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MECANICA DOS SOLOS I

• PROF. GLAUCO HENRIQUE • CONTEÚDO:


SILVA • 1 – Origem e formação do solo;

• ENGENHEIRO CIVIL E DE • 2 – Identificação do solo

SEG. DO TRABALHO • 2.1 – Análise Granulométrica


• 2.2 – Índices de Consistência
• EMAIL:
glaucoh01@hotmail.com • 2.3 – Identificação Tátil e Visual
(Tamanho das Partículas)
• FONE: 098 99191 2079 • 3 – Classificação do solo
(VIVO) • 4 – Índices Físicos
• 5 – Compactação dos solos
MECÂNICA DOS SOLOS
• A Engenharia Civil tem por finalidade o projeto e a construção de obras
dos mais diversos tipos, tais como edifício e pontes, obras hidráulicas e de
saneamento, barragens e estradas, cada uma delas com características
próprias de projeto e execução.

• A Mecânica dos Solos estuda as propriedades físicas do material solo sob


o ponto de vista da engenharia civil. Mas em alguns casos não consegue
representar um problema através de um modelo matemático simples,
devido a heterogeneidade dos maciços naturais ou compactados e, por
isso, as soluções empíricas são muito frequentes, resultando em um
campo de conhecimento menos exato e cujo desenvolvimento é ainda
muito recente.
1.1 ORIGEM E FORMAÇÃO DO SOLO
• O planeta Terra é constituído por três
camadas:
• A Crosta Terrestre ou Litosfera – com espessura média
de 50 km, é formada inferiormente por rochas basálticas constituindo o
fundo dos oceanos e a base dos continentes e as camadas mais
superficiais formadas predominantemente por rocha granítica;

• O manto – com espessura média de 2.900 km, supõe-se ser


formada por silicatos ferro-magnesianos de massa específica elevada;

• O Núcleo – com raio médio de 3.400 km, supõe-se ser formado de


ferro e níquel.
Origem e Formação dos Solos – cont.
SOLO:
É o material que recobre a crosta terrestre, acima ou abaixo do mar,
resultante do intemperismo das rochas podendo ou não conter
matéria orgânica. (NBR 6502 - Rochas e Solos)
Classificação quanto a origem geológica
Solo Residual⇒que permanecem no local da
decomposição da rocha

Solo Transportado⇒que foram levados ao seu


local atual por alguns agentes de transporte.

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1 - Solos Orgânicos (não estão nos
residuais)
• São aqueles que contem uma quantidade apreciável de matéria orgânica
decorrente de decomposição de origem vegetal ou animal, em vários
estados de decomposição.
• Cor escura e odor característico.

2 - Solos Lateríticos
• Tem na sua constituição minerais de caulinita e apresentam elevada
concentração de ferro e alumínio na forma de óxidos e hidróxidos conferindo
uma coloração vermelha. São geralmente não saturados e com um elevado
índice de vazios. Quando compactados apresentam uma boa capacidade
suporte.

Obs.: Laterização ou latorização – É um processo de ação química nas regiões


tropicais de clima úmido e estações chuvosas e secas alternadas, segundo o qual,
por lixiviação, processa-se a remoção da sílica coloidal e o enriquecimento do solo
com ferro e alumina.
Depósitos lateríticos – Minério de Ferro

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Perfil Geotécnico típico de Solo Residual

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As rochas podem ser classificadas de formas variadíssimas e uma delas é quanto à sua
origem.
Desta forma as rochas podem ser classificadas em:

Rochas Sedimentares - são as rochas formadas através do acumular de detritos,


que podem ser orgânicos ou gerados por outras rochas.
ex.: cálcário, brecha; arenito

Rochas Magmáticas – são rochas que resultam da solidificação e consolidação do


magma.
ex.: basalto ; gabro; andesito; obsidiana

Rochas Metamórficas - são as rochas formadas através da deformação de outras


rochas, magmáticas ou sedimentares, devido a alterações de condições ambientais, como a
temperatura e a pressão.
ex.: gneisse forma-se a partir do granito; o mármore forma-se a partir do calcário.
Formação de rochas
magmáticas
Formação de rochas
Formação de rochas metamórficas
sedimentares
1.3 composição química e
mineralógica dos solos
• Os minerais encontrados nos solos são os mesmos das rochas de origem
(minerais primários) e aqueles que se formam da decomposição (minerais
secundários)
Obs.: As principais características dos minerais sólidos de interesse da
Engenharia é a densidade e a dureza.
A densidade da maioria dos minerais sólidos enquadram-se entre 2,65 e 2,85
(g/dm3), para minerais de ferro, como a magnetita, considera-se 5,2;
A dureza de um mineral refere-se, por comparação, ao número indicativo da
escala de mohs (onde um elemento risca os precedentes):

