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Leonardo Coelho Corrêa Rosado

Mestrando em Letras/Estudos Discursivos


Bolsista CAPES/REUNI
 Apresentação do  Variedades de “Análises do
palestrante; discurso”;

 Reflexão sobre algumas  Apresentação de um


questões centrais; arcabouço teórico-
metodológico da AD: a
Teoria Semiolinguística do
 Apresenta e definição da
Discurso;
Análise do discurso (AD);

 O quadro metodológico da
 Contextualização histórica e
Semiolinguística: os modos
intelectual do campo;
de organização do
discurso;
 Conceitos centrais para
trabalho com a AD;
 Prática em AD;
 Mestrando em Letras da linha
de pesquisa Estudos
Discursivos (área de
concentração Estudos
Linguísticos) do Programa de
Pós-Graduação em Letras da
Universidade Federal de Viçosa
(UFV);

 Pesquisador em Análise do
discurso, desenvolvendo
trabalhos na vertente da
Teoria Semiolinguística;

 Graduado em Letras
(Português/Inglês) pela UFV
(2010);
 Desenvolveu através do
PIBIC/CNPQ/UFV o projeto
Imagens de mulher em Correio
Feminino de Clarice Lispector:
uma abordagem Semiolinguística,
sob a orientação da Prof.ª Dr.ª
Mônica Santos de Souza Melo no
período de agosto de 2007 a
julho de 2008;

 Desenvolveu através do
PROBIC/FAPEMIG/UFV o projeto
Nas teias da sedução:
argumentação, emoção e ethos
na seção “Nossa Conversa” de
Clarice Lispector;

 Possui várias publicações na


área, investigando temas
variados: representação
feminina, ethos, argumentação e
emoção.
 O que podemos compreender por pesquisa
qualitativa?

 Na opinião de vocês, o que é discurso?

 Como podemos compreender a expressão


“Análise do Discurso”?

 Como a Análise do discurso pode ser um


método para a pesquisa qualitativa?

 Que pressupostos a Análise do discurso carrega


para se tornar um método de pesquisa
qualitativa?
 Segundo Denzin e Lincoln (2005 apud FLICK, 2009), a
pesquisa qualitativa é uma atividade situada que
posiciona o observador no mundo. Tal quadro de
pesquisa constitui-se de um conjunto de práticas
interpretativas e materiais que tornam o mundo visível,
já que tais práticas transformam o mundo, fazendo dele
uma série de representações, incluindo notas de campo,
entrevistas, conversas, fotografias, gravações e
anotações pessoais. Logo, a pesquisa qualitativa usa o
texto como material empírico, utilizando características
próprias que a distinguem da pesquisa quantitativa. Ela
assume uma postura interpretativa diante de seu objeto
de estudo, o texto, partindo-se da noção de construção
social das realidades em estudo. Seu interesse está
centrado nas perspectivas dos participantes, em suas
práticas do dia-a-dia e em seu conhecimento cotidiano
relativo à questão em estudo.

“Análise de discurso é o nome dado a uma variedade


de diferentes enfoques no estudo de textos,
desenvolvida a partir de diferentes tradições
teóricas e diversos tratamentos em diferentes
disciplinas. Estritamente falando, não existe uma
única ‘análise de discurso’, mas muitos estilos
diferentes de análise, e todos reivindicam o nome. O
que estas perspectivas partilham é uma rejeição da
noção realista de que a linguagem é simplesmente
um meio neutro de refletir, ou descrever o mundo, e
uma convicção da importância central do discurso
na construção da vida social.” (GILL, 2002, p. 244)
 Os apontamentos de Maingueneau (2006)
confirmam essa heterogeneidade de enfoques,
da qual nos aponta Gill (2002):

“A análise do discurso recebe definições bastante


variadas. Há uma definição muito ampla ‘análise
do uso da língua (Brown e Yule, 1983:1); ‘o estudo
do uso real da língua, pelos locutores reais em
situações reais’ (van Dijk, 1985: t. IV, cap. 2).
Sobretudo nos países anglo-saxões, muitos
aproximam a análise do discurso da análise
conversacional, considerando o discurso como uma
atividade fundamentalmente interacional.”
(MAINGUENEAU, 2006, p. 13)

“(...) Disciplina que, em vez de proceder a uma análise linguística


do texto em si ou a uma análise sociológica ou psicológica de
seu ‘contexto’, visa a articular sua enunciação sobre um certo
lugar social.” Em outras palavras, a Análise do discurso pensa o
dispositivo de enunciação que associa uma organização textual
e um lugar social determinados. “Ela está, portanto, em relação
com os gêneros do discurso trabalhados nos setores do espaço
social (um café, uma escola, uma loja...) ou nos campos
discursivos (político, científico...).” (MAINGUENEAU, 2006, p. 13-
14).
Trata-se, portanto, de uma análise linguística e social ao mesmo
tempo, em que texto e contexto estão correlacionados.

