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Microfones:

Funcionamento e Características
Tipos de microfones e seu funcionamento
Características fundamentais
Acessórios
Técnicas de Gravação I

Cadeia de Gravação/Reprodução
• Função dos microfones
– Captação do som
• Técnica
– Escolha e Posicionamento

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Técnicas de Gravação I

Microfone

• Definição
– Dispositivo que converte sinais acústicos (ondas
sonoras) em sinais elétricos
– Transdutor acústico-elétrico
• Funcionamento
– Onda sonora pressiona o diafragma, superfície capaz
de sofrer pequenos deslocamentos para frente e para
trás reproduzindo o movimento das partículas do ar
– O movimento do diafragma causa uma variação
correspondente em uma propriedade de um circuito
elétrico

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Técnicas de Gravação I

Tipo de conversão/
Tipo de microfone
• Eletrodinâmica ou eletromagnética
– Microfones dinâmicos (bobina móvel e fita)
• Eletrostática
– Microfones capacitivos (condensador)
• Piezoelétrica
– Microfones de cristal e microfones cerâmicos
• Resistência de contato variável
– Microfones de carvão (Telefone)

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Microfone Capacitivo
Tensão contínua (DC Phantom Power 48 V)

Dielétrico de ar
+ -
+ - Diafragma
capacitor
Backplate
+ -
corrente
+ -
Pré-amplificador

• A pressão do ar desloca o diafragma,


• que modifica a espessura do dielétrico
• que modifica a a capacitância
• que produz uma (fraca) corrente elétrica variável
• que é amplificada
Dinâmico (Bobina móvel)

Bobina
corrente

N imã S Diafragma

• A pressão do ar desloca o diafragma


• que movimenta a bobina
• que faz variar o campo magnético
• que induz uma corrente elétrica variável na bobina
Dinâmico (Fita)
imã

corrente Fita metálica

N S
polos

imã Vista superior

• A pressão do ar desloca a fita


• que faz variar o campo magnético
• que induz uma tensão variável nas bordas da fita
Microfone de Carvão (Telefone)
+ -
corrente

diafragma

Partículas de carvão

• A pressão do ar desloca o diafragma


• que faz variar a densidade de partículas
• que varia a resistência elétrica
• que faz variar a corrente
Técnicas de Gravação I

Outros microfones

• Microfone de Cerâmica e Microfone de Cristal


– Ambos baseado no efeito piezoelétrico:
– Deformação => Corrente
• Microfones especiais
– De superfície (contorno)
– Miniatura
– Estéreo

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Técnicas de Gravação I

Características dos Microfones

– Direcionalidade
– Resposta de freqüência
– Efeito proximidade
– Nível máximo de pressão sonora
– Sensibilidade
– Resposta a transitórios
– Impedância
– Nível de saída
– Robustez mecânica
– Alimentação e polaridade da saída
– Etc...

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Técnicas de Gravação I

Operação do Diafragma

• Microfones de Pressão
– Qualquer Diafragma exposto à onda sonora em um único
lado
– Ex: Bobina móvel, Capacitivo, etc.
• Microfones de Velocidade
– Gradiente de pressão
– O diafragma é exposto à onda sonora em ambos os lados
– Seu movimento depende da diferença de pressão, ou seja,
da velocidade instantânea da onda sonora
– Ex: Microfone de Fita
» Pode ser usado por dois cantores, instrumentistas ou
grupos simultaneamente

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Técnicas de Gravação I

Direcionalidade

Dependendo da resposta às diferentes direções de incidência


do som, os microfones podem ser:
1) Omnidirecionais
– Captam igualmente sons de todas a direções
» Ex. microfone da mesa de gravação
2) Unidirecionais
– Captam som somente de uma direção
– Dividem-se em cardióide, super-cardióide, hiper-cardióide e
shotgun
3) Bidirecionais (figura 8)
– Captam som de duas direções opostas

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Técnicas de Gravação I

Diagramas Polares Omni e Bi

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Técnicas de Gravação I

Diagramas Polares Cardióide e


Super

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Técnicas de Gravação I

Diagrama Polar Hipercardióde

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Técnicas de Gravação I

Direcionalidade/
Tipo de microfone
• Capacitor
– Omnidirecionais
– Unidirecionais (Todas as categorias)
– Bidirecionais
• Bobina móvel
– Omnidirecionais
– Unidirecionais (Todas as categorias)

