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Aula Resumo

Unidades 1, 2, 3 e 4

Antropologia e Cultura Brasileira


Prof. Dr.º Alex Gomes
Origem Etmológica do termo

Sistematização
Principais conceitos
Antropologia, cultura e
diversidade cultural
Diversidade no Mercado de
Trabalho
 Objetivo: Entender a cultura
brasileira sob um viés
antropológico.

 Como a diversidade se apresenta


no mercado de trabalho.
Origem etimológica do termo

ANTHROPOS (HOMEM)
 +

 LOGOS (CIÊNCIA)

 =

 “CIÊNCIA DO HOMEM”
• ORIGEM
•A Antropologia surgiu na Europa e ganhou legitimidade como
saber acadêmico na segunda metade do século XIX, quando foi
definido seu objeto de estudo: o de explicar a existência de
sociedades com costumes e hábitos diferenciadas, sob o
parâmetro da cultura europeia tida como modelo à época
SISTEMATIZAÇÃO

SÉCULO XIX: CONTRAPONTO À CORRENTE


EVOLUCIONISTA E ETNOCÊNTRICA

FUNDAMENTOS DA ANTROPOLOGIA:
investigar, compreender, e, sobretudo,
respeitar e considerar aquilo que é tido
como diferente, distinto, em uma dada
sociedade. Busca considerar as
pluralidades sem emitir julgamentos de
valor.
SISTEMATIZAÇÃO

•Conceitos deixados de lado: raça, evolução,


hierarquias.

•Etapas: Etnografia, etnologia e Antropologia (Claude


Levi-Strauss).

•Principais áreas da antropologia François Laplantine:


Antropologia Biológica, Antropologia Pré-histórica,
Antropologia Linguística, Antropologia Psicológica,
Antropologia Social e Cultural (ou etnologia).
OBJETO DE ESTUDO: CULTURA

•Toda atividade humana, seja física ou mental, que não tenha


origem necessariamente em aspectos biológicos, mas sim como
uma construção social, partilhada pelos membros de um grupo que
possuem características comuns entre si. É algo aprendido,
assimilado e em constante transformação. Para Geertz, uma teia
de significados na qual o homem é um animal que a produziu e
está preso a ela.
CONCEITOS

Relativismo Diversidade
Etnocentrismo Alteridade Etnicidade
Cultural Cultural
CONCEITOS
• Etnocentrismo • Alteridade
• Experiência da diferença:
• Considerar a própria cultura como encontro entre “nós” e os “outros”
o centro, como a única legítima
ou correta • Compreensão das diferenças e
percepção de similaridades
• Julgar de modo depreciativo
padrões culturais diferentes,
rejeitando-os ou desprezando-os • Descentralização do olhar

• Dificuldade de lidar com a • Não implica em abandonar suas


diferença, de enxergar outras referências
possibilidades
• Ausência de hierarquização
CONCEITOS
• Relativismo Cultural • Etnicidade
• Conjunto de características comuns a
um grupo de pessoas que as
• Compreensão cultural sem diferenciam de outro grupo.
• Pode ser composto de língua, cultura,
parâmetros: análise em contexto
aspectos biológicos e origem comum.
próprio • Pode ser definida como uma espécie
de autoconsciência da condição
• Compreender as especificidades cultural e social de determinado
grupo, ao pertencimento a uma
sem emitir julgamentos de valor. cultura.
• Envolve a distinção de grupos e
• Regra de conduta contra indivíduos pelo estilo das
vestimentas, da língua, da religião e
Etnocentrismo de outras características que são
culturalmente percebidas e
aprendidas.
Diversidade no Mercado de
Trabalho
• A cultura não é um tema restrito à Antropologia, mas é transversal, pois
atinge várias áreas do conhecimento e da vida social.

• Diferenças não precisam implicar em conflitos: elas são positivas e


necessárias.

• “Na economia globalizada em que vivemos, a diversidade faz com que


dialoguemos com outras perspectivas sociais, o que promove o
desenvolvimento dos indivíduos e o crescimento econômico.” (p.18)

• Relação estreita entre “nós” e os “outros” também no mercado de


trabalho: possibilidade de aprendizado, cooperação e aperfeiçoamento
entre os profissionais. Promoção da diversidade cultural no ambiente
de trabalho é fundamental.
Sociedade do conhecimento e o mercado de
trabalho
Principais pontos a serem observados:

Pós-modernidade e Globalização

 Pós-modernidade: Pós modernidade – não é um conceito estático, as mudanças são frequentes


e os fenômenos se modificam mesmo antes de os compreendermos.

