Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(LEI 13.467/2017)
PRINCIPAIS ASPECTOS
Prof.: Daniel Azevedo
Instagram: @trabalhista
Contato: (83) 98888-7116
INTRODUÇÃO
■ ABORDAGEM:
DIREITO INDIVIDUAL E
COLETIVO DO TRABALHO
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO (introdução)
■ ARTIGOS 611-A E 611-B DA CLT.
■ PRINCÍPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL (art. 7º, caput da
CF/88) – Explanações.
– Exceções (reforma trabalhista):
■ Matérias do art. 611-A da CLT.
■ ACT sempre prevalecerá sobre CCT (art. 620 da CLT).
Conclusões:
1) No Direito do Trabalho, no confronto entre 2 normas,
prevalece a mais favorável.
2) Salvo se a norma tiver sido pactuada via ACT ou CCT sobre
alguma das matérias do art. 611-A da CLT, caso em que
prevalecerá sobre qualquer lei, ainda que mais prejudicial.
3) ACT sempre prevalecerá sobre CCT.
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
■ ART. 611-A, CLT: Elenca matérias que terão prevalência sobre a
lei, caso negociadas via norma coletiva.
– Rol exemplificativo (“entre outros”).
– Objetivo: flexibilização irrestrita.
– Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de
trabalho [...] têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre:
■ ART. 611-B, CLT: Elenca matérias que não podem ser
reduzidas/suprimidas via norma coletiva.
– Rol taxativo (minha posição: rol exemplificativo – a
interpretação deve ser favorável ao empregado. Posição de
Vólia Bomfim).
– Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva
ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a
supressão ou a redução dos seguintes direitos:
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
■ Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de
trabalho, observados os incisos III e VI do caput do art. 8º da
Constituição, têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre:
I) Pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites
constitucionais;
II) Banco de horas anual;
Ex.: Compensação sem limites diários.
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta
minutos para jornadas superiores a seis horas;
Ex.: Redução de intervalo mínimo de 01 hora, pouco importando
se a empresa dispõe de refeitório (art. 71, §3º da CLT).
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a
Lei no 13.189, de 19 de novembro de 2015;
Ex.: Empresa em dificuldade financeira – Adesão ao PSE:
redução de até 30% dos salários, reduzindo proporcionalmente
jornadas + compensação financeira do Governo. Poderá, agora,
haver redução acima de 30% ou redução de salários sem
redução de jornadas.
O prazo de adesão ao programa foi prorrogado de dezembro de
2016 para dezembro de 2017. A previsão de sua extinção é
prorrogada de 2017 para dezembro de 2018.
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a
condição pessoal do empregado, bem como identificação dos
cargos que se enquadram como funções de confiança;
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
VI - regulamento empresarial;
OBS.: Afronta à súmula 51 do TST (princípio da inalterabilidade
contratual in pejus).
VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho;
VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
Ex.: Pode-se determinar que o sobreaviso não é tempo à
disposição, por isso não será pago 1/3 do valor da hora
(analogia da CLT com os ferroviários).
OBS.: No caso do intermitente, pode-se piorar, majorando o valor
da multa pelo não comparecimento em razão da convocação etc.
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas
percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho
individual;
X - modalidade de registro de jornada de trabalho;
XI - troca do dia de feriado;
XII – enquadramento do grau de insalubridade;
XII - enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação de
jornada em locais insalubres, incluída a possibilidade de
contratação de perícia, afastada a licença prévia das autoridades
competentes do Ministério do Trabalho, desde que respeitadas,
na integralidade, as normas de saúde, higiene e segurança do
trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do
Ministério do Trabalho;
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem
licença prévia das autoridades competentes do Ministério do
Trabalho;
OBS.: Este inciso havia sido revogado pela MP 808. Com a sua
possível derrubada, voltará a vigorar.
XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente
concedidos em programas de incentivo;
XV - participação nos lucros ou resultados da empresa.