1 – Talco laminar; 2 – Gesso cristalizado; 3 – Calcita; 4 – Fluorita; 5 – Apatita;


6 – Ordósia; 7 – Quartzo; 8 – Topázio; 9 – Corindon; 10 - Diamante;
Obs.: a partir do 5 todos riscam o vidro
1.4 (cont.) Composição Química
Quanto a composição química dos principais minerais componentes dos
solos grossos (ᴓ > 0,075mm), destacamos os seguintes agrupamentos:

• SILICATOS – feldspatos, mica, quartzo, serpentina, clorita, talco;


• ÓXIDOS – hematita, magnetita, limonita
• CARBONATOS – calcita, dolomita;
• SULFATOS – gesso e anidrita

Quanto a composição dos solos finos (< 0,0074) as argilas apresentam


uma complexa constituição química, sendo constituídas basicamente de
SiO2 em forma coloidal.
2 – IDENTIFICAÇÃO DO SOLO
• Para identificação dos solos a partir das partículas que
os constituem, são empregados correntemente dois
tipos de ensaios, a análise granulométrica e os índices
de consistência, além da Identificação Tátil e visual do
solo
• Para o reconhecimento do tamanho dos grãos de um
solo, realiza-se a análise granulométrica, que consiste,
em geral, de duas fases: peneiramento e sedimentação
• Índices de Consistência: Limite de Liquides, Limite de
Plasticidade e Índice de Plasticidade e serve para
identificar a transição entre os estados: seco, plastico e
liquido do solo.
2.1 – Identificação dos solos -
ensaios
• Análise Granulométrica;
• Índice de Consistência.
• Identificação Tátil e Visual do solo

2.1.1 – Análise Granulométrica:

O objetivo primordial da análise granulometria é obter a curva


granulométrica de um solo. Através da curva granulométrica pode-se
estimar as percentagens (em relação ao peso seco total),
correspondentes a cada fração granulométrica do solo.

A curva granulométrica é a representação gráfica das dimensões das


partículas que contém um determinado solo e das proporções em que se
encontra.

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ANÁLISE
GRANULOMÉTRICA POR
PENEIRAMENTO
2.1 – ANÁLISE GRANULOMÉTRICA –
NBR-7181/ABNT – Análise Granulométrica de Solos
•Ensaios
Solos granulares: Solos finos:
Pedregulho Areia Silte Argila

0.075 mm (USCS)
0.06 mm (BS) (Hong Kong)

(Head, 1992)

Peneiramento Sedimentação
20
DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA –
PROCEDIMENTOS
O procedimento experimental para o ensaio de granulometria divide-se em três partes que são:
- Peneiramento Grosso
- Peneiramento Fino
- Ensaio de Sedimentação

Peneiramento Grosso:
O peneiramento grosso é realizado utilizando-se a quantidade de solo que fica retida na #10 (2,00mm),
no momento da preparação da amostra.
Peneiramento Fino:
O peneiramento fino é realizado utilizando-se cerca de 120g de solo que consegue passar na #10
(2,00mm).
Sedimentação:
Para a realização do ensaio de sedimentação, utiliza-se a amostra, obtida conforme
descrito anteriormente, para o peneiramento fino, com uma amostra de peso entre 50 e 100g
Colocando-a em imersão (6 a 24hs) com defloculante (solução de hexametafosfato de sódio), agita-se
então essa mistura no dispersor elétrico por 5 a 15min. Transfere-se então essa mistura para uma
proveta graduada, e efetua-se leituras do densímetro nos instantes de 30s, 1min, 2, 4, 8, 15, 20min, 1h,
2, 4, 8, 24h.
ANÁLISE
GRANULOMÉTRICA POR
PENEIRAMENTO
Análise granulométrica por
Sedimentação
• ‘
DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA –
EQUIPAMENTOS DE ENSAIO
• Os principais equipamentos e utensílios utilizados na análise
granulométrica são:
• - Balança
• - Almofariz e mão de grau
• - Cápsulas para determinação de umidade
• - Estufa
• - Jogo de peneiras (50|38|25|19|9,5|4,8|2,38|2|1,2|
0,6|0,42|0,29|0,15|0,075mm)
• - Agitador de peneiras e dispersor elétrico
• - Proveta graduada de 1000ml
• - Densímetro graduado de bulbo simétrico
• - Termômetro
• - Cronômetro
GRADUAÇÃO DOS SOLOS

Um solo bem graduado apresenta uma distribuição proporcional do


tamanho de partículas, de forma que os espaços deixados pelas partículas
maiores sejam ocupados pelos menores. Neste caso os grãos menores
"cabem" exatamente dentro dos vazios formados pelos grãos maiores e,
portanto, são solos que quando bem compactados podem atingir massas
específicas muito altas e conseqüentemente elevadas resistências.

