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ENDOCARDITE

AGUDA
DEFINIÇÃO

 Infecção usualmente bacteriana da


superficie endocardica do coração;
 a endocardite infecciosa afeta as valvas
cardiacas embora o septo entre as
camaras ou o endocárdio mural possa
ser envolvido
CLASSIFICAÇÃO

 AGUDA ou SUBAGUDA dependendo


da duração dos sintomas.
 A classificação que considera o
organismo envolvido e a valva envolvida
é mais relevante
INICIDÊNCIA

 A Sociedade Americana de Cardiologia


apresenta uma ocorrência de 10.000 a
20.000 novos casos por ano
 Admissões hospitalares de 0,16 a 5,4
casos por 1000 admissões
 A incidência não tem diminuído
apreciavelmente nos últimos trinta anos
INCIDÊNCIA

 HOMENS 1,7 : 1 MULHERES


 Em pacientes com < 35 anos a
incidência é maior em mulheres
 Mais de 50% dos pacientes tem mais de
50 anos
FATORES DE RISCO

 Condições cardíacas que causam fluxo


turbulento na superfície endocárdica ou
através da valva
doença valvar reumática
doença degenerativa valvar com
calcificação senil
doença cardíaca congênita
especialmente as cianóticas
CAUSAS MAIS COMUNS

 Prolapso da valva mitral com sopro


 Doença valvar degenerativa
 Uso de droga intravenosa
 Prótese valvar
 Anomalias congênitas
CAUSAS MENOS COMUNS

 Doença cardíaca reumática


 Cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva
 Shunt pulmonar-sistemico
 Coartação de aorta
 Endocardite bacteriana prévia
 Cardiopatia congenita cianótica
complexa
PROTESE VALVAR
CARDIACA
 É importante fator de risco para
endocardite
1 a 4% no primeiro ano
para proóteses mecânicas
0,8% após primeiro ano
para próteses biológicas
USUARIO DE DROGAS

 Incidência 30 x maior que a população


geral
 Predomina na valva tricuspide, 74% dos
casos
 Mais de uma valva envolvida em 20%
dos casos
PROCEDIMENTO INVASIVO

 Cateteres intravenosos
 Acessos centrais para alimentação
parenteral
 Marca-passo
 Cateter de hemodiálise
CONDIÇÕES SISTEMICAS

 Infecção pelo virus da imunodeficiencia


 Bacteremia associada com uso de
cateteres
 Presença de insuficiencia renal crônica
em regime de hemodiálise
 Diabetes
AGENTE ETIOLOGICO

 90% endocardites de valvas naturais


causado por stafilococos, estreptococo
ou enterococo
 Esses agentes expressam receptores
específicos para fixação e aderência a
superfície das valvas lesadas
AGENTE ETIOLOGICO
 Estreptococos- endocardite adquirida na
comunidade
 Estreptococo beta hemolitico do grupo B
diabéticos, cirróticos ou usuários de droga
injetável.
 Estafilococos aureus - paciente com contato
com serviços de saúde.
 Endocardite por enterococo – levanta a suspeita
da presença de adenocarcinomas de colo ou
outras lesões malignas do trato gastrointestinal
ENDOCARDITE POR FUNGO

 Endocardite fungica
diagnóstico e tratamento dificeis
 Comum em pacientes com historia de
uso de droga injetável,
cirurgia cardíaca recente
uso prolongado de cateteres IV
 fungos mais comuns
Aspergillus e Candida sp
OCORRENCIA EM AMBITO
HOSPITALAR

 Cerca de 25% das endocardites estão


associadas com procedimentos hospitalares
 Agentes etiológicos envolvidos
estreptococus coagulase negativo
estafilo aureus
FISIOPATOLOGIA

 Lesão endocárdica
 Agregação de plaquetas e fibrina para formar
uma vegetação estéril
 Bacteremia transitória resultando em
colonização da vegetação
 Proliferação microbiana e ou invasão da
superfície endocárdica
 Infecção metastática de vísceras, órgãos e
cérebro
ENDOCARDITE NÃO BACTERIANA

Pode ocorrer:

 pacientes com doença sistêmica:


lupus eritematoso sistêmico
Doenças malignas
MANIFESTAÇÕES CLINICAS
DA ENDOCARDITE BACTERIANA

 História: varia de paciente para paciente


 Alguns casos
agudamente com sintomas progredindo
rapidamente em alguns dias
os sintomas progridem em semanas ou
meses
PESQUISAR:

 Cuidadosa revisão dos sintomas


 Buscar ocorrência de procedimentos invasivos
 Buscar história de uso de droga injetável
 Muitos pacientes se queixam de febre, sintomas musculo
esqueleticos desde artrite até mialgia difusa
 Pacientes usuários de droga injetável
dor toracica pleuritica devido a endocardite de valva
tricuspide que mimetiza pneumonia
 Endocardite após procedimentos invasivos
podem cursar clinicamente ocultas
requerem um elevado indice de suspeita
.
EXAME FISICO

 Exame fisico cuidadoso


pesquisa de sinais periféricos de
endocardite
 FEBRE
em torno de 50% dos pacientes
 Podem não apresentar febre
Idosos
pacientes com insuficiencia renal
insuficiencia cardiaca
SINAIS CLINICOS

