Você está na página 1de 24

FEO – Febre de Etiologia

Obscura

Prof. Raimundo Félix dos Santos Júnior


Doenças Infecciosas e Parasitárias - UFPI
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÃO

• Representam 1 a 8% das internações por febre


(8,4% em estudos recentes);

• Definição segundo Petersdorf e Beeson (1961):


T >38,3ºC;
Aferida em várias ocasiões;
Duração de pelo menos 3 semanas;
Sem diagnóstico após 7 dias de internação.
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÃO

• Definição atual de Durack e Street (1991).

• Não há referências sobre o local da tomada da


temperatura e a hora do dia;

• Supõe-se que em trabalhos americanos seja


adotada a temperatura ORAL que equivaleria a
37,8ºC de temperatura axilar.
CLASSIFICAÇÃO

Knockaerd, 2003
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES
CLASSIFICAÇÕES DE FEBRES BENIGNAS
VARIACÕES FISIOLÓGICAS

1. Local onde o termômetro é colocado (axilar, oral, retal);


2. Períodos do dia (diurno);
3. Idade (crianças);
4. Atividades físicas (sexo);
5. Alimentação (excesso);
6. Gravidez (3º trimestre);
7. Desidratação;
8. Ovulação (Billings);
9. Fumantes (T oral);
10. Fatores psíquicos:
Febre factícia, febre psicogênica, febre da admissão.

Timerman, 2009
ESTUDOS COMPARATIVOS DAS INCIDENCIAS

Knockaert, 1993
CAUSAS CONFORME A IDADE

Knockaert, 1993
ESTUDOS COMPARATIVOS DAS CAUSAS

Lambertuti, 2004
INCIDENCIA DAS ETIOLOGIAS

Lambertuti, 2004
CAUSAS INFECCIOSAS

Lambertuti, 2004
CAUSAS INFECCIOSAS
 Tuberculose é a causa mais frequente;
 Em geral Miliar e extrapulmonar;
 HIV, raça negra, mulheres, idosos, diabéticos, etilistas e
desnutridos;
 PPD positivo em 50% dos casos;
 Abcessos intra-abdominais;
 Baço, pâncreas, pelve, próstata, rins, fígado e
subfrênicos;
 5% sem sinais de localização;
 Importância dos exames complementares de imagem;
 Endocardite Infecciosa, ITU, Mononucleose etc.
CAUSAS NEOPLÁSICAS

Lambertuti, 2004
CAUSAS NEOPLÁSICAS

• Segunda causa de FEO;

• Linfomas são os mais comuns (50%);

• Leucemias agudas não linfocíticas;

• Metástases;
CAUSAS INFLAMATÓRIAS NÃO INFECCIOSAS

Lambertuti, 2004
CAUSAS INFLAMATÓRIAS NÃO-INFECCIOSAS
• Subdivide-se em 3 grupos:
Colagenoses;
Vasculites;
Granulomatosas.

• 4 a 36% das FEO;

• Colagenoses: Doença de Still é a mais comum;

• Vasculites: Arterite de células gigantes (idosos);

• Granulomatosas: Sarcoidose é a mais frequente.


MISCELÂNIA E SEM DIAGNÓSTICO

Lambertuti, 2004
ABORDAGEM DO PACIENTE COM FEO

1. Certifique-se que o paciente tem febre;


2. Exame clínico minuncioso;
3. Exclua doenças potencialmente graves e tratáveis;
4. Exclua febre por medicamentos;
5. Exclua imunodepressão;
6. Pense sempre em associação de doenças;
7. Defina critérios para terapia de prova;
8. Mantenha boa relação com o paciente;
9. Esteja presente quando outros colegas forem opinar;
10. HÁ UM TEMPO PARA AGIR E UM TEMPO PARA
ESPERAR.
EXAMES COMPLEMENTARES

Hematologia e bioquímica do sangue;


Culturas;
Urina e parasitológico de fezes;
Sorologias;
Testes cutâneos;
...Biópsias...
Exames de Imagem.
FEO NA SIDA

Causas:
Infecções oportunistas;
Febre do HIV;
Neoplasias;
Reação à TARV.

• Ocorrem em 8,2 a
21% dos pacientes!
FEO - INFECÇÃO X NEOPLASIA

Sugere infecção: Sugere neoplasia:

1. São geralmente 1. São mais raras quando a


diagnosticadas no 1º febre > 1 ano;
trimestre;

2. PCR >100mg/l; 2. Perda de +1kg por


semana;
3. Leucocitose com desvio à
esquerda;
3. Eosinofilia sugere
helmintose ou Dça de
4. Presença de mialgia e
artralgia. Hodgkin)
FEBRE NO IDOSO

Situações de febre:
 Elevação persistente da T>37,2ºC;
 T retal >37,5ºC em várias ocasiões;
 Elevação >1,3ºC na temperatura basal em qualquer
sítio;
 T oral ou timpânica > 37.2ºC.

É sempre uma doença grave;


RAZÕES QUE LEVAM AO RETARDO DO
DIAGNÓSTICO DE FEO

1. Omissões na história clínica;

2. Uso prévio e precipitado de ATB;


3. Falta de recursos necessários;
4. Apresentação atípica de doenças comuns;
5. Apresentação comum de doenças raras;
6. Associação de doenças;
7. Falha nos exames (resultados, interpretações,
limitações etc).

Você também pode gostar