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Técnicas de Gravação I

Efeito de Proximidade

• Unidirecionais enfatizam os graves quando usados


perto da fonte sonora

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Técnicas de Gravação I

Resposta de Frequência

• 2 fatores afetam a fidelidade de captação


– Faixa de frequências captada
» Quanto mais extensa mais fiel
– Resposta plana
– A resposta deve permanecer no mesmo nível durante
toda a faixa de freqüências
– A reposta deve ser a mesma para qualquer freqüência

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Técnicas de Gravação I

Resposta de Frequência

• Faixa de freqüências captada


– com tolerância de +/- 3dB, de 50 a 15kHz é razoável, de 40 a 18kHz
é ótimo, de 20 a 20kHz é excelente
– Depende do que se quer gravar
– A resposta às baixas freqüências deve se limitar à do instrumento
• Exemplos (Senheiser)
– Os valores são medidos em referência à resposta em 1KHz a 0 dB

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Técnicas de Gravação I

Exemplos (Senheiser)

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Técnicas de Gravação I

Exemplos (Senheiser)

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Técnicas de Gravação I

Como escolher o microfone?

• Usar omnidirecionais para


– captar sons de toda a parte
– captar reverberação da sala
– diminuir a sensibilidade ao “pop” (explosão)
– obter baixo ruído
– anular efeito de proximidade
– Estender respostas nas baixas (mics. Capacitivos)
– gastar menos dinheiro $$
• Usar unidirecionais para
– captação seletiva
– rejeitar acústica da sala (reverberação e eco), vazamentos (leakage),
ruído de fundo e realimentação (microfonia)
– obter efeito de proximidade
» obs. o mais popular é o cardióde!
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Técnicas de Gravação I

Sensibilidade

• É a medida de eficiência do microfone


– para uma mesma fonte sonora, microfones sensíveis
produzem uma sinal de saída mais forte do que os pouco
sensíveis
– Mics. pouco sensíveis exigem um maior ganho de entrada =>
maior ruído
» Crítico em instrumento acústicos de baixa faixa dinâmica
– No entanto, a sensibilidade não altera a “qualidade”
– Medida:
» Tensão gerada por um tom de 1kHz a 74 dB-SPL
• capacitor: -65dB (alta sensibilidade)
• bobina móvel: -75 (média sensibilidade)
• fita: -85 (baixa sensibilidade)

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Técnicas de Gravação I

Sensibilidade

•Observação importante
– cuidado ao usar um microfone de alta
sensibilidade em uma fonte sonora de
alta intensidade
– isto pode sobrecarregar o pré-
amplificador do gravador ou da mesa
– Nestes casos, use atenuadores (PADs)

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Técnicas de Gravação I

Resposta aos transitórios

• Uma boa reposta aos sinais transitórios


(rápidos) implica em clareza, detalhamento, e
qualidade.
• Neste aspecto...
– o melhor é o Capacitivo
» ex. bom para ouvir o “tin” de um prato
– Bobina tem baixa resposta
» pode ser usado em metais para “cortar as arestas”
– Fita está entre os dois
» metais para suavizar, dar som “cheio”,...
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Técnicas de Gravação I

Impedância de saída

• A impedância de saída de um microfone pode


ser
– alta (>10000 ohm) - micros dinâmicos
– média (1000-4000 ohm)
– baixa (150-600 ohm) - micros capacitivos
» Obs: a impedância é medida a 1kHz
• Baixas impedâncias são preferidas
– permitem uso de cabos longos sem grande captação de
ruídos e perdas nas altas freqüências

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Técnicas de Gravação I

Máximo nível de pressão sonora

• Maximum SPL
– ponto a partir do qual o microfone distorce (3% de distorção
harmônica)
– 120 dB é bom, 135 é muito bom, e 150 é excelente
• Neste aspecto
– Mics de bobina “agüenta” mais sons fortes e por isto pode
ser usado para percussão (surdo), bateria (bumbo, surdo),
amplificadores de guitarra, etc.
– Mics capacitivos saturam antes...

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Técnicas de Gravação I

Outros

• Ruído próprio
– ruído elétrico que o microfone produz
• Nível de saída
– áudio balanceado: + 4dB
– áudio não-balanceado: -10 dB
• Robustez
– Capacitivos são mais frágeis, e Fita mais ainda

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Como escolher o microfone?
Técnicas de Gravação I

Como escolher o microfone?

