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Os três tipo-padrão de ensaios triaxiais relacionados a seguir

são geralmente realizados.

Ensaio adensado drenado ou ensaio drenado (ensaio CD).

Ensaio adensado não-drenado (ensaio CU).

Ensaio não-adensado não-drenado ou ensaio não-drenado


(ensaio UU).
ENSAIO TRIAXIAL ADENSADO DRENADO (CD)

No ensaio CD, o corpo de prova saturado é submetido primeiro


a uma pressão de confinamento em toda a sua volta, 3, por compressão do
fluido da câmara.
Neste ensaio há permanente drenagem do corpo de prova.
Aplica-se a tensão confinante (3) e espera-se o corpo de prova adensar
(24 a 48 horas). A seguir, a tensão axial (d) é aplicada lentamente,
permitindo a dissipação do excesso de pressão neutra (u) gerada pelo
carregamento (até uma semana).

Desta maneira a pressão neutra durante o carregamento


permanece nula e as tensões totais medidas são às tensões efetivas. Com o
objetivo de ilustrar o ensaio CD, segue abaixo algumas curvas
características de cada etapa.
.

Ensaio triaxial drenado adensado


A figura apresenta o envoltório de ruptura da tensão efetiva a
partir de ensaios drenados em areia e argila normalmente adensada.

Envoltória de ruptura da tensão


efetiva a partir de ensaios drenados
em areia e argila normalmente
adensada.
TIPO DE ENSAIO X APLICAÇÃO

ENSAIO ADENSADO DRENADO (CD)

- drenagem permitida em ambas as etapas;


- parâmetros buscados: resistência em termos de tensões efetivas;

- APLICAÇÃO: análise da resistência ao cisalhamento em solos


permeáveis.
Utilizada quando for realizado o ensaio Consolidado Drenado (CD) (ensaio
lento).
Para solos de alta permeabilidade consolidados (adensados).
Mantendo a drenagem do corpo de prova aberta, aplicar 𝜎𝐶 e aguardar o fim do
adensamento do corpo de prova (24 a 48 horas).
Há permanente drenagem do corpo de prova.

Aplica-se a pressão confinante e espera-se que o corpo, com a dissipação da


pressão neutra, adense.
A seguir, a tensão axial é aumentada lentamente, para que a água sob pressão
possa sair. Desta forma, a pressão neutra durante todo o carregamento é praticamente
nula, e as tensões totais aplicadas indicam as tensões efetivas que estavam ocorrendo,
sendo portanto os parâmetros determinados em termos de tensões efetivas.

Se o solo for muito permeável (areias), o ensaio pode ser realizado em poucos
minutos, mas, para argilas, o carregamento axial pode requerer 20 dias ou mais.
ENSAIO TRIAXIAL ADENSADO NÃO DRENADO (CU)

O ensaio adensado não-drenado é o tipo mais comum de ensaio


triaxial. Nesse ensaio, aplica-se a tensão de confinamento permitindo-se a
drenagem do corpo de prova (adensamento), até a completa dissipação do
excesso de pressão neutra gerada pela aplicação da tensão confinante. Fecham-
se os registros do canal de drenagem e aplica-se a tensão axial (desviadora) até
a ruptura, medindo-se as pressões neutras geradas pelo carregamento (o teor de
umidade permanece constante na fase de cisalhamento).
As pressões medidas são
as tensões totais (), e com a
obtenção da pressão neutra (u),
determinam-se as tensões
efetivas pela expressão: ' =
–u.
Os padrões gerais de
variação de d e ud com a
deformação axial para solos de
areia e argila são mostrados na
figura. Ensaio adensado
não-drenado
A figura mostra os
círculos de Mohr da
tensão efetiva e total no
momento da ruptura
obtidos por ensaios
triaxiais adensados não-
drenados em areia e
argila normalmente
adensada. Envoltórias de ruptura da tensão efetiva e total para ensaios
triaxiais adensados não-drenados.
ENSAIO ADENSADO NÃO DRENADO (CU)

- drenagem permitida apenas na primeira etapa;


- parâmetros buscados: resistência em termos de tensões totais e efetivas; e

- APLICAÇÃO: análise a curto prazo da resistência ao cisalhamento de


solos de baixa permeabilidade consolidados.
Utilizada quando for realizado o ensaio Consolidado Não-Drenado (CU) (ensaio rápido).
Para solos de baixa permeabilidade consolidados (adensados).
Nesse ensaio, aplica-se a tensão de confinamento permitindo-se a drenagem do corpo de
prova (adensamento), até a completa dissipação do excesso de pressão neutra gerada pela
aplicação da tensão confinante. Fecham-se os registros do canal de drenagem e aplica-se a tensão
axial (desviadora) até a ruptura, medindo-se as pressões neutras geradas pelo carregamento.
Logo, após aplicar 𝜎3 , fecha-se as válvulas de saída de água pelas pedras
porosas dando garantia da condição pré-estabelecida, independente da velocidade em
que essa carga axial seja aplicada.
ENSAIO TRIAXIAL NÃO ADENSADO NÃO DRENADO (UU)
Em ensaios não-adensados não-drenados, a drenagem do corpo de
prova do solo não é permitida durante a aplicação da pressão da câmara 3. O
corpo de prova do ensaio é cisalhado até a ruptura pela aplicação da tensão
desviadora, d, e a drenagem é impedida. Como a drenagem não é permitida
em nenhum estágio, o ensaio pode ser realizado rapidamente. Por causa da
aplicação da pressão de confinamento da câmara 3, a poropressão no corpo de
prova do solo aumentará de uc. Um aumento adicional na poropressão (ud)
ocorrerá por causa da aplicação da tensão desviadora. Portanto, a poropressão
total u no corpo de prova em qualquer estágio da aplicação da tensão desviadora
pode ser dada como u = u + ud.
Este ensaio normalmente é realizado em corpos de prova de argila e
depende de um conceito de resistência muito importante para solos coesivos se
o solo for completamente saturado. A tensão axial acrescentada durante a
ruptura (d)f é praticamente a mesma independentemente da pressão de
confinamento da câmara. Essa propriedade é mostrada na Figura 09. A
envoltória de ruptura para círculos de Mohr da tensão total torna-se uma linha
horizontal e, portanto, é chamada de uma condição de  = 0.
Círculos de Mohr da tensão total e envoltório de ruptura obtidos a partir de ensaios
triaxiais não-adensados não-drenados em solo coesivo 100% saturado.
ENSAIO NÃO ADENSADO NÃO DRENADO (UU)

- drenagem não permitida em ambas as etapas;


- resistência obtida em termos de tensões totais; e

- APLICAÇÃO: análise a curto prazo da resistência ao cisalhamento de


solos de baixa permeabilidade não consolidados.
Utilizada para o ensaio Não-Consolidado Não-Drenado (UU) (ensaio rápido).
Para solos de baixa permeabilidade não-consolidados (não-adensados).
Mantendo a drenagem do corpo de prova fechada, aplicar 𝜎𝐶 (tensão confinante).
As válvulas de comunicação entre as pedras porosas e as buretas de medição serão
fechadas impedindo a drenagem da mesma durante as aplicações das tensões.
No ensaio, aplica-se a pressão hidrostática 𝜎3 e, de imediato, se rompe o corpo de
prova com a aplicação da pressão axial 𝜎1 , em velocidades padronizadas. Não se
conhecem as pressões efetivas em nenhuma das fase de execução do ensaio nem tão
pouco sua distribuição.

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