O documento discute a obra "A autonomia de professores" de José Contreras, que analisa os diferentes sentidos de autonomia docente em diversos contextos. A obra está dividida em três partes, abordando o profissionalismo docente, três modelos tradicionais de profissionalidade e o significado amplo de autonomia. Contreras defende que a autonomia professoral só será alcançada quando houver também autonomia social, com professores lutando por sua autonomia em nome de sua responsabilidade ética e compromisso social.
O documento discute a obra "A autonomia de professores" de José Contreras, que analisa os diferentes sentidos de autonomia docente em diversos contextos. A obra está dividida em três partes, abordando o profissionalismo docente, três modelos tradicionais de profissionalidade e o significado amplo de autonomia. Contreras defende que a autonomia professoral só será alcançada quando houver também autonomia social, com professores lutando por sua autonomia em nome de sua responsabilidade ética e compromisso social.
O documento discute a obra "A autonomia de professores" de José Contreras, que analisa os diferentes sentidos de autonomia docente em diversos contextos. A obra está dividida em três partes, abordando o profissionalismo docente, três modelos tradicionais de profissionalidade e o significado amplo de autonomia. Contreras defende que a autonomia professoral só será alcançada quando houver também autonomia social, com professores lutando por sua autonomia em nome de sua responsabilidade ética e compromisso social.
PROFESSORES CONTRERAS, Jos. A autonomia de professores. So Paulo: Cortez, 2002. 296 p Sobre o autor:
Jos Contreras Domingo formou-se em Cincias da
Educao na Universidade Complutense de Madri e tornou-se Doutor em Cincias da Educao pela Universidade de Mlaga, onde foi professor de 1983 a 1992. Desde 1992, atua na Universidade de Barcelona, no Departamento de Didtica e Organizao Educacional. Na apresentao edio brasileira da obra A autonomia de professores, Selma Garrido Pimenta traa um rpido panorama do contexto social neoliberal no pas e faz uma breve anlise da trajetria profissional dos docentes, responsveis por conduzir o processo ensino-aprendizagem na nova sociedade da informao e do conhecimento. Ressalta, assim, a importncia e pertinncia do tema para a reflexo dos educadores brasileiros Na obra em questo, Contreras discute a autonomia dos professores, conforme os mltiplos sentidos que o termo assume em diversos contextos, as concepes educativas a defendidas e o papel desempenhado pelos professores em cada circunstncia.
Aprofunda o significado de autonomia, quanto ao seu
papel em relao educao e em relao sociedade e anuncia, j na introduo, que acredita na parceria professores/sociedade unindo esforos em busca da conquista de sua autonomia conjunta. A obra est dividida em trs partes.
Em um primeiro momento, o autor aborda o
profissionalismo no ensino e analisa o debate sobre a proletarizao do professor, as diferentes maneiras de compreender o que significa ser profissional e as ambiguidades e contradies escondidas na construo da profissionalidade. Na segunda parte, Contreras apresenta os trs modelos tradicionais dessa profissionalidade:
o professor como tcnico;
- o ensino como uma profisso de carter reflexivo;
-o papel do professor como intelectual crtico com
o objetivo de analisar as vrias faces da autonomia em cada uma delas. Na ltima parte, o autor explicita o significado de autonomia em sentido amplo, alertando sobre a importncia de se equilibrarem necessidades e condies de trabalho docente.
Nesse sentido, Contreras ressalta ser fundamental
considerarem-se no s as condies pessoais do professor, como tambm as condies estruturais e polticas em que a escola e a sociedade interagem, e como esses fatores influenciam a construo da autonomia profissional docente. Ainda, retoma as reformas educacionais ocorridas na Espanha e aponta o papel relevante que a autonomia assume, nesse contexto.
