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A Práxis da metodologia ativa TBL

(Aprendizagem Baseada em Times)

Ministrantes: Kátia Cruz e Luciane Alcoforado Ramos


A Práxis da metodologia ativa TBL
(Aprendizagem Baseada em Times

APRESENTAÇÃO

A oficina tem com intenção apresentar um


breve estudo da noção da metodologia ativa: TBL e
relacioná-la à prática pedagógica de língua
portuguesa nos eixos leitura e análise linguística.
A Práxis da metodologia ativa TBL
(Aprendizagem Baseada em Times

OBJETIVO

Introduzir a metodologia – TBL (baseada no


aprendizado cooperativo de times) – nas aulas de
língua portuguesa e áreas afins.
A Práxis da metodologia ativa TBL
(Aprendizagem Baseada em Times de

ROTEIRO

- Dinâmica
- Separação de equipe
- Vídeo
DINÂMICA

- Cada professor receberá um balão

- Explicação da dinâmica
Protagonistas do processo de
ensino-aprendizagem

• Caracterize um aluno • Caracterize um


ideal pra você professor ideal para
esse aluno
Vídeo
Discussão sobre o vídeo
Por que mudar de tecnologia?
Apenas mudar a minha prática, mudará a cabeça
dos alunos?
O que representa a voz dos alunos?
No vídeo, a estratégia da professora foi mudada?
Será que existe a tecnologia pela tecnologia?
Taxonomia de Bloom
A Práxis da metodologia ativa TBL
(Aprendizagem Baseada em Times

 INTRODUÇÃO:
TBL é uma estratégia instrucional desenvolvida para cursos de administração
nos anos 1970, por Larry Michaelsen, direcionada para grandes classes de
estudantes. Sua fundamentação é baseado no construtivismo definido por
Jean Piaget. Este método poderá complementar outros utilizados nas aulas de
Língua Portuguesa.

 As equipes são distintas de grupos e mais poderosas


• Um grupo não é uma equipe
• Compromisso com os objetivos e bem-estar do grupo = uma equipe
• Equipes coesas podem fazer coisas que um indivíduo ou um novo grupo não
• O aprendizado baseado em equipe começa com grupos e cria equipes
As equipes são distintas de grupos e mais
poderosas porque
• melhora as habilidades de resolução de problemas.
• substitui ou reduz o tempo de leitura.
• cria energia na sala de aula.
• promove o trabalho em equipe.
• garante que os alunos estejam preparados e prontos
para a aula.
• aprendizado em equipe alimenta o desenvolvimento de
altos níveis de coesão de grupo.
Princípios do TBL
• Preparação para Leitura (pré - aula)
• Processo de garantia de prontidão
• Exercícios de aplicação em classe
• Responsabilização individual e de grupo
• Necessidade e oportunidade para interação
do grupo
• Motivação para se envolver em discussão de
dar e receber
Sequência de atividade instrucional
• Preparação
• Pré turma
• Garantia de prontidão
• Diagnóstico-Feedback
• Aplicação do conteúdo do curso
• Estudo individual
• Teste individual
• Teste da equipe
• Apelações escritas
• Feedback do instrutor
• Orientação para aplicativos
• Atividades
Resumão
• Classificar alunos;
• estimular os alunos;
• pactuar com os alunos;
• produzir os grupos, baseados nas
classificações;
• propor atividades curtas para que o feedback
(códigos: ) seja dado na própria aula
sempre.
Conclusões
• Os objetivos da aprendizagem primária mudam
de saber para usar e aplicar os conceitos do
curso.
• O papel e a função do professor mudam de um
"sábio no palco" para um "guia do lado".
• O papel e a função dos alunos passam de
receptores passivos de informação a adquirentes
ativos de informação e de aplicação da
informação em vários contextos e a uma
variedade de problemas.
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Referencial teórico
A sociedade do século XXI vive praticamente imersa numa cultura midiática, além de usos de
diversas tecnologias. Como atrair esse estudante nas aulas de Língua Portuguesa?

