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DIREITO NA ÍNDIA ANTIGA

ALINE FAVERO, BIBIANA DANELLI, JÉSSICA PIOVESAN, LETICIA PERTILE, MATHEUS


PEDRO, MONALISA BARBIERI, SARA DE ARAUJO E VICTÓRIA MEDEIROS.
Introdução

 A Índia apresenta dois sistemas:


1. HINDU (extra-oficial);
2. COMMON LAW ou ANGLO INDIAN LAW (oficial).

 A Índia foi colonizada pela Inglaterra, a partir do séc. XVIII e lá se


estabeleceu o sistema de COMMON LAW, como nos EUA. Mas, extra-
oficialmente, o povo indiano segue um outro sistema jurídico para resolver
seus problemas, que é o SISTEMA HINDU.
Direito Hindu

 O Direito hindu é o Direito tradicional da Índia, aplicável pelos e aos


adeptos do hinduísmo, e coexiste com o Direito estatal.
 Direito indiano e Direito hindu não são sinônimos: o Direito indiano é o
Direito do Estado indiano, que se aplica a todos os seus habitantes
qualquer que seja sua religião, enquanto que o Direito hindu é o Direito
que somente se aplica à comunidade hindu.
 Baseia-se na crença na ORDEM e na OBEDIÊNCIA, ou seja, é baseado no
Sistema de Castas.
 As fontes do Direito Hindu é o dharma e os costumes.
Dharma

 O dharma provém de uma Revelação que beneficiou alguns escolhidos e


que foi parcialmente escrita nos textos sagrados, chamados Veda.
 O dharma é o conjunto das regras que o homem deve seguir em razão
da sua condição na sociedade, isto é, o conjunto de obrigações que se
impõem aos homens, por derivarem da ordem natural das coisas. O
dharma, portanto, compreende regras que, segundo a nossa óptica,
relevam umas da moral, outras do direito, outras ainda da religião, do
ritual ou da civilidade.
 Cada individuo tem o seu dharma, ele regula todas suas atividades, tanto
atividades cotidianas, as relações humanas com os poderes sobrenaturais
e os contatos sociais.
 O dharma não reconhece direitos mas, unicamente, deveres.
 Fundado sobre a crença de que existe um ordem no universo inerente à
natureza das coisas, necessárias à preservação do mundo.
 O rei, no Direito Hindu, é denominado raja porque seu dharma mais
elevado é de tornar as pessoas felizes.
 O dharma não é o mesmo para todos, dependendo de um lado da
casta do indivíduo e de outro de sua idade, do estágio de vida no qual
ele se encontra.
 O dharma pode em determinadas situações ceder o lugar ao costume.
 Conforme a teoria, o dharma, revelado, é eterno e imutável.
Sistema de Castas

 A sociedade indiana é dividida por um sistema de castas, que separam


as camadas sociais e possuíam direitos e deveres diferentes. Embora
tenha sido oficialmente extinto (Constituição de 1950), o sistema de
castas ainda faz parte da cultura hindu, embora tenha sido modificado
no seu formato original.
 A casta determina toda a vida de uma pessoa desde o momento do seu
nascimento até a morte.
 Não é permitida a mudança de casta, pois a crença é a de que a
natureza de cada pessoa é determinada pelos deuses.
 Como os hindus acreditam na reencarnação, a mudança de uma casta
poderia acontecer numa outra vida, de acordo com a evolução
espiritual.
Código de Manu

 O Direito na Índia antiga era baseado no Código de Manu. Acreditava-se


que a coação e os castigos eram essenciais para evitar o caos e manter a
ordem, por isso esse código tem como característica suas penas cruéis e
degradantes.
 A Índia antiga era estruturada sob o sistema de castas. A aplicação do
direito variava de acordo com a casta do indivíduo. Era uma sociedade
extremamente desigual. Essa diferença era “garantida” por mecanismos
inseridos no ordenamento jurídico do País.
 Além da diferença das castas, havia a subjugação das mulheres aos
homens. Elas deviam estar sempre sob a guarda de uma figura masculina.
O marido era amparado pela lei caso quisesse repudiar sua esposa.
 Os indianos zelavam pela primogenitura, pois acreditavam que um homem
tornar-se-ia eterno se fosse capaz de gerar um herdeiro. Além do mais, o
filho homem mais velho deveria ter privilégios em relação aos irmãos.
 Foi no Código de Manu que se diferenciou roubo e furto pela primeira
vez.

Art. 324 – “A ação de tirar uma coisa por violência, à vista do proprietário, é
um roubo; em sua ausência, é furto…”.

