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A TEORIA SEMIÓTICA DO TEXTO;

O PERCURSO GERATIVO DE
SENTIDO.
SAMUEL DE SOUSA SILVA
• Semântica Estrutural, Semiótica Greimasiana.

Estruturalismo – cientificidade dos estudos da significação – universalidade dos fenômenos da


significação
• Esteira do estruturalismo – isotopia entre o plano da expressão e o plano do
conteúdo.
Greimas, semântica estrutural, 1973, pp 28-29.
UMA LINGUÍSTICA DO TEXTO:
• A mudança de posicionamento frente aos fatos de linguagem levou ao aparecimento de propostas teóricas
diversas que concebem o texto, e não mais a frase, como unidade de sentido e que consideram, portanto, que o
sentido da frase depende do sentido do texto.
• A noção de texto A semiótica tem por objeto o texto, ou melhor, procura descrever e explicar o que o texto diz e
como ele faz para dizer o que diz.
• Um texto define-se de duas formas que se complementam: pela organização ou estruturação que faz dele um
“todo de sentido”, como objeto da comunicação que se estabelece entre um destinador e um destinatário. A
primeira concepção de texto, entendido como objeto de significação, faz que seu estudo se confunda com o exame
dos procedimentos e mecanismos que o estruturam, que o tecem como um “todo de sentido”. SEMIÓTICA
• A segunda caracterização de texto não mais o toma como objeto de significação, mas como objeto de comunicação
entre dois sujeitos. Assim concebido, o texto encontra seu lugar entre os objetos culturais, inserido numa
sociedade (de classes) e determinado por formações ideológicas específicas. Nesse caso, o texto precisa ser
examinado em relação ao contexto sócio-histórico que o envolve e que, em última instância, lhe atribui sentido.
AD CRÍTICA
• Percurso gerativo do sentido Para construir o sentido do texto, a semiótica concebe o seu plano do conteúdo
sob a forma de um percurso gerativo.
A noção de percurso gerativo do sentido é fundamental para a teoria semiótica e pode ser resumida como segue:
• a) o percurso gerativo do sentido vai do mais simples e abstrato ao mais complexo e concreto;
• b) são estabelecidas três etapas no percurso, podendo cada uma delas ser descrita e explicada por uma gramática
autônoma, muito embora o sentido do texto dependa da relação entre os níveis;
• c) a primeira etapa do percurso, a mais simples e abstrata, recebe o nome de nível fundamental ou das estruturas
fundamentais e nele surge a significação como uma oposição semântica mínima;
• d) no segundo patamar, denominado nível narrativo ou das estruturas narrativas, organiza-se a narrativa, do ponto
de vista de um sujeito;
• e) o terceiro nível é o do discurso ou das estruturas discursivas em que a narrativa é assumida pelo sujeito da
enunciação.
BARROS, 2003, p 13.
• O PERCURSO GERATIVO DE SENTIDO, pressupõe a concepção da antropologia do imaginário e dos estudos
dos símbolos empreendidas por teóricos como Gilbert Durand, Ernest Cassirer e Mircea Eliade.

• Que postulam a ideia de uma estruturação mítica da linguagem, em que a estrutura mítica seria a linguagem
universal e profunda da espécie humana, servindo como o “vinculo afetivo-representativo que liga um locutor e um
alocutário” (DURAND), sendo, portanto, a estrutura persuasiva de um texto (Greimas), e que se repete nas várias
camadas de organização dos sentidos sempre do simples para o mais complexo.
EXEMPLO DE ANÁLISE:
• No nível das estruturas fundamentais é preciso determinar a oposição ou as
oposições semânticas a partir das quais se constrói o sentido do texto.

• Magreza/boa forma X Gordura/má forma


- 5 Kg em 14 dias X tireoide devagar = gordurinhas extras
Foto: Paula Burlamaqui -------------- BOA FORMA

• As categorias fundamentais são determinadas como positivas ou eufóricas e negativas ou


disfóricas.
No texto em questão; a magreza é eufórica e a não magreza é disforica.
• No segundo patamar, nível das estruturas narrativas, os elementos das oposições
semânticas fundamentais assumidos como valores por um sujeito e circulam entre sujeito
graças à ação também de sujeitos. Ou seja, não se trata mais de afirmar ou de negar
conteúdos, de asseverar a magreza e de recusar a não magreza, mas de transformar, pela
ação do sujeito, estados de não magreza em de magreza..
• Paula Burlamaqui o que ela faz para ter esse corpão aos 40
Saber fazer dever fazer desempenho desse fazer a sanção pelo sujeito manipulador
• - 5 Kg em 14 dias com a nova dieta de South beach
• A última etapa do percurso gerativo é o das estruturas discursivas. As estruturas discursivas
devem ser examinadas do ponto de vista das relações que se instauram entre a instância da
enunciação, responsável pela produção e pela comunicação do discurso, e o texto-enunciado.
• Nesse nível utiliza-se recursos variados para se criar a ilusão de verdade em que um sujeito enunciador persuade
um sujeito enunciatário da verdade expressa no texto: BOA FORMA = MAGREZA
Relação entre doença e não magreza tireoide devagar = gordurinhas extras
Relação entre vida e boa forma/magreza Paula Burlamaqui corpão 40 anos
• Ainda no nível discursivo, as oposições fundamentais, assumidas como valores narrativos, desenvolvem-se sob a
forma de temas e, em muitos textos, concretizam-se por meio de figuras. No texto em exame, desenrolam-se
várias leituras temáticas:
a) O tema da eterna juventude;
b) O tema da vida saudável
c) O tema da sexualidade
CONCLUSÃO:
• Os sentidos de um texto se estabelecem num percurso gerador de sentido estabelecido entre três
instancias: o enunciador, o texto e o enunciatário, sendo o texto a unidade de análise devido a sua
materialidade e também por ser o ponto de encontro entre o enunciador e o enunciatário.
• Os sentidos globais do texto se dão por essa construção dialógica entre enunciador e enunciatário
operada pela articulação dos três níveis de estruturação do texto; o fundamental, o narrativo e o
discursivo.
BIBLIOGRAFIA:
• BARROS, Diana Luz. Teoria semiótica do texto. Editora Parma; São Paulo, 2005.
• FIORIN, J L. As astucias da enunciação. As categorias de pessoa, espaço e tempo. Editora ática; São Paulo, 1996.
• GREIMAS, A J. Semântica estrutural. Cultrix; São Paulo, 1973.
• __________. Sobre o sentido. Vozes; Petrópolis, RJ, 1975.

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