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OS PROFETAS:

Começo e Evolução do
Profetismo
 Profetas = vários sentidos,
hoje;
 NABI = perfil – pontos de vista
diferentes
- previsor de futuro (precognitivo, vidente –
1Sm 9,9): “doidos em transe” (1Sm 10, 5 –
6; 19, 24; 10, 10; Dt 13, 2 – 4; 1Rs 17, 17 –
18; 2Rs 2, 19 – 22; Nm 22, 2- 6);
intérpretes de sonhos (Dt 13, 2 – 4) ou
consultores de Deus (1Sm 8, 6 – 7);
- conselheiro de reis (Khalil Gibran),
integrados à corte, como Natã e Isaías –
ver: 1Sm 10, 1.24; 16, 12 -13; 2Sm 7, 1 – 7;
24, 11 – 19; 1Rs 1, 34; 11, 29 – 31; 22, 5;
- defensor dos pobres e ferrenhos
críticos dos desmandos dos monarcas –
profetismo clássico da Bíblia; - o
homem da fé em IAHWEH (“Homem de
Deus”)
- fé num Deus Libertador do Êxodo
(go ‘ el);
- grupos proféticos = vigilância
crítica sobre os abusos dos reis;

- consolador dos sofredores: durante o


Exílio (ver Is 40 – 55 e Ez)
O MOVIMENTO PROFÉTICO:
 Presente em outros povos do Oriente
Antigo (Egito, Mesopotâmia, Pérsia,
etc)
 Afinidade entre os escritos de Mari
(Mesopotâmia) e profetas de Israel: o
profeta era um ser humano que recebia
uma missão nos momentos de crise.
 Diferenças:

- Egito: o profeta é um “mensageiro”


celeste da corte dos deuses;

- Israel: os profetas se dirigiam aos reis e


ao povo exigindo uma transformação
interior e exterior; anunciavam a
Palavra de Deus e denunciavam as
injustiças, arriscando suas vidas e
certos anúncios eram feitos com ações
simbólicas.
 PROFETAS NO AT: PROFETISMO e
MONARQUIA

fases do profetismo em Israel


1º momento: apoio à monarquia (ver 1
Sm 22, 5; 2 Sm 24, 11-19).

2º momento: crítica/combate à
monarquia (ver 1Rs 19, 10.14) =
independência do Profetismo.
SEPARAÇÃO ENTRE PROFETISMO E
MONARQUIA
 O Deus anunciado pelos profetas era o Deus da Aliança
(Iahweh), um Deus que existia não para legitimar tudo
o que os reis faziam.
 Os profetas de Israel estavam a serviço da Aliança entre
Deus (Iahweh) e o povo.
 Por isso, era preciso estabelecer uma certa
independência ou até oposição aos atos dos reis (Elias,
Jeremias, Amós, Oséias, Miquéias, etc).
 E quando falam em nome de Deus, contra os desmandos
dos reis, encontram dificuldades para a missão
(perseguições, por exemplo).
OS PRIMEIROS PROFETAS:
 Samuel: opositor da monarquia (1Sm 8), mas
acabou ungindo Saul e Davi (1Sm 10; 15, 10 –
23);
 Natã: presente na corte de Davi (2Sm 7, 2; 12 e
1Rs 1); favorável á dinastia davídica;
 Gad: “vidente” = era mais severo (ver 2Sm 24,
11 – 14. 18 – 19; 1Cr 21, 9 – 13 . 29; 29, 9; 1Sm 22,
5);
 Natã e Gad: conselheiros severos do rei Davi
(2Sm 7; 12; 24);
 Já no tempo do rei Saul, os profetas
reagem contra os erros dos reis,
que prejudicavam o povo (ex.:
Samuel).

 Alguns eram até próximos dos


palácios, mas não eram coniventes
com tudo o que os reis faziam!
APÓS O CISMA DE 931 aeC
PROFETISMO
REINO DO NORTE - ISRAEL
 Aqui, o profetismo floresceu em fidelidade às tradições javistas do
TRIBALISMO; os profetas eram “mais conservadores” e exerciam
severas intervenções como “homens de Deus”, criando uma distância cada
vez maior entre eles e o palácio dos reis e dos templos oficiais do culto
nacional (ex.: Elias e Eliseu).
CONTEXTO: ISRAEL (REINO DO NORTE)
 Elias + Eliseu X Acab + Jesabel
 defesa da Lei (Aliança) e da vida do
povo;
 Denúncia: abusos do poder do rei /
idolatria;
 Perseguições: ( ver 1Rs 18,3; 19, 10; Jr
18, 18; 26,11)
 Profetas = fiéis à Aliança ou
coniventes em relação aos atos do rei?
 discernimento difícil.
ELIAS (“O Ciclo de Elias”)
TEXTOS: 1Rs 17 – 19; 21; 2Rs 1, 1 – 2, 18

