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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS- CAMPUS JANUÁRIA

Centro de Ciências Humanas – CCH


Departamento de Comunicação e Letras
Letras Português – 6º Período – 2017

SEMINÁRIO: DA EDUCAÇÃO
ESPECIAL À EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Alécia Cruz Lopes


Áurea da Mota
Seminário apresentado à
Jéssica Lacerda Mota disciplina de Fundamentos da Educação
Lorena Araújo Silva Inclusiva, ministrada no curso de Letras-
Português do Departamento de
Rubens Henriques Barbosa Lima Comunicação e Letras, da Universidade
Tábita Joselma da Silva Estadual de Montes Claros, como pré-
requisito para conclusão da disciplina.
Professora: Me. Giselle Cristina Rodrigues
INTRODUÇÃO

A vivência de uma educação que seja inclusiva


tem sido uma possibilidade desejada por
muitas pessoas de diferentes lugares sociais,
pois desejam construir uma escola que
consiga trabalhar a diversidade com o
conhecimento.
Questões que a história da deficiência nos faz
pensar

História da
Deficiência

Institutos e O que
suas mudou a
evoluções no partir da 2ª
cuidado do metade do
deficiente. Séc. XX
Instituto Ano Ações
Imperial Instituto dos 1854 Primeiro serviço especializado em educação
Meninos Cegos – RJ com pessoas cegas, seguido da criação do...
Imperial Instituto dos 1857
Surdos-Mudos, hoje INES.
1900- 14 estabelecimentos públicos de ensino
1950 regular ofereciam atendimento especializado
com deficiência geral e 40 estabelecimentos a
alunos com deficiência mental

APAE 1954 Criação


Institucionalização da Década Introduziu como “modelo educacional” no
Educação Especial de 70 sistema de ensino Brasileiro, outorgando-lhe
um novo estatuto.
ONU 1981 Decretou o Ano Internacional das Pessoas
com Deficiência, o tema “Igualdade de
oportunidade para todos”.
Da passagem da “prontidão na aprendizagem e
adaptação do sujeito ao meio” para a produção

Inicialmente a Educação
especial era abordada
apenas com um aspecto
terapêutico na tentativa
de inicialmente reabilitar
e adaptar as crianças com
necessidades
educacionais especiais e
os aspectos ligados a
escolarização ficavam em
segundo plano.
De acordo com o estudo de Tânia
Pedro (1995), a omissão do
Estado perante as
necessidades educacionais
favoreciam o fracasso do
ensino oferecido a crianças e
adolescentes com
necessidades educacionais
especiais nas instituições de
ensino.
A “prontidão” é a condição
necessária para a oferta de
conhecimento sistematizado e
para a integração dos
estudantes com deficiência na
educação regular.
O movimento de se
considerar as crianças
e adolescentes como
seres de direitos ganha
destaque,
principalmente coma
as ações da UNICEF,
que favoreceu a
revolução teórica
conceitual quanto à
concepção da criança
como sujeito de direito
e cidadão privilegiado.
Quanto à “produção”,
destacamos que o processo
de aprendizagem está
relacionado a questões
éticas.
Quem é essa criança? Qual
será seu nível cognitivo?
Como trabalhar suas
necessidades? O que fazer
na escola com ela? Como
vamos aprender a ensinar a
estas crianças se não temos
contato com elas?
Modelos e perspectivas para percursos escolares:
ideias para um debate