• Mic. Capacitivo
– excelente resposta em freqüência
– exclente qualidade de reprodução
– não é afetado por variações de temperatura
– nível de saída reduzido
– frágil
• Mic. Dinâmico
– baixa impedância
– bom nível de saída
– suporta bem altas pressões sonoras
– boa resposta em freqüência e qualidade de reprodução

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Técnicas de Gravação I

Acessórios

• Anti-puff
– usado com vocalistas para evitar os puffs (explosões do tipo
letra “b”, “p” e “t”
– O anti-puff fica entre a fonte e o microfone
• Pedestais (estantes e girafas) e luvas
– serve para posicionar os microfones
– Deve ter base de metal pesada + mecanismos de rotação +
telescopagem
• Aranha (Shock mount)
– segura o microfone com material elástico
– evita contato direto com os suportes, isolando-o de choques
mecânicos

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Técnicas de Gravação I

Microfones

Técnicas Básicas de Posicionamento

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Técnicas de Gravação I

Fundamentos

• Quantidade

• Posicionamento

• Controle de Timbre

• Regras

• Coloração

• Estereofonia

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Técnicas de Gravação I

Quantidade de Microfones

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Técnicas de Gravação I

Microfonação estereofônica
• Gravação simultânea
• Capta a ambiência e o balanço instrumental
• Utilizada para:
– Música erudita
– Bandas marciais
– Coros
– Quartetos de cordas
– Órgão de tubos
– Pequenos grupos étnicos
– Quartetos vocais

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Técnicas de Gravação I

Microfonação Múltipla

• Um ou mais mais microfones para cada


instrumento ou seção instrumental
– Controle de balanço instrumental
– Utilizada em música Pop
– Usar sempre o mínimo de microfones possível
– Pode-se gravar dois ou mais instrumentos com um
microfone

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Técnicas de Gravação I

Distância de Microfonação

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Técnicas de Gravação I

Microfonação Próxima

• Microfone é posicionado
mais próximo do que o
tamanho da fonte sonora a
ser captada
• Vantagens
– Pouca reverberação
– Pouco vazamento
– Pouco ruído de fundo
– Boa presença
• Desvantagens
– Introduz mudanças timbrais
(Coloração)
– Muito ruído instrumental e
corporal
• Conclusão
– Mais perto o necessário e não o
mais perto possível!
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Técnicas de Gravação I

Microfonação Distante

• Microfone é posicionado mais longe


do que o tamanho da fonte sonora a
ser captada
• Vantagens
– Adiciona ambiência natural
» Bom para grupos instrumentais
» Bom para Música Erudita
– Podemos utilizar Microfone(s) de Ambiência
para gravação ao vivo

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Técnicas de Gravação I

Desvantagens

• Vazamento Ambiência
Demasiada

• Menor relação sinal/ruído


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Técnicas de Gravação I

Distância “Ideal”

• Distância igual ao tamanho do


corpo ressonante do Instrumento
• Proporciona melhor fidelidade
espectral do que a microfonação
próxima
• Capta menos ambiência, vazamento
e ruído de fundo do que a
microfonação distante
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Técnicas de Gravação I

Perspectiva Sonora

• Gravação Próxima
– Fonte sonora soa como se estivesse perto do ouvinte
» Presença
• Gravação Distante
– Fonte sonora soa como se estivesse mais distante do
ouvinte
• Microfonação de cada instrumento ou
cantor a diferentes distâncias cria senso
de perspectiva à gravação

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Técnicas de Gravação I

Controle Espectral

• Toda fonte sonora irradia e produz espectros


diversos em diferentes direções e partes de seu
corpo ressonante
• Podemos modificar o timbre de um instrumento
modificando a posição do microfone em relação
ao mesmo

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Técnicas de Gravação I

Posição Ideal

• Tape um dos ouvidos


• Direcione o ouvido livre para a
fonte sonora
• Procure a posição que soe “melhor”
• Coloque o microfone na mesma
posição e direção do ouvido livre
• Grave e avalie o resultado

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Técnicas de Gravação I

Captação de superfície

• Ocasiona cancelamento de fase


– Efeito Comb-filter

• Soluções
– Microfone de superfície (Zona de Pressão)
– Captação aérea

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Técnicas de Gravação I

Regra 3:1

• Em microfonação múltipla, a distância entre


cada microfone deverá ser no mínimo o triplo
da distância de cada microfone em relação à
cada fonte

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Técnicas de Gravação I

Coloração Off-Axis

•Fonte sonora deverá estar on-


axis com o microfone
– Especialmente se houver forte
componente de altas frequências
•Pode-se usar microfones com
pouca coloração off-axis
– Microfones de Superfície
– Microfones miniatura