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CONSIDERAÇÕES GERAIS

• Por meio da análise granulométrica verificou-se que a maior parte dos


solos naturais contêm grãos representativos de duas ou mais frações,
• Solos uniformes grossos ou muito grossos são comuns, mas solos
uniformes muito finos ou coloidais são encontrados muito raramente.
• Todas as argilas contêm constituintes finos, muito finos e coloidais e
algumas argilas contêm mesmo partículas grossas;
• Os solos granulares são perfeitamente identificáveis por meio de suas
curvas granulométricas. Isto é, areias e pedregulhos de iguais curvas
granulométricas comportam-se, na prática, semelhantemente.
• Para os solos "finos” somente a curva granulométrica não é suficiente para
prever seu comportamento. Toma-se também necessário que se conheça a
forma das partículas, que por sua vez depende da constituição
mineralógica. Portanto, podem ser encontrados siltes, argilas e materiais
argilosos de mesma curva granulométrica cujos comportamentos não sejam
semelhantes. 26
Curvas granulométricas de alguns
solos brasileiros
Tamanho dos Grãos

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Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT/NBR 6502/95) – Terminologia - Rochas e
Solos.
• Bloco de rocha – Fragmentos de rocha
com diâmetro superior a 1,0 m.

• Matacão – Fragmentos de rocha com


uma dimensão compreendida entre 20 cm
e 1,0 m.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR
6502/95) – Terminologia - Rochas e Solos.

• Solos Granulares:
• Pedregulho – Solos formados por minerais ou
partículas de rocha, com diâmetro compreendido
entre 2,0 mm e 60,0 mm. Quando arredondados ou
semi-arredondados, são denominados cascalhos ou
seixos.

• Areia – Solo não coesivo e não plástico formado por


minerais ou partículas de rochas com diâmetros
compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm. As areias de
acordo com o diâmetro classificam-se em: areia fina
(0,06 mm a 0,2 mm), areia média (0,2 mm a 0,6 mm)
e areia grossa (0,6 mm a 2,0 mm).
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR
6502/95) – Terminologia - Rochas e Solos.

• Solos finos:
• Silte – Solo que apresenta baixa ou nenhuma plasticidade,
baixa resistência quando seco ao ar. É formado por partículas
com diâmetros compreendidos entre 0,002 mm e 0,06 mm.

• Argila – Solo de graduação fina constituída por partículas


com dimensões menores que 0,002 mm. Apresentam
características marcantes de plasticidade; quando
suficientemente úmido, moldam-se facilmente em diferentes
formas, quando secas apresenta coesão suficiente para
construir torrões dificilmente desagregáveis por pressão dos
dedos. Caracteriza-se pela sua plasticidade, textura e
consistência em seu estado e umidade naturais.
Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT/NBR 6502/95) – Terminologia - Rochas e
Solos.
Tipo de solo Tamanho dos grãos