Devido à abertura de um diálogo entre as diversas


disciplinas que trabalham com o discurso (tais como a
Psicologia Social, a Sociologia, a Antropologia, etc.),
bem com às diversas correntes de análise do
discurso, pode-se distinguir quatro grandes pólos de
interesse:

1. Os trabalhos que inscrevem o discurso no quadro


da interação social;
2. Os trabalhos que privilegiam o estudo das
situações de comunicação linguageira e, portanto,
o estudo dos gêneros de discurso;
3. Os trabalhos que articulam os funcionamentos
discursivos com condições de produção de
conhecimentos ou com os posicionamentos
ideológicos;
4. Os trabalhos que colocam em primeiro plano a
organização textual ou a seleção de marcas de
enunciação.
 O primeiro registro do termo “análise do
discurso” data-se de 1952 e vem do artigo de
Zellig Harris, intitulado Discourse Analysis.

 Neste artigo, Harris apresenta um método de


análise linguística a unidades maiores que os
morfemas e as frases. Trata-se portanto de
uma análise transfrástica, na qual o discurso é
entendido como: unidade linguística
constituída de uma sucessão de frases.

 Hoje, a acepção de Harris é válida não para o


campo da análise do discurso, mas para o
campo da Linguística Textual, mais
especificamente da “gramática de texto”;

 Emergência Geográfica: França (relação do campo da


língua com o campo da sociedade apreendida pela
história – relações de força e dominação);

 Emergência Temporal: anos 60, sob domínio


Estruturalista (conceito de estrutura, metáfora
espartilho) – anos 1968-1970;

 Emergência Política: surge como crença de


intervenção política, portadora de crítica ideológica,
com arma científica, objetiva (ilusão de encontrar o
que o texto disse verdadeiramente) ;

 Emergência da Subjetividade: ancora-se numa teoria


do sujeito

 A Análise do Discurso aparece no final dos anos


1960, a partir da publicação do livro Análise
Automática do Discurso (1969), de Michel
Pêcheux.

 Surge como um campo interdisciplinar através


da confluência de três disciplinas: a)
Linguística, b) Marxismo (Materialismo
Histórico) e c) Psicanálise;

 Está filiada: a) a uma certa tradição intelectual


européia acostumada a unir reflexão sobre
texto e história; b) a uma certa prática escolar
da “explicação de texto.”
Análise do
Linguística discurso
Unidades linguísticas

Materialismo
Histórico Psicanálise

Ideologia Sujeito
A Análise do discurso “(...) resulta, ao mesmo tempo, da
convergência de correntes recentes e da renovação da prática
de estudos muito antigos de textos (retóricos, filológicos ou
hermenêuticos).
O próprio termo ‘análise do discurso’ vem de um artigo de
Harris (1952), que a entendia como a extensão dos
procedimentos distribucionais a unidades transfrásticas. É
preciso considerar o ambiente dos anos 60 para compreender
as correntes que modelaram o atual campo da análise do
discurso. Assinalem-se, em particular, a etnografia da
comunicação (Gumperz e Hymes, 1964), a análise
conversacional de inspiração etnometodológica (Garfinkel,
1967), a Escola Francesa; a isso se junta o desenvolvimento das
correntes pragmáticas, as teorias da enunciação e a linguística
textual. É necessário, também, dar um lugar para reflexões
vindas de outros domínios, tais como o de Foucault (1969b),
que desloca a história das ideias para o estudo dos dispositivos
enunciativos, ou a de Bakhtin, no que diz respeito, em
particular, aos gêneros de discurso e à dimensão dialógica da
atividade discursiva.” (MAINGUENEAU, 2006, p. 43)

 AD => Linguística;

 Formal → empírico;
 Sincrônico e o estrutural → social e histórico;
 Saussure → Bakhtin (Volochinov);

 Emergência das Condições de Produção:

 Primeira definição em Pêcheux (1969) baseado em


Jakobson (1963) => Situação Comunicativa (histórico,
psciossociológico e linguístico);

 Metáforas:

 Metáfora do teatro – (papeis sociais)


 Metáfora do combate – (estratégias, alvo)
 Metáfora do contrato – (regras; normas; convenções)