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Técnicas de Gravação I

Sumário

• Escolha e posicionamento dos microfones afetam dois


aspectos do som gravado, o balanço tonal e o senso de
distância
• A resposta de frequência e o posicionamento dos
microfones afetam somente o balanço tonal
• O padrão polar dos microfones e a distância de
microfonação afetam somente o senso de distância
• A regra 3:1 previne cancelamento de fase
• Microfones de superfície previnem cancelamento de fase
ocasionado por reflexões de superfícies próximas
• Cuidado com a coloração off-axis na escolha e
posicionamento dos microfones

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Técnicas de Gravação I

Microfonação Estereofônica

• Captura o som dos conjuntos musicais como um


todo utilizando somente dois ou três
microfones
– “Imagens fantasma” são recriadas nos planos esquerdo-
direito e frente-fundo correspondentes às localizações dos
instrumentos durante a gravação
– Utilizada em grupos de música erudita e solistas
– Utilizada em estúdio para vocal em bg, piano, pratos,
vibrafone e outras fontes sonoras grandes
• Objetivo
– Localização acurada das fontes sonoras

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Técnicas de Gravação I

Imagem Estereofônica

• Localização das fontes

• Estereofonia ideal

• Pouca estereofonia

• Estereofonia exagerada
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Técnicas de Gravação I

Posição de Audição Ideal

• Ao Vivo
– Devemos sentar a uma distância igual à distância entre as
fontes sonoras mais à esquerda e mais à direita do palco
• Gravação
– Devemos nos sentar equidistantes (no meio) das duas caixas
acústicas
» Caso contrário a imagem estereofônica tenderá para a
caixa mais próxima e ficará mais estreita
– Devemos nos sentar a uma distância igual à distância que
separa as caixas acústicas direita e esquerda
» Isto é, devemos formar um triângulo equilátero em
relação às duas caixas acústicas

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Técnicas de Gravação I

Tipos de Microfonação
Estereofônica

Três Métodos Principais


• Par coincidente (X-Y)
• Par espaçado (A-B)
• Par cruzado

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Técnicas de Gravação I

Par Coincidente (X-Y)

• Dois microfones direcionais (podem ser utilizados


outros padrões polares) montados com suas pontas se
tocando e seus diafragmas superpostos em ângulo e
direcionados para as extremidades esquerda e direita
da fonte sonora

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Técnicas de Gravação I

Par Coincidente

• Estereofonia é derivada de diferenças de intensidade


– Fonte central é captada com a mesma intensidade pelos dois
microfones
– Fonte off-center é captada com mais intensidade pelo microfone
mais on-axis com a mesma
– Mesmo processo que o potenciômetro de balanço (Pan)
– Diferenças de 15 a 20 dB deslocam a fonte totalmente para um dos
lados
• Quanto maior o ângulo maior a estereofonia e vice-versa
– O ângulo correto depende do padrão polar de captação
• Gera imagem estereofônica mais estreita do que a real
• Microfones estereofônicos são construídos desta forma
• O sinal estereofônico é compatível em mono, isto é, a
resposta de frequências é a mesma pois não há diferenças
de fase entre os dois sinais

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Técnicas de Gravação I

Métodos Relacionados

• Array Blumlein
– Dois microfones bidirecionais em ângulo de 90% e
direcionados para as extremidades da fonte sonora
• Mid-Side (MS)
– Sinal de microfone uni, bi ou omni direcional, posicionado
de frente para o centro da fonte sonora é somado e subtraído
ao sinal de microfone bidirecional virado para os lados
– Quantidade de estereofonia é fornecida pela razão de
intensidade entre os dois microfones
» Útil em concertos ao vivo para “controle remoto” da
mesma
– Para aumentar a esterofonia podemos amplificar os baixos
em 4 dB (+ 2 dB em 600 Hz) no sinal L-R ou Side (lateral)

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Técnicas de Gravação I

Par Espaçado

• Dois microfones idênticos são posicionados


afastados um do outro e frontalmente
direcionados para a fonte sonora

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Técnicas de Gravação I

Par espaçado

• Padrão Polar Omnidirecional é o mais utilizado


– Podem ser utilizados outros padrões polares
• Quanto maior o espaçamento, maior a
estereofonia
• Fontes sonoras centrais chegam ao mesmo
tempo nos dois microfones
• Fontes sonoros não centrais chegam antes no
microfone mais próximo
• Esterofonia deriva de diferenças temporais

