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QUALIDADE –

CAMINHO PARA A COMPETITIVIDADE

SEMINÁRIO DIA DA QUALIDADE CAXIAS


José A. Martins - 19/07/04
I. QUALIDADE: PRIMEIRO ESTÁGIO

Início da Qualidade como Processo: Durante 1ª Grande


Guerra e período início indústria automobilística 1917/1918
Henry Ford.

Objetivo: Separar as peças boas das ruins (principalmente


em munição e armamento).

O conceito estendeu-se para conjuntos mecânicos -


veículos - navios - submarinos, linhas de montagem, etc.
O processo limitava-se a uma inspeção final.
O aprimoramento deu-se com um processo de Inspeção
Volante ao longo das linhas de fabricação e montagem.
I. PRIMEIRO ESTÁGIO

Com o Desenvolvimento da Indústria Bélica e Automotiva,


passou-se a investigar as causas dos erros - Projeto dos
Componentes e Processos de Manufatura.

Surgia então como Processo Industrial: Quality Control,


principalmente para as séries repetitivas.

A 2ª Grande Guerra aumentou as velocidades – armas mais


poderosas – início Era do Jato – Bomba V2 guiada –
Acentuou-se uma exigência maior pela Qualidade –
Confiabilidade no produto.

Os americanos Deming e Juran responsáveis pela


Implantação do Quality Control no Japão, foram os grandes
idealizadores dos diferentes métodos que foram
desenvolvidos.
I. PRIMEIRO ESTÁGIO

Quality Control do Projeto.

Quality Control no ferramental, jigs, dispositivos.

Quality Control no maquinário.

Utilização de “gages” e dispositivos de medição nos


processos de manufatura.

Inspeção Volante.
I. PRIMEIRO ESTÁGIO

Controle Estatístico da Qualidade – Ajuste Seletivo –


Sistemas de Tolerância.

Performance dos Produtos.

Testes de durabilidade, tratamentos térmicos, life tests,


resistência mecânica, propriedades físicas, etc.

Criação das normas e especificações para a indústria


automotiva e indústria em geral – SAE – DIN.
II. SEGUNDO ESTÁGIO

Começou com Deming e Juran no Japão em meados da


década de 60.

Japão sofrera muito com Guerra - país sem matérias primas


- necessidade exportar - tinham preços baixos, mas sem
qualidade.

O governo japonês com apoio de Juran e Deming iniciou a


grande REVOLUÇÃO para criar uma QUALITY MIND na
Indústria Japonesa.

Apoiados por Toyota, Honda e Akio Morita da Sony, foram


desenvolvidos os conceitos de Administração participativa.
II. SEGUNDO ESTÁGIO
 Gráfico da filosofia Japonesa.
PARADIGMA ESTRATÉGIAS TÉCNICAS

Promoção Lenta

Emprego por Longo Complexo Sistema de


Prazo Avaliação
Preocupação com os
Recursos Humanos
Ênfase nos Grupos de
Filosofia Única na Trabalho
Empresa
Comunicação Aberta

Integração do Tomada de decisão em


Empregado conjunto

Preocupação com o
empregado
II. SEGUNDO ESTÁGIO

Criaram-se os Círculos de Qualidade no chão de fábrica e


qualidade passou a ser uma verdadeira ARMA para o
crescimento das empresas.

Surge então o TOTAL QUALITY CONTROL.

Não só o produto precisaria ter Qualidade, mas a empresa


toda - Projetos, processos maquinário, recursos humanos,
estoques, vendas, marketing, kanban, just in time, etc.
II. SEGUNDO ESTÁGIO

A qualidade passou a ser quase uma Religião - Era o


Quality Mind.

 Japão cresceu e dominou amplamente a Indústria


Automotiva mundial até o final da década de 80.

 Japão criou processos notáveis no management das


empresas - Kanban - Just in time - TQC - TPM (Total
Production Maintenance) - Quick Tooling Set Up - 5S’s -
Teoria Z, Management Bottom-up ao invés de Top-Down, etc.
III. TERCEIRO ESTÁGIO

Indústria Americana e Européia sentindo o impacto,


passaram a “copiar”os métodos japoneses.