Há dois tipos de curiosidades: a ingênua e a epistemológica. Segundo Freire (1996)

A construção ou a produção do conhecimento do objeto implica o exercício da curiosidade, sua


capacidade crítica de “tomar distância” do objeto, de observá-lo, de delimitá-lo, de cindi-lo, de
"cercar” o objeto ou fazer sua aproximação metódica, sua capacidade de comparar, de perguntar.
Criando a tabela
Nome da equipe:

Membros da equipe:
Questões A B C D E
1
2
3
4
5
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• 1ª atividade em grupo:
Qual a provável identidade desta escritora?
A) Agatha Cristhie
B) Zélia Gatai
C) Raquel de Queiroz
D) Clarice Lispector
E) Marina Colasanti
2ª Questão
• O que é um conto maravilhoso?
A) Contos curtos
B) Crônica
C) Histórias que apresentam elementos
maravilhosos
D) Histórias longas
E) N.D.R
3ª questão: Observe a figura:
A que personagem mitológico ela
se refere?
A. Caravaggio
B. Narciso
C. Hércules
D. Atena
E. Medusa
4ª questão: Observe a gravura
abaixo:
Qual a fase da lua na figura acima?
A. Minguante
B. Crescente
C. Nova
D. Cheia
E. N.d.r
5ª QUESTÃO: Como é chamado o
diálogo entre textos?
A. Intertextualidade
B. Conto maravilhoso
C. Romance
D. Crônica
E. N.d.r.
Que tal lermos o conto abaixo?
Em noite de lua cheia
Marina Colasanti
Houve um tempo em que a Lua era só cheia,
sempre redonda, visível, igual. E nesse tempo houve
uma noite em que, avançando no céu, ela se viu de
repente refletida lá embaixo, na água parada de um
poço. Achou-se tão linda, mesmo à distância, que quis
se ver mais de perto. E desviando-se do seu caminho,
aproximou-se, debruçou-se na beira do escuro,
debruçou-se mais, até que... tchibum!!! sem nem
saber como, caiu lá no fundo.
A noite fez-se negra como nunca. Calaram-se os
sapos, emudeceram os grilos. Pela primeira vez
prisioneira, a Luz foi obrigada a esperar a chegada do
dia.
E assim, presa entre as paredes lamacentas do
poço, o pastor a surpreendeu quando chegou na manhã
seguinte, para dar de beber às suas ovelhas. A princípio
não conseguiu acreditar. Olhos para o céu, procurou
entre as nuvens. Só o Sol brilhava. Tornou a olhar para
baixo. Não havia engano possível. Redonda e branca a
Lua parecia boiar na água, como uma gema na clara.
O que fazer para tirá-la dali? Devagar, cuidando de
não a acertar, o pastor baixou o balde. Esperou que
afundasse, depois o balançou de leve. E começou a
puxar a corda. Tentava pescar a Lua. Mas o balde era
pequeno, a alça atrapalhava, e a Lua, molhada,
escorregava feito um peixe. Vezes e mais vezes o pastor
tentou , sem resultado. Quanto mais insistia, mais
nervoso ficava. Quanto mais nervoso, mais improvável a
pescaria.
Por fim, desconsolado, sentou-se. Ao redor, as
ovelhas pastavam alheias aos seus esforços. O Sol já
havia avançado muito. Quando a tarde chegasse
ao fim, nada mais poderia ser feito. E era preciso
libertar a Lua para que iluminasse a noite.
Então, como se a tivesse colhido entre as avencas,
a ideia mais simples lhe ocorreu. Rodeou o poço com os
braços, respirou fundo, e puxou com tanta força que,
num arranco, conseguiu entorná-lo de boca para baixo.
Lá veio a água toda, escura como um rio. E no meio da
água, a Lua, rolando sobre a grama.
Rolou, rolou, parou junto ao focinho de uma
ovelha. Que vendo-a tão branca e lisa, numa só bocada
a engoliu.
Em vão o pastor sacudiu a ovelha, em vão
levantou-a pelas patas traseiras para obrigá-la a
vomitar a Lua. O que ela havia engolido, engolido
guardou. E o pastor não teve outro remédio senão
juntar o rebanho e voltar ao redil.
Porém à noite, trancada a porta, apagado o
lampião, percebeu que o redil continuava iluminado.
Era a ovelha comilona que brilhava, a luz da barriga
varando pele e pelo.
Latia o cachorro, agitavam-se as outras ovelhas.
Com aquela luz, ninguém conseguiria dormir. O pastor
pegou a ovelha no colo, levou-a para fora. E depois de
ajeitá-la sobre alguma palha, voltou, trancando a porta
do redil enfim escuro. No calor do rebanho,
dispôs-se a dormir.
Dormiam todos profundamente quando o lobo,
que vagava pela noite em busca de comida, passou ali
perto. E vendo uma luz onde sempre havia escuridão,
foi se aproximando aos poucos.
Esgueirou-se atrás de uma árvore, deslizou para
trás de um arbusto, rastejou quase. Até encontrar
