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REFORMA TRABALHISTA

(LEI 13.467/2017)
PRINCIPAIS ASPECTOS
Prof.: Daniel Azevedo
Instagram: @trabalhista
Contato: (83) 98888-7116
INTRODUÇÃO
■ ABORDAGEM:

SITUAÇÃO PRETÉRIA SITUAÇÃO ATUAL


Antes da Lei Vigência da Lei
13.467/2017 13.467/2017
■ CONTEÚDO ABORDADO:
– 1ª PARTE: Direito Material do Trabalho (Individual e Coletivo)
– 2ª PARTE: Direito Processual do Trabalho.
■ OBJETIVO: Analisar os principais pontos da reforma trabalhista,
com maior incidência prática.
■ Estudo das súmulas impactadas pela legislação reformista.
■ Disponibilização do slide para os alunos.
■ Abstenção de considerações ideológicas.
INTRODUÇÃO
■ Conceito de reforma trabalhista.
■ Flexibilização de direitos trabalhistas.
■ Lei 13.467/2017 – Alterações promovidas:
– CLT (objeto de estudo);
– Lei 6.019/74: Lei do Trabalho
Temporário/Terceirização (objeto de estudo);
– Lei 8.036/90: Lei do FGTS;
– Lei 8.212/91: Plano de Custeio da Previdência
Social;
PANORAMA LEGISLATIVO
■ Texto base (início): Projeto de Lei da Câmara (PLC)
38/2017
■ Aprovação no Senado: 11 de julho de 2017 (terça-feira).
■ Sanção presidencial: 13 de julho de 2017 (quinta-feira).
VACATIO LEGIS = 120 dias (art. 6º, Lei 13.467/2017).
■ Vigência: 11 de novembro de 2017 (sábado).
Crítica: Demasiada celeridade na aprovação de legislação
que impactará em todos os setores da sociedade.
■ MP 808/2017 (“reforma da reforma”): 14 de novembro
de 2017 (terça-feira) – ACORDO ENTRE SENADORES E
PRESIDENTE.
PANORAMA LEGISLATIVO
■ MP 808/2017 – TEMAS:
– Jornada 12x36;
– Dano extrapatrimonial;
– Trabalho das gestantes/lactantes em ambientes
insalubres;
– Trabalhador autônomo;
– Gratificações, prêmios e parcelas indenizatórias;
– Gorjetas;
– Comissão de representantes de empregados;
– Instrumentos coletivos e enquadramento do grau
de insalubridade;
– Trabalho intermitente;
– Vigência da reforma trabalhista;
PANORAMA LEGISLATIVO
■ MP 808/2017: SITUAÇÃO ATUAL:
-Perda da validade: 23 de abril.
-Possível situação: Caducará, em razão de ausência de
interesse na votação da proposta.
-Situações jurídicas consolidadas sob a MP 808: Em
havendo perda da sua eficácia, cabe ao CN editar Decreto-
Legislativo regulando tais relações jurídicas.
-Ausência de Decreto-Legislativo: 60 dias após a perda da
eficácia da MP, caso não haja edição do DL, as relações
jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados
durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
PARTE I