BLOCO DE ROCHA > 1,00 M

MATACÃO 1,00 M < GRÃOS> 0,20 M

SOLOS PEDREGULHO 60,00MM < GRÃO> 2,00 MM


GRANULARES
AREIA 2,00 MM < GRÃO> 0,06 MM

SOLOS SILTE 0,06 MM < GRÃO> 0,002 MM


FINOS
ARGILA GRÃO < 0,002 MM

32
Tamanho de Grão

USCS 4.75 0.075


Obs.: a maior concentação de
uma dessas frações, identificada
na análise granulomética é
ABNT 2.0 0.06 0.002
determinante na nomeclatura
da amostra estudada.
Ex.: denominação de um
USCS: Unified Soil Classification
material arenosiltoso – significa
ABNT: Associação Brasileira de que a concentação de areia é
Normas Técnicas (6502/95) maior que a de silte.
Unid.: mm
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2.2 - INDICES DE CONSISTÊNCIA DO
SOLO - Limites de Atterberg
• Só a distribuição granulométrica não caracteriza bem o
comportamento dos solos sob o ponto de vista da
engenharia. A fração fina dos solos tem uma
importância muito grande neste comportamento.
Quanto menores as partículas, maior a superfície
específica (superfície das partículas dividida por seu
peso ou por seu volume)
• Os limites se baseiam na constatação de que um solo
argiloso ocorre com aspectos bem distintos conforme o
seu teor de umidade. Quando muito úmido, ele se
comporta como um líquido; quando perde parte de sua
água, fica plástico; e quando mais seco, torna-se
quebradiço.
2.1 – Identificação dos solos – índices
de consistência
• 2.2.1 – Consistência do Solo:

Todo solo argiloso dependendo do seu teor


de umidade poderá apresentar
características iguais às de um líquido ou de
um sólido. Entre estes dois estados limites,
o solo passará ainda por outros dois
estados, o plástico e semi-sólido.
ESTADOS DE CONSISTÊNCIA – SOLOS ARGILOSOS

• Estado líquido – propriedades e aparência de uma suspensão;


• Estado plástico – propriedade de plasticidade;
• Estado semi-sólido – aparência de sólido, porém sofre variações de
volume quando secado;
• Estado sólido – não ocorre mais variação de volume pela secagem.
Segundo a consistência as argilas classificam-se:

Muito mole, se escorre entre os dedos, quando apertada nas mãos;

Mole, se pode ser facilmente moldada pelos dedos;

Média, se pode ser moldada pelos dedos;

Rija, se requer grande esforço para ser moldada pelos dedos;

Dura, se não pode ser moldada, e quando submetida à grande esforço


os torrões desagregam-se. 37
Limites de Atterberg
• Limites de Atterberg:
• Limite de Liquides
• Limite de Plasticidade
• Limite de Contração
• Indice de plasticidade
2.2 – INDICES DE CONSISTÊNCIA DO
SOLO - Limites de Atterberg
Representação gráfica Limites de
Atterberg
Limites de Atterberg dos solos -
Laboratório
• O Limite de Liquidez é definido como o teor de
umidade do solo com o qual uma ranhura nele
feita requer 25 golpes para se fechar numa
concha, como ilustrado na Figura.
Limites de Atterberg dos solos -
Laboratório
• Determinação do Limite de Liquidez:
Diversas tentativas são realizadas, com o solo
em diferentes umidades, anotando-se o número
de golpes para fechar a ranhura, obtendo-se o
limite pela interpolação dos resultados. O
procedimento de ensaio é padronizado no Brasil
pela ABNT (Método NBR 6459).
Limites de Atterberg dos solos -
Laboratório
• DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE PLASTICIDADE:
• O Limite de Plasticidade é definido como o
menor teor de umidade com o qual se
consegue moldar um cilindro com 3 mm de
diâmetro, rolando-se o solo com a palma da
mão. O procedimento é padronizado no Brasil
pelo Método NBR 7180.
Limites de Atterberg dos solos -
Laboratório
Limites de Atterberg dos solos –
Aparelho Casagrande
• Aparelho casa grande
Limites de Atterberg dos solos -
Laboratório
Limites de Atterberg dos solos -
Laboratório
Índices de Atterberg de alguns solos
brasileiros

Solos LL% IP%

Residuais de arenito (arenosos finos) 29 - 44 11 - 20


Residual de gnaisse 45 – 55 20 –25
Residual de basalto 45 – 70 20 –30
Residual de granito 45 – 55 14 – 18
Argilas orgânicas de várzeas quaternárias 70 30
Argilas orgânicas de baixadas litorâneas 120 80
Argila porosa vermelha de São Paulo 65 a 85 25 a 40
Argilas variegadas de São Paulo 40 a 80 15 a 45
Areias argilosas variegadas de São Paulo 20 a 40 5 a 15
Argilas duras, cinzas, de São Paulo 64 42
Limites de Atterberg dos solos –
EXERCÍCIO
• 01) Determinar o índice de plasticidade e o estado de
consistência de uma argila que apresenta um teor de umidade
de 30%, limite de liquidez de 38% e limite de plasticidade de
15%:

• 02) Um solo argiloso foi classificado em um perfil de


sondagem como “argila de consistência mole”. Sobre uma
amostra deste solo, coletada durante a sondagem, foram
realizados ensaios de consistência em laboratório e obtidos os
seguintes dados: teor de umidade de 53%, limite de liquidez
de 75% e limite de plasticidade de 40%. Verificar se a
classificação prévia está correta:
EXERCÍCIO – cont.
• 03) Dos ensaios de caracterização realizados com dois solos
argilosos foram obtidos os resultados dos limites de Atterberg:
SOLO A – LL = 70% e LP = 40%; SOLO B – LL = 55% e LP = 40%.
Indicar a consistência apresentada por estes solos quando o teor de
umidade destes materiais for de 45%.