aquela ovelha, mais branca que qualquer outra,
dormindo indefesa.
E num salto, antes que conseguisse acordar, devorá-la.
Agora, com a ovelha e a Lua na barriga, era ele que
brilhava. Mas, sem sabê-lo, certo de estar protegido pela
escuridão, continuou suas andanças. E andando,
aproximou-se da aldeia.
Mais do que o uivo, foi a estranha claridade que
alertou o caçador. Há tempos vasculhava os bosques atrás
daquele assassino de rebanhos. E eis que, de repente, o
tinha ao seu alcance. Levantou o fuzil. Por mais que se
esgueirasse, o lobo enluarado era um alvo fácil. De nada
lhe adiantaram o tronco da árvore, os galhos do arbusto.
Bastou um tiro. E lá estava ele estirado, morto.
A pele luminosa era troféu bem melhor do que o
caçador havia esperado. Mas, assim que rasgou a
barriga do lobo com o facão, a pele apagou-se. A Lua,
mais uma vez, rolou branca sobre a grama. Branca,
redonda e úmida. Foi fácil para o caçador confundi-la
com um queijo. E antevendo a alegria das quatro
filhas que dormiam em casa, guardou-a no bornal.
Clareava a manhã quando o caçador depositou a
Lua sobre a mesa da cozinha. Ferveu o leite, partiu o
pão. As meninas, ainda de camisola, esperavam.
Brincaram naquele dia, voltaram a brincar no dia
seguinte. Não sabiam que a Noite, cansada da
escuridão, havia decidido tomar a Lua de volta.
Então ele pegou o facão e cortou a Lua em
quatro pedaços, de acordo com o tamanho e a fome
de cada uma. A mais velha ganhou o pedaço maior. O
outro foi para a segunda. Um menor coube à terceira.
E a caçula, que era ainda tão pequena, ficou apenas
com uma fatiazinha estreita.
Comeram tudo. Não ficou nada nos pratos. E
com seus pedaços de Lua na barriga, por baixo das
camisolinhas brancas, foram brincar do lado de fora
da casa.
No terceiro dia, as meninas pulavam corda no
gramado, quando uma águia branca veio descendo
em círculos lá do alto. Um súbito mergulho, as garras
cravadas na roupa da mais velha, e lá se foi ela
carregada para o céu.
Logo, baixou uma cegonha branca e, agitando
suas grandes asas, agarrou a segunda com o bico,
subindo com ela para o azul. E desceu uma gaivota
branca para buscar a terceira. E uma pomba branca
levou a menorzinha pela trança.
A águia voou, voou, voou. A garça voou, voou,
voou. E voou a gaivota. E a pomba voou. Até
chegarem na grande lona da noite. Onde, abrindo
garras e bicos, depositaram as irmãs. Ali elas vivem
até hoje, revezando-se para iluminar a escuridão.
Há noites em que a mais velha fica acordada,
enquanto as outras dormem. Noites em que a vigília
cabe à pequena, ou à do meio. E até mesmo noites
em que todas dormem abraçadas, e a única luz visível
é a das estrelas. Mas as noites mais bonitas são
aquelas em que as quatro ficam acordadas e, como
naquele dia distante, brincam de roda, girando de
mãos dadas no céu. É quando, olhando daqui
debaixo, vemos a Lua inteira, redonda, cheia. Como
antigamente.
(COLASANTI, 1992, p. 63)
AGORA , é a sua vez...
• Em grupos, elaborem uma situação didática
que contemple os eixos da aulas de LP,
utilizando a metodologia TBL.
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• REFERÊNCIAS
• ARNHAM-DIGGORY, Sílvia. Cognitive process in education. New York: Harper Collins, 1992.
• FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.São Paulo: Paz e Terra, 2011
• GERALDI, J. W. (Org.) O texto na sala de aula: leitura e produção. 2. ed. Cascavel: ASSOESTE, 1985
• KATO, Mary Aizawa.. O aprendizado da leitura. Sao Paulo: M. Fontes, 1985.
• KLEIMAN, Angela. Leitura: ensino e pesquisa . 2. ed. -. Campinas SP : Pontes, 1996.
• KLEIMAN, Angela. Oficina de leitura: teoria & pratica. 9.ed. São Paulo: Pontes, 2002.
• KOCH, Ingedore V. e ELIAS, Vanda M. Ler e Escrever – estratégias de produção textual. São Paulo:
Contexto, 2009.
• MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São
• Paulo: Parábola Editorial, 2008.
• MORAN, J. M. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. 5. ed. Campinas: Papirus,
2014.
• PIMENTA, Selma Garrido & ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Docência no Ensino Superior.4ª Ed.
São Paulo: Cortez, 2010.
• ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009
• VOLOCHINOV, V. N./BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1979.

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