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FATEC

Faculdade de Tecnologia de São Paulo

Tratamentos Térmicos de
Aços Especiais

Prof. Carlos Sartori


Ferramenta ideal
Vida útil elevada
Ferramenta
ideal
= Baixa Manutenção

Produto de qualidade

Baixa taxa de retrabalho no produto

FERRAMENT
A
IDEAL

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Aço Ferramenta
São aços de alta qualidade fabricados com elevado controle de
composição química, usados para fabricar ferramentas que por sua
vez produzirão componentes e produtos para determinado uso.

Os primeiros aços ferramentas


eram simplesmente aços carbono.
A partir de 1868 muitos aços
complexos e altamente ligados
foram desenvolvidos adicionando-
se elementos de liga sobre a base
de aço carbono.

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Aço Ferramenta

A microestrutura consiste em uma matriz,


com carbonetos inseridos.

Os carbonetos são componentes de carbono


e elementos ligantes (Cr, W, Mo, V).

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Somente com aços ferramentas é possível combinar elevada
resistência em serviços severos com elevada estabilidade
dimensional e segurança no tratamento térmico.

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Aços Rápido – são aços altamente ligados, utilizados
para ferramentas de corte (brocas e fresas), punções
de corte e repuxo. Característica principal é a
manutenção da aresta de corte, mesmo sob condições
de temperatura elevada.

Aços para Trabalho a Quente – são aços de baixo


carbono ligados ao Cr, Mo e V, utilizados para trabalhos
a quente como forjamento de aços, injeção de alumínio
e em muitos casos para injeção de plásticos.

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Aços para Trabalho a Frio – são aços de alto carbono e
elevado teor de elementos de liga, utilizados para trabalhos a
frio, tais como estamparia, corte e repuxo de chapas,
forjamento a frio e laminação a frio.

Aços para Moldes Plásticos – são aços desenvolvidos para


apresentar elevada polibilidade e baixa deformação na
têmpera. Corresponde à classe P da norma AISI.

Aços Inoxidáveis Martensíticos – são aços ligados


caracterizados pela elevada resistência à corrosão, além de
boa combinação de tenacidade e resistência ao desgaste.

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Aços Ferramenta
CLASSES MAIS DENOMINAÇÃO
SÉRIE DEFINIÇÃO COMUNS MAIS COMUM APLICAÇÃO

Aços temperáveis em
W W2 VETD Matrizes para cunhagem
água

Aços resistentes ao Estampos para rebites / facas


S S1 VW3
choque de corte para chapas grossas

Aços para moldes


P P20 VP20-A Moldes plásticos
plásticos

Aço para trabalho a frio Ferramentas para dobra de


O O1 VND
temperável em óleo chapas

Aço para trabalho a frio Conformação, corte e repuxo de


A A2 VA-2
temperável ao ar chapas

D3 VC130
Aço para trabalho a frio
D D6 VC131 Matrizes para conformação a frio
para matrizes
D2 VD2

H10 VCM
Aço para trabalho a H12 VPCW
H Matrizes para trabalho a quente
quente H13 VH-13
H20 VW-9

M2 VWM-2 Ferramentas de corte e


M Aço rápido ao molibdênio
M35 VK5-E conformação a frio

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Produção dos Aços Ferramenta

Convencional

ESR PM
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Rolo para conformação de Anel peletizador para
Matriz para injeção de PVC
rodas automobilísticas fabricação de ração animal
Aço Inox 420
Aço AISI D2 Aço Inox 420

Matriz de injeção de Al

Aço AISI H13

Ferramentas de corte
revestidas por PVD

Aço rápido

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Tratamento térmico

É um processo que utiliza ciclos de aquecimento e


resfriamento (com temperaturas e velocidades
determinadas), buscando alterar propriedades físico-químico-
mecânicas de metais, em especial do aço.