 Pulso periférico amplo, por IAo


 petequias, nodulos de Osler, lesões de
Janeway
( raros mas fortes indicativos de endocardite)
SINAIS

 Nóculos de Osler‘ -
imune-complexos mais provavelmente iniciados
por microembolias, maculas hemorragicas,
não dolorosas encontradas em palmas das
mãos e sola dos pés, pouco comuns
 Lesões marrom-avermelhadas, devido a
hemorragia em linha transversal a direção de
crescimento da unha. Não são especificas de
endocardite
EXAME FISICO EM
ENDOCARDITE
 Febre 80-95%
 Sopro novo audivel 85%
 Mudança de características de sopro pré-existente 15-
47%
 Anormalidades neurológicas 20-40 %
 Esplenomegalia 0–60 %
 Petéquias 20–40%
 Hemorragia linear 15%
 Nódulos de Osler 10–25%
 Lesões de Janeway <10%
EXAMES LABORATORIAIS

 Hemograma completo
Anemia de doença cronica 50–90%
Leucocitose 20–66%
 Velocidade de hemossedimentação elevada
90–100%
 Fator reumatóide positivo 40–50%
 Determinação de eletrolitos
 Avaliação da função renal
 Analise de urina
Hematúria microscopica 50–70%
DEMAIS EXAMES EM
ENDOCARDITE

 Eletrocardiograma com bloqueio na condução


atrioventricular
 Rx de torax anormal
(derrame, infiltrado, embolo séptico) 67–85%
 Três amostras de hemocultura.
(endocardite infeciosa do lado direito)
COMPLICAÇÕES

QUATRO GRUPOS

 Lesão valvar direta e consequências de


invasão local
 Complicações embólicas
 Infecção metastática a partir de bacteremia
 Fenomeno imunologico
DIAGNÓSTICO DA
COMPLICAÇÃO LOCAL
ECOCARDIOGRAMA
 Abcesso miocardio franco
20% das autopsias
 Endocardite por Aspergillus
invade o miocardio em 50% dos casos
 Pericardite rara
associada com abscesso miocardico
 Insuficiencia cardiaca
relacionada com lesão valvar grave
alta mortalidade
OUTRAS COMPLICAÇÕES

 Osteomielite
 Artrite séptica
 Abscesso epidural (por Aspergillus)
 Meninigte purulenta (rara)
 Endocardite com hemocultura negativa
(Aspergillus)
DIAGNÓSTICO

PADRÃO OURO
 Cultura para o organismo patológico a
partir de uma valva ou outra superfície
endocárdica.
 Critério de Duke.
CRITERIO DE DUKE MODIFICADO
CRITERIO MAIOR

 Hemocultura + de duas culturas separadas


para microorganismo tipico
(streptococcus α-hemolitico, Streptococcus bovis,
Staphylococcus aureus ou enterococcus sem um foco
primário)
 bacteremia persistente com algum microrganismo
duas culturas positivas com >12 hs de
distância
três culturas positivas
Bacteremia com S. aureus,
CRITERIO DE DUKE MODIFICADO
CRITERIO MENOR

PRESENÇA DE
 Uso de droga endovenosa
 Condições cardiacas predisponentes
 Temp > 38º C
 Fenomenos vasculares : embolia arterial, embolo
pulmonar septico,aneurisma micotico, hemorragia
intracraneana, hemorragia conjuntival,
 Fenomenos imunologicos: glomerulonefgrtie, nodulos de
Osler, fator reumatóide
 Achados ecocardiograficos: endocardite mas não
atendendo ao criterio maior
ECOCARDIOGRAMA
EVIDENCIAS DE ENDOCARDITE
 Massa movel fixada à valvula,
 abscesso
 deiscencia parcial de protese valvar
 Regurgitação valvar nova
TRATAMENTO
 Susceptibilidade bacteriana ao antibiotico definida pelo
dado laboratorial
 Frequentemente - terapeutica empirica
 Nem todo paciente necessita da terapeutica emprica
 Os que estão hemodinamicamente estáveis , sem sinais
de ICC com apresentação subaguda,podem esperar o
resultado da cultura.
 Os que tiveram iniciada a terapeutica empirica fora do
hospital, e estiverem estáveis devem ter a medicação
suspensa para coleta de cultura
TRATAMENTO EMPIRICO
DA ENDOCARDITE
VALVA NATURAL COM INFECÇÃO ADQUIRIDA NA
COMUNIDADE:
 Nafcillin 2 g IV cada 4h mais Penicilina 4 milhões de
unidades IV cada 4h mais Gentamicina 1 mg/kg IV cada
8h
OUTRAS CONDIÇÕES
 Infecção associada a hospitalização
 Alergia severa a penicilina:
Vancomycin 1 g IV cada 12h com
Gentamicina 1 mg/kg IV cada 8h
 Protese valvar
Vancomycina 1 g IV cada 12h
Gentamicina 1 mg/kg IV cada 8h
Rifampicina 300 mg VO ou IV cada 8h

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