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É a maneira pela qual os conteúdos literários

são organizados, de acordo com suas


características estruturais, ou seja, é o modo
como se veicula a mensagem literária.
A primeira divisão foi feita por Aristóteles, ainda
na Antiguidade Clássica. Ele escreveu sobre os
gêneros em sua obra “Arte Poética”.
Segundo Aristóteles, tradicionalmente, haveria
três gêneros:
 Lírico
 Épico
 Dramático
 Predomínio da emoção do “eu lírico”,
aquele que fala no texto.
 Escrito em verso.
 Não há, necessariamente, o relato de
uma história nem de ações encadeadas
no tempo.
 O objetivo do poeta é expressar seus
sentimentos íntimos.
 Elegia:
poema sobre acontecimentos tristes,
muitas vezes enfocando a morte de alguém.

 Écloga:
poema que retrata a vida bucólica,
em um ambiente campestre.
 Ode:poema que retrata uma espécie
de exaltação de valores nobres.
É caracterizado pelo tom de louvação.

 Soneto:poema de quatorze versos,


organizados em duas estrofes de
quatro versos (quartetos) e duas
estrofes de três versos (tercetos).
 Idílio: poesias pastoris;

 Sátira: poesia que ridiculariza ca-


racterísticas do comportamento humano;

 Canção: pequeno poema popular, simples, de


teor variado;

 Acalanto: canto destinado a embalar o sono;

 Acróstico:as letras iniciais formando o nome de


uma pessoa dão início a composição do verso.
Horácio (65 a.C – 8 a.C)
impunha à Literatura uma
função moral e didática.
Nela deviam se juntar o
prazer e a educação.
Valoriza-se o ritmo, o
tom, o metro, tendo como
poeta somente aquele que
soubesse respeitar e
exercer domínio sobre os
aspectos formais de cada
gênero.
 MEU SONHO (Álvares de Azevedo)
Eu
 Ritmo: movimento
Cavaleiro das armas escuras,
regular, repetitivo.
Onde vais pelas trevas impuras
 Na poesia, ele é
Com a espada sanguenta na mão?
marcado
Por que brilham teus olhos ardentes
principalmente pela
E gemidos nos lábios frementes
alternância entre
Vertem fogo do teu coração?
acentos (sílabas
tônicas x sílabas
Cavaleiro, quem és? O remorso?
átonas) e pausas.
Do corcel te debruças no dorso...
E galopas do vale através...
Oh! Da estrada acordando as poeiras
Não escuta gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?

...............................................
 Métrica: É o número de sílabas poéticas do
verso.
• Na contagem das sílabas métricas (escansão),
observam-se, geralmente, as seguintes normas:
• A leitura de um verso deve ser caracterizada
pelo ritmo;
• Faz-se a contagem de sílabas até a sílaba tônica
da última palavra;
• Os ditongos, em geral, equivalem a apenas uma
sílaba métrica;
 Elisão - Normalmente, quando uma palavra
termina em vogal e a outra começa por vogal,
unem-se esses fonemas numa única sílaba
métrica.
Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure


Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
 Eu/ pos/sa/ me/ di/zer/ do a/mor/ (que/ ti/ve):
Que/ não/ se/ja i/mor/tal,/ pos/to/ que é/ cha/ma
Mas/ que/ se/ja in/fi/ni/to em/quan/to/ du/re.

 Principais medidas:
 Redondilha menor – 5 sílabas métricas
 Redondilha maior – 7 sílabas métricas
 Decassílabo – 10 sílabas métricas
 Alexandrino – 12 sílabas métricas

 Versos Livres – sem métrica regular


 Rimas: coincidência de sons (total ou parcial)
entre palavras no final ou no meio dos versos.
 Classificação das rimas:
 Quanto à categoria gramatical:

 POBRES: as palavras que rimam pertencem à


mesma classe gramatical.
Exemplo: ........................situado (adjetivo)
........................cresce (verbo)
........................parece (verbo)
........................quebrado (adjetivo)
 RICAS: as palavras que rimam pertencem a
classes gramaticais distintas.

 Exemplo: .....................arde (verbo)


.....................distante (advérbio)
.....................diamante (substantivo)
.....................tarde (substantivo)

 Versos brancos são os que não apresentam rima.


