;
tua sensao me alheio a todo o ambiente;
Os meus versos esto completamente cheios
Do teu veneno forte, invencvel e fluente.
Por te trazer em mim, adquiri-os, tomei-os,
O teu modo sutil, o teu gesto indolente.
Por te trazer em mim moldei-me aos teus coleios;
Minha ntima, nervosa e rbida serpente.
MULHER NUA
Olhos nuns olhos (p.217)
De onde vm, aonde vo teus olhos, criana,
to cansados assim de caminhar?
dessa tua existncia nova e mansa
como pode provir um tal pesar?
A alma de fantasia no se cansa!
nunca existiu tristeza nesse olhar;
que a minha mortal desesperana
te olha e nos olhos teus vai se espelhar.
(P.273)
Teus lindos cravos como vieram cheios
Do aroma que trescalas sem saber!
-Meus velhos desenganos embriaguei-os,
A espiritualidade do teu ser.
Teus lindos cravos... Que mortais receios
De, neles te possuindo, te perder!
Ponho-os entre os cabelos, sobre os seios.
Por todo o corpo, em mrbido prazer.
O GRANDE AMOR
Ver: p.298-299
Tuas mos so quentes, muito quentes
SUBLIMAO
Esboo (p.358)
Teus lbios inquietos
pelo meu corpo
acendiam astros...
e no corpo da mata
os pirilampos
de quando em quando,
insinuavam
fosforecentes carcias...
VELHA POESIA
Cano do Fim (p.425)
Vejo com mgoa de despedida
Tudo quanto atraia meu olhar.
Por que te amamos mais, Vida,
Quanto sentimos que nos vais deixar?
Sempre verstil, sempre fingida,
Custa um sorriso teu quanto pesar!
E, mesmo assim, como te amamos, Vida,
Quando sentimos que nos vais deixar!