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Professor: Paulo Soares

Um imposto directo é um imposto que incide directamente sobre os rendimentos


ou sobre o património das empresas ou dos particulares.

No caso português os principais impostos directos são:


• IRS
• IRC
Os imposto indirectos são impostos que incidem indirectamente sobre a riqueza ou
rendimento, na medida em que incidem sobre a utilização dessa riqueza ou rendimento,
como seja, por exemplo o consumo.

O melhor exemplo de um imposto indirecto é:

•IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), é um imposto que incide sobre o consumo
da generalidade dos bens.

Outros exemplos são os diversos impostos especiais sobre o consumo,

•IUC (Imposto Único de Circulação),

•IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis),


Publicado através do Decreto-Lei 442-A /88 de 30 de Novembro. Desde essa
data foi sendo sucessivamente alterado. A última grande alteração verificou-se
através da lei 30-G/2000 de 29 de Dezembro, diploma que veio reformular
profundamente o diploma inicial. Alem desta última reforma, em consequência da
política económica seguida pelos vários governos, o Código sofre alterações, quer
nas taxas, quer na definição dos escalões contributivos. Normalmente, estas
alterações sucedem através do diploma que aprova o Orçamento Geral do Estado.
As características principais do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares
(IRS) decorrem de um princípio constitucional que consagra a progressividade do
imposto, com o objectivo de diminuir as desigualdades sociais, como dispõe o art.
104º da Constituição da Republica.

IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares), é um imposto que incide
sobre os rendimentos dos particulares nomeadamente os rendimentos do trabalho
(salários e outros) e os rendimentos de capital (juros, rendas, mais-valias, dividendos,
etc.).
Cat. A – rendimentos do trabalho dependente (todas as profissões
exercidas por quem trabalha por conta de outrem);

Cat. B – rendimentos empresariais e profissionais, ou seja, resultantes


de uma actividade comercial, industrial, agrícola;

Cat. E – rendimentos de capitais (por exemplo, juros de uma conta a prazo


ou dividendos de acções);

Cat. F – rendimentos prediais (rendas recebidas pelo senhorio, por


exemplo);

Cat. G – incrementos patrimoniais (como o ganho obtido com a venda de


uma casa ou de acções);

Cat. H – pensões (de velhice ou de invalidez, por exemplo).


São tributáveis em cat. A [nº 2, Artº 2º CIRS]:
 Ordenados, vencimentos e salários
 Gratificações
Comissões e percentagens de participação
Subsídios ou prémios
Senhas de Presença
Verbas para representação
Indemnizações
Outras previstas no nº2 do Artº 2º CIRS
Regalias não incluídas na remuneração principal (rendimentos
acessórios), conexas com a prestação do trabalho [al. b) nº 3 Artº 2º CIRS]
Maria recebeu um ordenado mensal fixo
de 2 500€, tendo-lhe sido deduzidas
contribuições para a Segurança Social no
valor de 3 850€.
Qual o montante do rendimento a
englobar?
Vai englobar 31 150€.
Com efeito, as contribuições para a SS são
superiores à dedução específica da al. a) do n.º 1
do artigo 25.º (3 334.18€).
Assim, de acordo com o n.º 2 do artigo 25.º é
aquele valor que deduz.
2.500€..x..14..=..35.000€..-..3.850€..=..31.150€
Categoria B – Rendimentos Empresariais e Profissionais
Actividade comercial, industrial ou pecuária
Rendimentos auferidos no exercício, por conta própria, de qualquer actividade de
Prestação de Serviços
Rendimentos prediais no âmbito da actividade
Rendimentos capitais no âmbito da actividade
Mais-valias no âmbito da actividade
Indemnização conexa com a actividade
Subsídios no âmbito da actividade
Actos isolados (nº3 do artº 3º) - Rendimentos que não resultem de uma prática
previsível e reiterada, nem representem mais de 50% dos outros rendimentos do sujeito
passivo).
Exclusão: Actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias (tomadas em conjunto) com
valor bruto menor ou igual a 5 salários mínimos anuais (nº4 artº 3º).
António, economista, auferiu no ano de
2006, no exercício por conta própria da
sua actividade, 4 000€. Pretende saber
qual o rendimento que irá ser sujeito a
imposto.
O rendimento é calculado nos termos do artigo
31.º, n.º 2, por aplicação dos coeficientes nele
estabelecidos. Assim, tratando-se de prestação
de serviços o coeficiente aplicável é de 0,65:
4 000€ X 0,65 = 2 600€
Há, contudo, que ter em conta a última parte do
n.º 2:
2 600€ < 2 701,2, pelo que será este o valor a
considerar.
[(385,90€ X 14)]/2 = 2 701,2
Bento exerceu, por conta própria, a
actividade de tradutor, tendo auferido
2 000€.
Como pode ser apurado o seu rendimento
líquido, considerando que tem rendimen-
tos do trabalho dependente no valor de
6.000€.
Neste caso, como há rendimentos de outra categoria, há que
verificar se se encontram preenchidos os requisitos do n.º 6
do artigo 31.º. Assim:
Rendimento da categoria B não excede metade do total dos
rendimentos englobados:
6 000€ + 2 000€ = 8 000€
E
Rendimento da categoria B é inferior a metade do salário
mínimo nacional anual:
2 000 < 2 701,2
Logo, pode ser aplicado o regime dos rendimentos acessórios
e, em consequência, o rendimento ser apurado de acordo com
as regras do acto isolado (artigo 30.º).
Categoria E – Rendimentos de Capitais