“De fato, a forma linguística (...) sempre se


apresenta aos locutores no contexto de
enunciações precisas, o que implica sempre
um contexto ideológico preciso. Na realidade,
não são palavras o que pronunciamos ou
escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas
boas ou más, importantes ou triviais,
agradáveis ou desagradáveis, etc. A palavra
está sempre carregada de um conteúdo ou de
um sentido ideológico ou vivencial.”
(BAKHTIN, 2009, p. 98-99)
“Na realidade, toda palavra comporta duas
faces. Ela é determinada tanto pelo fato de
que procede de alguém, como pelo fato de
que se dirige para alguém. Ela constitui
justamente o produto da interação do
locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de
expressão a um em relação ao outro. Através
da palavra, defino-me em relação ao outro,
isto é, em última análise, em relação à
coletividade. A palavra é uma espécie de
ponte lançada entre mim e os outros. Se ela
se apóia sobre mim numa extremidade, na
outra apóia-se sobre o meu interlocutor. A
palavra é o território comum do locutor e do
interlocutor.” (BAKHTIN, 2009, p. 117)

Discurso
O discurso como expressão verbal e uso da
linguagem;
O discurso como um processo mental e uma
representação na memória;
O discurso como a origem das crenças
socialmente compartilhadas (tais como o
conhecimento e a ideologia)
O discurso como interação social entre os
participantes que são membros de grupos sociais
em situações cotidianas e instituições socaiis
Discurso como um ato comunicativo em cenários
culturais variáveis;

Discurso como meio de comunicação

A historiografia como discurso, e o discurso como


fonte dos historiógrafos
O discurso como matéria-prima que pode ser
comprada ou vendida. (VAN DIJK, 2011, p. 20-21)
“ (...) tomado em sua acepção mais ampla,
aquela que ele tem precisamente na análise do
discurso, esse termo designa menos um campo
de investigação delimitado do que um certo
modo de apreensão da linguagem: este último
não é considerado aqui como uma estrutura
arbitrária, mas como a atividade de sujeitos
inscritos em contextos determinados. Nesse
emprego, discurso não é susceptível de plural:
dizemos ‘o discurso”, ‘o domínio do discurso’,
etc. Por supor a articulação da linguagem sobre
parâmetros de ordem não linguística, o
discurso não pode ser o objeto de uma
abordagem puramente linguística”
(MAINGUENEAU, 2006, p. 43)
Linguístico (explícito) D
I
S
C
U
Ideológico (implícito) R
S
O
1. O discurso supõe uma organização transfrástica
→ mobiliza estruturas de uma outra ordem (# da
frase; # da oração/período);

2. O discurso é orientado → reflete a posição do


locutor e também se desenvolve no tempo;

3. O discurso é uma forma de ação → toda


enunciação é um ato, visando a modificar uma
situação;

4. O discurso é interativo → toda enunciação é uma


troca explícita ou implícita entre locutores (reais
ou virtuais), supondo sempre a presença de um
EU e um TU;
5. O discurso é contextualizado → enunciado e
contexto estão intrinsecamente relacionados:
não se pode atribuir sentido a um enunciado fora
do contexto;

6. O discurso é assumido → está relacionado a uma


instância que, ao mesmo tempo, se põe como
fonte dos pontos de vistas, e indica qual atitude
adota em relação ao seu dizer, ao interlocutor e
aos outros discursos;

7. O discurso é regido por normas → noção de


contrato (ordem do discurso);

8. O discurso é assumido em um interdiscurso →


assume seu sentido no universo de outros
discursos;

“A ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente


de representações (ideias e valores) e de normas ou regras
(de conduta) que indicam e prescrevem aos membros da
sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o
que devem sentir e como devem sentir, o que devem fazer
e como devem fazer. Ela é, portanto, um corpo explicativo
(representações) e prático (normas, regras, preceitos) de
caráter prescritivo, normativo, regulador, cuja função é
dar aos membros de uma sociedade dividida em classes
uma explicação racional para as diferenças sociais,
políticas e culturais, sem jamais atribuir tais diferenças à
divisão da sociedade em classes, a partir das divisões na
esfera da produção. Pelo contrário, a função da ideologia é
a de apagar as diferenças como de classes e de fornecer
aos membros da sociedade o sentimento da identidade
social, encontrando certos referenciais identificadores de
todos e para todos, como, por exemplo, a Humanidade, a
Liberdade, a Igualdade, a Nação, ou o Estado.” (CHAUÍ,
1989, p. 113-114)
“Ela [a ideologia] é um
instrumento de
dominação de classe
porque a classe
dominante faz com que
suas ideias passem a ser
ideias de todos. Para isso
eliminam-se as
contradições entre força
de produção, relações
sociais e consciência,
resultantes da divisão
social do trabalho
material e intelectual.
Necessária à dominação
de classe, a ideologia é
ilusão, isto é, abstração
e inversão da
realidade.” (BRANDÃO,
2004, p. 21)
“As representações têm por função
‘interpretar a realidade que nos cerca, por um
lado mantendo com ela relações de
simbolização; por outro, atribuindo-lhe
significações’ (GUIMELLI, 1999, p. 64). Elas são
constituídas pelo ‘conjunto de crenças, dos
conhecimentos e das opiniões produzidos e
partilhados pelos indivíduos de um mesmo
grupo a respeito de um dado objeto social’.”
(CHARAUDEAU, 2006, p. 195-196)
“O imaginário é efetivamente uma imagem da
realidade, mas imagem que interpreta a
realidade, que a faz entrar em um universo de
significações. Ao descrever o mecanismo das
representações sociais, aventamos com outras a
hipótese de que a realidade não pode ser
apreendida enquanto tal, por ela própria: a
realidade nela mesma existe, mas não significa. A
significação da realidade procede de uma dupla
relação: a relação que o homem mantém com a
realidade por meio de sua experiência, e a que
estabelece com os outros para alcançar o
consenso de significação. A realidade tem,
portanto, necessidade de ser percebida pelo
homem para significar, e é essa atividade de
percepção significante que produz os imaginários
sociais, os quais em contrapartida dão sentido a
essa realidade.”(CHARAUDEAU, 2006, p. 203-204)
Conjunto de crenças, dos
conhecimentos e das opiniões
produzidos e partilhados
Representação social pelos indivíduos de um
mesmo grupo a respeito de
um dado objeto social