 ALTERNADAS ou CRUZADAS:
Incendeia ............. A
Coração.................B
Passeia..................A
Canção..................B
 PARALELAS ou EMPARELHADAS:
Aniquilar................A
Olhar.....................A
Montanhas..............B
Entranhas...............B
 INTERPOLADAS ou OPOSTAS:
Espelho..................A
Disfarce..................B
Disfarçar-se.............B
Conselho?................A
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
“ Tudo no mundo é frágil, tudo passa...”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastro:
“ Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como um Deus: Princípio e Fim! ...
(Livro de Sóror Saudade- Florbela Espanca)
 NA RUA DO SABÃO
Cai cai balão
Cai cai balão
Na rua do sabão

O que custou arranjar aquele balãozinho de papel!


Quem fez foi o filho da lavadeira.
Um que trabalha na composição do jornal e tosse muito.
Comprou o papel de seda, corto-o com amor, compôs os
gomos oblongos...
Depois ajustou o morrão de paz ao bocal de arame.

Ei-lo
Agora que sobe- pequena coisa tocante na escuridão do céu.
Levou tempo para criar fôlego.
...........................................................................
(Manuel Bandeira)
 Drama significa ação,
em grego, ou seja, o
texto dramático é
escrito para ser
encenado. São textos
em que a “voz
narrativa” está
entregue às
personagens, que
contam a história por
meio de diálogos ou
monólogos.
 Encenação teatral
 Discurso direto
 Estrutura dialógica
 Ausência de um narrador
Em sua obra Arte Poética, Aristóteles tratou
das duas espécies primordiais do drama:

 Tragédia
 Comédia
 Tragicomédia
 Farsa
 Auto
 Apresenta ações que despertam temor e
compaixão , a fim de alertá-los sobre os
vícios dos homens.
 Na Grécia Antiga, a tragédia trazia a história
de homens superiores, de acordo com o
conceito aristotélico de imitação.
 Apresentaações que têm o objetivo de criticar
a sociedade e o comportamento humano por
meio do ridículo. A reação esperada é o riso
do público.
Farsa: Surgiu no século XIV. Há poucas
personagens e pretende provocar o riso
explorando situações cotidianas de maneira
caricata.

Auto: : Surgiu na Idade Média. Breve peça


de conteúdo religioso ou profano,
geralmente em verso. As personagens são
representações de entidades abstratas (o
pecado, a hipocrisia, a luxúria, a vontade, a
piedade).

Drama: Atualmente, o termo designa toda


peça teatral caracterizada pela seriedade,
em oposição à comédia.
 Na Grécia, apresentava o relato de
feitos grandiosos relacionados a
personagens históricos.
 Epopeia, o termo deriva do grego épos,
que, entre os seus significados, quer
dizer palavra, verso, discurso.
 A história é em forma de poema, mas é
contada por meio de um narrador.
 As ações dos personagens acontecem
em tempo e espaço definidos.
 O encadeamento dos fatos narrados
forma o enredo.
 A palavra "epopéia" vem do grego épos,
‘verso’+ poieô, ‘faço’ e se refere à narrativa
em forma de versos.
 Episódio heroico da história de um povo.
 Representação de um mundo maravilhoso
povoado de heróis e deuses.
 Presença de um narrador em 3ª pessoa.
 Objetividade dos fatos narrados
 Presença da mitologia greco-latina,
contracenando heróis mitológicos e heróis
humanos
 Segundo Aristóteles, a palavra narrada.
 Ilíadae Odisséia (Homero-Grécia)
 Enéida (Virgílio-Roma)
 Os Lusíadas (Camões- Portugal)
 O Uraguai (Basílio da Gama-Brasil)
 Caramuru (Santa Rita Durão-Brasil)
Os Lusíadas (de Camões)
 É visto como uma variante do Gênero Épico,
enquadrando, neste caso, as narrativas em
prosa.
 Representação da vida comum, de um mundo
individualizado.
 TIPOS DE NARRATIVA:
 Romance
 Novela
 Conto
 Fábula
 Crônica
 NARRADOR
 ENREDO
 PERSONAGENS
 ESPAÇO/AMBIENTE
 TEMPO
Os Lusíadas é uma
obra poética do escritor Luís Vaz de
Camões, considerada
a epopeia portuguesa por excelência.
Provavelmente concluída em 1556, foi
publicada pela primeira vez em 1572
no período literário do classicismo, três
anos após o regresso do autor
do Oriente.
A obra é composta de 8816 versos,
divididos em dez cantos,
1102 estrofes que são
oitavas decassílabas, sujeitas ao
esquema rímico fixo AB AB AB CC –
oitava rima camoniana. A ação central é
a descoberta do caminho marítimo para
a Índia por Vasco da Gama, à volta da
qual se vão descrevendo outros
episódios da história de Portugal
glorificando o povo português.
A estrutura externa refere-se à análise formal do poema:
número de estrofes, número de versos por estrofe, número de
sílabas métricas, tipos de rimas, ritmo, figuras de estilo, etc.
Assim:
.Os Lusíadas é constituído por dez partes, chamadas
de Cantos na lírica;
.cada canto possui um número variável de estrofes (em média,
110);
.as estâncias são oitavas, tendo portanto oito versos;
.a rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos
dois últimos (AB AB AB CC)
.cada verso é constituído por dez sílabas
métricas (decassilábico), na sua maioria heróicas (acentuadas
nas sextas e décima sílabas).