O modelo da integração escolar foi formulado


como uma proposta para se lidar com a
deficiência no campo educacional, dentro da
proposta da educação Especial. Esse modelo se
denomina atualmente como Sistema de
Cascata (MANTOAN, 1997).
Trabalhando no campo da Educação Especial,
deparamo-nos com reiterados discursos de
professores que definem a priori quais sujeitos
teriam condição de serem integrados no
sistema regular de ensino e sobre os
diagnósticos que justificariam a permanência
na escola especial.
Um exemplo da não
integração do conjunto de
experiências desenvolvidas
no Brasil e em outros países
em torna da relação-
deficiência, por parte da
Política Nacional de
Educação Especial, de 1994,
é o fato de que no mesmo
ano começava a circular a
Declaração de Salamanca –
Sobre Princípios, Política e
Prática em Educação
Especial.
O princípio fundamental da
educação inclusiva consiste
em que todas as crianças
devem aprender juntas,
onde quer que isso seja
possível, não importando
quais dificuldades ou
diferenças elas possam ter.
Nessa perspectiva, o
sistema educacional se
aproxima da ideia de um
caleidoscópio
(MANTOAN, 1997).
A inserção escolar da criança
com deficiência, iniciado
desde a Educação Infantil
no sistema regular de
ensino, constitui-se como
uma possibilidade de que
elas tenham uma
trajetória educacional
mais favorável para suas
aprendizagens, à medida
em que partilham de um
ambiente comum,
marcado pelo princípio do
todos e não pela ideia do
alguns.
Nesse movimento de
mudanças, a escola tem uma
importante função e deve
ter condições para Em funções de todas essas
desempenhá-las com mais questões, o momento
segurança e clareza. Por atual do Brasil é de uma
coexistência desses dois
outro lado, se não houver sistemas: o de cascata e
mudanças, não há caminho o caleidoscópio, o que
para inclusão. não representa por si só
um antagonismo, se
considerarmos a
complexidade de nosso
sistema educacional, as
desigualdades
socioeconômicas do país
e as marcantes
diferenças regionais,
características próprias
de nossa realidade.
Questões sobre a formação docente
A elaboração e a
implementação de uma
política de formação de
professores, coloca a
necessidade de se garantir
o seu acesso aos novos
conhecimentos e
produções, e a reflexão
sobre sua prática
profissional.
A formação de professores e
o trabalho com alunos
com deficiência na escola
comum.
A formação docente a partir de
uma concepção que busque
romper com uma lógica
tecnicista de transmissão,
assimilação e reprodução do
saber.
Duas dimensões da formação
docente: dimensão subjetiva e
a dimensão coletiva.
“...é na relação com os alunos,
por meio da reflexão da
prática, no cotidiano escolar,
que se constroem propostas
pedagógicas para efetivar a
aprendizagem...”
Pontos para uma reflexão final

A sociedade atual é a
sociedade do estereótipo,
das crenças prévias. E a
partir disso, cultiva-se a
crença de que existe um
saber universal[...]
O que de fato vem sendo
excluído na sociedade
atual? O que impera?
Todos nós temos os nossos
estereótipos e
preconceitos. O que nós
fazemos a partir deles?
No que se refere as pessoas com
deficiência, o isolamento e o
confinamento de pessoas com
deficiência em escolas e clínicas
especiais reforçam a situação de
exclusão social e subjetiva dessas
pessoas, afastando-se ainda mais
da possibilidade de experiência
coletiva.
A educação inclusiva enquanto
processo de ensino e de
aprendizagem
“... as dificuldades imprimem um
ritmo, mas não impedem o
desenvolvimento... precisamos ter
sensibilidade para incluir cada
sujeito em sua particularidade,
promovemos situações de
aprendizagem e trabalhamos com
a diferença...”
O percurso histórico: da segregação à inclusão
A deficiência como fenômeno
humano individual e social é
determinada em parte pelas
representações
socioculturais de cada
comunidade, em diferentes
gerações, e pelo nível de
desenvolvimento científico,
político, ético e econômico
dessa sociedade. Historicamente, a educação de pessoas com
deficiência nasceu de forma solitária,
As raízes históricas e culturais
segregada e excludente.
do fenômeno deficiência As primeiras iniciativas para a educação de
sempre foram marcadas por pessoas com deficiências surgiram na França
forte rejeição, discriminação em 1620, com a tentativa de Jean Paul Bonet
e preconceito. de ensinar mudos a falar.
A primeira instituição pública para educação de
crianças com deficiência mental foi residencial,
fundada pelo médico francês Edward Seguin.
No Brasil, a primeira escola especial foi criada em
1854, o Imperial Instituto de Meninos Cegos, no
Rio de Janeiro e, em 1857, o Instituto Imperial de
Educação de Surdos, também no Rio de Janeiro.

