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Língua Portuguesa – 2º ano Ensino Médio

Professora Rosana Mayer


MÚSICA: Cariocas - Adriana Calcanhoto

Cariocas são bonitos


Cariocas são bacanas
Cariocas são sacanas
Cariocas são dourados
Cariocas são modernos
Cariocas são espertos
Cariocas são diretos
Cariocas não gostam de dias nublados
Cariocas nascem bambas / Cariocas nascem craques
Cariocas têm sotaque / Cariocas são alegres
Cariocas são atentos / Cariocas são tão sexys
Cariocas são tão claros
Cariocas não gostam de sinal fechado...
Perguntas
Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,


assim calmo, assim triste, assim
magro,
nem estes olhos tão vazios, nem
o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem
força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que
nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança, tão
simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida a
minha face?

Cecília Meireles

Imagem: Old woman at mirror; 1615 /


Jarekt / Bernardo Strozzi / Public Domain
Ao falar sobre si mesmo, o eu-lírico utiliza palavras que
lhe atribuem características. Essas palavras são
ADJETIVOS.

Os adjetivos não devem ser compreendidos como


palavras que têm uma mera função de caracterizar um
lugar, um objeto ou uma pessoa. Essas palavras
apresentam relevante função na construção de
sentidos no texto, possibilitando ao leitor fazer uma
leitura imagética do que está escrito com palavras.
Palavras não são más Palavras de amor
Palavras não são quentes Pra pedir desculpas
Palavras são iguais Palavras doentias
Sendo diferentes Palavras rasgadas
Palavras não são frias Palavras que se curam
Palavras não são boas Certas ou erradas
Os números pra os dias Palavras são sombras
E os nomes pra as pessoas As sombras viram jogos
Palavras eu preciso Palavras pra brincar
Preciso com urgência Brinquedos quebram logo
Palavras que se usem Palavras pra esquecer
Em casos de emergência Versos que repito
Dizer o que se sente Palavras pra dizer
Cumprir uma sentença De novo o que foi dito
Palavras que se diz Todas as folhas em branco
Se diz e não se pensa Todos os livros fechados
Palavras não têm cor Tudo com todas as letras
Palavras não têm culpa Nada de novo debaixo do sol.
Adjetivos são palavras poderosas
A descrição pode ser subjetiva ou objetiva:
objetiva - dispensa impressões do observador, busca uma maior
proximidade com o real
subjetiva - envolve a visão do observador através de juízos de valor

No terreno objetivo, temos as informações (dados do


conhecimento do autor do texto: livro comprado em Lisboa, por
exemplo), as caracterizações (dados que estão no objeto de
descrição: livro vermelho, por exemplo). Já no subjetivo, estão
as qualificações (impressões subjetivas sobre o ser ou objeto:
livro interessante, por exemplo). O ideal é que uma descrição
possa fundir a objetividade, necessária para a “pintura” ser a
mais verídica possível, e a subjetividade que torna o texto bem
mais interessante e agradável. Sendo assim, a descrição deve
ir além do simples “retrato”, deve apresentar também uma
interpretação do autor a respeito daquilo que descreve (4).
1. Após a leitura, os alunos devem selecionar os adjetivos presentes no
texto e comentar sobre a função dessa classe de palavras no texto lido.
http://ceciliameireles2009.blogspot.com/2009_11_01_archive.html
“Ela não era feia; amorenada, com os seus traços acanhados, o narizinho
malfeito, mas galante, não muito baixa nem muito magra e a sua aparência de
bondade passiva, de indolência de corpo, de ideia e de sentidos”. Lima Barreto,
Triste fim de Policarpo Quaresma, cap. III.
Em algumas descrições, o aspecto psicológico é promovido pelos dados físicos.
Geralmente, o observador instiga o leitor a perceber o interior do personagem,
apenas pela utilização da descrição física. Esse efeito é perfeitamente usado por
Machado de Assis no trecho abaixo:
“Chegando à rua, arrependi-me de ter saído. A baronesa era uma das pessoas
que mais desconfiavam de nós. Cinquenta e cinco anos, que pareciam quarenta,
macia, risonha, vestígios de beleza, porte elegante e maneiras finas. Não falava
muito nem sempre; possuía a grande arte de escutar os outros, espiando-os;
reclinava-se então na cadeira, desembainhava um olhar afiado e comprido, e
deixava-se estar. Os outros, não sabendo o que era, falavam, olhavam,
gesticulavam, ao tempo em que ela olhava só, ora fixa, ora móbil, levando a
astúcia ao ponto de olhar ás vezes para dentro de si, porque deixava cair as
pálpebras; mas, como as pestanas eram rótulas, o olhar continuava o seu ofício,
remexendo a alma e a vida dos outros”. Machado de Assis, Memórias Póstumas
de Brás Cubas, cap. LXV.
4. Faça um autorretrato. Pode ser usado como base o seguinte
texto:

Eu sou um menino maior que muitos e menor que outros. Na


cabeça tenho cabelo que mamãe manda cortar muito mais do que
eu gosto e, na boca, muitos dentes, que doem. Estou sempre maior
que a roupa, por mais que a roupa do mês passado fosse muito
grande. Só gosto de comer o que a mãe não me quer dar e ela só
gosta de me dar o que eu detesto. Em matéria de brincadeiras as
que eu gosto mais são as perversas, mas essa minha irmãzinha
grita muito.
(Millôr Fernandes)
5. Fazer leitura do texto: Circuito Fechado
Circuito Fechado
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental,
água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina,
sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente.
Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda,
copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de
entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo.
Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios,
cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis.
Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos,
cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz,
lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi.
Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo.
xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta,
água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro,
fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos,
caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos.
Língua Portuguesa - 1ª Série
O adjetivo e sua construção de sentidos no texto

Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres,


guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e
poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio,
caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta,
telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal,
cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de
fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa,
cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e
fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e
fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama,
espuma, água. Chinelos.Coberta,cama,travesseiro.

(Circuito fechado, Ricardo Ramos)


Língua Portuguesa - 1ª Série
O adjetivo e sua construção de sentidos no texto

Pedir que os alunos respondam de acordo com a leitura do


texto “Circuito fechado”:

1.O personagem é homem ou mulher?


2.Como se pode perceber isso?
3.A personagem tem algum vício?
4.Qual é o substantivo que aparece no começo e no final do
texto ?
5. O texto apresenta apenas substantivos. Isso interferiu na
construção de sentido no texto?
6. Se, no lugar de substantivos, fossem utilizados
adjetivos, seria possível a construção de um texto?

7. Pedir que os alunos tentem, empregando apenas


adjetivos, descrever um dia de rotina na vida de um
estudante, usando a mesma estratégia do autor em
“Circuito fechado”.
Tabela de Imagens

Adjetivo
Definição e classificação podem ser encontradas nesta página

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/adjetivo.htm

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