• 04) Quais são os principais limites de consistência? O que


significam? Em que solos são determinados e com que finalidade?
• Resposta: Limite de Liquidez, Limite de Plasticidade, Limite de
contração.
• Indicam a mudança de estado do solo em: Solido, plástico e liquido
• Determinados em solos finos.
EXERCÍCIO – cont.
05) São listados a umidade natural e os limites de consistência de seis solos
diferentes. Para todos os solos determinar o índice de plasticidade
(caracterizar quanto a plasticidade) e o estado de consistência em campo.

PROPRIEDADE SOLO 1 SOLO 2 SOLO 3 SOLO 4 SOLO 5 SOLO 6


UMIDADE 27 14 14 24 11 72
LL 13 35 25 35 - 60
LP 8 29 19 18 NP 28
CONSISTÊNCIA
Exercício – cont.
• 06) Fornecidos os dados abaixo, determine o LL do solo.
• Umidade (%) Nº de Golpes
- 15,0 50
– 26,0 40
– 34,0 20
– 40,0 15
• 07) Um solo apresenta LL = 65% e IP = 25%. O seu teor de
umidade natural é 45%. Qual o seu estado de consistência?

• 08) Um solo tem LL = 57%, IP = 28 e hnat = 32%. Qual a sua


consistência?
Determinação LL
INDICES DE CONSISTÊNCIA – LIGAÇÕES ENTRE PARTÍCULAS FINAS
COESÃO VERDADEIRA

Grãos Finos (argilas): Ligação das particulas ocorre através da


existência de um cimento natural aglutinando os grãos de solo entre si,
ou ligação através da coesão verdadeira. Ambas acontecem mesmo que
sobre a estrutura de solo não atua nenhuma pressão externa.

Coesão verdadeira: Eventual ligação entre os grãos exercidos pelo


potencial atrativo de natureza molecular ou coloidal que é responsável pela
formação da camada de água adsorvida (água adesiva) envolvendo os
grãos, (contribui para o aumento da ligação entre os grãos).

A água, em contato com a superfície de uma partícula adere a ela, com tal força que
se torna “sólida”, formando uma película com a mesma carga eletrostática que ela.
Essa força de adesão, nas menores partículas de argila pode atingir a ordem de
grandeza de vinte toneladas por centímetro quadrado. Em contato com a água
adesiva de outra partícula, passam a agir forças intermoleculares e tensões de
superfície, e as películas se “colam” com força inversamente proporcional ao
diâmetro das partículas e à distancia entre seus pontos mais próximos (pontos de
contato).
LIGAÇÕES ENTRE PARTÍCULAS FINAS- COESÃO VERDADEIRA

A coesão é tanto maior quanto menores forem os diâmetros das


partículas e maior o seu grau de “achatamento”. Em linguagem
popular, é o “grudar” ou “colar” entre partículas. Observe que só existe
coesão (entre partículas muito pequenas) havendo água, que muita
água diminui a coesão e pouca água a aumenta.

56
PLASTICIDADE – SOLOS ARGILOSOS

É a propriedade de certos sólidos serem moldados sem variação de


volume. É um estado circunstancial. Nos solos, a forma lamelar de seus
grãos permite um deslocamento relativo das partículas, sem
necessidade de variação de volume. Depende do teor de umidade.
Alguns autores definem a plasticidade como a propriedade que um solo
tem de experimentar deformações rápidas, sem que ocorra variação
volumétrica apreciável e ruptura.

Quanto à Plasticidade as argilas


podem ser Gordas (muito plásticas) ou
Magras (pouco plásticas).

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2.3 – Identificação dos solos –
Identificação Visual
•2.3.1 – Textura dos solos
•A textura de um solo é sua aparência ou “sensação ao
toque” e depende dos tamanhos relativos e formas das
partículas, bem como da faixa ou distribuição desses
tamanhos.