Os americanos criaram então o TQM - Total Quality


Management - Era então a Gestão ou Gerenciamento de
Qualidade.

Os sistemas japoneses, com a administração Bottom-up,


mostravam-se muito lentos nas decisões.

O Japão era pouco criativo em seus produtos e maior parte


eram cópias de designs americanos e europeus.
III. TERCEIRO ESTÁGIO

Decisões em grupo e emprego vitalício foram destruindo a


criatividade das pessoas.

Promoções lentas baseadas muito na antiguidade


desanimavam os jovens.

As inovações passaram a ser muito lentas.


III. TERCEIRO ESTÁGIO

Os americanos perceberam que com o rápido


desenvolvimento dos processos tecnológicos, a rapidez nas
decisões era fundamental.

Viram que os clientes queriam não só produtos confiáveis,


mas queriam produtos modernos, atualizados, entregas
rápidas, planos amplos de financiamento e acima de tudo
preços baixos.

Com essa nova mentalidade, foram retomando a liderança de


mercado e deram um novo salto, o qual os japoneses não
puderam acompanhar.
IV. QUARTO ESTÁGIO

A Indústria Americana criou uma nova estratégia, a qual foi


acompanhada pela indústria Européia que é:
TOTAL COMPETITIVINESS- COMPETITIVIDADE TOTAL

A qualidade do produto deixa de ser um argumento de


vendas, para ser uma OBRIGATORIEDADE INTRÍNSICA DO
PRODUTO.

O desenvolvimento tecnológico acelerado passou a igualar


tecnicamente os produto e o cliente passou então a
perguntar: Qual é o seu preço?
IV. QUARTO ESTÁGIO

A produtividade, garantias, preços venda, financiamento,


design, conforto, valor de revenda e finalmente os custos do
Produto passaram a desempenhar papel de extraordinária
importância.

 Se a tecnologia é a mesma, a qualidade certamente é quase


a mesma e o preço é o fator de decisão.

Jack Welch o grande líder da GE foi um dos grandes


responsáveis por esta nova mentalidade – 6 Sigma.

Hoje, o Japão é um país que não apresenta crescimento do


PIB, quase que desde o trauma econômico dos Tigres
Asiáticos, em 1997.
IV. QUARTO ESTÁGIO

 O 6 Sigma desenvolvido na Motorola e posteriormente na


GE (1996) foi o grande passo. O TQM não apresentava um
objetivo específico. O 6 Sigma foi diferente. Trouxe uma meta
muito mais concreta – Admite no máximo 3 a 4 erros por
milhões de oportunidades de erros, em produtos e serviços.
IV. QUARTO ESTÁGIO

As indústrias automotivas, com exceção de Toyota e Honda,


as demais caíram nas mãos de empresas americanas ou
européias.
 Nissan é Renault
 Mazda é Ford
 Isuzu é GM
 Mitsubishi é DaimlerChrysler
 Sony está mal
IV. QUARTO ESTÁGIO

Há 2/3 anos atrás o Japão começou a se dar conta de


sua estagnação industrial e começou a desenvolver
planos ambiciosos de recuperação do complexo
industrial japonês.A reação japonesa será muito forte e
rápida e UE e USA já se preparam para enfrentar mais
este novo choque de COMPETITIVIDADE GLOBAL.
V. INDÚSTRIAS QUE NÃO OPERAM EM GRANDES SÉRIES

Os critérios aplicados à indústria automobilística,


eletroeletrônicos, eletrodomésticos, autopeças, informática e
outros não são totalmente válidos para indústrias que
operam em séries pequenas ou médias.

Entre elas temos: implementos rodoviários, implementos


agrícolas, ônibus, máquinas operatrizes, máquinas em geral,
indústria de confecções, indústria de construção civil, etc.