Universo de significações
fundador da identidade de
um grupo na medida em que é
Imaginário social o que mantém uma sociedade
unida, é o que cimenta seu
mundo de significação

Conceito proposto por


Charaudeau para integrar a
Imaginário sócio-discursivo noção de imaginário social ao
quadro de uma análise do
discurso.

“o sujeito discursivo, deve ser considerado


sempre como um ser social, apreendido em
um espaço coletivo; portanto, trata-se de um
sujeito não fundamentado em uma
individualidade, em um “eu” individualizado,
e sim um sujeito que tem existência em um
espaço social e ideológico, em um dado
momento da história e não em outro. A voz
desse sujeito revela o lugar social; logo,
expressa um conjunto de outras vozes
integrantes de dada realidade histórica e
social; de sua voz ecoam as vozes
constitutivas e/ou integrantes desse lugar
sócio-histórico.” (FERNANDES, 2008, p. 24)
 Trata-se de um sujeito enquanto posição-
sujeito;

A questão do sujeito na AD responde à


seguinte pergunta:

“Essa noção, advinda da psicologia social, foi


reelabora, no campo da análise do discurso,
por Pêcheux para designar não somente o
ambiente material e institucional do discurso,
mas ainda as representações imaginárias que
os interactantes fazem de sua própria
identidade, assim como do referente dos seus
discursos (‘Do que lhe falo assim?’/ ‘Do que ele
me fala assim?’). Essas representações
imaginárias se constituem através do que já foi
dito e do que já foi ouvido.” (MAINGUENEAU,
2006, p. 30)

enunciados

Corrente complexamente organizada de enunciados


(BAKHTIN, 2010)
“Intertextualidade envia tanto a uma
propriedade constitutiva de todo texto, como
ao conjunto das relações explícitas ou
implícitas que um texto mantém com outros
textos. Na primeira acepção ele é uma variante
de interdiscursividade. Mas se
interdiscursividade e intertextualidade têm
um sentido equivalente, não são, contudo,
empregados no mesmos domínios.”
(MAINGUENEAU, 2006, p. 87)

Interdiscurso: conjunto de discursos (de um


mesmo campo discursivo ou de
campos distintos, de épocas
diferentes). Assim, se
considerarmos um discurso
particular, podemos também
chamar de interdiscurso o conjunto
das unidades discursivas com as
quais ele entra em relação (relação
interdiscursiva).
“Assim, o Outro não deve ser pensado como uma
espécie de ‘invólucro’ do discurso, ele mesmo
considerado como o invólucro de citações tomadas em
seu fechamento. No espaço discursivo, o Outro não é
nem um fragmento localizável, uma citação, nem uma
entidade externa; não é necessário que ele seja
localizável por alguma ruptura víscula da compacidade
do discurso. Ele se encontra na raiz de um Mesmo
sempre já descentrado em relação a si próprio, que não
é em momento algum passível de ser considerado sob a
figura de uma plenitude autônoma. Ele é aquele que faz
sistematicamente falta a um discurso e lhe permite
encerrar-se em um todo. É aquela parte de sentido que
foi necessário o discurso sacrificar-se para constituir a
própria identidade