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
■ Art. 611-B: Direitos que não podem ser objeto de
supressão/redução via CCT ou ACT:
Alguns desses direitos são:
-Valor dos depósitos do FGTS e multa indenizatória;
-Salário mínimo;
-Normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei
ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho;
-Liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador,
inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia
anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho;
-Dentre outros direitos previstos no art. 7º da CF/88.
OBS.: Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são
consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do
trabalho para os fins do disposto neste artigo.
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
■ Com a reforma:
-PARCELAMENTO DAS FÉRIAS EM ATÉ 3 VEZES.
OBS.: Um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos
e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos
cada um. Ex.: 15; 8 e 5 dias.
OBS 2: Proibição de férias 2 dias antes de feriado ou RSR.
Horas “in itinere” (HORAS DE TRAJETO)
■ Antes da reforma:
-Trajeto CASA-TRABALHO e TRABALHO-CASA, entra no cômputo
da jornada de trabalho, desde que:
*Transporte seja oferecido pela empresa;
*Local seja de difícil acesso ou não servido por transporte
público;
Súmula nº 90 do TST
HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO (incorporadas as
Súmulas nºs 324 e 325 e as Orientações Jurisprudenciais nºs 50
e 236 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida
pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não
servido por transporte público regular, e para o seu retorno é
computável na jornada de trabalho.
Horas “in itinere” (HORAS DE TRAJETO)
■ Com a reforma:
-Fim das horas “in itinere”.
-Art. 58, §2º: O trajeto realizado pelo empregado, POR
QUALQUER MEIO DE TRANSPORTE (incluído o fornecido pelo
empregador), NÃO É COMPUTADOR NA JORNADA DE TRABALHO,
POIS NÃO REPRESENTA TEMPO À DISPOSIÇÃO DO
EMPREGADOR.
INTERVALO PARA REPOUSO E
ALIMENTAÇÃO
■ ANTES DA REFORMA:
INTERVALOS:
– Interjornada
– Intrajornada
INTRAJORNADA INTERJORNADA
Intervalo concedido dentro da Intervalo concedido entre 2 jornadas
jornada diária de trabalho diárias de trabalho.
■ Antes da reforma:
-Necessidade de negociação coletiva (ACT ou CCT).
-Prazo de compensação: 1 ano.
■ Com a reforma:
-Poderá ser pactuado via:
– Acordo individual escrito, desde que a compensação
ocorra no período máximo de seis meses.
– Negociação coletiva: compensação deverá ocorrer em até
1 ano, respeitadas as 2 horas extras diárias.
JORNADA DE MÓDULO 12x36
DIREITO PROCESSUAL DO
TRABALHO
REGRAS DE DIREITO INTERTEMPORAL
■ DIREITO INTERTEMPORAL: APLICAÇÃO DA NOVA LEI
- A lei nova processual tem aplicação imediata.
a) Teoria da unicidade processual: processo como conjunto de
atos inseparáveis. Surgindo nova lei, todo o processo será
regulado pela lei anterior.
b) Teoria das fases processuais: superada uma fase do processo,
seria possível a aplicação de uma nova legislação processual
nas fases posteriores (ex.: fases postulatória, probatória,
decisória e recursal).
c) Teoria do isolamento dos atos processuais: a nova lei poderá
ser aplicada aos atos subsequentes, mesmo que a fase ainda
não tenha sido encerrada, mas não incidirá sobre os atos já
praticados.
OBS.: Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a
vigência da norma revogada.
MUDANÇAS NOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA
■ Antes da reforma:
-Diferentemente do processo civil, a simples sucumbência não
autorizava a parte vencida ao pagamento imediato dos
honorários.
-No processo do trabalho (S. 219, TST): A condenação ao
pagamento de honorários advocatícios não decorre pura e
simplesmente da sucumbência, devendo a parte,
concomitantemente:
o a) estar assistida por sindicato da categoria profissional;
o b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro
do salário mínimo ou encontrar-se em situação
econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo
do próprio sustento ou da respectiva família.