DIREITO INDIVIDUAL E
COLETIVO DO TRABALHO
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO (introdução)
■ ARTIGOS 611-A E 611-B DA CLT.
■ PRINCÍPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL (art. 7º, caput da
CF/88) – Explanações.
– Exceções (reforma trabalhista):
■ Matérias do art. 611-A da CLT.
■ ACT sempre prevalecerá sobre CCT (art. 620 da CLT).
Conclusões:
1) No Direito do Trabalho, no confronto entre 2 normas,
prevalece a mais favorável.
2) Salvo se a norma tiver sido pactuada via ACT ou CCT sobre
alguma das matérias do art. 611-A da CLT, caso em que
prevalecerá sobre qualquer lei, ainda que mais prejudicial.
3) ACT sempre prevalecerá sobre CCT.
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
■ ART. 611-A, CLT: Elenca matérias que terão prevalência sobre a
lei, caso negociadas via norma coletiva.
– Rol exemplificativo (“entre outros”).
– Objetivo: flexibilização irrestrita.
– Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de
trabalho [...] têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre:
■ ART. 611-B, CLT: Elenca matérias que não podem ser
reduzidas/suprimidas via norma coletiva.
– Rol taxativo (minha posição: rol exemplificativo – a
interpretação deve ser favorável ao empregado. Posição de
Vólia Bomfim).
– Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva
ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a
supressão ou a redução dos seguintes direitos:
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
■ Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de
trabalho, observados os incisos III e VI do caput do art. 8º da
Constituição, têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre:
I) Pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites
constitucionais;
II) Banco de horas anual;
Ex.: Compensação sem limites diários.
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta
minutos para jornadas superiores a seis horas;
Ex.: Redução de intervalo mínimo de 01 hora, pouco importando
se a empresa dispõe de refeitório (art. 71, §3º da CLT).
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a
Lei no 13.189, de 19 de novembro de 2015;
Ex.: Empresa em dificuldade financeira – Adesão ao PSE:
redução de até 30% dos salários, reduzindo proporcionalmente
jornadas + compensação financeira do Governo. Poderá, agora,
haver redução acima de 30% ou redução de salários sem
redução de jornadas.
O prazo de adesão ao programa foi prorrogado de dezembro de
2016 para dezembro de 2017. A previsão de sua extinção é
prorrogada de 2017 para dezembro de 2018.
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a
condição pessoal do empregado, bem como identificação dos
cargos que se enquadram como funções de confiança;
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
VI - regulamento empresarial;
OBS.: Afronta à súmula 51 do TST (princípio da inalterabilidade
contratual in pejus).
VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho;
VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
Ex.: Pode-se determinar que o sobreaviso não é tempo à
disposição, por isso não será pago 1/3 do valor da hora
(analogia da CLT com os ferroviários).
OBS.: No caso do intermitente, pode-se piorar, majorando o valor
da multa pelo não comparecimento em razão da convocação etc.
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas
percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho
individual;
X - modalidade de registro de jornada de trabalho;
XI - troca do dia de feriado;
XII – enquadramento do grau de insalubridade;
XII - enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação de
jornada em locais insalubres, incluída a possibilidade de
contratação de perícia, afastada a licença prévia das autoridades
competentes do Ministério do Trabalho, desde que respeitadas,
na integralidade, as normas de saúde, higiene e segurança do
trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do
Ministério do Trabalho;
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem
licença prévia das autoridades competentes do Ministério do
Trabalho;
OBS.: Este inciso havia sido revogado pela MP 808. Com a sua
possível derrubada, voltará a vigorar.
XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente
concedidos em programas de incentivo;
XV - participação nos lucros ou resultados da empresa.
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO
■ Art. 611-B: Direitos que não podem ser objeto de
supressão/redução via CCT ou ACT:
Alguns desses direitos são:
-Valor dos depósitos do FGTS e multa indenizatória;
-Salário mínimo;
-Normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei
ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho;
-Liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador,
inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia
anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho;
-Dentre outros direitos previstos no art. 7º da CF/88.
OBS.: Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são
consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do
trabalho para os fins do disposto neste artigo.
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO

■ Demais considerações sobre o tema:

CURSO ISOLADO DE DIREITO COLETIVO


DO TRABALHO (Direito Sindical)
FÉRIAS
■ Antes da reforma:
-Em regra, férias deveriam ser usufruídas em 30 dias corridos.
-Exceção (parcelamento): 2 períodos, um dos quais não poderá
ser inferior a 10 dias. Exemplos: 15 e 15; 12 e 18; 14 e 16.

■ Com a reforma:
-PARCELAMENTO DAS FÉRIAS EM ATÉ 3 VEZES.
OBS.: Um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos
e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos
cada um. Ex.: 15; 8 e 5 dias.
OBS 2: Proibição de férias 2 dias antes de feriado ou RSR.
Horas “in itinere” (HORAS DE TRAJETO)
■ Antes da reforma:
-Trajeto CASA-TRABALHO e TRABALHO-CASA, entra no cômputo
da jornada de trabalho, desde que:
*Transporte seja oferecido pela empresa;
*Local seja de difícil acesso ou não servido por transporte
público;

Súmula nº 90 do TST
HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO (incorporadas as
Súmulas nºs 324 e 325 e as Orientações Jurisprudenciais nºs 50
e 236 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida
pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não
servido por transporte público regular, e para o seu retorno é
computável na jornada de trabalho.
Horas “in itinere” (HORAS DE TRAJETO)
■ Com a reforma:
-Fim das horas “in itinere”.
-Art. 58, §2º: O trajeto realizado pelo empregado, POR
QUALQUER MEIO DE TRANSPORTE (incluído o fornecido pelo
empregador), NÃO É COMPUTADOR NA JORNADA DE TRABALHO,
POIS NÃO REPRESENTA TEMPO À DISPOSIÇÃO DO
EMPREGADOR.
INTERVALO PARA REPOUSO E
ALIMENTAÇÃO
■ ANTES DA REFORMA:
INTERVALOS:
– Interjornada
– Intrajornada
INTRAJORNADA INTERJORNADA
Intervalo concedido dentro da Intervalo concedido entre 2 jornadas
jornada diária de trabalho diárias de trabalho.

+ de 6h de trabalho: entre 1h a 2h Intervalo de 11 horas consecutivas


de intervalo.
De 4h até 6h de trabalho: 15 min de Conta-se a partir do encerramento
intervalo das atividades pelo empregado.
ESSES INTERVALOS NÃO SÃO COMPUTADOS NA JORNADA DE TRABALHO
INTERVALO PARA REPOUSO E
ALIMENTAÇÃO
-SUPRESSÃO/PAGA A MENOR DO INTERVALO INTRAJORNADA:
PAGAMENTO DA HORA CHEIA + 50%.