► Na Índia antiga, o crime mais mal visto era o adultério. Com mais de 60
artigos no Código de Manu, tal crime era visto com muito preconceito. O
código rezava a seguinte frase: É do adultério que nasce no mundo a
mistura de classes.
► O Direito na Índia antiga um misto de costume, religião e leis estatais que
se juntaram com o passar do tempo, aprimorando, assim, o conjunto de
institutos legais do País.
Legislação e Jurisprudência

 Legislação e precedentes judiciais não são considerados pelo dharma e pela


doutrina hindu como fontes do Direito.
 É permitido ao príncipe legislar. A legislação e ordens do príncipe são apenas
medidas ditadas pela oportunidade e possuem um caráter temporário; justificadas
pelas circunstâncias do momento, serão modificadas quando estas circunstâncias
tiverem mudado.
 Postos em presença de uma lei, os juízes não poderão aplicá-la rigorosamente; uma
grande discrição lhes deve ser concedida para conciliar, tanto quanto for possível,
justiça e governo.
 A decisão do juiz, em vista deste empirismo, não deve em caso algum ser
considerada como um precedente obrigatório; a sua autoridade é limitada ao
litígio que foi submetido à sua apreciação; ela apenas tem justificação em relação
às circunstâncias especiais que a originaram.
Colonização Britânica

 Os novos conquistadores da Índia não procuraram impor aos seus novos


súditos o Direito inglês. Eles pretenderam aplicar às populações dá Índia,
principalmente em matéria de Direito privado, as regras que lhes eram
familiares.
 Inicialmente manifestou-se de modo positivo, fazendo sair o Direito hindu da
clandestinidade e reconhecendo oficialmente o valor e a autoridade deste
direito.
 Sob outro ponto de vista, foi fatal ao Direito hindu tradicional. Originou uma
profunda transformação deste Direito; regulamentando certas relações,
setores cada vez mais importantes da vida social foram submetidos a um novo
Direito de natureza territorial aplicável a todos os habitantes da Índia sem
considerar a sua religião.
 Os ingleses foram, certamente, os unificadores da Índia e sua presença
durante cerca de dois séculos no solo indiano alterou profundamente a
estrutura do país.
 Ideias inglesas foram, do mesmo modo, aplicadas para regular as
relações entre membros de uma comunidade familiar de bens ou o
estatuto das fundações de caridade hindus; no primeiro caso,
deformaram a noção hindu, no segundo caso, vieram deformar o
conceito hindu de fim altruísta ou exigir condições que a liberdade
dharma não comportava segundo o Direito hindu.
 O Direito Hindu foi limitado pelos britânicos à domínios particulares:
sucessões, casamento, castas, usos e instituições ligados à religião.
Direito Indiano – Common Law

 Direito estatal laico de aplicação nacional, que somente passou a existir a


partir da presença inglesa na Índia, inspirado em grande parte pelo
common law.
 O Direito moderno se baseia deliberadamente na Filosofia do Direito
europeu, baseada na preponderância da pessoa humana. Essa
orientação acentuou-se após a independência com a adoção de uma
Constituição inspirada nos Direitos Humanos.
 Sua aplicação independe da filiação religiosa dos interessados.
 Ele compreende todas as leis da Índia que são, em princípio, de
aplicação geral, mesmo quando disposições particulares destas leis as
declaram inaplicáveis a certas categorias de cidadãos.
 A Índia se liga à common law pela concepção que aí existe da função
judiciária, pela importância que aí se atribui à administração da justiça e ao
processo e pela idéia que aí se faz da supremacia do Direito (rule of law).
Os indianos depositam a sua confiança num bom processo, decalcado do
processo inglês, para atingir uma solução justa quanto ao fundo.
Índia Moderna

 A Índia é o país dos místicos, tendo, a inacreditável vivacidade de uma cultura antiga
supostamente pouco mudada no curso dos séculos e totalmente dominada pelos templos e
castas.
 Sua religião predominante (hinduísmo) traz em seu bojo também estruturas de Direito
(dharma) e de Justiça próprias, sendo que essas estruturas ainda perduram para grande parte
da população com muita pujança e convivem com o Direito e a Justiça estatais disputando
espaço. Justamente essa coexistência entre o Direito oficial e o Direito religioso é a
peculiaridade jurídica desse grande país, onde a tradição e a modernidade atingem
extremos.
 Verifica-se na Índia uma situação de extremos: de um lado o hinduísmo pregando aos seus
adeptos uma vida de conformação fatalista e principalmente aos pobres sua aceitação à
indigência para merecer reencarnações mais felizes (Direito hindu) e sua Justiça interna
("assembleias" de casta) punindo os membros inadaptados, e, de outro, o Direito estatal
legislando sobre direitos e deveres de todos e a Justiça estatal lutando pela abolição das
desigualdades extremas.
BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul.

 A Índia merece destaque pela produção de manufaturas;


• Pelo desenvolvimento do setor de serviços
 Foi o país que mais contribuiu para o crescimento da população mundial nos
últimos anos;
• Em 2030, deverá se tornar o país mais populoso do mundo;
 Trata-se de um dos países mais bem situados no ranking mundial das principais
empresas tecnológicas;
• Em virtude da qualidade das suas universidades e da formação dada nesse segmento
 A Índia deu a ideia de criação de um Novo Banco de Desenvolvimento (NBD);
• O objetivo do banco seria financiar projetos sobre desenvolvimento e infraestrutura em
países em desenvolvimento e subdesenvolvidos
BIBLIOGRAFIA

 http://jus.com.br/artigos/4552/a-justica-e-o-direito-da-india/
 http://www.jurisconsultos.org/2014-5-13-histoacuteria.html
 http://jus.com.br/artigos/5488/o-direito-hindu-e-o-direito-indiano
 http://juridicadireitoeacao.blogspot.com.br/2009/10/o-direito-na-india-
antiga-vi-direito-na.html
 http://eudesjuris.blogspot.com.br/2009/01/o-direito-na-ndia-antiga-o-
cdigo-de.html

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