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QUILOMBOS

FOTO: Valderlene R. Silva – Quilombos Santa Rosa dos Pretos ( Itapecuru-Mirim)


“Você Sabe o que é um Quilombo”

FOTO: Valderlene R. Silva – Projeto o


Percurso dos Quilombos – FOTO: Sr. Gildázio da comunidade
Quilombos Santa Rosa dos Pretos –
Itapecuru -Mirim de São Sebastião dos Pretos
(Bacabal-MA) sentado sobre um
panelão , deixado pelos
antepassados
”Na África, a palavra quilombo refere-se a uma

associação de homens, aberta a todos, onde são


submetidos a rituais de iniciação, para se tronarem
guerreiros” (MUNANGA, 2006, p.71)

A Associação Brasileira de Antropologia define


“quilombo contemporâneo” como “toda comunidade
negra rural que agrupe descendentes de escravos,
vivendo da cultura de subsistência e onde as
manifestações culturais têm forte vínculo com o
passado”. (LOPES. 2008, p.72)

“comunidade com organização social própria”


(SILVA. 2008, p.42)
“a
“ palavra Kilombo é originária da língua banto umbundo,
falada pelo povo ovimbundo que se refere a um tipo de
instituição sóciopolítica militar conhecida na Àfrica
Central(...)”. (MUNANGA, 2006, p.71).
QUILOMBOS - BRASIL COLÔNIA

 Munanga ( 2006,
p.70) “Toda
habitação de negros
fugidos que passem
de cinco, em parte
despovoada, ainda
que não tenham
ranchos levantados
nem se achem pilões
neles”.
 Definição do Conselho Ultramarino
(2/12/1740)
CARACTERIZAÇÃO

“Formado por várias “eles iam de simples


comunidades e agrupamentos armados até
organizadas sob a verdadeiras cidades com
forma de reino”. população de 10 mil a 20 mil
(SILVA, 2008, p. 42) habitantes”.(LOPES, 2008, p.
68)

“MUITAS VEZES SOBREVIVIAM DO SAQUE DOS


ENGENHOS, FAZENDAS E POVOAÇÕES ONDE SEUS
INTEGRANTES IAM BUSCAR COMIDAS, ARMAS E
MULHERES.”(MUNANGA, 2006, P. 74)
QUILOMBOS

 Não se referem a resíduos ou resquícios


arqueológicos de ocupação temporal ou
de comprovação biológica.

 Não são grupos isolados ou de


população estritamente homogênea.

 Nem sempre foram constituídos a partir


de movimentos insurrecionais ou
rebelados.
PALMARES
Em fins do século 16, escravos de um engenho
pernambucano, rebelados, refugiam-se na Serra da Barriga,
na região conhecida como Palmares, onde organizam um
quilombo.
Na virada para o século seguinte, o número de refugiados já
chega a centenas de pessoas, as quais, para suprir suas
necessidades básicas, atacam os engenhos vizinhos. Mas,
aos poucos, Palmares vai se organizando.
Assim, por volta de 1630, o reduto, com cerca de 3 mil
habitantes, já desenvolve uma agricultura relativamente
avançada, com lavoura diversificada, confecção de artefatos
de palha, produção de manteiga e vinho, criação de animais;
bem como fabricação de ferramentas, utensílios e armas.
LIDERES QUILOMBOLAS
Durante sua existência, Palmares
teve vários chefes. No entanto, a
história até agora conhecida
reservou para dois deles, Ganga
Zumba, o papel de protagonista
dessa epopeia. O primeiro, como
dirigente principal, em 1677 negocia
a paz e abandona Palmares com
seus seguidores, provocando uma
séria divisão entre os palmarinos. O
segundo Zumbi, após esse
episódio, assume a liderança do
grupo que permanece na Serra.
LEGALIZAÇÃO

“A Constituição brasileira promulgada em 1988 reconhece o


direito definitivo dos remanescentes dos quilombolas às
terras que ocupam” (SILVA, 2008, p. 44)

Art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais transitórias


“Aos remanescentes de quilombos que estejam ocupando suas
terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado
emitir-lhes os títulos específicos”

Constituição Federal/1988
“Art. 216 – inciso V, § 5º ficam tombados todos os documentos e
os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos
quilombos.” (MUNANGA, 2006, p.75)
Q  “Não significa refúgio de escravos
U fugidos. Trata-se de uma reunião
I fraterna e livre, com laços de
L solidariedade e convivência resultante
O do esforço dos negros escravizados de
M resgatar sua liberdade e dignidade por
B meio da fuga do cativeiro e da
O
organização de uma sociedade livre”
S
(MUNANGA, 2006, p. 72)
QUILOMBOS CONTEMPORÂNEOS

 São as comunidades negras rurais habitadas


por descendentes de africanos escravizados
que mantêm laços de parentesco e vivem, em
sua maioria, de culturas de subsistência, em
terra doada, comprada ou ocupada
secularmente pelo grupo. Valorizam as
tradições culturais dos antepassados,
religiosas ou não, recriando-as no presente.
Possuem uma história comum e têm normas
de pertencimento explícitas, com
consciência de sua identidade.
(MOURA, 2007)
Terra e Territorialidade
 Para as
comunidades
quilombolas, a terra
é muito mais do que
possibilidade de
fixação, antes, é
condição para a
existência do grupo
e de continuidade de
suas referências
simbólicas.
 (NUNES, 2008).
TERRA, IDENTIDADE

“O território é o chão
mais a população, isto
é, uma identidade, o
fato é o sentimento de
pertencer aquilo que
nos pertence. O
território é a base do
trabalho, da
resistência, das trocas
materiais e espirituais
e da vida sobre os
quais ele influi”.
(Milton Santos)
Comunidade Quilombola
“A identidade quilombola
transita pela cultura, pelas
tradições e se reafirma na
terra e em sua permanência
nela”.
QUILOMBOS , CULTURA,
FESTA E IDENTIDADE

Foto: Ribamar Nascimento- Quilombo Santa


Rosa dos Pretos , 2010.
SABERES E FAZERES
Na comunidade manjaca em Na comunidade Quilombola
Cacheu Guiné Bissau - Filipa, em Itapecuru-Mirim ,
Africa(2010) – Foto: Maranhão- Brasil (2010)
Verôncia Gomes . (Foto : Ribamar Nascimento)
VESTUÁRIO, ACESSÓRIOS
E ADORNOS
QUILOMBOS NO BRASIL – Séc. XIX

O Nordeste concentra a maior quantidade de comunidades


negras do Brasil. No Maranhão há mais de 400 quilombos.
Surgiram no século XIX devido a crise do açúcar e do algodão.
Alcântara (1648), colonizada por portugueses
REFERÊNCIAS
 LOPES, Nei. História e cultura africana e
afro-brasileira. São Paulo: Barsa Planeta,
2008.

 MUNANGA, Kabengele. GOMES, Nilma


Lino. O negro no Brasil de hoje.São Paulo:
Global, 2006.

 SILVA, André Marcos de Paula e. História e


cultura afro-brasileiras. 2. ed. Curitiba-PR:
Expoente, 2008.

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