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Técnicas de Gravação I

Espaçamento Ideal

• Somente 1 ou 2 milisegundos são necessários


para deslocar o som completamente para um
dos lados
• Distância aproximada de 1 metro entre os
microfones produz este retardo porém os
microfones captariam mais as fontes centrais do
que as outras
• Distância ideal seria de aproximadamente 4
metros
• Porém distâncias maiores produzem separação
exagerada (ping-pong) e vice-versa
• Solução
– Terceiro microfone no centro
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Técnicas de Gravação I

Características

• Imagens centrais são ok porém imagens sônicas fora do


centro soam relativamente desfocadas e de difícil
localização
– Imagens estereofônicas produzidas somente por diferenças
temporais são difusas
• Diferenças temporais dos sinais podem causar
cancelamento de fase quando combinados em mono
• Captam com mais perfeição a ambiência da sala
– Os sinais são incoerentes em suas relações de fase e soam difusos
» Esta característica é agradável aos nosso ouvidos
• Podem ser utilizados microfones omnidirecionais que
captam melhor as baixas frequências do que os
unidirecionais e possuem menos coloração off-axis

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Técnicas de Gravação I

Par Cruzado

• Dois microfones direcionais em ângulo e com


suas pontas afastadas alguns centímetros uma
da outra

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Técnicas de Gravação I

Par Cruzado

• Quanto maior o ângulo e/ou o espaçamento


maior a separação estereofônica e vice-versa
• Estereofonia deriva de diferenças de
intensidade (ângulo) e de tempo (espaçamento)
• Sistema mais famoso é o da ORTF (Office de
Radiodiffusion-Television Française)
– Dois microfones cardióides em ângulo de 110º e espaçados
horizontalmente 17 cms
• Produz senso de localização acurado

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Técnicas de Gravação I

Tabela comparativa
• Par coincidente
– 2 microfones direcionais coincidentes e em ângulo
– estereofonia através de diferença de níveis de intensidade
– Imagens sônicas nítidas
– Separação estereofônica de estreita a acurada
– Compatível em mono
• Par espaçado
– Dois microfones espaçados vários metros
– Estereofonia através de diferenças temporais entre os sinais
– Imagens off-center são difusas
– Separação estereofônica exagerada a menos que seja utilizado um terceiro
microfone central
– Produz ótima ambiência
– Pode causar incompatibilidade em mono
• Par cruzado
– Dois microfones direcionais em ângulo e espaçados em centímetros
– Estereofonia através de diferenças temporais e de intensidade
– Imagens são nítidas
– Separação estereofônica acurada
– Proporciona melhor ambiência do que o par coincidente 62
Técnicas de Gravação I

Técnicas de Microfonação

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Técnicas de Gravação I

Guitarra elétrica

• Como gravar
– Microfone em frente ao amplificador
– Direct box
– Ambos
– Através de um processador
• Dicas
– Utilizar amplificadores pequenos em cima de uma cadeira
– Microfones cardióides dinâmicos com ênfase em 5 Khz
– Microfonar bem de perto para mais graves e vice-versa
– Microfones que suportem altas pressões sonoras
– On axis = som brilhante
– Off axis = som mais suave e menos chiado
– Testar vários posicionamentos
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Técnicas de Gravação I

Baixo Elétrico e Teclados

• Gravação direta é a ideal


– Som mais limpo e melhor captação de graves
• Baixo
– Direta+microfonada
» Checar fase entre som direto e som microfonado
– Dicas
» Não utilizar reverberação
» Não enfatizar os graves demasiadamente
• Teclados
– Gravar em estéreo conforme o teclado
– Pode-se utilizar os efeitos do próprio teclado

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Técnicas de Gravação I

Percussão
• Abafamento
– Caso os tambores ou pratos reboem excessivamente deve-se abafá-los
– Cuidado com a esteira
• Microfonação
– Em geral, utiliza-se microfones dinâmicos nos tambores e capacitivos nos
pratos
• Posicionamento
– Caixa
» Por cima, em ângulo de 45o, perto do aro, no lado oposto ao
percussionista
» Pode-se microfonar dos dois lados
• Necessário inverter a fase de um dos microfones

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Técnicas de Gravação I

Percussão
• Hi Hat (contratempo ou chimbal)
– Nunca microfonar de lado (efeito puff)
– Microfonar por cima, perpendicular ao prato ou em ângulo de 45o
• Tom toms e surdo
– Por cima, em ângulo de 45o ou por dentro