Analisando tais reformas, o autor denuncia no s
as motivaes polticas que as desencadearam, como tambm a ideologia que subjaz nas mudanas. Na obra, Contreras enfatiza que h um movimento em sentido contrrio s foras hegemnicas, em que os professores lutam para conquistar sua autonomia, em nome do componente tico de seu trabalho, de sua responsabilidade e de seu compromisso social.
Finalmente, o autor afirma que ser alcanada, de
fato, a autonomia profissional medida que se consolidar a autonomia social. A ausncia de uma prtica pedaggica mais democratizada o que, na sua extenso, pode ser entendida como uma prtica democratizadora, impede a estruturao de uma prtica autnoma, tanto no que se refere ao do professor, quanto no que diz respeito ao do aluno.
O que talvez fosse importante destacar que isso acaba
se tornando uma "via de mo dupla" pois, da mesma forma que a inexperincia democrtica no possibilita a formao da autonomia, o indivduo que no desenvolve sua autonomia tambm no fortalece mecanismos individuais e sociais que possibilitem, a ele e ao outro, uma prtica democrtica. Piaget , ao tratar a questo da autonomia, destaca que ela no possvel sem a democracia pois, para ele, as relaes sociais baseadas na cooperao (com intercmbio de pontos de vista) so imprescindveis para a construo da autonomia.
Aliado vivncia da cooperao e do respeito
mtuo, o exerccio do autogoverno possibilita, para esse autor, a construo de personalidades autnomas, aptas a viver e fazer democracia. Se lcito dizer que relaes democrticas permitem o exerccio da autonomia pode-se dizer, tambm, que a ausncia da vivncia democrtica evidencia uma carncia na constituio da autonomia.
Por essa razo, a autonomia no uma
capacidade individual que depende apenas de mecanismos intrnsecos pessoa, ela se constri no processo, nas situaes sociais a partir das quais as pessoas se conduzem (CONTRERAS). Quando transpe-se essa discusso, tratando, mais especificamente, da constituio da autonomia do professor entende-se, da mesma forma, que ela no pode ser concebida como o resultado de um movimento que ocorre exclusivamente na esfera individual, pressupondo, pois, passar por processos formativos que possibilitem a constituio de uma autonomia pessoal e profissional.
Nesse sentido, a autonomia do profissional da educao, se
constitui no entrelaamento de dois processos: o da autonomia profissional e o da autonomia social. Assim, abrange uma dimenso cujo compromisso vai alm da esfera pessoal e se firma, acima de tudo, no campo profissional. Nessa perspectiva, a autonomia vista como um processo de emancipao, o que quer dizer que ela percebida como um processo coletivo que visa a transformao das condies institucionais e sociais do ensino (CONTRERAS). Em outras palavras, a autonomia do professor um processo que busca uma ao consciente e transformadora, tanto no que diz respeito s condies de trabalho, quanto no que diz respeito efetivao do processo de ensino e aprendizagem, pois:
...s compreendendo as circunstncias (...) e as
conseqncias dos processos que se colocam em andamento pode o professor construir e reconstruir sua atuao autnoma, aquela que reflete sua compreenso da situao e suas possibilidades de defender nela suas convices profissionais. Nesse movimento, o professor aprende sobre seu trabalho e suas possibilidades pedaggicas, passando por um processo de reconstruo da prpria identidade profissional.
Assim, o professor constri sua autonomia a partir das
dinmicas presentes na ao educativa e, se pensada numa dimenso mais ampla, pode-se dizer que o professor constri sua autonomia no pleno exerccio profissional.
Isso demonstra uma postura consciente e crtica frente ao
prprio trabalho. Essa postura, no exerccio da docncia, pode possibilitar ao aluno o exerccio crtico e a vivncia de processos que lhe permitam, tambm, a constituio da autonomia. Nessa perspectiva a autonomia no pode ser compreendida como uma capacidade que alguns tm, independente dos processos formativos pelos quais passaram; ela aprendida.