 De acordo com Hobsbawm (1977, p. 222), a origem da “pós-modernidade pode ser associada
às transformações ocorridas na Europa da segunda metade do século XIX, período no qual foi
teve início um “ grande avanço tecnológico, desencadeando os novos moldes do capitalismo. A
vida urbana, o trabalho industrial, a aquisição de bens e outros fatores modificaram a vida do
homem ocidental.”

 Globalização – processo de integração econômica, cultural, social e política que atende às


demandas do capitalismo contemporâneo de conquistar novos mercados principalmente se o
mercado estiver saturado
Desdobramentos da era globalizada e da
Pós-modernidade:

 Sociedade do conhecimento: refere-se ao grande fluxo de conhecimento que


envolve a vida social e o processo de seleção da informação para as rotinas e no
cotidiano). Trata-se de um tipo de organização social, cultural, econômica e científica,
cujo termo advém das discussões sobre a Pós-Modernidade.

 Sociedade da Informação: refere-se a uma sociedade integrada por complexas


redes de comunicação e de trocas de informação; é ela que otimizaria o
compartilhamento das informações.

 Sociedade do consumo: A felicidade e o bem-estar mensuráveis por objetos e sinais


de conforto são ideais da sociedade do consumo.
Desdobramentos da era globalizada e da
Pós-modernidade:

 “Modernidade líquida” (Bauman): “A liquidez, mencionada pelo autor,


refere-se ao fato de o homem, nesse modelo pós-moderno, cada vez mais se
despersonalizar e virar uma “coisa” a ser “consumida e descartada se
necessário”, numa realidade ambígua, multiforme, em que toda estrutura
sólida vem a desfazer, colocando em segundo plano a subjetividade.

As fronteiras entre as esferas individuais e públicas, subjetivas e profissionais


do indivíduo estão cada vez mais tênues: há uma dedicação desmedida e
contínua ao mundo do trabalho, que transcende o ambiente profissional e
invade o espaço domiciliar.
Desdobramentos da era globalizada e da
Pós-modernidade:

 Trocas culturais: as tradições, os costumes e qualquer elemento cultural não é algo estagnado.
Há um dinamismo entre os padrões culturais que permitem que haja troca entre grupos – que
pode ocorrer de muitos modos.

 O hibridismo pode implicar em um processo de ressimbolização, ou seja, de elaboração de


uma nova denotação por associação de ideias produzidas por uma convenção, por um grupo.
Está sempre presente na rotina das pessoas e formando novas identidades.
Origem das discussões sobre identidades

 Movimentos migratórios ocorridos após o término da Segunda Guerra Mundial.

 O nacionalismo: fronteiras culturais coincidem com as fronteiras políticas.

 Pela perspectiva antropológica, o nacionalismo defende que cada Estado deve


conter um povo do mesmo tipo, sendo, portanto, contra movimentos migratórios e
a miscigenação cultural que eles possibilitam.
Identidades

Identidades - formada pelas relações recíprocas entre pessoas unidas por algum interesse ou
característica comum sua construção embasa-se necessariamente no contato com o “outro”. É
na relação e, por vezes, nos conflitos que é feita a comparação e a definição da identidade do
“eu”. Para a ciência antropológica, a identidade é uma categoria relacional, já que nunca é
construída de maneira isolada, mas sempre em relação ao outro, marcando diferenças e
fronteiras. Por esse motivo, conflitos muitas vezes estão na base de processos de afirmação de
identidades.

 Definição: “identidade social” como a estrutura formada pelas relações recíprocas entre
pessoas unidas por algum interesse ou característica comum.

 As identidades sociais são dinâmicas e podem mudar ao longo da vida. Elas se constroem e
reconstroem, conforme o processo de significação de cada um e as mudanças do próprio
grupo.
Identidade Brasileira

 Resultado de um intenso processo de trocas étnicas e culturais estabelecidas durante


a época colonial.

 Palavras como “Simbiose cultural”, miscigenação e diversidade cultural podem ser


utilizadas para definir a formação da identidade brasileira.