Em decorrência do avanço científico, as causas e


origem das deficiências foram investigadas e
esclarecidas na segunda metade do século XX.
A Declaração dos Direitos Humanos (1948) vem
assegurar o direito de todos à educação pública,
gratuita.
A educação de crianças com deficiências na escola
comum ganhou força com o movimento nacional
de defesa dos direitos das pessoas com
deficiências.
Educação Inclusiva: dimensão sociocultural e
política

O conceito de inclusão como vimos


em sua evolução sócio-histórica
aponta para a necessidade de
aprofundar o debate sobre a
diversidade.
A inclusão está fundada na dimensão
humana e sociocultural que
procura enfatizar as formas de
interação positivas, possibilidades,
apoio às dificuldades e
acolhimento das necessidades
dessas pessoas, tendo como ponto
de partida a escuta dos alunos,
pais e comunidade escolar.
Política de inclusão: implicações e contradições

A matriz da política educacional de inclusão é a Declaração mundial de


educação para todos, resultado da Conferência de Educação para
Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia,em 1990, e o Plano
decenal de educação para todos (BRASIL, 1993).

Nessa linha de ação, surge o conceito de “necessidades educacionais


especiais”, que refere-se a todas as crianças ou jovens cujas
necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas dificuldades
de aprendizagem e têm, portanto, necessidades educacionais em
algum momento de sua escolaridade.

O movimento da inclusão considera necessária uma política pública


que tenha como objetivo a modificação do sistema, a organização e
estrutura do funcionamento educativo, e adversidade como eixo
central do processo de aprendizagem na classe comum.
Integração e inclusão, diferentes conceitos e
práticas?
O conceito de integração tem origem no
princípio ideológico e filosófico da
normalização, criado na Dinamarca por
Bank-Mikel Kelsen (l959) e amplamente
adotado na Suécia, em l969.Esse conceito
defendia, para as crianças com deficiências,
modos de vida e condições iguais ou
parecidas com as dos demais membros da
sociedade
Inclusão: uma mudança de foco que deixa de
ser a deficiência e passa a centrar-se no
aluno e no êxito do processo ensino e
aprendizagem, para o qual o meio
ambiente deve ser adaptado às
necessidades específicas do educando,
tanto no contexto escolar e familiar, como
no comunitário.
Princípios e fundamentos para construção de uma
escola inclusiva

• O princípio da identidade.
• A sensibilidade estética.
• Toda criança pode aprender.
• A construção de laços de solidariedade
• A inclusão significa transformação da prática pedagógica
• Rede de apoio e ajuda mútua
• O projeto pedagógico deve garantir adaptações
necessárias ao currículo.
• O professor da classe regular assume a responsabilidade
pelo trabalho pedagógico.
• O sucesso do processo de aprendizagem depende do
projeto de inclusão.
• A modificação do processo de avaliação e do ensino.
• Valorização das possibilidades, das aptidões, dos interesses
e do empenho do aluno para a realização das atividades.
• A priorização, além do acesso à cultura e ao conhecimento,
do desenvolvimento da autonomia e independência.
• A escola e sala de aula devem ser um espaço inclusivo
• Uma gestão democrática e descentralização com repasse
de recursos financeiros
• O êxito do processo de aprendizagem e da inclusão
depende da formação continuada do professor, de grupo
de estudos com os profissionais envolvidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Diniz, Maragareth; Rahme, Mônica. Da
educação especial à educação inclusiva.

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