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MEDIAÇÃO FAMILIAR

A definição de Mediação familiar


“A mediação familiar pretende contribuir
para evitar o confronto do julgamento,
prevenir o incumprimento das sentenças e
fomentar a participação e a
responsabilidade de ambos os progenitores
relativamente aos vários aspectos da
Regulação do Exercício do Poder Paternal
por forma a garantir que ambos continuem
a exercer as suas funções paternais.”
Alteração das estruturas familiares
tradicionais

• Aumento da uniões de facto


• Aumento do número de famílias
monoparentais
• Aumento do número de filhos fora do
casamento
• Aumento do nº de divórcios
Família deixa de ser a primeira
instância de regulação social

Regulação é “devolvida” à instância judicial


que não se revela a mais adequada
para solucionar este tipo de conflitos devido
a:
• burocratização

• morosidade

• custos
• Necessidade de um sistema diferente.
• Necessidade de uma alternativa à rigidez
jurídica que não é favorável à participação
activa e directa das partes.
• Modelo judicial repousa na oposição de
interesses e bilateraliza relações, que se
pretendem duradouras, numa oposição de
interesses que se pressupõem comuns
sobretudo quando há crianças envolvidas
no litígio.

• Contempla apenas os aspectos jurídicos.


Mediação familiar
A mediação familiar nos EUA
 Nasce em 1974, fruto do desenvolvimento
de um modo alternativo de resolução de
conflitos;
 Visava essencialmente reconciliações de
casais
 Evoluiu para a obtenção de acordos sobre
variadas questões familiares, sobretudo
regulação do poder paternal
 Inicia-se a passagem de um direito imposto
para um direito partilhado
A mediação familiar em França
 Anos 70: “desjudicialização” do divórcio
com o divórcio por mútuo consentimento
 Influência canadiana no final dos anos 80
 Mediação não beneficia de um quadro
legislativo próprio,
 Vive muito em função dos magistrados que
“delegam” questões nas associações
A mediação familiar em França

 Estado cria estruturas e financia


experiências de mediação.
 Em 2004 a mediação familiar é legalmente
caracterizada como sendo essencial não
somente para a protecção dos filhos como
também de pessoas e bens.
• Art.1108º CPC estipula que junto com a
notificação para audiência de tentativa de
reconciliação apensa-se informação sobre
mediação familiar.
A mediação familiar em França

o Não obstante todos os esforços


supracitados a mediação familiar apenas
chega a 1% das situações conflituais.
Mediação familiar em Inglaterra
o Donde data a mediação familiar mais antiga
da Europa

o Recentemente foram criados vários


serviços de mediação familiar por todo o
país.
Mediação familiar em Portugal
o Início: década de 90
o Em 1993 é criado o Instituto português de
Mediação Familiar
• Por iniciativa de psicólogos,terapeutas,
magistrados e juristas.
o Em 1997 é criada a Associação Nacional
para mediação Familiar
Mediação familiar em Portugal
• Por iniciativa de magistrados, advogados,
terapeutas familiares e psicólogos com o
objectivo de :
• Promoção e dinamização da mediação
familiar
• Divulgação de informação e formação de
mediadores familiares
Mediação familiar em Portugal
• Em 1997, por protocolo entre Ordem dos
Advogados e Ministério da justiça
 Gabinete de Mediação Familiar em Lisboa

o Gabinete de mediação familiar em Coimbra

o A mediação não é obrigatória em Portugal


Gabinete de Mediação Familiar

 Serviço público do Ministério de


Justiça
 Competência material limitada
(regulação do poder paternal)
 Competência territorial limitada
(áreas geográficas de Lisboa, Amadora,
Sintra, Cascais, Oeiras, Loures, Mafra,
Seixal, Barreiro e Almada)
 gratuito
Fases do Processo
1ºFase Atendimento inicial

Reunião Individual Reunião Individual


com a mãe com o pai

Reunião conjunta de pré - mediação


Fases do Processo
2ª Fase
Reuniões de Mediação

Reunião final para assinatura de acordo


Fases do Processo
Homologação
Tribunal Mediação familiar

Mediação Conservatória
familiar
Parecer do
Acordo Ministério Público

Partes Partes não


Tribunal aceitam aceitam
Os filhos diante da separação conjugal

Adaptações a que os filhos estão


sujeitos:
1) Passagem a família monoparental;

2) Guarda compartilhada ou
exclusiva;
3) Possível ocorrência de nova união
conjugal dos pais;
As reacções das crianças à separação
consoante a sua idade

 Entre os 0 e os 4 anos:
 Confusão
 Ansiedade
 Culpa
 Medo
 Agressividade acentuada
 Fantasia de reconciliação
As reacções das crianças à separação
consoante a sua idade

 Entre os 5 e os 7 anos:
 Tristeza
 Angústia
 Abandono
 Medo
 Sentimentos de culpa
 Raiva pelo pai que tomou a iniciativa
 Mudanças comportamentais
 Diminuição da concentração
 Diminuição do rendimento escolar
 Fantasias de reconciliação
 Saudades
As reacções das crianças à separação
consoante a sua idade

 Entre os 8 e os 12 anos:
 Perda
 Rejeição
 Solidão
 Vergonha
 Insegurança
 Cólera
 Falsa tranquilidade
 Sintomas psicossomáticos
As reacções das crianças à separação
consoante a sua idade

 Entre os 13 e os 17 anos:
 Revolta
 Confusão
 Responsabilidade
 insegurança
Necessidades das crianças:

1) Não ser envolvida no conflito;


2) Compreender que não é
responsável pela separação;
3) Expressar-se;
4) Sentir que os seus pais são
capazes de conversar;
5) Conhecer a realidade;
6) Ser informada.
Envolvimento da criança na mediação
familiar:

 Argumentos contra:  Argumentos a favor:


 Ansiedade;  A criança deve ser
 Culpa; ouvida para melhor ser
 Omnipotência; apoiada;
 Negação da  Recolha de mais
autoridade parental. informações;
 Observar a interacção
de pais e filhos;
 Conduta mais
cooperativa;
Características do mediador familiar

 Imparcialidade

 Neutralidade

 Confidencialidade

 Formação específica

 Independência
Vantagens da mediação:
 Viabilizar uma alternativa ao Tribunal;
 Abordar a situação no plano emocional e
legal;
 Proteger os filhos;
 Prevenir conflitos futuros;
 Apoiar os pais;
 Preservar relações familiares;
 Promover responsabilidade parental;
 Diminuir a exposição pública das
posições familiares
Quando a mediação familiar não é
aconselhável:

 Violência doméstica;
 Maus tratos infantis;
 Toxicodependência;
 Doenças do foro psicológico e
mental;
 Desinteresse do casal em resolver o
conflito;
 Desequilíbrio de poder entre as
partes
Trabalho realizado por:
Andreia Costa nº500
Ana Fontes nº732
Vânia Tomás nº726

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