Solos granulares: Solos finos:


Pedregulhos Areias Siltes Argilas

0.075 mm (USCS)
0.06 mm (BS)
USCS: Unified Soil
Peneiramento Sedimentação Classification
BS: British Standard
2.3.2 –Formas
Identificação dos solos
das Partículas
– FORMA DAS PARTICULAS
Arredondadas

ESFÉRICA
(areias)
Angulares

LAMELARES
(argilas)
FIBRILARES
(argilas)

Caulinita Ilita

59
Forma da Partícula

Solos
Arredondada Subarredondada
granulares

Subangular Angular
 Importante para solos granulares (Holtz and Kovacs, 1981)
 Partículas angulares  maior atrito
 Partículas arredondadas  menor atrito

60
Formas das Partículas

61
2.3.3) IDENTIFICAÇÃO VISUAL E TÁCTIL
DO SOLO – TESTES MANUAIS
• A medida que um solo vai sendo coletado, ele passa por uma identificação visual e táctil
no campo que é ,eventualmente, repetida em laboratório visando uma confirmação. Deve-
se identificar e anotar:
• 1) Ocorrência, ou não, de material estranho ao solo (raízes, pequenas conchas, matérias
orgânicas, etc.);

• 2) A cor natural da amostra (obs: variegada=várias cores);

• 3) Teor de umidade;

• 4) Em solos granulares, minerais reconhecíveis;

• 5) Odores estranhos;

• 6) Granulometria.

• Com excessão da granulometria todas as outras observações são imediatas.

• Além da necessidade de água corrente, a aparelhagem utilizada no ensaio é a mais


simples possível: bisnaga de borracha; proveta; recipiente de vidro; almofariz de
porcelana e mão de borracha.
TESTES MANUAIS

1) Teste visual e táctil


1.1) Areias: São àsperas ao tato, quando misturada com água. Quando
secas, suas partículas são visíveis a olho nu e permitem, muita vezes, o
reconhecimento de minerais.
1.2) Siltes: Quando secos são menos àsperos que a areia, mas perceptíveis
ao tato.
1.3) Argilas: Quando secas tem uma sensação de farinha ao tato. Com
água, tem a semelhança de uma pasta de sabão escorregadia.
2) Teste de sujar as mãos
Esfregar uma pasta de solo com água na palma da mão, colocando-se em
seguida sob água corrente:
2.1) Areias: Lava-se facilmente.
2.2) Siltes: Leve fricção após tempo de fluxo de água superior ao anterior.
2.3) Argilas: Rigorosa fricção após longo tempo de fluxo de água.
63
TESTES MANUAIS

3) Teste de desagregação do solo submerso


Colocar torrão em recipiente com água, sem deixar totalmente
submerso:
3.1) Areias: Não formam torrões.
3.2) Siltes: Rápida desagregação.
3.3) Argilas: Lenta desagregação.

4) Teste de resistência à seco


Apertar entre os dedos torrões de solo seco.
4.1) Areias: Nenhuma resistência.
4.2) Siltes: Média resistência.
4.3) Argilas: Grande resistência. 64
3 – CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
• O solo, sendo um material que ocorre na natureza nas
mais diversas formas, para ser utilizado como fundação
ou material de construção, necessita ser classificado
de modo que se possam formular métodos de
projetos baseados em algumas propriedades de cada
grupo.
• Deste modo, foram desenvolvidos vários sistemas de
classificação, cada um adequado a uma utilização dos
solos ou a métodos de projeto.
• A) classificação Textural
• B) Classificação TRB/HRB
• C) Classificação Unificada (SUSC)
A) Classificação Textural – (USDA)
• Esse método de classificação baseia-se nos limites
granulométricos, como os descrito pelo sistema do USDA, ou
seja:
• Tamanho das partículas de areia: 2,00 a 0,05 mm;
• Tamanho das partículas de silte: 0,05 a 0,002 mm;
• Tamanho das partículas de argila: menor que 0,002 mm
Classificação textural do USDA
Exemplo da classificação textural do
USDA
• Classifique o solo abaixo indicado de acordo
com o sistema de classificação textural do
USDA:
Solo Distribuoição granulométrica (%)