Súmula nº 437 do TST


I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a
concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para
repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica
o pagamento total do período correspondente, e não apenas
daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o
valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da
CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para
efeito de remuneração.
INTERVALO PARA REPOUSO E
ALIMENTAÇÃO
■ Com a reforma:
-Empresa não pagará valor cheio, mas apenas o período
suprimido + 50%.
-Horas extras decorrentes da ausência de concessão de
intervalo intrajornada, antes consideradas como pagamentos
de natureza salarial, passam a ser expressamente tratadas
como verba de natureza indenizatória, não refletindo no cálculo
de outros direitos trabalhistas.
BANCO DE HORAS
Banco de horas: Sistema de compensação de horas extras, em
que, ao invés de serem remuneradas, serão dadas como descanso
em até 1 ano (art. 59, §2º, CLT).

■ Antes da reforma:
-Necessidade de negociação coletiva (ACT ou CCT).
-Prazo de compensação: 1 ano.

■ Com a reforma:
-Poderá ser pactuado via:
– Acordo individual escrito, desde que a compensação
ocorra no período máximo de seis meses.
– Negociação coletiva: compensação deverá ocorrer em até
1 ano, respeitadas as 2 horas extras diárias.
JORNADA DE MÓDULO 12x36

■ Da mesma forma que o BANCO DE HORAS, pode ser


acordado de forma individual entre empregado e
empregador. (FORMA ESCRITA).
■ OBS.: MP 808/2017
-Jornada 12x36 = Só via negociação coletiva, salvo para
profissionais de saúde (podem firmar via acordo
individual).
A MP 808/2017 possivelmente cairá, perdendo seus efeitos.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL
■ Antes da reforma:
-Súmula 6, TST.
-Art. 461 da CLT.
REQUISITOS DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL:
1. Identidade de função: não se deve confundir função com cargo,
já que há empregados com o mesmo cargo e funções diferentes.
2. Serviço seja de igual valor: é aquele prestado com igual
produtividade e a mesma perfeição técnica.
3. Serviço seja prestado ao mesmo empregador, conceituado pelo
art. 2º, da CLT.
4. Serviço seja prestado na mesma localidade: compreende o
mesmo município, já que as condições locais podem influir no
desnivelamento da remuneração.
5. Inexistência de diferença do tempo de serviço entre os
empregados da mesma função superior a dois anos - se o tempo
de serviço na função for superior a dois anos, impossibilita a
equiparação.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL
■ Com a reforma:
Novos requisitos:
A) Trabalho para o mesmo empregador;
B) Identidade de funções;
C) Trabalho no mesmo estabelecimento empresarial (fim do
parâmetro “mesmo Município ou região metropolitana”).
D) Trabalho de igual valor – Mesma produtividade e perfeição
técnica entre empregados, desde que a diferença de tempo
não seja SUPERIOR a 04 anos na empresa e 02 anos na
função

OBS.: PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS NÃO NECESSITA MAIS DE


HOMOLOGAÇÃO DO MTE PARA TER VALIDADE E,
CONSEQUENTEMENTE, IMPEDIR A EQUIPARAÇÃO SALARIAL.
INCORPORAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO
■ Antes da reforma:
Súmula nº 372 do TST
GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. SUPRESSÃO OU REDUÇÃO. LIMITES
I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo
empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu
cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em
vista o princípio da estabilidade financeira. (GRATIFICAÇAO –
NORMALMENTE 40% EM TORNO DO SALÁRIO BÁSICO).
II - Mantido o empregado no exercício da função comissionada,
não pode o empregador reduzir o valor da gratificação.
■ Com a reforma:
-Não há mais a exigência temporal. A reversão ao cargo anterior
não induz à incorporação da gratificação.
TELETRABALHADOR
O que muda com a reforma trabalhista?
■ Teletrabalhador é aquele que trabalha à distância. Foi excluído
do capítulo “Da Duração do Trabalho”.
Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a
fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de
empregados;
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de
gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste
artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.
III - os empregados em regime de teletrabalho.
■ Não terá direito a:
– Intervalo intrajornada;
– Hora extra;
– Adicional noturno;
– Hora noturna;
TELETRABALHADOR
Conceito: É o trabalho realizado preponderantemente fora das
dependências do empregador.
■ NÃO SE CONFUNDE COM TRABALHO EXTERNO!
■ Eventual comparecimento pessoal à empresa não
descaracteriza o teletrabalho.
OBS.:
ALTERAÇÕES DA MODALIDADE DE TRABALHO:
■ REGIME PRESENCIAL PARA TELETRABALHO:
*Depende de mútuo acordo entre as partes.
■ TELETRABALHO PARA REGIME PRESENCIAL:
*Determinação unilateral do empregador (prazo de transição
mínimo de 15 dias).
OBS.: RESPONSABILIDADE DO EMPREGADO: Art. 75-D. As
disposições relativas à responsabilidade pela aquisição,
manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da
infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho
remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo
empregado, serão previstas em contrato escrito.
CONTRATO DE TRABALHO
INTERMITENTE
■ Nova modalidade de contrato de trabalho.
■ Contrato de trabalho (modalidades):
-Expresso/Tácito, Verbal/Escrito, Por prazo
determinado/indeterminado.
-Com a reforma: Contrato contínuo/intermitente.
“Art. 443, §3º da CLT: Considera-se como intermitente o contrato
de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação,
não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de
prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas,
dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do
empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos
por legislação própria”
-Deve ser feito por escrito.
CONTRATO DE TRABALHO
INTERMITENTE
■ Procedimento:
1) O PATRÃO CONVOCA O EMPREGADO COM 3 DIAS (CORRIDOS) DE
ANTECEDÊNCIA.
2) NO ATO DE CONVOCAÇÃO, O PATRÃO INFORMARÁ A JORNADA DE
TRABALHO.
3) O EMPREGADO TERÁ 24 HORAS PARA RESPONDER O CHAMADO
(SILÊNCIO = RECUSA).