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Técnicas de Gravação I

Percussão

• Bumbo
– Microfonar por dentro
– Perto do local onde o pedal incide
– Abafar ressonância exagerada

• Pratos
– Microfonar por cima de longe
– Incidir nas laterais e nunca no centro

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Técnicas de Gravação I

Bateria

Visão Superior Visão Frontal

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Técnicas de Gravação I

Bateria

Três microfones Dois microfones

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Técnicas de Gravação I

Percussão em geral
• Sons metálicos
– Microfones capacitivos
• Outros tambores
– Mesma técnica que tambores de bateria
• Percussão com altura definida
– Microfonação estéreo ou distância ideal
• Instrumentos de corda dedilhada
– Microfones capacitivos
– Microfonação à distância ideal
– Microfonação no eixo de incidência ideal
• Violão Clássico
– Microfonação capacitiva estéreo cruzada
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Técnicas de Gravação I

Microfonação no Orifício de
Ressonância
• Coloração
– Ênfase na região de 80 a 100 Hz
– Deve-se atenuar 10 dB por volta de 100 Hz
• Máxima intensidade
• Melhor isolamento e menor vazamento
• Menos microfonia

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Técnicas de Gravação I

Microfone de Contato ou
Miniatura
• Contato
– Melhor isolamento e menos fidelidade
– Posicionamento é crítico, quanto mais perto do cavalete
melhor
• Miniatura
– Condensador omnidirecional
– Prender com fita adesiva entre o cavalete e o orifício perto
da corda mais grave
– Para mais isolamento colocar no orifício de ressonância e
deenfatizar os graves

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Técnicas de Gravação I

Timbre Natural

1. Microfonar em frente ao
orifício de ressonância a
uma distância de  50 cms
– Distância Ideal
– Balanceamento sônico de todo o
violão; cordas, corpo e orifício de
ressonância
2. Microfonar por cima do
cavalete (ou do orifício de
ressonância) a uma
distância de  15 cms

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Técnicas de Gravação I

Timbre Suave

• Microfonar em frente ao cavalete a uma


distância de  10 cms
– Ênfase nas vibrações do corpo comçando na região de 200
Hz
– Ruído de palhetas, trastes e dedos minimizado

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Técnicas de Gravação I

Solos de Violão

• Microfonação à distância valoriza a ambiência


• Microfonar em salas de concerto
• Distância de  1 a 3 metros
– > distância = + ambiência
– < distância = - ambiência
• Gravação esterofônica
– Ângulo de 90º
– Espaçamento de 20 cms

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Técnicas de Gravação I

Banjo

• Corpo ressonante é um tambor


– Fundamentais soam no centro
– Harmônicos soam nas bordas
Técnicas:
1. Microfone com resposta plana a  30 cms de distância
– Em frente ao centro da pele = som com ênfase nos graves e bom
isolamento
– Nas bordas = som com menos baixas frequências
2. Microfone omnidirecional miniatura preso a 3 cms. da
borda para isolamento máximo ou preso no estandarte
e direcionado para o cavalete
3. Microfone de contato prso à pele debaixo das cordas e
por trás do cavalete

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Técnicas de Gravação I

Bandolim e Rabeca

• Similares ao violão
– Aplica-se as mesmas técnicas
• Particularidades
– Rabeca (ou violino) emite altas frequências para cima
» Audiência ouve o som mais velado do que o executante
• Microfonar de lado
• Microfone com resposta plana até 200 Hz é suficiente
– Violino
» Pode-se prender um microfone miniatura no estandarte
e posicioná-lo a alguns cms do orifício em f ou sobre o
cavalete ou até mesmo prendê-lo diretamente nas cordas
no lado de trás do cavalete
– Rabeca
» Em cima e do lado esquerdo, por trás do cavalete

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Técnicas de Gravação I

Piano de Cauda
• Utilizar sempre dois microfones
• Microfonação distante
– Microfonação estéreo em ambiente reverberante
– Distância de 1 a 4 metros da tampa aberta e a  2 metros de altura
• Microfonação próxima (dentro da tampa aberta)
(A) Par espaçado
– Microfones preferencialmente sobre a barra harmônica ou perto do
centro das cordas (com a tampa aberta ou sem a mesma)
» Agudos a 20 cms de altura das cordas e a 20 cms de distância dos
marteletes
» Graves sobre os bordões a uma altura de 20 cms e  10 a 15 cms dos
marteletes
» Melhor para definição estereofônica
» Pode gerar cancelamento de fase
» Pode-se usar microfones de superfície por baixo da tampa (aberta ou
fechada), um sobre as cordas agudas e outro sobre as graves