Disso discorre o caráter essencialmente dialógico de


todo enunciado do discurso, a impossibilidade de
dissociar a interação dos discursos do funcionamento
intradiscursivo.” (MAINGUENEAU, 2008, p. 37)
 A partir dos elementos acima apresentados e discutidos,
podemos chegar a uma conclusão:

 A AD, enquanto método de análise em pesquisa qualitativa,


objetiva analisar o texto (ou um conjunto de textos) como
resultado de uma atividade de linguagem, na qual um
sujeito sócio-discursivo representa o mundo (ou
seres/objetos do mundo) em uma circunstância sócio-
histórica específica. Dessa forma, através da AD, não se
busca a apreensão da recorrência/frequência de
palavras/temas de um texto (o que faria a Análise de
Conteúdo), mas sim, a maneira como um determinado
objeto (ser social, relação social, instituição social, etc.) é
representado por um sujeito – que por sua vez é membro de
uma determinada comunidade discursiva, que, por seu
turno, possui seu imaginário sócio-discursivo – em uma
determinada situação social ou em um determinado gênero
de discurso, utilizando para tal categorias de língua
(recursos linguísticos). O que se busca, então, são os efeitos
de sentidos e as representações geradas e geridas pelo
sujeito discursivo em seu discurso, através da linguagem.

 Qual é a representação do perfil do profissional de


saúde encenados por alunos de graduação de cursos de
saúde de uma Universidade pública federal mineira?;

 Como o professor da área de saúde é representado pelos


alunos de cursos de graduação?;

 Quais são os imaginários sócio-discursivos dos alunos do


curso de Nutrição em relação ao seu objeto de trabalho?

 Como os professores de graduação em saúde


representam as relações entre os profissionais de saúde?

 Como os pacientes/usuários dos SUS representam o


mesmo em narrativas (entrevistas)?

 Como as mídias representam o SUS?


 Como aponta Dominique Maingueneau (1997)
em Novas tendências da Análise do Discurso,
pode-se na atualidade falar de múltiplas
análises do discurso, isto é, atualmente o
campo da Análise do Discurso (doravante AD) é
caracterizado pela diversidade. Nesse sentido,
há várias vertentes da AD que, embora
divirjam em relação à abordagem teórico-
metodológica do discurso e em relação aos
interesses e objetivos de pesquisa,
compartilham pressupostos básicos que as
permitem inserir tais abordagens como
vertentes do campo geral da AD.
Trabalhos na
Semiolinguística esteira de Patrick
Charaudeau

Análise do Trabalhos na
Discurso Francesa esteira de Michel
(ADF) Pêcheux

Método histórico-
discursivo (Ruth
Wodak)

Semiótica Social
Análise do Discurso (Kress e van
Leeuwen)
Análise do
Discurso Crítica
(ADC) Teoria Social do
Discurso (TSD) –
(Norman
Fairclough)

Estudos sócio-
cognitivos (van
Dijk)

Análise do
Trabalhos na
Discurso da
esteira de
Divulgação
Calsamiglia
Científica (ADDC)

 Bacharel em Filosofia (Lycée


Condorcet, 1960);

 Pós-graduado em Linguística
Hispânica (Sorbonne, 1965);

 Doutor em Letras e Ciências


Humanas (Sorbonne, 1967);
www.patrick-charaudeau.com

 Professor emérito, de Ciências da


Linguagem, da Universidade de
Paris XIII e ex-diretor do Centro
de Análise do Discurso (CAD).

 A linguagem mantém uma estreita relação com


o contexto psicossocial na qual ela se realiza;

 Inserção do discurso em uma problemática que


interliga fenômenos linguísticos a fenômenos
psicológicos e sociais (ação e influência) →
Relação com a Psicologia Social e a Sociologia
(Interdisciplinaridade);

 O ato de linguagem é o produto de um


contexto do qual participam um emissor e um
receptor que, por serem pessoas diferentes,
podem atribuir a uma expressão linguística
diferentes interpretações, dando a elas
sentidos não previstos;
 O ato de linguagem é o resultado de um Explícito,
correspondente à configuração verbal, incompleto sob a
perspectiva da significação do ato, e de um Implícito,
proveniente das circunstâncias de
produção/interpretação do ato de linguagem ou
Circunstâncias do Discurso;

A de L = [Explícito x Implícito] C de D

 O signo não é pleno, ele só existe no discurso;

 As Circunstâncias do Discurso dizem respeito aos


saberes supostos que circulam entre os protagonistas.
Esses saberes tocam em dois pontos: a) na relação em
que esses protagonistas mantêm com o propósito
linguageiro e, por isso, configuram os saberes
partilhados pelos sujeitos de uma determinada
comunidade social; b)na relação em que os
protagonistas mantêm entre si, configurando os filtros
construtores de sentido, filtros esses ligados às
referências ou experiências vividas pelos protagonistas
e também partilhadas entre eles.