Muitos desses produtos são customizados e em geral


envolvem um volume intenso de mão de obra, às vezes, até
artesanal.

Esses produtos tornaram-se muito caros nos USA e Europa

Para justificar seus preços elevados, usaram a qualidade


como arma de vendas - aprimoraram luxo, conforto, design,
estilo, durabilidade.
V. INDÚSTRIAS QUE NÃO OPERAM EM GRANDES SÉRIES

Esses produtos americanos ou europeus caros, serviram de


padrões para os países asiáticos, China, Coréia, Países do
Extremo Oriente.
Se quisermos então competir teremos que desenvolver uma
qualidade igual a Européia ou Americana e preços iguais aos
países do Extremo Oriente.
Se não tivermos competência de desenvolver esta
capacidade, as nossas indústrias serão destruídas em futuro
bem próximo.
Atualmente, esses países têm preços baixos, mas a
qualidade fica a desejar. Porém, eles estão melhorando sua
qualidade de modo muito rápido.
V. INDÚSTRIAS QUE NÃO OPERAM EM GRANDES SÉRIES

Quem não conseguir AGORA JÁ desenvolver o binômio


QUALIDADE X PREÇO, perderá o poder de competitividade.

Por isso a palavra “ COMPETITIVIDADE TOTAL” será a


nossa grande arma.

Não se concentrem somente na Qualidade – Ênfase


também nos CUSTOS.
VI. QUALIDADE NA DISTRIBUIÇÃO - COMÉRCIO

Dificilmente o cliente reclama falhas no produto


diretamente à fábrica.
Os primeiros a receberem as queixas são os dealers,
distribuidores, comerciantes, lojistas.
Hoje quem opera na área de distribuição conhece o produto
muito melhor que o fabricante.

Ele conhece os pontos fortes e fracos dos produtos.

A qualidade na Distribuição/Comércio ocupa o mesmo


lugar de importância, às vezes maior, do que qualidade na
Produção.
VI. QUALIDADE NA DISTRIBUIÇÃO - COMÉRCIO

Saber tratar com classe o cliente é uma das tarefas mais


difíceis, pois cada pessoa tem gostos diferentes, percepções
desiguais, sensações imprevisíveis.

Se vamos a um hotel, hospital, médico, restaurante, loja e


não encontramos um local limpo, bem decorado, atendentes
educados e afáveis, ambiente aconchegante, etc., é certo que
lá não voltaremos.

Se quem nos atende, não recebe as nossas eventuais


reclamações com cortesia e não se empenha para que os
erros sejam corrigidos, por certo estará nos eliminando da
sua lista de clientes.
VI. QUALIDADE NA DISTRIBUIÇÃO - COMÉRCIO

Todos querem ser bem tratados.

É por isso que sempre nos hospedamos nos mesmos


hotéis, comemos nos mesmos restaurantes, usamos sempre
os mesmos barbeiros ou cabeleireiros, compramos sempre
nas mesmas lojas.

É a qualidade que o cliente exige da distribuição e do


comércio.

A qualidade de uma empresa não está na venda simples de


um produto.
VI. QUALIDADE NA DISTRIBUIÇÃO - COMÉRCIO

Os idiotas vendem um Rolex. Os gênios vendem o Estilo da


Vida Rolex – a sensação de usar um Rolex.

Eu não vendo um ônibus – Eu vendo o charme de você ter


na sua frota um ônibus Marcopolo – um veículo cheio de
estilo, seguro, sexy, de baixa manutenção e fortemente
atraente.

As lojas não vendem mais um simples terno Armani, mas a


distinção, a classe, a elegância que um terno Armani tornará
você notado no ambiente que você freqüenta.
VI. QUALIDADE NA DISTRIBUIÇÃO - COMÉRCIO

Aqui em Caxias, nós temos exemplos sensacionais de


empresas comerciais que já criaram e desenvolveram essa
estratégia.

É a estratégia da Qualidade aplicada na Distribuição e no


Comércio.

