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Universidade Estadual de Feira de Santana

Departamento de Saúde
Curso: Odontologia

Thamires Passos Rios

Pacientes Cardiopatas

Feira de Santana, Ba.


2017
Introdução
• O termo cardiopatia abrange todas as doenças que acometem o coração.
• As enfermidades cardiovasculares representam uma das principais causas de morte nas
sociedades industrializadas, tanto para homens quanto para mulheres.
• No Brasil, na década de 90, a taxa de mortalidade de pacientes cardiopatas foi de 30%,
enquanto que atualmente este valor cresceu para 34% (EPSTEIN.; CHONG; LE, 2000).
• O numero de pessoas portadoras de doenças sistêmicas que procuram tratamento
odontológico tem aumentado
• O cirurgião dentista deve buscar novos conhecimentos para que o atendimento desses
pacientes seja feito com maior segurança
• O paciente cardiopata deve passar por uma análise criteriosa. Além disso, deve haver uma
interação entre médico e cirurgião-dentista, para assegurar a saúde do paciente e evitar
interações medicamentosas indesejáveis (CONRADO et al., 2007).
Dentre os vários tipos de cardiopatia temos a:
• Angina pectoris
• Infarto do miocárdio
• Insuficiência cardíaca congestiva
•Arritmias endocardites bacterianas
Tratamento odontológico em
pacientes cardiopatas
Planejamento da consulta
•Anamnese
•Avaliação dos sinais vitais
•Sessões curtas
•Acompanhamento multidisciplinar
Plano de tratamento
Uso de anestésicos locais
• Controvérsias quanto ao uso de vasoconstritor
• Vantagens da utilização
1) Aumento da duração da anestesia
2) Aumento da profundidade da anestesia
3) Redução da toxicidade do anestésico local
4) Utilização de menores volumes da solução anestésica
5) Diminuição do sangramento em procedimentos cirúrgicos (GARCIA, 1987).
• A utilização de vasoconstritores, deve ser extremamente prudente com a análise de caso a caso.
• A lidocaína é protótipo de anestésico de duração intermediária, por isso sendo considerada como
medicamento de referência com propriedades de valor terapêutico antiarrítmica, anticonvulsivante,
antiinflamatória e antimicrobiana (HAGHIGHAT; KAVIANI; PANAHI, 2006).
• Levar em consideração interações medicamentosas - Beta bloqueador propranolol e vasoconstritor
noradrenalina pode promover taquicardia e aumento brusco da pressão arterial sanguínea. (ANDRADE,
2003).
Controle da ansiedade
• Entre os métodos não farmacológicos, temos a verbalização (iatrosedação), às vezes associada
às técnicas de relaxamento muscular ou de condicionamento psicológico. Quando estes
métodos não são suficientes o bastante para reduzir a ansiedade e o medo, indica-se o uso de
métodos farmacológicos como medida complementar (ANDRADE, 2003).
• Sedação consciente com a mistura de óxido nitroso e oxigênio
• Sedação consciente com benzodiazepínicos
• As doses recomendadas para uso por via oral, em adultos, são de 5 a 10 mg para o diazepam, 1 a 2 mg para o lorazepam e 0,5 a
0,75 mg para o alprazolam (ANDRADE, 2003).
• O protocolo adotado pela Área de Farmacologia e Anestesiologia recomenda uma dose única do benzodiazepínico de escolha,
administrada 30 a 45 minutos antes do atendimento, com exceção do lorazepam, que deve ser tomado com 2 horas de
antecedência (ANDRADE, 2003).
Profilaxia antibiótica
◦ Pacientes com moderado a severo comprometimento cardiovascular podem necessitar de profilaxia
antibiótica para alguns tipos de tratamento dentário, a fim de reduzir o risco de endocardite infecciosa.
◦ As recomendações da Associação Americana do Coração (American Heart Association) salientam que
alguns procedimentos cirúrgicos, dentários, instrumentações envolvendo superfícies mucosas ou
tecidos contaminados podem causar bacteremia transitória. Apesar de reconhecer que a eficácia da
proteção com antibióticos é incerta em alguns casos, recomenda a administração deles para pacientes
com um risco potencial de desenvolver endocardites
◦ Martin et al. (1997) verificaram que os procedimentos odontológicos que resultaram em endocardite
bacteriana foram exodontia (23), raspagem periodontal (21), tratamento do canal radicular com
sobreinstrumentação (7) e cirurgia oral menor (1).
Avaliação do paciente que vai se submeter a cirurgia
• Está indicado o uso profilático de antibiótico quando eles forem portadores das anomalias de risco
moderado a severo. O uso de vasoconstritores adrenérgicos, tal como a epinefrina, deve ser limitado, e
o paciente, se necessário, deve ser tratado em ambiente hospitalar.

Avaliação de tratamento a pacientes que se submeteram a cirurgia cardíaca


• Depois de verificar a condição médica do paciente, a avaliação dentária deve determinar o uso de
profilaxia com antibióticos e a necessidade de ajustar a dose de anticoagulantes, quando for o caso,
pois alguns pacientes com válvulas cardíacas protéticas fazem uso contínuo desses medicamentos
Situações de emergências
◦ Caso o paciente sinta dor no peito durante o tratamento, devem ser consideradas outras causas
possíveis de dor. Quando ele tiver uma história regressa de angina estável, existe uma maior
possibilidade de a dor no peito ser um ataque de angina.
◦ Em caso de diagnóstico positivo para angina, o tratamento dentário deve ser suspenso, e o paciente
precisa ser reclinado a 45° para que se verifique a sua pressão sanguínea. Se observar que a pressão
sistólica está menor do que 100, o paciente deve abaixar a cabeça (TEIXEIRA et al., 2008).
◦ Além disso, deve-se tranquilizá-lo e administrar nitroglicerina via sublingual. A dor da angina deve aliviar
em 3-5 min. Esses procedimentos podem ser repetidos duas vezes, em intervalos de 5 min. Caso a dor
no peito não alivie, há evidência de infarto do miocárdio ou de angina pré-infarto, e o paciente deve ser
transportado imediatamente para o hospital (CAHALAN, 2003).
◦ É preciso verificar a pressão sanguínea a cada 5 minutos em pacientes inconscientes. O cirurgião-
dentista deve estar preparado para procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar, quando não for
mais detectada a pulsação do paciente (TEIXEIRA et al., 2008).
Conclusão
Devido o aumento de pessoas com cardiopatias é fundamental que o cirurgião-dentista esteja
bem preparado para proporcionar um atendimento seguro a estes pacientes e para isso se faz
necessário o conhecimento das doenças coronarianas, além de manter contato com o médico
cardiologista desses pacientes para melhor conhecimento da cardiopatia e medicações em uso e
assim realizar o planejamento adequado dos procedimentos a serem realizados.
Referencias
ANDRADE, E. D. de. Cuidados Com o Uso de Medicamentos em Diabéticos, Hipertensos e
Cardiopatas. In: CONCLAVE ODONTOLÓGICO INTERNACIONAL, 15, 2003, Campinas. Anais…
Campinas, SP: ACDC, 2003. p. 1678- 1899.
BARROS, M.N. et al. Tratamento de pacientes cardiopatas na clínica odontológica. Revista Saúde
e Pesquisa, v. 4, n. 1, p. 109-114, jan./abr. 2011.
TEIXEIRA, C.S. et al. Tratamento odontológico em pacientes com comprometimento
cardiovascular. RSBO v. 5, n. 1, p. 69-76, 2008.

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