Tratamentos térmicos típicos dos aços ferramentas:


Alívio de Tensões

Têmpera e Revenimento

Recozimento

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Alívio de tensões

Aplicado principalmente em peças que tenham sofrido:


Intensa usinagem

Conformação

Soldagens

Oxi-corte

Eletroerosão

Em ferramentas já tratadas, o alívio de tensões deve ser


realizado em temperatura inferior à do último revenimento.

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Usinagem de Alívio de Usinagem para
desbaste Tensões 1 têmpera

Alívio de Usinagem de Têmpera e


Tensões 2 acabamento Revenimento
(EDM)

Sequência recomendada para a aplicação de


alívios de tensão.

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Têmpera
DE DÚCTIL PARA DURO

DÚCTIL - Estrutura de um aço DURO - Estrutura de um aço


rápido no estado recozido rápido no estado temperado

RESFRIAMENTO

No resfriamento rápido,
AQUECIMENTO os elementos de liga
ficam travados e
É como adicionar açúcar a
“congelados” (como
uma xícara de café. Se a
num
água está quente, mais
congestionamento).
açúcar ela vai dissolver. É
Nada esta se movendo,
isto que acontece quando o
tudo está travado.
aço é aquecido. Os
elementos de liga se
REVENIMENTO – No revenimento a estrutura é ajustada e
dissolvem.
aliviada. É como se tirássemos alguns carros do
congestionamento.
Fonte: Erasteel
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Os aços ferramenta tem as temperaturas de tratamento
pré-definidas pelo seu fabricante, e, salvo em casos
excepcionais, não devem ser alteradas, sob risco de
mudanças drásticas nas propriedades.

AÇO TEMPERATURA (ºC) CLASSE

AISI M2 1200 Aço Rápido

AISI D2 1050 Aço para Trabalho a Frio

AISI D6 970 Aço para Trabalho a Frio

AISI O1 800 Aço para Trabalho a Frio

AISI H13 1030 Aço para Trabalho a Quente

AISI H12 1030 Aço para Trabalho a Quente

AISI 420 1030 Aço Inoxidável

A tabela acima, ilustra as temperaturas utilizadas para a


têmpera dos principais aços ferramentas.

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A maior ou menor facilidade do aço transformar-se em martensita
quando resfriado a partir do campo austenítico é avaliada pela
distância da curva TTT ao eixo das coordenadas (temperatura).

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TEMPERABILIDADE

Curva de dureza obtida pelo ensaio


Grossmann, de um aço SAE 1090, em uma
Ferramentas em aço O1
série de barras redondas, resfriadas em água.
(VND)

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Cuidados especiais
AÇO RÁPIDO PM TEMPERADO MESMO AÇO RÁPIDO PM TEMPERADO COM
CORRETAMENTE TEMPERATURA MUITO ELEVADA

1180 °C 3 X 560 1220 °C 3 X


°C 560 °C

Precipitação de carbonetos pró-


número do slide 20 eutetóides
Cuidados
especiais

66
880

65
860
Dureza (HRC)

Dureza (MHV)

64 840

820
63
800

62
780

61 760
1150 1160 1170 1180 1190 1200 1210 1220 1230
Temperatura de Austenitização (ºC)
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Cuidados especiais

Mal controle de temperatura Bom controle de temperatura

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Equipamentos

Banhos de sais

Fornos sem atmosfera

Fornos com atmosfera

Fornos a vácuo

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Fornos a vácuo:
Aquecimento por radiação;

Não há nenhuma atmosfera, ou seja, há vácuo;

Resfriamento por injeção de nitrogênio sob pressão;

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CÉLULA DE TRATAMENTO TÉRMICO A VÁCUO

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Acompanhamento do processo a vácuo

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Montagem de carga em dispositivos

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Montagem de cargas em dispositivos

Amarração para têmpera em banho de sal

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Exemplo prático

DISTORÇÕES DIMENSIONAIS
Exemplo: Chapa de 100 x 100 x 25 mm em aço STAVAX

Fonte: Uddeholm

Dica: Usar 0,15% como referência

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POSSO TEMPERAR QUALQUER TIPO DE AÇO EM FORNO
A VÁCUO?
Não. Mesmo em fornos a vácuo modernos, com elevada pressão
de resfriamento, não é possível temperar aços com baixa
temperabilidade.