Sendo Os Lusíadas um texto renascentista, não poderia deixar


de seguir a estética grega que dava particular importância
ao número de ouro. Assim, o clímax da narrativa, a chegada à
Índia, foi colocada no ponto que divide a obra na proporção
áurea (início do Canto VII).
“As /ar /mas/ eos /ba /rões /as /si /na /la /do A
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Que /daO /ci /den /tal /pra/ ia /Lu /si /ta/ na B
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Por /ma /res/ nun/ ca/ dan/ tes/ na/ ve/ ga/ dos A
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pas/ as/ ram/ ain/ daa/ lém /da /Ta/ pro/ ba/ na B
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Em/ pe /ri/ gos/ e /guer/ ras/ es /for/ ça/ dos A

Mais /do/ que /pro/ me /ti/ aa /for/ çahu/ ma/ na B

Een/ tre/ gen/ te /re /mo /tae /di /fi /ca /ram C

No /vo /rei/ no /que/ tan/ to/ su/ bli/ ma /ram” C


— Os Lusíadas, Canto I, estrofe 1
A estrutura interna relaciona-se com o
conteúdo do texto. Esta obra mostra ser
uma epopeia clássica ao dividir-se em quatro
partes:
Proposição - introdução, apresentação do
assunto e dos heróis (estrofes 1 a 3 do
Canto I);
Invocação - o poeta invoca as ninfas do Tejo e
pede-lhes a inspiração para escrever (estrofes
4 e 5 do Canto I);
Dedicatória - o poeta dedica a obra ao rei D.
Sebastião (estrofes 6 a 18 do Canto I);
Narração - a narrativa da viagem, in medias
res, partindo do meio da ação para voltar atrás
no tempo e explicar o que aconteceu até ao
momento na viagem de Vasco de Gama e
na história de Portugal, e depois prosseguir
linearmente.
Por fim, há um epílogo a concluir a obra
(estrofes 145 a 156 do Canto X).
Os planos temáticos da obra são:
Plano da Viagem - trata da viagem
em si. A descoberta do caminho
marítimo para as Índias por Vasco da
Gama e seus marinheiros;
Plano da História de Portugal –
Trechos em que são narrados
episódios da história real dos
portugueses;
Plano do Poeta - Camões refere-se a
si mesmo, como poeta admirador do
povo e dos heróis portugueses;
Plano da Mitologia - são descritas as
influências e as intervenções dos
deuses da mitologia greco-
romana na ação dos heróis.
Ao longo da narração o leitor é
confrontado com vários tipos de
episódios: bélicos, mitológicos, histó-
ricos, simbólicos, líricos e naturalistas
.
Como o título indica, o herói desta epopeia
é colectivo: os Lusíadas, ou os filhos
de Luso, os portugueses. As estrofes
iniciais trazem o discurso
de Júpiter no concílio dos deuses
olímpicos. Ele abre essa parte da
narrativa, que é quando surge a orientação
laudatória do autor.

O rei dos deuses afirma que desde Viriato e Sertório, o destino(fado)


dos valentes portugueses (forte gente de Luso) é realizar feitos tão
gloriosos que façam esquecer os feitos dos impérios anteriores
(Assírios,Persas, Gregos e Romanos).

O desenrolar da sua história atesta-o, pois além de ser marcada pelas


sucessivas e vitoriosas lutas contra mouros e castelhanos, mostra
como um país tão pequeno descobre novos mundos e impõe a sua lei
no concerto das nações.