 Herança ibérica: Sérgio Buarque e o “homem cordial”

(“Raízes do Brasil”).
Patrimônio Cultural

 O patrimônio cultural cria uma memória social* que, por sua vez, define o sentimento de pertença
do indivíduo a determinada sociedade, formando, portanto, sua identidade social.

 Patrimônio material: Cristo Redentor; Santuário do Bom Jesus de Matosinhos (Congonhas/MG);


Igreja de São Francisco de Assis (Ouro Preto/MG);

 Patrimônio Imaterial: Frevo, Forró, Maracatu, Feira de Caruaru, etc.

*memória social: armazenamento coletivo de informações pertinentes à cultura e história de um grupo


específico, geralmente passada de geração em geração de forma oral (ou seja, não escrita).
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E O MERCADO DE TRABALHO

• O Brasil, “que se caracteriza por uma diversidade cultural muito intensa e pela miscigenação, é
palco de divergências quanto à disposição de oportunidades igualitárias de trabalho e de
relações de choque entre indivíduos de diferentes etnias e raças.”

• É importante compreendermos o processo histórico-cultural que está por trás disto, levando em
conta a colonização, a escravidão e a maneira como a desigualdade étnico-racial se mantém
mais recentemente.
• Estereótipos - clichês e imagens cristalizadas ou idealizadas de indivíduos ou grupo de
indivíduos, em que há uma “rotulação” pejorativa ou limitada do sujeito, muitas vezes se
reduzindo a preconceito.

• Miscigenação – cruzamento entre grupos étnicos distintos.

• Sincretismo Religioso – fusão de crenças e rituais de diferentes origens e sua transformação


em algo híbrido, com a harmonização de elementos díspares e/ou contraditórios.

• Racismo - aversão ou ódio contra pessoas de origem racial diferente (cor da pele, tipo de
cabelo, traços faciais).

• Preconceito - julgamento negativo, ideias pré-concebidas na maioria das vezes distorcidas e


estereotipadas sobre um grupo.

• Discriminação - efetivação do preconceito. Tratamento desigual, negativo, dispensado a certo


um grupo de pessoas.
Teorias raciais do século XIX ou “Racismo científico”:

• As diferenças encontradas entre as sociedades e grupos seriam fruto de


diferenças biológicas e raciais entre os seres humanos. Segundo esta visão,
povos “selvagens” não possuíam culturas sofisticadas porque eram
racialmente “inferiores”. Estas teorias justificavam o racismo, a segregação e
a dominação de povos.

• Franz Boas e o conceito de cultura:

• Na década de 1930 o antropólogo Boas propôs uma nova abordagem para a


Antropologia Moderna, afirmando que o que explicava a diversidade
humana são as diferenças culturais, e não a “raça”.
Questões de gênero e o Mercado de trabalho

• O gênero é um conjunto de ideias sobre o masculino e o feminino, ao passo que o


sexo refere-se às características biológicas de homens e mulheres. Entenda,
portanto, que o gênero se refere às construções sociais e culturais”

• “Na sociedade ocidental, percebe-se uma supremacia masculina nas relações de


trabalho ao longo do tempo, resultando em funções específicas para homens e
mulheres, distinção de oportunidades, salários e condições de trabalho.”

• As relações de gênero não são estáticas, mas se modificam e são transformadas ao


longo do tempo - neste aspecto é importante destaca o papel da luta feminista.

• Quando falamos em gênero, estamos também discutindo as questões da


desigualdade, da exclusão e da pobreza.
Inclusão
• O fenômeno da inclusão é uma resposta à exclusão, a falta de direito o acesso às
necessidades mais básicas, situações de injustiça, discriminação, à criação de
estereótipos, à não aceitação do que é diferente.

• Necessidades especiais - Ainda persiste uma cultura da discriminação nas


esferas do trabalho em todos os campos profissionais quanto ao portador de
necessidades especiais, logo, é fundamental uma postura de superação deste
senso discriminatório.

• Movimentos sociais organizados têm um importante papel no que tange à


reivindicação de direitos e de leis e políticas que garantam a inclusão de grupos
socialmente desfavorecidos.

• No mundo do trabalho, mais especificamente no Brasil, percebemos que, nas


últimas duas décadas, se tornaram frequentes as políticas corporativas de inclusão,
beneficiadas inclusive por programas públicos de inserção de minorias no mercado
de trabalho.
Prof. Dr. Alex Gomes
Bons estudos!

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