De um modo geral, o forno a vácuo é mais adequado ao


tratamento térmico de aços ferramenta de alta liga.
Outros tipos de tratamento, como recozimento e alívio de
tensões podem ser aplicados em qualquer tipo de aço, ou
mesmo outros materiais, em equipamentos a vácuo.

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O AÇO PODE PERDER CARBONO (DESCARBONETAÇÃO)
NO TRATAMENTO EM VÁCUO?

Não. O nível de vácuo normal em fornos a vácuo modernos situa-


se na ordem de 10-2 mbar, o que corresponde a uma pressão
10000 vezes menor que a pressão atmosférica (1,0 bar).

Nessas condições, o pouco oxigênio (que causa a


descarbonetação) existente é consumido diretamente nos
elementos de aquecimento (feitos de grafite) e não ataca a
superfície das peças.

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É possível re-temperar uma ferramenta?
Sim. No caso em que a retempera é inevitável, a ferramenta
deve passar por um recozimento pleno sob atmosfera
controlada, de preferência sob vácuo.

Uma nova têmpera, em geral gera distorções maiores do que as


geradas na primeira. Em muitos casos é preferível trabalhar
com a ferramenta em condições não favoráveis do que arriscar
perdê-la numa retempera.

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COMO É FEITO O CONTROLE DO PROCESSO?

Corpo de prova padrão

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COMO É FEITO O CONTROLE DO PROCESSO?

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Matrizes em H13 sendo temperadas ao ar em fornos
sem atmosfera protetora.

Mesma matriz saindo da têmpera


em forno a vácuo

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Revenimento
Operação realizada imediatamente após a têmpera.

Objetiva eliminar as tensões provocadas pela transformação


martensítica (aumentar a tenacidade).

Curva de revenimento do aço P20

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Endurecimento secundário
Curva de revenimento do aço H13

Pico de endurecimento secundário


que gera aumento de resistência
mecânica

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Endurecimento secundário
Acontece apenas em aços
ligados;
Aumento da dureza após
revenido;

Resultado de dois fatores:

1- Transformação da
austenita retida;

2- Precipitação
Secundária.

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Microestrutura constituída de
martensita e carbonetos
complexos

Microestrutura constituída de
martensita revenida e
carbonetos complexos

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Revenimentos Múltiplos

g M rv
M M rv

g M
Austenitização Têmpera 1º Revenimento 2º Revenimento

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Sub Zero

Tem por objetivo reduzir ao mínimo o teor de austenita


retida após a têmpera.

Aço rápido M3:2 temperado


com 16% de austenita retida

Tanque para tratamento sub-zero

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AÇO Propriedades desejadas
FERRAMENTA considerar Produção projetada

ADEQUADO Tratamento térmico a ser aplicado

Molde para fabricação de CDs


Alta resistência a abrasão

Alta polibilidade

Resistência a corrosão

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Aplicação

Uso da ferramenta

PROJETO Produção necessária


considerar
Aço mais adequado
ADEQUADO
Tratamento(s) Térmico(s) adequado(s)

Tratamento(s) de Superfície adequado(s)

Projeto de alimentação de
um molde de injeção de alumínio
Projeto dos canais de refrigeração de
um molde de injeção de alumínio

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Propriedade desejada

TRATAMENTO Ciclo(s) mais adequado(s) ao aço

Equipamento mais adequado


TÉRMICO considerar
Condições de tratamento
ADEQUADO Sobremetal necessário

Tratamentos posteriores

Retrabalho posterior

EFEITOS DO TT – RESISTÊNCIA MECÂNICA

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