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TRANSFORMADORES DE POTENCIAL E

CORRENTE
EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Os Transformadores de Potencial – TP e os Transformadores de Corrente – TC são


equipamentos amplamente utilizados em todos os tipos de subestações, independentemente
da tensão e potência envolvida;

- Estes equipamentos são utilizados para fazer a medição tanto da tensão quando da corrente
quando estes possuem valores muito elevados para serem medidos diretamente;

- Desta forma os TCs e TPs reduzem os valores em seus terminais primários para valores
menores e padronizados em seus secundários;

- Outra característica importante destes equipamentos é a classificação quanto a finalidade


deste, se este será utilizado para proteção de equipamentos ou medição para faturamento;

- Sendo que estas duas classes de TC e TP possuem características construtivas específicas;

- Desta forma um TC para proteção não funcionará de maneira correta se utilizado em


equipamentos de medições precisas, e vice versa.
EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Transformador de potencial: são instrumentos que permitem aos instrumentos


de medição e proteção funcionarem adequadamente sem que seja necessário possuir tensão
de isolamento de acordo com a da rede à qual estão ligadas;

- Na sua forma mais simples, os transformadores de potencial possuem um enrolamento


primário de muitas espiras e um enrolamento secundário através do qual se obtém a tensão
desejada, normalmente nos valores padrões de 115 V ou 66 V;

- Os TPs também são classificados conforme outras características como construtivas, classe
de exatidão, relação de transformação, grupo de ligação, potência térmica, nível de
isolamento e carga nominal;

- Características Construtivas:

- TP’s Indutivos: são utilizados tanto na média quanto na alta tensão;

- Seu princípio de funcionamento é a mesma de um transformador indutivo comum.


EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

Figura 1 – TP indutivo.
EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- TP’s Capacitivos: são mais utilizados em tensões superiores a 138kV;

Figura 2 – TP capacitivo numa subestação.


EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Relação de Transformação nominal: Definida a partir de ensaios, cujas


condições sob as quais os TPs devem ser ensaiados estão estabelecidas em normas;

- Deve detectar a qualidade e o comportamento provável nas instalações;

- Classes (ABNT, ANSI): 0,3, 0,6 e 1,2;

- Estes valores indicam o erro máximo de medição que o TP pode apresentar, se este operar
em condições normais e tensão nominal com variação de 10%;

- De acordo com a ABNT os TPs utilizados em medição de energia elétrica para fins de
faturamento (medição) devem possuir uma classe de exatidão de 0,3;

- Para fins de proteção é indicada a classe 0,6 e para medição indicativa de tensão a classe 1,2;

- Em casos de laboratórios, usa-se a classe de exatidão 0,1, que são mais precisos que os
demais.
EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Classe de Exatidão: é a relação entre os valores nominais de tensão primária


e secundária para as quais o TP foi projetado;

- A relação nominal é indicada na placa do TP;

- Grupo de ligação: define como serão ligados os primários dos TPs, Grupo 1
p/ligação Fase-Fase, Grupo 2 Fase-Terra e Grupo 3 Fase-Terra com aterramento
deficiente;

Figura 3 – TP fase-terra e fase-fase.


EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Potência Térmica: segundo ABNT: EB-251.1 TPs do grupo de ligação 1


(projetados para ligação entre fases) e do grupo de ligação 2 (projetados para
ligação entre fase e neutro de sistemas aterrados): a potência térmica nominal
não deve ser inferior a 1,33 vezes a carga mais alta em VA, referente à exatidão do
TP;

- TPs do grupo de ligação 3 (projetados para ligação entre fase e neutro de sistemas
onde não se garante a eficiência do aterramento): a potência térmica nominal
não deve ser inferior a 3,6 vezes a carga mais alta em VA, referente à exatidão do
TP;

- Nível de Isolamento: especifica o TP quanto às condições que o isolamento


deve satisfazer em termos de tensão suportável;

- Segundo ABNT-EB-251.1, tensões máximas de operação: máxima tensão de linha


para o qual o equipamento foi projetado;
EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Em corrente alternada é dada o valor eficaz e a tensão máxima não é


necessariamente a tensão máxima de operação do sistema, e na prática a tensão
máxima de operação do TP é superior a tensão do circuito (13,8kV/15kV);

- Carga Nominal: As cargas nominais dos TPs são padronizadas e representam


a Potência Aparente (VA) que o equipamento terá que suprir nos terminais do seu
secundário.