OBS 1: CASO ACEITE O TRABALHO E FALTE, O EMPREGADO DEVERÁ


PAGAR MULTA DE 50% AO PATRÃO.
OBS 2: MESMO RACIOCÍNIO AO PATRÃO QUE CONVOCÁ E NÃO
PERMITE O TRABALHO.
CONTRATO DE TRABALHO
INTERMITENTE
■ O empregado receberá, de imediato, as seguintes parcelas:
I - remuneração;
II - férias proporcionais com acréscimo de um terço;
III - décimo terceiro salário proporcional;
IV - repouso semanal remunerado; e
V - adicionais legais.

OBS.: A MP 808/2017 regulamentou, com mais profundidade, o


trabalho intermitente. Em razão da sua possível perda de eficácia,
suas diretrizes não serão analisadas.
EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
■ Antes da reforma:
-Art. 477 da CLT;
§ 1º - O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão, do
contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um)
ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do
respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do
Trabalho e Previdência Social.
§3º - AUSÊNCIA DO SINDICATO OU MT, a rescisão será feita diante
do:
1º) Representante do MPT 2º) Defensor Público 3º) Juiz de paz.
§ 6º - O pagamento das parcelas constantes do instrumento de
rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes
prazos:
a) até o 1º dia útil imediato ao término do contrato; ou
b) até o 10º dia, contado da data da notificação da demissão,
quando da ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou
dispensa de seu cumprimento.
§7º - A assistência sem ônus para as partes.
EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
■ Com a reforma:
-TAIS REGRAS FORAM REVOGADAS.
-NOVAS DIRETRIZES:
■ Prazo para pagamento das VR: 10 dias corridos
(independentemente do aviso prévio).
■ Pedido de demissão/recibo de quitação de rescisão de
contrato de empregado com + de 1 ano de serviço: Não há
necessidade de homologação do sindicato.
OBS.: DISTRATO – RESCISÃO EM COMUM ACORDO:
Verbas devidas:
a) o aviso prévio, se indenizado;
b) a indenização sobre o saldo do FGTS (ou seja, 20%);
II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas;
EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
■ Com a reforma:
-Deveres do empregador na rescisão:
1) Anotar a extinção na CTPS do empregado (não a
modalidade);
2) Comunicar a dispensa aos órgãos competentes;
ANOTAÇÃO NA CTPS + COMUNICAÇÃO = Possibilitará o
empregado à:
*Requerer o seguro-desemprego;
*Sacar depósitos do FGTS;
3) Pagar as VR no prazo devido (10 dias corridos);
Equiparação entre dispensas individuais,
plúrimas e coletivas
■ Antes da reforma:
-As dispensas coletivas, por entendimentos jurisprudenciais,
deveriam ser efetivadas mediante negociação coletiva. É dizer,
com a intermediação da entidade sindical.
■ Com a reforma (novo art. 477-A da CLT):
-Não há necessidade de autorização prévia de entidade sindical
ou de celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho para sua efetivação. Equiparam-se, portanto, as
dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas.
GRUPO ECONÔMICO
■ Antes da reforma:
-Previsão: art. 2º, §2º da CLT:
-Conceito: conjunto de 2 ou mais empresas, cada uma com
personalidade jurídica própria (CNPJ próprio), em que uma delas
comanda, dirige e fiscaliza as demais (grupo econômico vertical).
-Responsabilidade solidária entre todas as empresas.
-Ex.: Grupo Bradesco, Grupo Rede Globo (TV Globo, Globo News, Sport
TV), Grupo Silvio Santos.
-Há também o grupo econômico por coordenação (horizontal) – não há
empresa-mãe (holding).
-TST passou adotou a TEORIA DA SOLIDARIEDADE DUAL (ATIVA E
PASSIVA):
A) Ativa: Mesmo o empregado trabalhando para uma empresa,
as outras demais podem existir sua prestação de serviços.
B) Passiva: Todas as empresas responderão solidariamente,
estando no pólo passivo (litisconsórcio facultativo).
GRUPO ECONÔMICO
■ Com a reforma:

§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada


uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção,
controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo
guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico,
serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes
da relação de emprego.