No final do poema surge o episódio da Ilha dos Amores, recompensa


ficcional da gloriosa caminhada portuguesa através dos tempos. E é
confirmado o receio de Baco, de ver suas façanhas de conquista
ultrapassadas pelas dos portugueses.
Camões dedicou sua obra-prima ao rei D. Sebastião
de Portugal. Os feitos inéditos dos descobrimentos
portugueses e a chegada ao «novo reino que tanto
sublimaram» no Oriente foram sem dúvida os
estímulos determinantes para a tarefa de redigir o
maior poema épico português.
Havia um ambiente de orgulho e ousadia no povo
português. Navegadores e capitães eram heróis
recentes da pequena nação, homens capazes de
extraordinárias façanhas, como o «Castro forte»
(o vice-rei D. João de Castro), falecido poucos anos
antes de o poeta aportar na Índia.

E principalmente Vasco da Gama, a quem se devia


o descobrimento da rota para o Oriente numa viagem difícil e
com poucas probabilidades de êxito, e que vencera inúmeras
batalhas contra reinos muçulmanos em terras hostis
aos cristãos. Esta viagem épica foi por isso usada como
história central da obra, à volta da qual vão sendo contados
episódios da história de Portugal.
A Ilíada (em grego moderno: Ιλιάδα)
é um poema épico grego que narra
os acontecimentos ocorridos
durante o décimo e o último ano
da Guerra de Troia e cuja génese
radica na raiva de Aquiles. O título
da obra deriva de um outro nome
grego para Troia, Ílion. A Ilíada e
a Odisseia são atribuídas a Homero,
que julga-se ter vivido por volta
do século VIII a.C, na Jônia, e
constituem os mais antigos
documentos literários gregos (e
ocidentais) que chegaram aos nossos
dias. Ainda hoje, contudo, se
discute a sua autoria, a existência
real de Homero, e se estas duas
obras teriam sido compostas pela
mesma pessoa.
A lenda conta que a deusa (ninfa) do mar Tétis era
desejada como esposa por Zeus e seu
irmão Poseidon. Porém Prometeu profetizou que o
filho da deusa seria maior que seu pai. Então os
deuses resolveram dá-la como esposa a Peleu, um
mortal já idoso, intencionando enfraquecer o
filho, que seria apenas um humano. O filho de
ambos é o guerreiro Aquiles. Sua mãe, visando
fortalecer sua natureza mortal, mergulhou-o,
ainda bebê, nas águas do mitológico rio Esfige.
As águas tornaram o herói invulnerável, exceto no
calcanhar, por onde a mãe o segurou para o
mergulhar no rio (daí a famosa
expressão calcanhar de Aquiles, significando ponto
vulnerável).
Aquiles tornou-se o mais poderoso dos guerreiros,
porém, ainda era mortal. Mais tarde, sua mãe
profetiza que ele poderá escolher entre dois
destinos: lutar em Troia e alcançar a glória eterna,
mas morrer jovem, ou permanecer em sua terra
natal e ter uma longa vida, mas sendo logo
esquecido.
 A Guerra de Troia deu-se quando
os aqueus atacaram a cidade, buscando
vingar o rapto de Helena, esposa do rei de
Esparta, Menelau, irmão de Agamémnom. Os
aqueus eram os povos que hoje conhecemos
como gregos, que compartilhavam uma cultura e
língua comuns, mas na época se definiam como
vários reinos, e não como um povo uno.
A Ilíada se passa durante o nono ano da guerra
de Troia e trata da ira de Aquiles, causada por
uma disputa entre ele e Agamenon, comandante
dos exércitos gregos em Tróia. O poema termina
com a morte e o funeral do herói troiano Heitor
(ou Héctor). Embora Homero se refira a uma
grande diversidade de mitos e acontecimentos
prévios, que eram de amplo conhecimento dos
gregos, a história da guerra de Troia não é
contada na íntegra. Dessa forma, o
conhecimento prévio da mitologia grega é
importante para a compreensão do poema.
A Ilíada é constituída por 15.693 versos em hexâmetro dactílico,
que é a forma tradicional da poesia épica grega, e foi elaborada
num dialeto literário artificial do grego antigo que nunca foi de
fato falado, composto de elementos de outros dialetos.

Considera-se que tenha a sua origem na


tradição oral,ou seja, teria originalmente
sido cantada pelos aedos, e só muito mais
tarde os versos foram compilados numa
versão escrita, no século VI a.C.em Atenas.
O poema foi então posteriormente dividido
em 24 cantos, divisão que persiste até hoje e
que é atribuída aos estudiosos da biblioteca
de Alexandria.