 Diz respeito ao enquadramento teórico e


metodológico que tal vertente da AD dá aos
fenômenos da linguagem: uma concordância e
discordância entre os duas atitudes (na época
de fundação da teoria) antagônicas em
relação à linguagem:

1. Uma atitude caracterizada por uma concepção de


linguagem-objeto-trasnparente, por um método
de atividade de abstração e que se interessa por
do que nos fala a linguagem;

2. Uma atitude caracterizada por uma concepção de


linguagem-objeto-não-transparente, por um
método de atividade de elucidação, e que se
interessa por como nos fala a linguagem.
“O ato de linguagem não pode ser concebido de outra
forma a não ser como um conjunto de atos significadores
que falam o mundo através das condições e da própria
instância de sua transmissão. De onde se conclui que o
Objeto de Conhecimento é o do que fala a linguagem
através do como fala a linguagem, um constituindo o outro
(e não um após o outro). O mundo não é dado a princípio.
Ele se faz através da estratégia humana de significação. O
Método seguido deverá ser duplo: elucidante do ponto de
vista do como e abstratizante do ponto de vista do do quê.
E, por antecipação, diremos que uma análise
semiolinguística do discurso é Semiótica pelo fato de que se
interessa por um objeto que só se constitui em uma
intertextualidade. Esta última depende dos sujeitos da
linguagem, que procuram extrair dela possíveis
significantes. Diremos também que uma análise
semiolinguística do discurso é Linguística pelo fato de que o
instrumento que utiliza para interrogar esse objeto é
construído ao fim de um trabalho de conceituação
estrutural dos fatos linguageiros” (CHARAUDEAU, 2008, p.
20-21)

 O discurso é um objeto resultante do


amálgama da percepção do mundo (como real
construído), da linguagem (enquanto forma-
sentido) e da interação social. Assim, o termo
assume dois sentidos:

1. discurso está relacionado com a mise en scène


(encenação) do ato de linguagem;

2. discurso está relacionado aos saberes


partilhados em uma sociedade.

 Processo de transformação: transformação de um


“mundo a significar” em um “mundo significado”;

 Processo de transação: a transformação se dá em


função do destinatário que o sujeito comunicante
acredita ser o mais adequado a compreender e aceitar
este mundo significado, tocando em 4 princípios: a)
alteridade, b) influência, c) regulação e d) pertinência;

 O Ato de linguagem é o fenômeno empírico


(social e linguístico) que a Semiolinguística
procura analisar, descrever e compreender;

 O Ato de linguagem é uma encenação na medida


que “(...) da mesma forma que um ator em cena
de teatro se utiliza do espaço cênico, da
cenografia, da iluminação, da sonorização, dos
comediantes, de um texto, para produzir os
efeitos de sentido para um público que ele
imagina, o locutor – que queira falar ou escrever
– se utiliza dos componentes do dispositivo de
comunicação em função dos efeitos que ele quer
produzir sobre seu interlocutor [tradução nossa]
(CHARAUDEAU, 1992, p. 635).
 A situação de comunicação é definida por um contrato de
comunicação, que liga os parceiros da troca e que também
determina as restrições em que o dizer deve ocorrer;

 O locutor (EU), ao enunciar, se desdobra em um outro ser,


denominado de enunciador, que irá apropriar-se da língua para
organizar o discurso e realizar seus propósitos linguageiros ou o seu
projeto de fala. Ou seja, “o locutor se apropria do aparelho formal
da língua e enuncia sua posição de locutor por meio de índices
específicos, de um lado, e por meio de procedimentos acessórios, de
outro” (BENVENISTE, 1989, p. 84);

 Desde o momento em que o locutor (EU) se apropria da língua e


enuncia sua posição, ele o faz implantando um outro sujeito (TU),
que ele acredita (deseja) ser adequado ao seu propósito linguageiro;

 Porém, este TU a quem o EU se dirige é somente uma imagem do


verdadeiro TU que irá, de fato, interpretar o ato de linguagem. Logo,
o interlocutor não é um simples receptor de mensagem, mas sim um
sujeito que constrói sua própria interpretação em função do ponto
de vista que ele tem sobre as circunstâncias em que se realiza o
discurso

 Sujeito comunicante (EUc): é o sujeito agente


que se institui como locutor e articulador da
fala. Ele é o iniciador do processo de produção
do ato de linguagem. Trata-se de um sujeito
social e empírico ;