§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de


sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a
demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de
interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.”

-Dificulta a caracterização do grupo econômico pelo trabalhador.


PERDA DA HABILITAÇÃO
PROFISSIONAL(JUSTA CAUSA)
■ Antes da reforma:
-Arts. 482 e 483 (rescisão indireta).
■ Com a reforma:
-A perda da habilitação profissional (ex.: OAB para advogados)
constitui hipótese de falta grave, ensejando dispensa por justa
causa.
-JUSTA CAUSA: APENAS RECEBE VERBAS QUE SÃO FRUTO DE
DIREITO ADQUIRIDO: férias vencidas, 13º salário (caso a
rescisão se dê antes do pagamento deste, à sua época) e saldo
salarial.
TRABALHO DA GESTANTE/LACTANTE EM
AMBIENTES INSALUBRES
■ Antes da reforma:
REGRA SEM EXCEÇÃO:
-AFASTAMENTO DA GESTANTE/LACTANTE DE ATIVIDADES
INSALUBRES.
-DEVERÃO EXERCER SUAS ATIVIDADES EM LOCAIS SALUBRES.
■ Após a reforma:
-A obrigatoriedade do afastamento dependerá do grau da
insalubridade.
-O afastamento não ocasionará a perda do adicional de
insalubridade.
GRAU DE CONDIÇÃO DA MULHER AFASTAMENTO
INSALUBRIDADE
MÁXIMO Gestante Obrigatório, enquanto
(Regra: Adc. de 40%) durar a gestação
Lactante Dependerá de atestado
médico recomendando
afastamento

MÉDIO Gestante Dependerá de atestado


(Regra: Adc. de 20%) médico recomendando
afastamento

Lactante Dependerá de atestado


médico recomendando
afastamento

MÍNIMO Gestante Dependerá de atestado


(Regra: Adc. de 10%) médico recomendando
afastamento

Lactante Dependerá de atestado


médico recomendando
afastamento
TRABALHO DA GESTANTE/LACTANTE EM
AMBIENTES INSALUBRES
■ OBS.: MP 808/2017 ALTEROU REGRAS SOBRE TRABALHO
INSALUBRE DAS GESTANTES E LACTANTES –
POSSIVELMENTE SERÁ DERRUBADA.
■ Proposta da MP 808/2017:
-Afastamento das gestantes de locais insalubres, com as
seguintes consequências:
a) Perda do respectivo adicional;
b) Transferência para local salubre;
-Gestantes só poderiam trabalhar em locais insalubres em se
tratando de insalubridade em grau médio ou mínimo.
-Lactantes: Trabalho obrigatório em ambientes insalubres
(afastamento dependeria de atestado médico recomendando
afastamento).
FACULTATIVIDADE DA CONTRIBUIÇÃO
SINDICAL
■ Antes da reforma:
-Corresponde a 1 dia de trabalho por ano (desconto no mês de
março, com repasse em abril).
-Prevista na CF (art. 8º, IV) e regulamentada pela CLT (art. 579).
Observe:
o CF, art. 8º, IV: “assembleia geral fixará a contribuição que, em
se tratando de categoria profissional, será descontada em
folha, para custeio do sistema confederativo da representação
sindical respectiva, independentemente da contribuição
prevista em lei;”

o CLT, art. 579: “Art. 579 - A contribuição sindical é devida por


todos aqueles que participarem de uma determinada categoria
econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em
favor do sindicato representativo da mesma categoria ou
profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no
art. 591”.
FACULTATIVIDADE DA CONTRIBUIÇÃO
SINDICAL
■ Com a reforma:
-NOVO ART. 579 da CLT:
“Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à
autorização prévia e expressa dos que participem de uma determinada
categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em
favor do sindicato representativo da mesma categoria”. Corresponde a
1 dia de trabalho por ano (desconto no mês de março).