Areia 30
Silte 40
Argila 30
B) Classificação TRB (Transportation
Research Board)
• Na classificação da TRB (antigo HRB – Highway Research Board), os
solos são reunidos em grupos e subgrupos, em função de sua
granulometria, Limites de Consitência e do Índice de Grupo.
• Nesse sistema o solo é classificado em 7 grandes grupos: A-1, a A-7.
• Os solos pertencentes aos grupos A-1,A-2 e A-3 são materiais
granulares nos quais 35% ou menos das partículas passam pela
peneira nº200 (0,075 mm)
• Os solos pertencentes aos grupos A-4 a A-7 tem mais de 35% das
partículas passando pela peneira nº 200. Esses solos contém
principalmente materiais do tipo silte e argila.
• Neste quadro, o grupo do solo é classificado por processo de
eliminação, da esquerda para a direita, sendo que esse sistema de
classificação liga-se intimamente ao método de dimensionamento
de pavimentos pelo Índice de Grupo.
Critérios de análise – Classificação TRB
1 – Tamanho dos grãos
a) Pedregulho: fração que passa na peneira de 75mm e
fica retido na peneira de 2mm(nº10)
b) Areia: fração que passa na peneira de 2 mm e fica
retido na peneira de 0,075mm (nº 200)
c) Silte e Argila: fração que passa na peneira nº 200
(0,075 mm)
2 – Plasticidade: O termo siltoso é usado quando a parte
fina do solo tem IP de 10 ou menos. Já o termo argiloso é
aplicado quando o IP de 11 ou mais.
3 – Em caso de ocorrência de matacões (maiores que 75
mm), apenas registra-se a percentagem desse material.
Variação do LL e do IP para solos dos
Grupos A-2, A-4, A-5, A-6 e A-7
INDICE DE GRUPO - IG
• IG = (F200 -35).[0,2+0,005(LL-40)]+0,01(F200 – 15).(IP – 10)
Onde:
F200 = percentagem que passa pela peneira nº 200
LL = limite de liquidez
IP = índice de plasticidade
OBSERVAÇÕES:
1. Se o IG resultar em um valor negativo, é considerado o valor de IG = 0,00;
2. O IG é arredondado para o valor inteiro mais próximo (por exemplo, IG = 3,4 é
arredondado para 3,00 e IG = 3,5 é arredondado para 4,00;
3. Não há limite superior para o IG;
4. O IG de grupos de Solos pertencentes ao grupos A-1-a, A-1-b, A-2-4, A-2-5, e A-3 é sempre
0,00;
5. Ao calcular o IG para solos que pertencem aos grupos A-2-6 e A-2-7, use o índice do grupo
parcial para o IP, ou IG = 0,01(F200 – 15) . (IP-10)
• Em geral, a qualidade do desempenho de um solo como
um material de subleito é inversamente proporcional ao
índice de grupo (IG)
EXERCÍCIO
• De acordo com os valores abaixo, determine
qual o melhor material para ser usado em um
corpo de aterro de uma rodovia:
SOLO 1 SOLO 2

F 200 = 30% F200 = 43%

LL = 20% LL = 43%

IP = 6 IP = 15

IG = IG =
EXERCÍCIO 2
• Classifique os solos abaixo utilizando o
sistema TRB a partir dos dados da fração que
passa na peneira nº 40 indicados abaixo:

Nº do solo Análise granulométrica Limite de Limite de


(% que passa) liquidez plasticidade

Nº 10 Nº 40 Nº 200
1 98 80 50 38 29
2 100 92 80 56 23
3 100 88 65 37 22
4 85 55 45 28 20
5 48 28 6 - NP
6 92 74 32 44 35
Exemplo classificação do solo - TRB
• O resultado da análise granulométrica de um solo:
• Percentual que passa na peneira nº 10 = 100;
• Percentual que passa na peneira nº 40 = 80;
• Percentual que passa na peneira nº 200 = 58;
• O LL = 30% e o IP = 10. Classifique o solo de acordo com a classificação TRB
(AASHTO):
• IG = (F200 -35).[0,2+0,005(LL-40)]+0,01(F200 – 15).(IP – 10)
• RESPOSTA:
• Para 58% passante na peneira 200 temos o enquadramento em silte e
argila (grupo A-4,A-5,A-6ou A-7).
• Para o LL = 30% e o IP = 10 == Então, o solo será classificado como A-4
• Determinação do IG:
• IG = (F200 – 35).[0,2+0,005(LL-40)] + 0,01(F200 – 15).(IP-10)
• IG = (58 – 35).[0,2 + 0,005.(30 – 40)] + 0,01(58 – 15).(10-10)
• IG = 3,45 => IG = 3,00
Exercício 2 –Classificação TRB
• 95% de um solo passa pela peneira nº 200 e
apresenta um LL = 60% e IP = 40. Classifique o
solo de acordo com o sistema TRB.
• RESPOSTA:
• Para 95% passante na peneira 200 temos o
enquadramento em silte e argila (grupo A-4,A-
5,A-6ou A-7
• Para LL = 60% e IP = 40 temos o
enquadramento em A7
• Com a análise do gráfico (figura 5.2)  A-7-6
Exemplo classificação do solo - TRB
• O resultado da análise granulométrica de 2 amostras de solo são as presentadas
abaixo, determine a classificação do solo conforme a classificação TRB e qual deles
deverá ser utilizado em um corpo de aterro:
• Solo A
• Percentual que passa na peneira nº 10 = 45%;
• Percentual que passa na peneira nº 40 = 25%;
• Percentual que passa na peneira nº 200 = 40%;
• LL = 30% e o IP = 6.
• SOLO B
• Passante na peneira nº 10 = 100 %;
• Passante na peneira nº 40 = 87%;
• Passante na peneira nº 200 = 26%;
• LL = 28% e IP = 9