 Sujeito enunciador (EUe): do ponto de vista


do processo de produção, o EUe é uma imagem
construída pelo sujeito comunicante e
representa o traço de intencionalidade deste
último. Do ponto de vista do processo de
interpretação, o EUe é uma imagem do
enunciador construída pelo sujeito
interpretante (TUi) como uma hipótese do que
é a intencionalidade do sujeito comunicante,
realizada no ato de produção.
 Sujeito interpretante (TUi): é também um
sujeito agente, social e empírico, porém, nesse
caso ele é responsável pelo processo de
interpretação do ato de linguagem. Portanto, é
um sujeito que age independentemente do EU,
ou seja, ele escapa do domínio do EU no
processo de produção do ato de linguagem;

 Sujeito destinatário (TUd): é um sujeito de


fala, que depende do EU, já que é instituído
por este último. Ele pertence, portanto, ao
processo de produção do ato de linguagem,
sendo, dessa forma, o sujeito adequado a
compreender o propósito linguageiro do EU;

 Circuito externo (fazer): é o circuito “se


encontram os seres agentes que são instituídos
como (...) sujeito comunicante (EUc) e (...)
sujeito interpretante (TUi), conforme um saber
ligado ao conhecimento da organização do
“real” (psicossocial) (...)”. Este circuito inclui
os parceiros do dizer;

 Circuito interno (dizer): é o circuito “no


interior do qual se encontram seres de fala,
que são instituídos como imagem do sujeito
enunciador (EUe) e de sujeito destinatário
(TUd), oriundos de um saber intimamente
ligado às representações linguageiras das
práticas sociais” (CHARAUDEAU, 2008, p. 53).
Este circuito inclui os protagonistas do dizer;

 Toda essa encenação discursiva entre os


sujeitos no e pelo ato, só ganha sentido pelo
contrato comunicacional ou contrato de fala
que liga os parceiros através de uma finalidade
discursiva;

o contrato de fala (...) é constituído pelo conjunto de


restrições que codificam as práticas sócio-linguageiras e
que resultam em condições de produção e interpretação
(circunstâncias do discurso) do ato de linguagem. Esse
contrato de fala dá um certo estatuto sócio-linguageiro
aos diferentes protagonistas da linguagem,
determinando suas falas. [tradução nossa]
(CHARAUDEAU, 1983, p. 54)
 O contrato comunicacional constitui-se como um dos
saberes partilhados pelos parceiros do dizer (fazendo
parte, portanto, das Circunstâncias do Discurso), visto
que toda troca verbal está calcada em um contrato que,
na forma de um saber, é partilhado pelos membros de
uma comunidade social;

 Esse contrato é ainda caracterizado por um conjunto de


restrições condicionantes das práticas sócio-linguageiras
e que tocam nos seguintes componentes:

1. Finalidade: categoria que ordena o ato de linguagem em


função de um objetivo, obrigando os parceiros da troca a
responderem a seguinte pergunta: “estamos aqui para
dizer o quê?”.

2. Identidades: é o componente que depende diretamente


dos sujeitos que se acham inscritos e engajados na troca
linguageira, sendo definida pelas perguntas “quem troca
com quem?”, “quem fala com quem?”, “quem se dirige a
quem?”, em termos que variam de traços da natureza
social a traços do status social (CHARAUDEAU, 2006a,
p.68-69);
3. Propósito: Charaudeau (2006a) demonstra que o
propósito é a categoria que requer que todo ato de
linguagem seja construído em torno de um domínio de
saber, respondendo a pergunta “do que se trata?”
(CHARAUDEAU, 2006a, p. 69-70). É, portanto, “aquilo de
que se fala, o projeto que se tem em mente ao tomar a
palavra; o que é, afinal proposto” (CHARAUDEAU, 2006b,
p. 187);

4. Circunstâncias materiais: ou condições materiais da


comunicação, constituem o dispositivo material em que o
ato de linguagem se realiza. Charaudeau (2006a, p. 104)
aponta que “(...) a cada situação de comunicação (...),
associa-se um dispositivo particular que constitui as
condições materiais ad hoc de realização do contrato”.
Desse modo, o dispositivo material é o ambiente, o
quadro, o suporte físico da mensagem. Para a apreensão
das características materiais desse dispositivo, a Teoria
(CHARAUDEAU, 1992, p. 637-638) propõe um conjunto de
perguntas: “os parceiros estão presentes fisicamente?”;
“eles se veem?”; “eles são únicos ou múltiplos?”; “que
canal – oral ou gráfico – é por eles utilizado?”; “que
outro código semiolinguístico é por eles utilizado?”; etc.

