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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ - UEPA

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLOGIA - CCNT


CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ASSOCIAÇÃO DE CÉLULAS PELTIER PARA PRODUÇÃO


DESCENTRALIZADA DE ENERGIA ELÉTRICA

Discente: Felipe Cesar Cirqueira Lima


Orientador: Prof. Dr. Járlesson Gama Amazonas

Belém-PA
2017
1 INTRODUÇÃO

• Energia como fator determinante/limitante no


desenvolvimento da sociedade (ANDO JUNIOR,
2014);

• Energias não-renováveis são as principais matrizes


energéticas do mundo (GOLDEMBERG; LUCON,
2007);

• Necessidade de mudar as matrizes;


1 INTRODUÇÃO
• Situação energética no Brasil;
Figura 1 - Geração de energia elétrica por fonte no Brasil em 2015

Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, 2016.


1 INTRODUÇÃO

• Aproveitamento da energia solar (SOUZA, 2013);

• Termoeletricidade como tecnologia promissora


(ALMEIDA, 2015);

• Utilização de recursos energéticos alternativos;

• Contribuição para novas formas de produção


descentralizada de energia elétrica.
2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Investigar a produção descentralizada de energia elétrica


a partir de fontes térmicas.
2 OBJETIVOS

2.2 ESPECÍFICOS

•Investigar o uso de módulos Peltier para validação da produção


de energia elétrica;

•Construir e verificar distintas associações de módulos Peltier


(série, paralelo, mista) que maximizem os dados elétricos;

•Adaptar uma cuba de vidro à configuração selecionada e


verificar as respostas dos dados elétricos por influência dos
volumes aprisionados;

•Verificar a viabilidade para posterior aplicação em dispositivos


eletrônicos portáteis.
3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 TERMOELETRICIDADE

Segundo Fernandes (2012), termoeletricidade é um


conjunto de fenômenos físicos capazes de relacionar a
temperatura com as propriedades elétricas dos materiais.

CALOR ELETRICIDADE
3 REVISÃO DE LITERATURA

3.2 EFEITO SEEBECK (1821)

•Há uma produção de tensão quando dois condutores, ou


semicondutores diferentes são submetidos a um
gradiente de temperatura (Martins et al., 2011)
Figura 2 – Efeito Seebeck

Fonte: Moura, 2010.


3 REVISÃO DE LITERATURA

3.3 EFEITO PELTIER (1834)


• Quando uma corrente elétrica flui no circuito
composto por uma junção bimetálica faz com que a
junção dos metais resfrie ou aqueça em função do
sentido da corrente (MOURA, 2010)
Figura 3– Efeito Peltier

Fonte: Moura, 2010.


3 REVISÃO DE LITERATURA

3.4 DISPOSITIVOS TERMOELÉTRICOS

•Módulo Peltier ou termoelétrico (ALMEIDA, 2015);


•Encontrado de diversas formas e tamanhos (MAIDANA et al.,
2007);
Figura 4 - Pastilhas single stage (a) e multi stage (b)

a) b)
Fonte: Maidana et al., 2007.
3 REVISÃO DE LITERATURA

3.4 DISPOSITIVOS TERMOELÉTRICOS

•Módulo consiste num arranjo de pequenos blocos de


telureto de bismuto – Bi2Te3
•Semicondutores extrínsecos: Tipo-P e tipo-N

Figura 5 - Demonstrativo das Junções do Módulo Termoelétrico

Fonte: Maestrelli, 2015.


3 REVISÃO DE LITERATURA

3.4 DISPOSITIVOS TERMOELÉTRICOS

•Módulo de refrigeração termoelétrica (TEC) X Módulo de


gerador termoelétrico (TEG);

•Segundo Ismail e Ahmed (2009) e Dziurdzia (2011),


Vantagens dos módulos TEG:
• Não possuem partes móveis;
• Requerem pouca manutenção;
• Tamanhos e pesos reduzidos;
• Operam em altas temperaturas;
• Longo tempo de vida;
• Adequados para aplicações em pequena escala ou
remotamente;
• São ecologicamente corretos.
4 MATERIAL E MÉTODOS
Figura 6- Materiais utilizados
4.1 MATERIAIS
 Módulos TEG SP1848 27145 AS (150ºC)
 Multímetros
 Termômetros
 Dissipadores de calor
 Resistor de 10 Ohms
 Cuba de vidro de 20 cm x 20 cm (4 mm
Fonte: Autores, 2017.
espessura)
Figura 7 – Cubas de vidro
 Recipientes de alumínio
 Cola epóxi
 Durepox
 Pasta térmica
 Papel Paraná
 Fonte de 6 V
Fonte: Autores, 2017.
4 MATERIAL E MÉTODOS