-DIRETRIZ PROPOSTA COM A REFORMA: FACULTATIVIDADE DA


CONTRIBUIÇÃO SINDICAL (DEPENDE DE CONCORDÂNCIA DOS
INTEGRANTES DA CATEGORIA).
-Também vale para a contribuição sindical patronal.
OBS.: NOTA TÉCNICA Nº 2 DA SECRETARIA DO MINISTÉRIO DO
TRABALHO – Defende cobrança de contribuição dos trabalhadores,
após decisão em Assembleia.
FACULTATIVIDADE DA CONTRIBUIÇÃO
SINDICAL
OBS.: NOTA TÉCNICA Nº 2 DA SECRETARIA DO MINISTÉRIO DO
TRABALHO – Defende cobrança de contribuição dos trabalhadores,
após decisão em Assembleia.
-Conclusão:
*Referido entendimento (administrativo) contraria o art. 579 da
Reforma trabalhista, que, por sua vez, está em consonância com a
CF/88.
OBS.: SÚMULA VINCULANTE 40
A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da
Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato
respectivo.
EMPREGADO HIPERSUFICIENTE

■ Previsão: § único do art. 444 da CLT.


■ Requisitos:
-Portador de diploma de curso de nível superior;
-Salário igual ou superior ao dobro do teto dos benefícios do RGPS.
■ Consequências:
-A livre estipulação aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A
desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância
sobre os instrumentos coletivos.
PARTE II

DIREITO PROCESSUAL DO
TRABALHO
REGRAS DE DIREITO INTERTEMPORAL
■ DIREITO INTERTEMPORAL: APLICAÇÃO DA NOVA LEI
- A lei nova processual tem aplicação imediata.
a) Teoria da unicidade processual: processo como conjunto de
atos inseparáveis. Surgindo nova lei, todo o processo será
regulado pela lei anterior.
b) Teoria das fases processuais: superada uma fase do processo,
seria possível a aplicação de uma nova legislação processual
nas fases posteriores (ex.: fases postulatória, probatória,
decisória e recursal).
c) Teoria do isolamento dos atos processuais: a nova lei poderá
ser aplicada aos atos subsequentes, mesmo que a fase ainda
não tenha sido encerrada, mas não incidirá sobre os atos já
praticados.
OBS.: Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a
vigência da norma revogada.
MUDANÇAS NOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA
■ Antes da reforma:
-Diferentemente do processo civil, a simples sucumbência não
autorizava a parte vencida ao pagamento imediato dos
honorários.
-No processo do trabalho (S. 219, TST): A condenação ao
pagamento de honorários advocatícios não decorre pura e
simplesmente da sucumbência, devendo a parte,
concomitantemente:
o a) estar assistida por sindicato da categoria profissional;
o b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro
do salário mínimo ou encontrar-se em situação
econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo
do próprio sustento ou da respectiva família.
MUDANÇAS NOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA
-A S. 219 do TST sofreu alterações em 2016 com o CPC/2015.

Aplicação subsidiária e supletiva (art. 15, CPC/15) do art. 85, §§1º


e 2º, sendo os honorários fixados entre o mínimo de 10% e o
máximo de 20%.

S. 219, V, TST: Em caso de assistência judiciária sindical ou de


substituição processual sindical, excetuados os processos em que
a Fazenda Pública for parte, os honorários advocatícios são devidos
entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor
da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (CPC de
2015, art. 85, § 2º).
OBS.: ANTES: “NUNCA SUPERIORES À 15%”.
OBS.: IN 27/2005 do TST (art. 5º): São devidos honorários para as
LIDES QUE NÃO ENVOLVAM RELAÇÃO DE EMPREGO.
MUDANÇAS NOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA

■ Em suma: Na Justiça do Trabalho, os honorários advocatícios


de sucumbência (com montante fixado pelo CPC/2015) só
eram devidos nos seguintes casos:
o Em se tratando de relação de trabalho diferente de
relação de emprego;
o Nos casos de relação de emprego, apenas se houvesse
assistência por advogado de sindicato + percepção dos
benefícios da justiça gratuita).
MUDANÇAS NOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA
■ Inclusão, com a reforma, do art. 791-A da CLT:
Art. 791 – Ao advogado, ainda que atue em causa própria,
serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa.
■ Marco temporal:
-Processos iniciados antes da Lei 13.467/2017: Não há direito
aos honorários sucumbenciais.
-Processos iniciados após a Lei 13.467/2017: Há direito aos
honorários sucumbenciais.
MUDANÇAS NOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA
■ Marco temporal:
-Processos em curso quando do advento da Lei 13.467/2017:
-Premissa inicial: Definir a natureza jurídica dos honorários.
 NATUREZA PROCESSUAL – Aplica-se a teoria do isolamento
dos atos processuais. Decisão sob a égide da reforma, já
autoriza os honorários sucumbenciais.
 NATUREZA MATERIAL: Geram direito subjetivo de crédito ao
advogado (natureza alimentar).
MUDANÇAS NOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA
 CONCLUSÕES:
 Possuem natureza jurídica híbrida (processual/material).
 Afasta-se a teoria do isolamento (aplicado apenas aos atos
puramente processuais).
■ MARCO PARA APLICAÇÃO DOS HONORÁRIOS:
• Para STJ: Prolação da sentença – É dela que decorre a
sucumbência e faz surgir direito aos honorários (antes da
sentença = mera expectativa de direito do advogado).
RACIOCÍNIO DO STJ:
PROPOSITURA DA AÇÃO ANTES DA REFORMA (EXPECTATIVA DE
DIR. AOS HONORÁRIOS).
SENTENÇA APÓS REFORMA (NASCEDOURO DO DIREITO).
MUDANÇAS NOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA
RACIOCÍNIO DO PROCESSO TRABALHISTA:
PROPOSITURA DA AÇÃO ANTES DA REFORMA (SEM EXPECTATIVA
DE DIR. AOS HONORÁRIOS, EM RAZÃO DA S. 219 DO TST).
SENTENÇA APÓS REFORMA (NASCEDOURO DO DIREITO).
Conclusão: “No Processo do Trabalho, via de regra, não eram
devidos honorários sucumbenciais. Portanto, as partes
ingressavam com a ação já cientes e seguras de que não haveria
risco de serem surpreendidas com tal penalidade. No entanto, em
razão da nova regra, e diante da natureza também material dos
honorários, há que se vedar a decisão-surpresa às partes. Não se
pode criar um novo direito no curso do processo e condenar o
reclamado à sua incidência, sem que lhe oportunize o
contraditório, pois ainda que possível pela via recursal, sua
primeira oportunidade de atacar referido direito foi suprimida na
instância inicial” (DANIEL AZEVEDO).