 Maior representante do profetismo e figura-


síntese do profetismo do Antigo Testamento
(veja Lc 9, 30 = Mt 17, 4 = Mc 9,4).
 Natural de Tesb (Galaad, mais tarde, Galiléia), distanciado do poder
político (rei) num nível bem profundo.
 Seu lugar é o deserto, refúgio diante das
perseguições. Defensor dos pobres e crítico da
ganância e do abuso do poder dos ricos e reis.
Estabelece uma convivência com os pobres: a
viúva de Sarepta, em Sidônia (1Rs 17, 7 – 24).
ELIAS
 Sofreu a feroz perseguição ao ponto de se considerar “o único que
sobrou”
(1Rs 18 e 19);
 Era um “homem de Deus”: trazia a
experiência do Deus Libertador, a fé que brota
da partilha e a esperança (nuvem) diante da
seca;
 Expressou certa indignação contra a ambição sem medida do rei Acab
(1Rs 21);
ELIAS

 Traz uma singular experiência de Deus: a


“brisa suave” (1Rs 19, 9 – 14); arrebatado
aos céus num “carro de fogo” (2Rs 2, 11 –
12);
 Malaquias: anuncia a “volta de Elias” (Ml 3, 23 – 24);
 Jesus: nova interpretação da “volta de Elias”
(Mt 17, 9 – 13)
ELISEU
ELISEU:

 “Herdeiro” da profecia e do “espírito de Elias” (2Rs


2, 13s);
 Profeta mais popular (2Rs 2 – 13), chamado por
Elias (1Rs 19, 19 – 21);
 Em sua história, há “causos”: narrativas com tons
exagerados, com milagres e ações “esquisitas”;
 Ex.: “milagres aquáticos” (2Rs 2, 14; 2, 21; 5, 10;
6, 6) e “histórias de cunho popular” (2Rs 2, 23 –
24; 4, 1 – 7; 4, 9 – 44; 13, 21).
ELISEU
 CUIDADO: o gosto pelo “extraordinário”. A mensagem mais profunda do
profeta é mais importante.
 A ação profética de Eliseu é fundamental no contexto político em que viveu
(Eclo 48, 13): veja os envolvimentos do profeta em eventos políticos: 2Rs 3,
4 – 27; 6, 8 – 23; 8, 7 – 15; 6, 24 – 7, 2; 9, 1 – 10 e 13, 14 -20.
AMÓS
AMÓS:
 Era camponês (ver Am 7, 14), de Técua, de Judá (Sul); viveu no séc. VII aEC, no
tempo do rei Jeroboão II.
 O lugar de sua ação profética era Betel, o “santuário do rei”.
 Ali, Amós denuncia a falsa prosperidade do Reino de Israel, apoiada no roubo, na corrupção
e na injustiça social (Am 6, 1 – 7).
 Os sacerdotes – líderes religiosos e espirituais – eram cúmplices dessa estrutura, pois
eram funcionários do rei.
 Amós é uma voz que se eleva contra o sistema de exploração e o abandono à Aliança
(projeto do Senhor), mostrando a idolatria escravizadora do culto corrompido.
 As raízes de sua vocação profética se traduzem em
dois termos próprios de Amós: “rugido do Senhor”
(1,2) e a ordem irresistível (3, 3 – 8);
 Suas intervenções e oráculos mostram a opção de
Deus pelos oprimidos, excluídos e injustiçados (ver 2,
6 – 8; 3, 13 – 15; 5, 10 – 13; 8, 4 – 6);
 Entra em conflito com os poderosos: apenas 2 anos
de ação profética – dá pra se ter uma idéia do
quanto incomodava!
 Anunciou a morte do rei, a deportação do povo, a
destruição dos santuários reais e o avanço das tropas
assírias sobre Israel;
 Com Amós, inicia-se a “época de ouro” dos profetas
bíblicos: eleva-se o questionamento do sistema do
poder dos reis e o anúncio da falência dos
prevalecidos.
OSEIAS
OSEIAS

 Luta contra o processo de redução do


Senhor a um ídolo qualquer (Baal):
denunciou a “prostituição” do povo, que
abandonara o Senhor e o trocara por Baal
(Os 4, 2 – 10; 6, 7 – 10; 10, 4; 12, 28 -29);
 Sua experiência pessoal nos informa que
sua esposa o abandonou para prostituir-
se;
 isso serviu de base para denunciar o erro
do povo, que abandonara o Senhor e o
traíra.
 Porém, em Os 1, 2 – 3, 5 quando a esposa do profeta retorna a casa, ele a
acolhe porque a ama! Por isso, a causa da situação difícil do povo era a infidelidade
do povo à Aliança. A saída seria a “conversão” do povo (retorno o Senhor),
traduzindo-se numa sociedade articulada na justiça e no direito, no amor e na
ternura (Os 2, 21; 6, 6) sinais da “bênção do Senhor”.
 Sua pregação foi sem efeito: o povo, de fato, caminhava rumo à ruína e a invasão
assíria foi o “fruto” dessa infidelidade do povo (Esposa) ao Senhor (Esposo).

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