4.2 MÉTODO EXPERIMENTAL

4.2.1 Verificação dos módulos termoelétricos quanto sua


características, funcionalidade e correto funcionamento

4.2.2 Associação de módulos Peltier (série e paralelo)

Figura 8 – Módulos em paralelo Figura 9 – Módulos em série

Fonte: Autores, 2017. Fonte: Autores, 2017.


4 MATERIAL E MÉTODOS

4.2 MÉTODO EXPERIMENTAL

Figura 10 – Montagem para pesquisas de efeitos termoelétricos Peltier-Seebeck

Fonte: Autores, 2017.


4 MATERIAL E MÉTODOS

Figura 11 – Cuba de vidro acoplada a base


4.2 MÉTODO EXPERIMENTAL com módulos Peltier recebendo radiação
solar

4.2.3 Análise das cubas de vidro

4.2.4 Adaptar a cuba de vidro ao


circuito selecionado

4.2.5 Verificar a viabilidade para


posterior aplicação em
dispositivos eletrônicos Fonte: Autores, 2017.
portáteis.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

• 30 módulos termoelétricos testados, e apesar de serem módulos


do mesmo modelo, apresentaram tensões diferentes.

Figura 12 – Tensão registrada nos terminais de 30 módulos Peltier

Fonte: Autores, 2017.


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

As medições em série foram realizadas com até 10 módulos TEG e os


resultados foram agrupados de acordo com a média do diferencial de
temperatura: 88 ºC, 78 ºC, 68 ºC, 58 ºC, e 48 ºC.

Figura 13 - Medição de tensão e corrente de módulos Peltier.

a) b)
Fonte: Autores, 2017.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 14 - Relação tensão/ corrente/ Nº de módulos com Dt: 88 ºC

Fonte: Autores, 2017.


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 15– relação tensão/corrente/Nº de módulos com Dt: 78 ºC

Fonte: Autores, 2017.


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 16– relação tensão/corrente/Nº de módulos com Dt: 68 ºC

Fonte: Autores, 2017.


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 17– relação tensão/corrente/Nº de módulos com Dt: 58 ºC

Fonte: Autores, 2017.


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 18– relação tensão/corrente/Nº de módulos com Dt: 48 ºC

Fonte: Autores, 2017.


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

• Resultados com 10 pastilhas em série

Figura 19 – DT (ºC) x Tensão (V)

Fonte: Autores, 2017.


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

• As ligações em paralelo foram realizadas com até 4


módulos TEG.
Tabela 1 - – Relação tensão/corrente/Nº de módulos com Dt: 70ºC

Fonte: Autores, 2017

• Esperava-se um efeito similar ao que ocorre com as pilhas, que


em série, aumentam a tensão, e em paralelo, aumentam a
corrente. Nos módulos Peltier só conseguimos observar o
primeiro efeito. Em paralelo, tanto corrente quanto tensão
praticamente não variaram.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
• Após análise dos resultados, decidiu-se que a melhor
configuração para ser submetida a cuba de vidro seria dos
módulos ligados em série.

• A temperatura máxima registrada pelo termômetro dentro


das cubas de vidro foi de 76 ºC

Figura 20– Medição de Tº no interior das Cubas de vidros

Fonte: Autores, 2017.


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
• Teste com o circuito dentro da cuba de vidro

Figura 21– Medição dos módulos em série envolvidos pela cuba de vidro

Fonte: Autores, 2017.


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 2 – Resultados teste cuba de vidro

Fonte: Autores, 2017.


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 22 - Relação DT x Tensão x Corrente // Teste Cuba de Vidro

Fonte: Autores, 2017.


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

• Uma vez que a tensão máxima alcançada no experimento com a


cuba de vidro foi de 1,4 V e apenas 0,140 A de corrente, o resultado
é insuficiente para ser aplicado no carregamento de um dispositivo
portátil, como o celular.