MUDANÇAS NOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA
-A S. 219 do TST sofreu alterações em 2016 com o CPC/2015.
■ Com a reforma:
-PRAZOS CONTADOS EM DIAS ÚTEIS
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em
dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do
vencimento.
§ 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente
necessário, nas seguintes hipóteses:
I - quando o juízo entender necessário;
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.
§ 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a
ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às
necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à
tutela do direito.” (NR).
JUSTIÇA GRATUITA
■ Antes da reforma:
Apenas a mera declaração de insuficiência financeira é suficiente
para gozar do benefício.
-Art. 790, §3º da CLT: “É facultado aos juízes, órgãos julgadores e
presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância
conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça
gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que
perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou
declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de
pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de
sua família.”
JUSTIÇA GRATUITA
■ Com a reforma:
-§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos
tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento
ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados
e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social.
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que
comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do
processo.
Em suma: Existem 2 critérios:
a) Objetivo: Receber salário = ou inferior a 40% do limite do RGPS.
b) Subjetivo: Comprovar que não tem condições financeiras.
Além desses, deverá ser necessária essa comprovação de insuficiência
(PROVA DE FATO NEGATIVO).
JUSTIÇA GRATUITA
■ Com a reforma:
-§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos
tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento
ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados
e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social.
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que
comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do
processo.
Em suma: Existem 2 critérios:
a) Objetivo: Receber salário = ou inferior a 40% do limite do RGPS.
b) Subjetivo: Comprovar que não tem condições financeiras.
Além desses, deverá ser necessária essa comprovação de insuficiência
(PROVA DE FATO NEGATIVO).
JUSTIÇA GRATUITA
■ Com a reforma:
-MESMO BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA, A PARTE DEVERÁ
SUPORTAR O PAGAMENTO NOS SEGUINTES CASOS:
1) Honorários periciais – Caso sucumbente no objeto da perícia (e
tenha obtido créditos capazes de suportar tais honorários, ainda
que o recebimento dos créditos derive de outro processo).
2) Honorários sucumbenciais - Vencido o beneficiário da JG, desde
que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo,
créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes
de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de
exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos
subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de
insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do
beneficiário.
3) Custas processuais – Ausência injustificada do reclamante na
audiência inaugural e passados 15 dias sem apresentar qualquer
motivo.
DO PROCESSO DE JURISDIÇÃO
VOLUNTÁRIA PARA HOMOLOGAÇÃO DE
ACORDO EXTRAJUDICIAL
■ Procedimento:
Petição conjunta das partes (representação por advs. distintos).
Petição distribuída – Análise do juiz em 15 dias (possibilidade de
designação de audiência).
Suspensão do prazo prescricional da ação.
REGRAS PROCESSUAIS EM GERAL
■ -Reclamantes de ações trabalhistas passarão a arcar com custas
processuais em caso de arquivamento por ausência injustificada à
audiência, ainda que beneficiários da justiça gratuita. O
pagamento dessas custas é condição para a propositura de nova
demanda.
■ -A execução será promovida pelas partes, e a execução de ofício
pelo juízo ou Tribunal só poderá ocorrer em casos em que as
partes não estiverem representadas por advogado, mesmo em
casos de competência originária dos Tribunais Regionais (artigo
878 da CLT).
■ -Nas hipóteses de liquidação de sentença, o prazo para
impugnação dos cálculos tornou-se comum (antes era sucessivo) e
foi de 10 para 8 dias.
■ -Cria-se a possibilidade de arbitragem nos dissídios individuais (e
não apenas nos dissídios coletivos, como prevê o art. 114, §§1º e
2º da CF). A jurisprudência afastava, em razão da disparidade
entre as partes. (Remuneração deve ser superior a 2x o limite
máximo estabelecido para os benefícios do RGPS) – Art. 507-A,
CLT.
REGRAS PROCESSUAIS EM GERAL