Juros de contratos
Juros de depósitos, mútuos e aberturas de crédito
Juros de Títulos da Dívida Pública, obrigações e títulos de participação
Juros de suprimentos e C/C de sócios
Juros pelo não levantamento de lucros ou remunerações
Juros por dilação do prazo de vencimento (excepto relativos ao Estado e O.E.P.)
Lucros de entidades sujeitas a IRC, excepto entidades com transparência fiscal
Parte do valor de partilha de sociedades, bem como a amortização de partes de
capital sem redução do mesmo capital
Prop. intelectual ou industrial ou prestação de informação de experiência adquirida
(Knowhow) quando não auferida pelo próprio autor
Cedência de equipamento agrícola e industrial, redes informáticas (transmissão de
dados e capacidade informática instalada)
Rendimentos derivados da aplicação de capitais
Ganhos em operações de Swaps (assimilados a Juros)
Ganhos na cessão de créditos
Ganhos com seguros de vida
Ganhos em associação em participação e à quota
Categoria F – Rendimentos Prediais

Rendas de prédios rústicos, urbanos ou mistos (pagos ou colocados à


disposição)
Cedência do uso de prédio
Aluguer de equipamentos e mobiliário instalados num prédio
Subarrendamento (Diferença entre renda recebida e a renda paga ao senhorio)
Uso de bens imóveis para publicidade
Cedência de uso de partes comuns em prédios em regime de propriedade
horizontal
Constituição, a título oneroso, de direitos reais de gozo temporário sobre prédios
rústicos, urbanos ou mistos
Categoria G – Incrementos Patrimoniais

São considerados Incrementos Patrimoniais:


Mais-Valias que não sejam consideradas nas categorias B, E ou F
Indemnizações para reparação de:
•Danos Não-Patrimoniais (excepto se houver decisão judicial ou acordo homologado
judicialmente
•Danos Morais
•Lucros Cessantes (ressarcimento dos benefícios líquidos não obtidos em consequência
da lesão);
Importâncias auferidas pela assunção de obrigações de não concorrência
Acréscimos patrimoniais não justificados (definidos nos artºs 87º, 88º e 89º-A da LGT)
Prémios de lotaria, rifas e apostas mútuas
Totoloto, Loto e Bingo
Prémios atribuídos em sorteios ou concursos, excepto “Euromilhões” e “Liga dos Milhões”.
Categoria H – Rendimentos de Pensões
Pensões de aposentação, reforma, velhice, invalidez ou sobrevivência
► Pensões de alimentos
► Prestações de companhias de seguros, fundos de pensões ou outros (complementos de
reforma), que não sejam considerados rendimentos de trabalho dependente
► Outras pensões ou subvenções
► Rendas temporárias ou vitalícias
Na sequência de partilha de sociedade foi
atribuída ao titular de uma quota o valor
de 36 000€.
Essa quota tinha sido adquirida em 2001
por 6 000€ e tinha um valor nominal de
18.000€.
Qual o montante do rendimento sujeito e
em que categorias vai ser enquadrado?
O valor a considerar para efeitos de tributação é, de acordo com o n.º 1 do
artigo 75.º do CIRC, a diferença entre o valor atribuído na partilha e o valor
de aquisição da participação, ou seja, neste caso
30 000€ (36 000€ - 6000€).
Este montante pode ser enquadrado em rendimento de capitais (categoria
E) e mais-valias (categoria G).
Assim, será categoria G a diferença entre o preço de aquisição e o valor
nominal da quota adquirida (18 000€ - 6 000€ =12 000€).
O excesso, que corresponde à diferença entre o valor de partilha e o valor
nominal, é rendimento de capitais
(36 000€ - 18 000€ = 18 000€).
Daqui retira-se que não há lugar ao apuramento de mais valias se o valor de
aquisição for igual ou superior ao valor nominal.
E que só há rendimento de capitais se o valor de partilha for superior ao
valor nominal da participação.
•Rendimento bruto de cada categoria
(-) Deduções específicas
(=) Rendimento líquido de cada categoria
(-) Dedução de perdas
(=) Rendimento global líquido
(-) Abatimentos
(=) Rendimento colectável
(:) Quociente conjugal (1 ou 2)
(x) Taxa
(-) Parcela a abater
(x) Quociente conjugal (1 ou 2)
(=) Colecta
(-) Deduções à colecta (inclui benefícios)
(=) IRS liquidado
(-) Ret. na fonte + Pag. p/ conta
(=) IRS (pagar/recuperar)

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