MARCO TEMPORAL: DATA DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO.


MUDANÇAS NOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA
ENUNCIADO Nº 98 DA 2ª JORNADA DE DIREITO MATERIAL E
PROCESSUAL DO TRABALHO – HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA
– INAPLICABILIDADE AOS PROCESSOS EM CURSO
Em razão da natureza híbrida das normas que regem
honorários advocatícios (material e processual), a condenação
à verba sucumbencial só poderá ser imposta nos processos
iniciados após a entrada em vigor da Lei 13.467/2017, haja
vista a garantia de não surpresa, bem como em razão do
princípio da causalidade, uma vez que a expectativa de custos e
riscos é aferida no momento da propositura da ação.
MUDANÇAS NOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA
■ CONDENAÇÃO DO BENEFICIÁRIO DA JG EM HONORÁRIOS:
-Quando obter em juízo, ainda que em outro processo, créditos
capazes de suportar a despesa.
-Não tendo créditos capazes de suportar a despesa, ficará sob
condição suspensiva pelo prazo de 2 anos a contar do trânsito
em julgado da sentença.
No sentido da inconstitucionalidade do dispositivo:
-PGR – ADI 5766.
-Enunciado nº 100 da 2ª jornada de Direito Material e
Processual do Trabalho.
DANO EXTRAPATRIMONIAL
■ Antes da reforma:
-Ausência de critérios pré-definidos para fixação da indenização.
-Critérios utilizados pela jurisprudência:
*Extensão dos efeitos da ofensa;
*Intensidade do sofrimento/humilhação;
*Grau de culpa/dolo;
*Situação econômico-social das partes;
■ OBS.: NCPC: Arts. 291; 292, V: valor da causa deverá ter valor
certo, ainda que não tenha conteúdo econômico
imediatamente aferível = na ação indenizatória: valor
pretendido.
DANO EXTRAPATRIMONIAL
■ Com a reforma:
-Art. 223-G, §1º da Lei 13.467/2017.
-MANUTENÇÃO DOS CRITÉRIOS + INCLUSÃO DE NOVOS:
I - a natureza do bem jurídico tutelado;
II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação;
III - a possibilidade de superação física ou psicológica;
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão;
V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa;
VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral;
VII - o grau de dolo ou culpa;
DANOS EXTRAPATRIMONIAIS
VIII - a ocorrência de retratação espontânea;
IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa;
X - o perdão, tácito ou expresso;
XI - a situação social e econômica das partes envolvidas;
XII - o grau de publicidade da ofensa.
-VALOR DA INDENIZAÇÃO: FIXAÇÃO COM BASE NO SALÁRIO DO
OFENDIDO.
*Ofensas leves: Até 3 vezes o salário contratual.
*Ofensa média: Até 5 vezes o último salário.
*Ofensas graves: Até 20 salários.
*Ofensas gravíssimas: Até 50 salários.
■ OBS.: DANO MORAL DA PESSOA JURÍDICA.
■ A MP 808/2017 trouxe regras sobre dano extrapatrimonial.
Possivelmente perderá sua eficácia.
CONTAGEM DOS PRAZOS EM DIAS ÚTEIS
■ Antes da reforma:
-Contagem de prazos de forma contínua e irrelevável.
-Exclusão do dia do início e inclusão do dia do vencimento.
IN 39 do TST (Novo CPC ao Processo do Trabalho): PROIBIÇÃO DA
APLICAÇÃO DA CONTAGEM DO PRAZO DO NCPC).
Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são
contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo
tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude
de força maior, devidamente comprovada.
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo
ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte.
CONTAGEM DOS PRAZOS EM DIAS ÚTEIS