• IG = (F200 -35).[0,2+0,005(LL-40)]+0,01(F200 – 15).(IP – 10)


• RESPOSTA:
Exercício 3 – Classificação TRB
• Classifique o seguinte solo de acordo com o sistema de classificação
TRB:
• Passante na peneira nº 10 = 90%
• Passante na peneira nº 40 = 76%
• Passante na peneira nº 200 = 34%
• LL = 37%
• IP = 12
• RESPOSTA:
• Para 34% passante na peneira 200 então o solo é um material
GRANULAR (grupo A-1,A-2,A-3);
• Para LL = 37% e IP = 12 temos o enquadramento em A-2-6
• IG = 0,01(F200 – 15) . (IP-10);
• IG = 0,01(34-15)*(12-10)  IG = 0,38 => IG = 0,00
C) Sistema Unificado de Classificação
de Solos (SUCS)
• O SUCS baseia-se na identificação dos solos de acordo
com as suas qualidades de textura e plasticidade e
reúne-os de acordo com seu comportamento quando
usados em estradas, aeroportos, aterros e fundações.
• Esse sistema classifica o solo em 2 grandes categorias
• 1 – SOLOS DE GRADUAÇÃO GROSSA – Pedregulho e
areia, cujo material que passa pela peneira nº200 é
menor que 50%. Os simbolos de grupo começam por G
(pedregulho ou solo Pedregulhoso) ou S (areias ou solo
arenoso)
C) Sistema Unificado de Classificação
de Solos (SUCS) –cont.
2 – SOLOS DE GRADUAÇÃO FINA – SILTE E ARGILA, cujo
material que passa na peneira 200 é de 50% ou mais da
quantidade analisada.
Os simbolos utilizados começam com o prefixo M (silte
inorgânico), C( argila inorgânica) ou O (siltes e argilas
orgânicas)
Outros simbolos utilizados são:
• W – bem graduado
• P – Mal gaduado
• L – baixa plastidicade (limite de liqudez < 50%)
• H – alta plasticidade (limite de liquidez > 50%)
Resumo da simbologia utilizada no Sistema Unificado de Classificação do
Solo é a seguinte:
GPedregulho (gravel)
SAreia (sand)
CArgila (clay)
WBem graduado (well graded)
PMal graduado (poorly graded)
MSilte (mo)
OOrganico (Organic)
LBaixa compressibilidade (low)
HAlta compressibilidade (high)
PtTurfa (peat)
C) Sistema Unificado de Classificação
de Solos (SUCS) – cont.
Para uma classificação correta de acordo com esse sistema é importante conhecer as
seguintes informações:

1 – Percentual de pedregulho, ou seja, fração que passa na peneira de 76,2 mm e fica


retido na peneira nº 4 (4,75 mm)
2 – Percentagem de areia, ou seja, a fração que passa na peneira nº 4 e fica retido na
peneira nº 200 (0,075 mm)
3 – Percentagem de silte e argila, ou seja, percentual que passa na peneira 200 (0,075
mm)
4 – Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade da porção de solo que passa na peneira
nº 40
5 – Coeficiente de uniformidade (Cun) e o Coeficiente de curvatura (Cc)
𝐷 60 𝐷30 2
• 𝐶𝑢𝑛 = e Cc =
𝐷 10 𝐷60 𝑋 𝐷10
Ex: Classifique o solo pelo SUCS: Retido na peneira nº10=30%; passa na #200=20%; da
fração fina, LL=40% e LP=25%.
Terminologia utilizada no SUCS
Grupos de solos

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