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INADIMPLEMENT

O
OBRIGACIONAL
A inexecução da obrigação,
ou o inadimplemento da
obrigação é a falta da
prestação devida.
ESPÉCIES DE INADIMPLEMENTO
 Inadimplemento absoluto: Resulta da
completa impossibilidade de cumprimento da
obrigação.
Farias e Rosenvald chamam atenção ao fato de que
só devemos chamar de inadimplemento aquelas
situações em que o devedor falta com o dever
obrigacional e não cumpre a prestação ajustada.

 Inadimplemento relativo, parcial ou mora: é


a hipótese em que há descumprimento parcial da
obrigação, que ainda pode ser cumprida.
INADIMPLEMENTO RELATIVO OU MORA
A mora é o atraso, o retardamento ou a
imperfeita satisfação obrigacional, o que
acarretará um inadimplemento, apenas,
relativo.

 Art.394. Considera-se em mora o devedor


que não efetuar o pagamento e o credor que
não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma
que a lei ou a convenção estabelecer.
MORA SOLVENDI, DEBITORIS OU DEBENDI
 Sãoas situações em que o devedor não
cumpre por sua culpa o que foi acordado.

O artigo 396 determina que se não houver


fato imputável ao devedor, ele não
incorrerá em mora.

 Poroutro lado, se ele der causa à mora,


responderá pelos prejuízos (art. 395, CC)
 Em complemento, o parágrafo único do artigo
395 determina que se a prestação tornar-se
inútil em decorrência da mora, o credor
poderá rejeitá-la, resolvendo-se a obrigação
por meio de perdas e danos.
 Observar a interpretação dada ao parágrafo
único na III jornada de Direito Civil:
“162. A inutilidade da prestação que autoriza a
recusa da prestação por parte do credor
deverá ser aferida objetivamente, consoante o
princípio da boa-fé e a manutenção do
sinalagma, e não de acordo com o mero
interesse subjetivo do credor.”
 Vale ressaltar que o enunciado 354 da IV jornada de
direito civil determinou que: “A cobrança de encargos
e parcelas indevidas ou abusivas impede a
caracterização da mora do devedor.”

 A intenção desse enunciado é afastar a mora nos


casos em que houver cobrança de valores abusivos
por parte de credores, como é o caso de instituições
bancárias e financeiras.
MORA DO DEVEDOR E CASO FORTUITO E
FORÇA MAIOR

 Art. 399. O devedor em mora responde pela


impossibilidade da prestação, embora essa
impossibilidade resulte de caso fortuito ou de
força maior, se estes ocorrerem durante o atraso;
salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano
sobreviria ainda quando a obrigação fosse
oportunamente desempenhada.
O artigo 399 é uma exceção ao 393, que
determina que o devedor não responde
pelo caso fortuito (evento totalmente
imprevisível) ou pela força maior
(evento previsível, mas inevitável).
MORA ACCIPIENDI OU CREDENDI
 Mora imputada ao credor que se recusou a
receber o pagamento no lugar, no tempo e na
forma acordadas, sem justo motivo para a recusa.
 OBS: não se discute a culpa do credor, basta o
mero atrado.

Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento


de dolo à responsabilidade pela conservação da
coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas
empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-
la pela estimação mais favorável ao devedor, se o
seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o
pagamento e o da sua efetivação.
MORA SIMULTÂNEA
A doutrina fala, ainda, de mora do
credor e do devedor numa mesma
situação. Nessa hipótese, uma
elimina a outra como se não tivesse
ocorrido a mora, haverá uma
compensação dos efeitos da mora.
PURGAÇÃO DA MORA
 Purgar significa afastar o efeitos
decorrentes da mora, o art.401 enumera
as hipóteses:
I - por parte do devedor, oferecendo este a
prestação mais a importância dos
prejuízos decorrentes do dia da oferta;
II - por parte do credor, oferecendo-se este a
receber o pagamento e sujeitando-se aos
efeitos da mora até a mesma data.
INADIMPLEMENTO ABSOLUTO
 Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o
devedor por perdas e danos, mais juros e
atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de
advogado.

 Os honorários só são devidos quando o advogado


efetivamente atuar na causa (ex: o credor
ingressou em juízo) e o entendimento doutrinário
e jurisprudencial é o de que esses honorário são
os contratuais e não os sucumbenciais.
ESPÉCIES DE INADIMPLEMENTO: CULPOSO
E FORTUITO

 a) culposo: é a culpa lato sensu, em sentido


amplo, que envolve o dolo (intenção), e a culpa em
sentido restrito: negligência e imprudência. É o
inadimplemento culposo que vai gerar
responsabilidade patrimonial por perdas e danos
(391), sobre os bens do devedor, afinal não existe
prisão por dívida, salvo na pensão alimentícia.
Assim, se o inadimplente não possui bens, ao
credor só resta lamentar.
 b) inadimplemento fortuito: o devedor não paga
diante de um caso fortuito ou de força maior, ficando
assim, de regra, livre de indenizar o credor (393). A
obrigação vai se extinguir, as partes retornam ao
estado anterior, mas sem indenização do 389. (obs:
lembrar do artigo 399, CC).
CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO
ABSOLUTO

 Pagamento de perdas e danos, arts. 402 a 404.

 As perdas e danos tratadas nesses artigos são


referentes aos danos materiais, se surgirem
danos morais pela atitude do devedor, é possível
que o autor requeira seu pagamento na ação
judicial.
INADIMPLEMENTO E CONTRATOS
BENÉFICOS

 Contratos benéficos: 392 (Nos contratos


benéficos, responde por simples culpa o
contratante, a quem o contrato aproveite, e por
dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos
onerosos, responde cada uma das partes por
culpa, salvo as exceções previstas em lei).
Contratos benéficos ou gratuitos são aqueles em
que apenas um dos contratantes aufere benefício
ou vantagem.
Inadimplemento,
responsabilidade e dignidade
humana

 Art. 391. Pelo inadimplemento das


obrigações respondem todos os bens do
devedor.

É necessário fazer uma interpretação


menos abrangente desse artigo, lembrar
dos bens impenhoráveis (art. 833 do CPC)
 "AGRAVO DE INSTRUMENTO – EXECUÇÃO – PENHORA –
BLOQUEIO DE CONTA POUPANÇA – IMPOSSIBILIDADE –
APLICAÇÃO DO ART. 833, X, DO CPC – Em razão de
disposição legal as aplicações em conta poupança inferiores a
quarenta (40) salários mínimos são impenhoráveis – Segundo a
orientação jurisprudencial do C. Superior Tribunal de Justiça, a
norma do artigo 833, X, do CPC/16 deve ser interpretada de
forma extensiva para se reconhecer que a impenhorabilidade no
limite de até quarenta salários mínimos compreende "não apenas
os valores depositados em cadernetas de poupança, mas também
em conta corrente ou em fundos de investimento, ou guardados
em papel-moeda" – Recurso provido".
Julgamento de agravo de instrumento 2239955-64.2016.8.26.0000,
ocorrido em 23/2/2017, TJ/SP

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