■ Com a reforma:
-PRAZOS CONTADOS EM DIAS ÚTEIS
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em
dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do
vencimento.
§ 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente
necessário, nas seguintes hipóteses:
I - quando o juízo entender necessário;
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.
§ 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a
ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às
necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à
tutela do direito.” (NR).
JUSTIÇA GRATUITA
■ Antes da reforma:
Apenas a mera declaração de insuficiência financeira é suficiente
para gozar do benefício.
-Art. 790, §3º da CLT: “É facultado aos juízes, órgãos julgadores e
presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância
conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça
gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que
perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou
declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de
pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de
sua família.”
JUSTIÇA GRATUITA
■ Com a reforma:
-§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos
tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento
ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados
e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social.
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que
comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do
processo.
Em suma: Existem 2 critérios:
a) Objetivo: Receber salário = ou inferior a 40% do limite do RGPS.
b) Subjetivo: Comprovar que não tem condições financeiras.
Além desses, deverá ser necessária essa comprovação de insuficiência
(PROVA DE FATO NEGATIVO).
JUSTIÇA GRATUITA
■ Com a reforma:
-§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos
tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento
ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados
e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social.
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que
comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do
processo.
Em suma: Existem 2 critérios:
a) Objetivo: Receber salário = ou inferior a 40% do limite do RGPS.
b) Subjetivo: Comprovar que não tem condições financeiras.
Além desses, deverá ser necessária essa comprovação de insuficiência
(PROVA DE FATO NEGATIVO).
JUSTIÇA GRATUITA
■ Com a reforma:
-MESMO BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA, A PARTE DEVERÁ
SUPORTAR O PAGAMENTO NOS SEGUINTES CASOS:
1) Honorários periciais – Caso sucumbente no objeto da perícia (e
tenha obtido créditos capazes de suportar tais honorários, ainda
que o recebimento dos créditos derive de outro processo).
2) Honorários sucumbenciais - Vencido o beneficiário da JG, desde
que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo,
créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes
de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de
exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos
subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou,
o credor demonstrar que deixou de existir a situação de
insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do
beneficiário.
3) Custas processuais – Ausência injustificada do reclamante na
audiência inaugural e passados 15 dias sem apresentar qualquer
motivo.
DO PROCESSO DE JURISDIÇÃO
VOLUNTÁRIA PARA HOMOLOGAÇÃO DE
ACORDO EXTRAJUDICIAL

■ Procedimento:
 Petição conjunta das partes (representação por advs. distintos).
 Petição distribuída – Análise do juiz em 15 dias (possibilidade de
designação de audiência).
 Suspensão do prazo prescricional da ação.
REGRAS PROCESSUAIS EM GERAL
■ -Reclamantes de ações trabalhistas passarão a arcar com custas
processuais em caso de arquivamento por ausência injustificada à
audiência, ainda que beneficiários da justiça gratuita. O
pagamento dessas custas é condição para a propositura de nova
demanda.
■ -A execução será promovida pelas partes, e a execução de ofício
pelo juízo ou Tribunal só poderá ocorrer em casos em que as
partes não estiverem representadas por advogado, mesmo em
casos de competência originária dos Tribunais Regionais (artigo
878 da CLT).
■ -Nas hipóteses de liquidação de sentença, o prazo para
impugnação dos cálculos tornou-se comum (antes era sucessivo) e
foi de 10 para 8 dias.
■ -Cria-se a possibilidade de arbitragem nos dissídios individuais (e
não apenas nos dissídios coletivos, como prevê o art. 114, §§1º e
2º da CF). A jurisprudência afastava, em razão da disparidade
entre as partes. (Remuneração deve ser superior a 2x o limite
máximo estabelecido para os benefícios do RGPS) – Art. 507-A,
CLT.
REGRAS PROCESSUAIS EM GERAL

■ -Possibilidade de apresentar exceção de incompetência


territorial no prazo de 5 dias a contar do recebimento da
notificação, antes da audiência e em peça apartada. Não
haverá audiência até a decisão da exceção, devendo o processo
ser suspenso e o reclamante ser intimado para se manifestar
no prazo de 5 dias.
■ -Inclusão do incidente de desconsideração da personalidade
jurídica na CLT.
■ Regulamentação do requisito da “transcendência” nos recursos
de revista.
■ O preposto do empregador não precisa ser empregado da parte
reclamada (artigo 843 da CLT), bastando ter conhecimento do
fato.
■ Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na
audiência, serão aceitos a contestação e os documentos
eventualmente apresentados (CORRETA DISTINÇÃO ENTRE
CONTUMÁCIA E REVELIA).
“ENTRE O FORTE E O FRACO,
ENTRE O RICO E O POBRE,
ENTRE O PATRÃO E O
OPERÁRIO, É A LIBERDADE
QUE OPRIME E A LEI QUE
LIBERTA”
ABADE LACORDAIRE

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