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Técnicas de Gravação I

Piano de Cauda
(B) Par Coincidente
» Posicionar no meio do piano em ângulo de
120° a  30 cms de altura sobre os marteletes
» + perto dos marteletes = + percussivo
» + perto da cauda = - percussivo
» Pode-se utilizar microfones de superfície
debaixo e no meio da tampa aberta ou
fechada
(C) Microfonação no Orifício de Ressonância
– Bom isolamento e som brilhante (Rock)
– Posicionar o microfone sobre o mesmo
– Isolamento
» Fechar a tampa e colocar abafadores por cima
do piano
» Som artificial
» Necessário equalização
» Pouco vazamento
» Pode-se utilizar microfones de contato para
piano 80
Técnicas de Gravação I

Piano de Armário
• Não se utiliza microfonação Distante
• Microfonação Próxima
– Frontal
» Retira-se a tampa inferior
» Microfonação a 20 cms de distância
» Dois microfones (estereofônico)
• Um nas cordas graves com pan para um lado
• Outro nas cordas agudas com pan para o outro lado
» Um microfone (mono)
• Nas cordas agudas
– Por cima
» Dois microfones sobre a tampa superior aberta, um nos graves e o outro
nos agudas
» Gera pequena coloração
– Superfície
» Um microfone no chão distante 30 cms na frente ou atrás do piano
– Cepo
» Reduz o ataque dos martelos
» Dois microfones distantes 15 cms, um nos graves e outro nos agudos
» O pianos não deverá estar encostado em nenhuma parede
81
Técnicas de Gravação I

Quarteto de Cordas

• Microfonação à distância captando a reverberação natural


do ambiente com microfones capacitivos, resposta plana
• Multimicrofonação
– Violinos
» Microfonação suspensa, 1 microfone a  2 mts de altura entre
os dois
– Viola e Violoncelo
» Microfonação lateral  75 cms do f
» Violoncelo, para maior definiçõa microfonar a  30 cms do
cavalete
• Estereofônica
– Par cruzado distante de 2 a 3 mts
– Efeito estéreo aumenta/diminui com o aumento/diminuição do
ângulo

82
Técnicas de Gravação I

Contrabaixo Acústico
• Rico em baixas frequências (vai até 41 Hz)
• Duas Técnicas
a) Captação Aérea
a) Microfone de frente um pouco acima do cavalete, afastado
alguns cms para som bem definido
b) Microfone direcionado para o “f” agudo para som mais
encorpado
a) Cuidado com o efeito proximidade dos cardióides
b) Contato (Maior isolamento, utilizadas ao vivo)
a) Microfone colocado embaixo do cavalete ou entre o
estandarte com o corpo envolto em material absorvente
b) Microfone miniatura colocado no “f” envolto em material
absorvente
c) Microfone de contato (som mais elétrico)
a) Podemos misturar os sinais de b e c, reduzindo os graves e
experimentando com a polaridade

83
Técnicas de Gravação I

Cordas

• Multimicrofonação
– Utilizar microfones bi-direcionais voltados para baixo
– 1 microfone para cada 4 violinos e violas
– 1 microfone para cada 2 cellos
– 1 para cada baixo
– Distribua panoramicamente de acordo com a posição dos naipes
• Estereofonia
a) Dois microfones utilizando uma das técnicas de
emparelhamento (a melhor é par espaçado com
terceiro microfone central)
b) Estéreo simulado (Um só canal de gravação)
» Todos os naipes no canal esquerdo
» Sinal defasado em 20 ms no canal direito 84
Técnicas de Gravação I

Pequenos conjuntos étnicos

• Microfonação estereofônica par cruzado a 1


metro de distância
– Posicionar o grupo em semicírculo
– Gravar em ambiente com acusticamente morto para maior
clareza
– Ajuste do balanço instrumental aproximando e afastando os
instrumentistas dos microfones
• Multimicrofonação
– Microfones próximos a cada instrumentista ou cantor e
mixados convenientemente

85
Técnicas de Gravação I

Harpa e similares

• Som natural
– Microfone de frente para a parte aguda da caixa de
ressonância a  ½ metro (orquestra) ou mais (Harpa solo)
• Melhor isolamento
– Microfone condensador omni miniatura na caixa de
ressonância
• Médio isolamento
– Microfone bi-direcional direcionado para as cordas e de
lado para a fonte de som a ser rejeitada