Assim, se constitui, necessariamente, nas situaes de
aprendizagem, nos contextos sociais. Nesse sentido, ao se considerar a autonomia como um estgio do desenvolvimento da moralidade, cujas regras so interiorizadas atravs de uma moral heternoma e que a experincia da reciprocidade e do respeito mtuo fortalece o indivduo para a formao de um juzo moral at "torn- lo" autnomo, no se pode restringir a formao da autonomia a mecanismos exclusivamente psicolgicos e individuais. Como era de se esperar, para analisar a temtica da autonomia, Contreras no est s nesta empreitada terica.
Busca a contribuio de vrios tericos da
educao, entre os quais citam-se: Smyth, Gimeno, Hargreaves, Gadamer, Schn, Bernstein, Apple, Fernndez Enguita, Stenhouse, Popkewitz. Um grande desafio proposto na obra A autonomia de professores refere-se aos modelos de participao pblica na definio do currculo da escola.
Especialmente, nas escolas pblicas, os pais tm
delegado equipe escolar a competncia de se definir o melhor currculo para seus filhos. Esse modelo requer um exerccio constante, por parte dos professores, debatendo e, assim, contribuindo para a conscientizao da famlia sobre esta responsabilidade compartilhada e nunca solitria. AUTONOMIA PERDIDA: a proletarizao dos professores Autonomia docente enquanto qualidade do ofcio docente;
Termo polmico = PROFISSIONALIZAO as vrias derivaes;
No um termo neutro desprovido de interesse
A DOCNCIA define-se tambm por aspiraes e no por materialidade;
Tambm definida como conjunto de aspiraes e expresses de
grande carga simblica que perdem sentido das condies reais de sua prtica;
Questes o que e que no
1. DEBATE PROLETARIZAO DE PROFESSORES A perda paulatina das qualidades de ser professor de ser profissionais
Deteriorao daquelas condies de trabalho perda de status =
processo de proletarizao
tese bsica = a categoria docente ou esta sofrendo uma transformao
- nas caractersticas de trabalho - como nas tarefas que realizam os aproxima das condies e interesses da classe operria;
Jimniz Jan (1988) Base terica MAXISTA das condies de
trabalho do modo de produo capitalista lgica racionalizadora das empresas e da produo em geral garantir o processo produtivo atomizao na perspectiva do TAYLORISMO trabalho submetido a racionalizao CONCEITOS CHAVES DE RACIONALIZAO DO TRABALHO: a) superao entre concepo e execuo trabalhador mero executor;
b) a desqualificao perda dos conhecimentos e habilidades
para planejar;
c) perda de controle sobre seu trabalho submetido ao
controle do capital;
No ensino historicamente introduo do esprito de gesto
cientfica - tanto no que se refere aos contedos da prtica educativa como ao modo de controle e organizao do trabalho do professor. A ESCOLA - transformam-se em organizaes mais ampla introduzir critrios de sequncia e hierarquia ideia de homogeneizao das atarefas do professor e homogeneizao dos alunos;
hierarquizao de funes - figura do diretor ( Tyack e
Tobin, 1994; Viao, 1990);
Racionalizao do trabalho do professor via decises
de especialistas e da administrao;
Tecnologizao do ensino separao das fases de
execuo docentes relegados sua misso de INTERVIR E DECIDIR no planejamento de ensino sua ao somente a execuo de aplicadores de programas e pacotes curriculares; O CURRCULO organizado com base no processo de produo com elementos mnimos de realizao - OS OBJETIVOS com descrio das atividades particulares e especficas da vida adulta.
A extenso do tipo de tcnicas de diagnstico e avaliao do aluno; o
processo de ensino transformado em microtcnicas dirigidas consecuo de aprendizagens concretas perfeitamente estipuladas e definidas.
Projetos curriculares tudo definido ao que professor deve fazer, passo a
passo textos manuais didticos (Jimnez Jan, 1988)
O esprito de RACIONALIZAO tecnolgica do ensino docente reduz
sua funo ao cumprimento de prescries extremamente determinada o desqualifica e o o requalifica a desenvolver novas habilidades conforme o processo de racionalizao.