As empresas que não souberem evoluir esta nova


mentalidade, que não absorverem e implantarem essa
estratégia de Qualidade, irão certamente encolher e talvez
desaparecer.
IMPORTANCE OF CERTAIN ISSUES TO THE AUTO INDUSTRY NOW

IMPORTANCE (4 – 5 ON A 5 pt. Scale)

96
% 90
88
85
2001 2002 2003
80 77
73 72 NOTABLE CHANGE
71 70
70 66
64 64

60 57 57
53 52
50
50 46 47
41
40

30

20

10

0
Product Quality The Economy Consumer Tastes New Technologies Regulatory Labor Relations Environmental
Environment Concerns

SOURCE: KPMG LLP


HOW IMPORTANT DO YOU EXPECT EACH OF THE FOLLOWING ISSUES TO BE TO
CONSUMERS’ PURCHASE DECISIONS OVER THE NEXT FIVE YEARS?
% IMPORTANCE (4 – 5 ON A 5 pt. Scale)

100 96
9190
88 87 88
90
82
78 78 2001 2002 2003
80 76
70 NOTABLE CHANGE
70 64 64
58 58 57 59
60 55 56
53 54
52 51 50
49 47
50
38
40 35
32
28 29
30
21
20

10
0
0
Fuel Efficiency
Quality

Financing
Affordability

New Technology

Luxury

Communication
Safety

Alternative Fuel
Serviceability
Sales Incentives

Options

Wireless
SOURCE: KPMG LLP
CHARM S/A
 Por que se perde um cliente?
- 1% por falecimento
- 5% por mudança de endereço
- 5% por amizades comerciais
- 10% por maiores vantagens em outra empresa
- 14% por reclamações não atendidas
- 65% por indiferença do pessoal que os atende
 Charm S/A
• Se for mal atendido reclame!
• Se for por falta de qualidade reclame!
• Se for por indiferença reclame!

Telefone xxx-yyy ramal zzz


Serviço de Apoio ao Cliente
(Srs. AAAA, BBBB e CCCC)
VII – A QUALIDADE COMO ARMA PODEROSA

A qualidade é hoje a mais eficaz e potente arma de que as


empresas dispõem para seu sucesso.

A qualidade porém, não está só concentrada no produto.

A qualidade tem que fluir em toda organização – desde o


momento em que a recepcionista atende a um telefonema até
entregar o produto nas mãos do cliente.

Produção, Projetos, Ferramentaria, Área Financeira/


Administrativa, Recursos Humanos, Treinamento, Marketing,
Vendas, etc., enfim todos tem que estar diariamente
PERFUMADOS E APAIXONADOS PELA QUALIDADE.
VII – A QUALIDADE COMO ARMA PODEROSA

Qualidade não se prega ou evangeliza, qualidade a gente


constrói, cria, desenvolve e acima de tudo a gente ama a
QUALIDADE.

Mas afinal o que é QUALIDADE.

A definição mais correta que encontrei:

“É adequar o produto ao uso, levando em


conta preço, performance, confiabilidade e
acima de tudo a satisfação do cliente.”
VIII – CONSIDERAÇÕES FINAIS

PRINCÍPIOS DE JACK WELCH

Controle seu destino antes que alguém o faça.


Encare a realidade como ela é, não como ela foi ou como
você gostaria que ela fosse.
Seja educado e polido com cada um.
Não gerencie, lidere.
Mude antes que você seja obrigado a mudar.
Se você não tem uma vantagem competitiva, não entre em
competição.
VIII – CONSIDERAÇÕES FINAIS

VOCÊ TEM UM EXÉRCITO?


 Bem armado e equipado
 Oficiais e soldados fortes, motivados, confiantes,
satisfeitos, fanáticos e com espírito vencedor
 Carregam a sua bandeira com orgulho e amor
 As suas famílias sentem orgulho de seus pais serem
membros dessa força armada

Se você não tem esse exército, está na hora de erguer a


bandeira branca e entregar-se ao inimigo. Você perdeu a
GUERRA.

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