• Segundo ELECFREAKS, vendedor dos módulos TEG, para o


carregamento de um celular é necessário apenas 5 V e no mínimo
0,5 A. Logo, os resultados alcançados na bancada experimental
com 10 módulos em série seriam suficientes para o carregamento
de um celular.
6 CONCLUSÕES

• A configuração em série dos módulos TEG mostraram-se


mais eficiente do que em paralelo, pois gerou dados
elétricos maiores;

• A utilização da cuba de vidro tem grande potencial para


maximizar a geração de energia elétrica descentralizada,
sendo necessário apenas o aperfeiçoamento da bancada
experimental;
6 CONCLUSÕES

• Para a obtenção de melhores resultados nos trabalhos futuros,


sugere-se:
• Utilização da plataforma de prototipagem Arduíno;
• Utilização de cuba de vidro temperado;
• Verificar se colocar cubas de vidro dentro de outra, maximiza
o DT, e consequentemente, os dados elétricos;
• Utilização de uma bateria para armazenar a energia para uso
posterior;
• Busca por uma melhor vedação/isolamento térmico durante a
montagem do experimento.

• Logo, conclui-se que a tecnologia estudada traz resultados


promissores quanto ao objetivo almejado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, C. H. A. Caracterização de célula termoelétrica para geração de energia elétrica. 66 f. Dissertação (Mestrado) -
Universidade Federal da Paraíba João Pessoa, PB. 2015.

ANAVIDRO. Como funcionam as estufas de vidro. 2013. Disponível em: <www.anavidro.com.br/como-funcionam-as-estufas-de-


vidro> Acesso em: 2 Dez. 2017.

ANDO JUNIOR, Oswaldo Hideo. Protótipo de um micro gerador termoelétrico para captação de energias residuais baseado no
efeito Seebeck com sistema de transferência de calor intercambiável. 2014. 166f. Tese (Doutorado em Engenharia). Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.

ELECFREAKS. Thermoelectric power generation. [201?]. Disponível em <http://www.elecfreaks.com/store/thermoelectric-power-


generation-tablets-sp184827145-p-719.html > Acesso em: 28 nov. 2017.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Anuário estatístico de energia elétrica 2016. Rio de Janeiro, 2016.

EUROPEAN THERMODYNAMICS LIMITED. The key difference between a thermoelectric cooler (TEC) module and a
thermoelectric generator (TEG) module. 2015. Disponível em: <http://www.europeanthermodynamics.com/news/difference-
between-TEC-and-TEG> Acesso em: 2 Dez. 2017.

FERNANDES, A. E. S. S. Conversão de energia com células de Peltier. 97 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Nova de
Lisboa, 2012.

GOLDEMBERG, J.; LUCON, O. Energy and environment in Brazil. Estudos Avançados, v. 21 p. 59, 2007.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOULD, C. A. et al. A comprehensive review of thermoelectric technology, micro- electrical and power generation properties. Proc.
26th International Conference On Microelectronics (MIEL 2008). NIS: [s.n.]. 2008. p. 329 - 332.

ISMAIL, B. I.; AHMED, W. H. Thermoelectric Power Generator Using Waste-Heat Energy as an Alternative Green Technology.
Recent Patents on electrical Engineering.v. 2, p. 27 -39, 2009.

MAIDANA et al. Bancada para Medida de Eficácia Térmica de Pastilhas de Efeito Peltier. Departamento de Engenharia
Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2007.

MARTINS, J; et al. Thermoelectric Exhaust Energy Recovery with Temperature Control through Heat Pipes. SAE International,
p. 1-23, 2011.

MOURA, J. A. S. Filmes nanométricos de FeN e AlN crescidos por sputtering e aplicações do efeito peltier. 2010. 147f. Tese
(Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. 2010.

PACHECO, F. Energias Renováveis: breves conceitos. Conjuntura e Planejamento. Salvador: SEI, n.149, p.4-11. 2006

SOUZA, R. F. Caracterização do efeito seebeck em junções heterogêneas de óxido de cobre. In: Encontro Internacional de
Produção Científica–VIII EPCC, Cesumar. Maringá-Paraná-Brasil, ISBN: 978-85. 2013.

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