Figura 3 – Cargas padronizadas (ABNT).


EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- No dimensionamento da carga nominal de um TP a ser empregado numa


instalação, poderá ser necessário considerar a resistência elétrica dos condutores
que ligam os instrumentos;

- Considerando que o instrumento fique a 25m do TP e ligados por um fio de cobre


de 5,3/km (AWG No 12 ou 2,5mm²), haveria uma perda de 0,028W, desprezível
na carga de 20,21VA imposta pelos instrumentos, porém para distâncias maiores,
este item deve ser considerado;

- O exemplo dado serve somente como orientação de dimensionamento.


EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Transformador de Corrente: são instrumentos que permitem aos instrumentos


de medição e proteção funcionarem adequadamente sem que seja necessário possuir a
corrente nominal de acordo com a da rede à qual estão ligadas;

- Na sua forma mais simples, TCs possuem um enrolamento primário de poucas espiras e um
enrolamento secundário através do qual se obtém corrente desejada, normatizada em 5 A;

- Os TC’s também são classificados conforme outras características, da mesma forma como
os TPs (classe de exatidão, potência térmica e nível de isolamento);

- Particularidades dos TC’s:

- O secundário do TC nunca deve ficar aberto: quando o primário do TC está alimentado, o


seu secundário nunca deve ficar aberto;

- Ao retirar o instrumento do secundário, o enrolamento deve ser curto-circuitado (fio


condutor de baixa resistência), devido as seguintes razões:
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- I1 é fixada pela carga ligada ao circuito externo. Se I2=0, o secundário está aberto, e não
haverá efeito desmagnetizante desta corrente e a corrente de excitação (I0) passa a ser a
corrente I1;

- I1 origina um fluxo muito elevado no núcleo;

- Como conseqüências, surge o aquecimento excessivo e destruição do isolamento do contato


dos circuito primário e secundário;

- Uma fem induzida E2 de alto valor que pode gerar perigo ao operador;

- Ainda o fluxo muito elevado danifica o TC;

- A magnetização forte do núcleo altera suas características de funcionamento e precisão;

- Por este motivo nunca se utiliza fusível no secundário dos TC’s.


EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Formas construtivas dos TC’s:

- Tipo enrolado: o enrolamento primário, de uma ou mais espiras, envolve mecanicamente o


núcleo;

Figura 4 – TC tipo enrolado.


EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Tipo barra: o primário é constituído por uma barra, montada permanentemente através do
núcleo do TC;

Figura 5 – TC tipo barra.


EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Tipo janela: TC sem primário próprio, construído com uma abertura através do núcleo, por
onde passará um condutor do circuito primário, formando uma ou mais espiras;

Figura 6 – TC tipo janela.


EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Tipo núcleo dividido: Tipo especial do TC tipo janela, em que parte do núcleo é separável
ou basculante, para facilitar o enlaçamento do condutor primário;

- Exemplo: amperímetro tipo alicate, que possibilita medir a corrente sem a necessidade de
abrir o circuito para colocá-lo em série.

Figura 7 – TC tipo núcleo dividido.


EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Tipo vários núcleos: TC de vários enrolamentos secundários isolados separadamente e


montados cada um em seu próprio núcleo formando um conjunto com um único
enrolamento primário;

- TC muito versátil pois em um único equipamento podem ser derivados mais de um tipo de
TC, mudando até a classe de exatidão;

- Utilização muito freqüente em circuitos de alta tensão e extra alta tensão.

Figura 8 – TC tipo vários núcleos.


EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

- Tipo de múltipla relação de transformação: podem ser construídos para uma única
relação de transformação ou para múltiplas relações de transformação;

- Muito utilizado pelas concessionárias em subestações abrigadas quando


aplicados para medição de faturamento;

Figura 9 – TC de múltipla relação de transformação.


EQUIPAMENTOS NAS SUBESTAÇÕES

Figura 10 – Designação de cargas para TCs de proteção.

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