 Tal noção repousa-se sobre a ideia de que o


sujeito comunicante concebe, organiza e
concretiza suas intenções de modo a produzir
determinados efeitos sobre o sujeito
interpretante, levando este último a se
identificar com o sujeito destinatário
idealizado e construído pelo primeiro;

 As estratégias não podem ir contra as


restrições condicionadas pelo contrato
comunicacional; ao contrário, diante do espaço
de restrições do contrato, o sujeito enunciador
tem uma margem de manobra que concretiza
seu projeto de fala por meio de suas
estratégias discursivas;

 Segundo Charaudeau (1992 p. 641), os modos


de organização do discurso constituem-se
como princípios de organização da matéria
linguística que dependem da finalidade
comunicativa do sujeito falante. São
procedimentos de ordem linguageira que
consistem no uso de certas categorias de
língua, ordenando-as em função das finalidades
discursivas do ato de linguagem;

 Correspondem ao aspecto metodológico da


teoria e da análise Semiolinguística;

 São agrupados em quatro modos: enunciativo,


descritivo, narrativo e argumentativo.
Relação de influência  Posição em relação ao
(EU→TU) interlocutor
Ponto de vista do sujeito  Posição em relação ao
(EU→ ELE) mundo
Retomada do que já foi dito  Posição em relação a
(ELE) outros discursos

 Organização da
Identificar e qualificar seres construção descritiva
de maneira (Nomear-Localizar-
objetiva/subjetiva Qualificar)
 Encenação descritiva

Construir a sucessão das  Organização da lógica


ações de uma história no narrativa (actantes e
tempo, com a finalidade de processos)
fazer relato  Encenação narrativa
Expor e provar causalidades  Organização da lógica
numa visada racionalizante argumentativa
para influenciar o  Encenação
interlocutor argumentativa

 O modo de organização enunciativo é uma categoria


discursiva que aponta para a forma pela qual o sujeito falante
age na encenação de seu ato de linguagem. Desse modo, o
enunciativo lida diretamente com a atividade linguageira do
enunciar, que consiste em organizar categorias de língua de
maneira a dar conta da posição que o sujeito falante ocupa em
relação ao interlocutor, em relação ao que ele diz e em
relação ao que o outro diz.

 Trata-se de um modo especial, visto que está presente em


todo e qualquer ato de linguagem e pode se entrelaçar com os
demais modos (descritivo, narrativo e argumentativo);

 O Enunciativo está ligado, portanto, à modalização do


discurso, ou seja “(...) uma parte do fenômeno da enunciação
(...) que constitui seu pivô na medida que ela permite explicar
quais são as posições do sujeito falante em relação ao seu
interlocutor (Loc. => Interloc.), a ele mesmo (Loc. => Loc.) e a
seu propósito (Loc. => Prop.)” (CHARAUDEAU, 1992, p. 572)
 Atos ou comportamentos locutivos:

 Comportamento alocutivo: através do comportamento


alocutivo, o locutor enuncia sua posição em relação ao
interlocutor, ao mesmo tempo em que implica este último
em seu dizer agindo sobre ele;

 Comportamento elocutivo: por meio do comportamento


elocutivo, o locutor enuncia seu ponto de vista sobre o
mundo, resultando, com isso, em uma enunciação que tem o
efeito de modalizar subjetivamente a verdade contida no
propósito referencial;

 Comportamento delocutivo: através do comportamento


delocutivo, o locutor se apaga do seu ato de linguagem, não
implicando também o interlocutor. Na verdade, o locutor
apenas testemunha a forma pela qual os discursos do
mundo, oriundos de terceiros, se impõem sobre ele,
resultando, desta forma, em uma enunciação
aparentemente objetiva que retoma textos e/ou propósitos
que não pertencem ao sujeito falante.

 Esse modo de organização se baseia em uma atividade


de linguagem, o descrever, que consiste em fazer existir
os seres nomeando-os, localizando-os e qualificando-os
de maneira singular, através de um olhar sobre o mundo.
Logo, é a partir do descritivo, que se tem a criação dos
seres discursivos em um determinado texto;

 O modo de organização descritivo ainda se compõe de


três componentes, que são autônomos, porém
indissociáveis um do outro: (i) nomear, (ii) localizar-
situar e (iii) qualificar. Tais componentes são
implementados no discurso por meio de procedimentos
discursivos de identificação (nomear), de construção
objetiva do mundo (localizar-situar e qualificar) e de
construção subjetiva do mundo (qualificar), que, por
sua vez, se utilizam de procedimentos lingüísticos
(categorias da língua) para a concretização da
construção descritiva.
1. Nomeação →dar nome ao seres através do
procedimento de identificação

2. Localização/Situação → localizar o seres no


espaço e/ou situá-los no tempo, através de
um procedimento de construção objetiva do
mundo

3. Qualificação → atribuir qualidades aos seres,


através de um procedimento de construção
objetiva e subjetiva do mundo
timtimcorre@hotmail.com
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