CONTROLE DO ESTADO a burocratizao d lugar a outro fenmeno
na proletarizao A INTENSIFICAO DO TRABLHO. 2. PROFISSIONALISMO E PROLETIZAO
Mecanismo de resistncia RACIONALIZAO e a
DESQUALIFICAO profissional docente a reivindicao de seu status de profissionais (Densmore, 1987)
o STATUS como forma de reconhecimento frente a
outras classes de trabalhadores;
Conforme o aumento da do processo de controle da
tecnicidade e da intensificao os professores interpretam a responsabilidade tcnica como mais uma no aumenta de sua habilidade nas competncias profissional O PROFISSIONALISMO Ideologia que termina em uma forma de controle;
Estratgia usa pelo Estado para que evitasse as possveis
movimentos de oposio;
Refletiu um movimento que defendeu a imagem positiva do
professor;
Entre os professores o profissionalismo - expresso de
servio da comunidade;
Considerado como fora criada extremamente que os unam;
Em parte, uma tentativa social de construir qualificao de um
espao defensivo. ( Lawn e Ozga, 1988: 213) DEBER (1988) As formas de PROLETIZAO: a tcnica e ideolgica para os trabalhadores das indstrias no se aplica aos profissionais
Aos PROFISSIONAIS perderam seus VALORES ou o
SENTIDO DE SUA PRETENSES, mas no sua habilidade tcnica, foram conservadas podendo assim legitimar uma diferena de prestgio e reconhecimento.
A resposta acomodatcia Deber distingue 02
DESASTABILIZAO IDEOLGICA e COOPTAO IDEOLGICA . JAN (1988) partindo do pensamento de Deber permite entender a PROLITARIZAO como um fenmeno mais complexo que o de simples perda de qualificao tcnica.
Uma vez que a PERDA da
PROFISSIONALIZAO pode ser interpretada como no como perda de capacitao tcnica, mas como perda do sentido IDEOLGICO E MORAL DO TRABALHO. 3. A PROLETARIZAO EM NOSSO CONTEXTO RECENTE
Pesquisas empricas que permitem o trabalho do
professor sofreu e se encontra sofrendo um processo contnuo de DESQUALIFICAO produto de tecnicidade, regulao e controle.
A proletarizao tem marcas histricas ditadura
militar masca bem essa realidade controle ideolgico. Perda do controle sobre contedo e finalidade do ensino.
Separao entre concepo e execuo.
Requalificao oculta a forma de controle.
Iluso de que o ensino um problema tcnico.
Regulao burocrtica do ensino, com isso se instalou um acumulo de especificaes sobre suas tarefas. (Salinas,1992).
Reformas supem uma desqualificao, a medida que
ofeream menos sada aos mecanismos de burocratizao, tecnicidade e intensificao.
Os mecanismos de burocratizao que a reforma ps em
prtica conseguiro eliminar as possveis resistncias dos professores a medida que consigam sua aceitao ou "contribuio". Resistncia difere de descaso.
Cooptao ideologia.
Procuram se legitimar em suportes tricos
( posies behavioristas).
Reformas complexas: professor espera ordens,
no faz crticas. No reconhecem seu papel politico.
Educadores acrticos se perdem em meio ao sistema que no
reconhecem estarem submetidos.
CONCLUSAO:
1. Desprendimento de concepo e execuo.
Perda ideolgica e no tcnica.
2. Controle ideolgico encoberto por um aumento de sofisticao tcnica e pela aparncia de uma maior qualificao.
Resgate de habilidades tcnicas.
O controle dos professores algo que deve ser
analisado, tanto nos processos sociais e polticos, como na retrica na qual se sustenta. (Contreras, 2002). BIBLIOGRAFIA:
A importância e necessidade da formação dos professores com qualidade para o Ensino Fundamental e Médio: especificamente na disciplina de História em uma cidade do interior paulista