86
Técnicas de Gravação I

Metais
• Direção modifica o timbre
• Capacitivo em frente à campana, som com + harmônicos
superiores
• Capacitivo em 45o ou fita de frente, som mais natural
• Por causa da pressão sonora na campana do trompete deve-se
microfoná-lo em 45%
• Microfonação próxima (30 cms) para som mais presente
• Microfonação distante (2 mts) para som mais dramático
• È comum microfonar-se dois ou mais metais em conjunto
– Utiliza-se omnidirecional ou cardióide em pé no meio do grupo ou até
mesmo de superfície
• Nunca microfonar as trompas na campana
• Dinâmico suaviza o ataque

87
Técnicas de Gravação I

Madeiras
• Instrumento solo
– A maior parte do som sai pelos orifícios em vez da campana
– Microfone deve ser direcionado para os furos a  30 cms
– Pode-se utiliza microfones dinâmicos
– Prestar atenção ao ruído das chaves
• Seção de Madeiras
– Microfone bidirecional por cima da seção
• Saxofones
– De frente: + isolamento e brilho
– 45%: - Isolamento e + Natural
– Microfonar a  ½ metro, direcionado para a mão esquerda e  na metade
ou no terço inferior da coluna de ar
– Não microfonar muito próximo pois os movimentos do instrumentista
modificarão a intensidade
– Melhor posição é acima da campana voltado para os furos
– Grupo de saxes pode ser microfonado em conjunto

88
Técnicas de Gravação I

Madeiras

• Flauta transversal
– Microfone posicionado a lguns cms, entre os orifícios e o
bocal
– Pode ser necessário “anti-puff”
– Para reduzir ruídos de respiração pode-se atenuar os agudos
ou microfonar mais de longe
– Para solos eruditos, microfonar em estéreo distante 2 a 3 mts

89
Técnicas de Gravação I

Gaita

•Técnica + comum
– Microfone dinâmico cardióide com
ponteira pequena e redonda bem
próximo ou seguro pelo
instrumentista
•Som + Natural
– Microfone capacitivo a 3o cms de
distância

90
Técnicas de Gravação I

Vocais

• Microfone
– Capacitivo e cardióide
• Problemas/soluções
– Efeito proximidade
» Manter distância mínima de  15 cms
» Backing de 15 a 45 cms
» Cortar graves (-8dB a 100Hz)
– Pop
» anti-puff (pop filter)
• Problema
– Filtram um pouco dos agudos tamém
» microfonar mais de longe
» reduzir agudos
» colocar microfone acima ou para o lado da boca

91
Técnicas de Gravação I

Vocais

• Problemas/soluções
– Banda dinâmica muito ampla
» Deixar a cargo do solista
» Usar o fader
» Comprimir ligeiramente
» Não microfonar de perto (no mínimo 15 cms)
» Microfonação próxima, manter o cantor no mesmo plano
encostando no fitro pop
– Som nasal
» posicionar microfone ligeiramente para cima
– Sibilância
» reduzir em torno de 5 a 10 kHz
» utilizar de-esser
» microfonar lateralmente

92
Técnicas de Gravação I

Vocais

• Problemas/soluções
– Reflexões da estante
» Colocar a letra por trás e perpendicular ao microfone
» Microfonar lateralmente com a estante em ângulo aberto
93
Técnicas de Gravação I

Vocais

• Efeitos vocais
– Reverberação, eco e dobramento
– Equalização: enfatizar entre 2 e 5kHz (cuidado com a sibilância)
• Cantores com voz empostada
– Microfonar de 1 a 3 metros para captar a ambiência ou utilizar
microfone de superfície no chão
• Vocais de Background (coro)
– Microfonar o grupo com um único microfone 60 cms a 1,2 mts
– Quanto mais distante, mais eles ficarão por trás do solista
– Pode ser estéreo
– Para balanço artificial, microfonar individualmente com microfones
omnidirecionais

94
Técnicas de Gravação I

Sumário

• Para minimizar vazamento e microfonia,


microfonação próxima
• Para som natural e ambiência experimente
diversas distâncias
• Não há posicionamento ideal, depende das
circunstâncias
• Devemos conhecer as características e padrões
polares dos microfones e fontes sonoras
• Não existem regras, o que vimos são somente
sugestões que servirão de ponto de partida

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