A Ilíada influenciou fortemente a cultura clássica, sendo


estudada e discutida na Grécia Antiga (onde era parte da
educação básica) e, posteriormente, no Império
Romano. Sua influência pode ser sentida nos autores
clássicos, como na Eneida, de Virgílio. É considerada
como a "obra fundadora" da literatura ocidental e uma
das mais importantes da literatura mundial.
 Odisseia (em grego:
Οδύσσεια, Odýsseia) é um dos dois
principais poemas épicos da Grécia
Antiga, atribuídos a Homero. É, em
parte, uma sequência da Ilíada,
outra obra creditada ao autor, e é
um poema fundamental ao cânone
ocidental moderno, e,
historicamente, é a segunda obra
existente da literatura ocidental,
tendo sido escrita provavelmente
no fim do Séc VIII a.C., em algum
lugar da Jônia, região da costa
da Ásia Menor então controlada
pelos gregos, e atualmente parte
daTurquia.[2]
 O poema relata o regresso do protagonista,
um herói da Guerra de Troia, Odisseu (ou Ulisses,
como era conhecido na mitologia romana). Como se
diz na proposição, é a história do “herói de mil
estratagemas que tanto vagueou, depois de ter
destruído a acrópole sagrada de Troia, que viu
cidades e conheceu costumes de tantos homens e que
no mar padeceu mil tormentos, quanto lutava pela
vida e pelo regresso dos seus companheiros”. Odisseu
leva dezessete anos para chegar à sua terra
natal, Ítaca, depois da Guerra de Troia, que também
havia durado dez anos.
 A ação está repartida em três tempos principais:
 situação de Penélope e Telémaco em Ítaca e
viagem de Telémaco;
 chegada de Ulisses ao país dos Feaces, momento
em que ele narra suas aventuras anteriores, por
isso há o recuo da ação, em vários anos);
 regresso de Ulisses a Ítaca e morte dos
pretendentes .
Perante a presunção da morte de Ulisses, a sua
esposa Penélope e o seu filho Telêmaco, são
obrigados a lidar com um grupo de insolentes
pretendentes, os Mnesteres (em
grego: Μνηστῆρες) ou Proci, que competem pela
mão de Penélope em casamento.Telêmaco tenta
assumir o controle da sua casa e aconselhado
por Atena, viaja em busca de notícias do seu pai
desaparecido. A cena então muda: Odisseu é
cativo da bela ninfa Calipso, com quem ele pas-
sou sete dos dez anos em que esteve perdido.
Após ser libertado pela intercessão de
sua padroeira, Atena, ele parte. Porém,
a sua jangada é destruída
por Poseidon, furioso por Odisseu ter
cegado seu filho, o ciclope, Polífemo.
Quando Odisseu alcança a praia
de Esquéria, lar dos feácios, é auxiliado
pela jovem Nausíaca, de quem recebe
hospitalidade; em troca, satisfaz a
curiosidade dos feácios, narrando a eles
- e ao leitor - as suas aventuras desde
a partida de Troia. Os feácios, hábeis
construtores de navios, emprestam-lhe
uma embarcação para que ele regresse
a Ítaca, onde recebe a ajuda do pastor
de porcos Eumeu. Odisseu se encontra
com Telêmaco e reconquista seu lar e
sua esposa, matando os terríveis
pretendentes.
 A Eneida (Aeneis em latim) é um poema épico
latino escrito por Virgílio no século I a.C.. Conta
a saga de Eneias, um troiano que é salvo dos
gregos em Troia, viaja errante
pelo Mediterrâneo até chegar à região que
atualmente é a Itália. Seu destino era ser o
ancestral de todos os romanos. Virgílio já era
ilustre pelas suas Bucólicas (37 a.C.), um poema
pastoril, e Geórgicas (30 a.C.), um poema
agrícola. Então, o imperador Augusto
encomendou-lhe a composição de um poema
épico que cantasse a glória e o poder de Roma.
Um poema que rivalizasse e quiçá superasse
Homero, e também que cantasse, indiretamente,
a grandeza de César Augusto. Assim Virgílio
elaborou um trabalho que, além de labor
linguístico e conteúdo poético, é
também propaganda política.
 Virgílioterminou de escrever a Eneida em 19
a.C.. A obra está "completa" mas não está ainda
"pronta" segundo o seu criador.
 Virgílio gostaria ainda de visitar os lugares que
aparecem no poema e revisar os versos dos
cantos finais. Mas adoeceu e, às portas da
morte, pediu a dois amigos que queimassem a
obra, por ela não estar ainda "perfeita". O
grande poema, já conhecido de alguns amigos,
não foi destruído - para nossa fortuna literária.
Sem a epopeia virgiliana, não haveria Orlando
Furioso, O Paraíso Perdido, Os Lusíadas, dentre
outros grandes clássicos da literatura mundial.
No período medieval
Dante Alighieri ( que
escreveu A Divina
Comédia) classifica os
gêneros em;
Nobre, Médio e Humilde,
situando assim,
em primeiro lugar: a
epopéia
em segundo :a tragédia
em último – a elegia.
O fim da Idade Média (séc. XII
ao séc. XV) caracterizava-se
por:

- Homem voltado para o céu e


para Deus;
- Preocupação com a salvação da
alma;
- Submissão a igreja e ao senhor
feudal;
- O Evangelho fonte de
inspiração artística
- Sobreposição da vida
eterna a da terrena.
- Predomínio dos
sentimentos sobre a
razão.
- Teocentrismo.
- Espiritualismo.
- Predomínio das
poesias trovadorescas.
No Renascimento ou
Classicismo (Século XVI)
surge a necessidade de
classificar os poemas. Por isso
há uma valorização da poesia
dramática, narrativa e lírica.
As obras eram compostas com
base nas reflexões do próprio
poeta. Na épica, por exemplo,
ora falava o poeta ora falavam
as personagens introduzidas.
As características do Período
do Renascimento eram:

- Orgulhoso espírito de
independência
- Curiosidade cientifica
- Vontade de glórias
terrenas
- Exaltação das dificuldades
humanas
- Clareza de linguagem
O Romantismo
(1ª metade do séc.XIX)
(1836 a 1881) valoriza
na poesia a
individualidade , a
autonomia de cada obra,
e a liberdade de criação.
O que contava neste
período era os
sentimentos.
O francês Brunetière
(1849-1906) defende a
ideia de que o gênero
nasceria, cresceria,
alcançaria a perfeição e
declinaria para, em
seguida morrer.
Já Benedetto
(1886-1952)
mencionava que
todo
conhecimento é
intuitivo ou
lógico,
produzindo
imagens e
conceitos.
No século XX Luiz Costa Lima reitera
a ideia de que o importante nos
gêneros é a “percepção” dos traços de
linguagem, da expectativa do receptor
bem como da captação da realidade
pela obra literária. Segundo ele, era
como se “filtros” se colocassem entre
as obras e a realidade, selecionando-a
de diferentes formas. Esses “filtros”
não só permitiam distinguir o literário
do não literário, mas também
apontariam tratamentos específicos
para cada gênero.
Northrop Frye, em sua Anatomia da crítica (1957),
acrescentou aos gêneros, além do dramático, do
épico e do lírico, um quarto gênero: a ficção
( Narrativa).
O autor ressalta que ,no drama, haveria um
confronto direto entre os personagens e o público,
por isso o texto teatral opta pelo ocultamento do
autor.
No épico, o autor se confronta, diretamente, com a
audiência e os personagens estão ocultos.
Já na lírica, a forma é o princípio da apresentação.
Segundo o filósofo, quatro seriam as modalidades
de ficção que não se enquadrariam em nenhum dos
gêneros já existentes:
-- O romanesco (romance)
-- romance (novela)
-- forma confessional
-- sátira
Wolf-Dieter Stempel
diz que toda obra está
vinculada a um
conjunto de
informações e a uma
situação especial de
apreensão e, por isto,
pertence a um gênero,
na medida que admite
um horizonte de
expectativas, isto é,
alguns conhecimentos
prévios que
conduziriam com a sua
leitura.
Os traços dos gêneros estão
em constante transformação,
portanto, no ato da leitura, nós
devemos classificá-los pelas
mudanças e não por
características fixas.
- consciência de que
diferentes leituras
possam ser feitas por
diferentes
comunidades de
receptores, todos com
pensamentos
diferentes.
- observar como cada
traço se relaciona com
outros da mesma obra,
para depois ser
reconhecido como
lírico, épico, narrativo
ou dramático.
 ABAURRE, Maria Luiza et alli. Português.
2.ed. São Paulo: Moderna,2004.

 SARMENTO, Leila L.; TUFANO, Douglas.


Português. São Paulo: Moderna, 2004.

 STALLONI,Yves. Os gêneros literários. Rio


de Janeiro: DIFEL, 2001.

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