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O texto é um evento sociocomunicativo, que
ganha existência dentro de um processo
interacional. Todo texto é resultado de uma
coprodução entre interlocutores: o que
distingue o texto escrito do falado é  %

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-o ()( *( a O ()( 0+ , por sua
coprodução se resume à vez, emerge no próprio
consideração daquele para momento de interação. Ele é
quem se escreve, não havendo o seu próprio ´rascunhoµ. Por
participação direta e ativa deste estarem os interlocutores
na elaboração lingüística do copresentes, ocorre uma
texto. A dialogicidade interlocução ativa que implica
constitui-se numa relação um processo de coautoria,
´idealµ. Os contextos de refletido na materialidade
produção e recepção não são lingüística.
coincidentes.
0 e $
 são, portanto, duas
modalidades da língua. Assim, embora se
utilizem do mesmo sistema lingüístico, cada
uma delas possui características próprias.
Ou seja, a escrita não constitui mera
transcrição da fala, como muitas vezes se
pensa.
A ›sso não significa, porém, que % e
$
 devam ser vistas de forma
dicotômica, estanque, como era comum até
há algum tempo e, por vezes, como
acontece ainda hoje. Vem-se postulando que
os diversos tipos de práticas sociais de
produção textual situam-se ao longo de um
contínuo tipológico, em cujas extremidades
estariam, de um lado, a escrita formal e, de
outro, a conversação espontânea, coloquial.
A Assim, Marcuschi (1995:13) frisa que ´as
diferenças entre fala e escrita se dão dentro
de um 
   das práticas
sociais e não na relação dicotômica de dois
pólos opostosµ.
AA seguir serão vistos quadros
representativos dessas suas abordagens
teóricas para o tratamento da relação entre
fala e escrita: a ˜ $ ,$ e a
˜  -$ ,$.
 #$ ,$#%#)#$

0 *(
contextualizada descontextualizada
implícita explícita
redundante condensada
não planejada planejada
predominância do —  —
predominância do —  


fragmentada não fragmentada
incompleta completa
pouco elaborada elaborada
pouca densidade informacional densidade informacional
predominância de frases curtas, simples ou predominância de frases
coordenadas complexas, com subordinação
pequena freqüência de passivas emprego freqüente de passivas
poucas nominalizações abundância de nominalizações
menor densidade lexical maior densidade lexical
 # -$ ,$#$ 
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(


Ronoro Gráfico Oral Escrita

Conversação X X
espontânea
Artigo Científico X X

-oticiário de TV X X

Entrevista publicada X X
na u 
´Aspecto central nesta questão é a
impossibilidade de situar a oralidade e a escrita
em sistemas lingüísticos diversos, de modo que
ambas fazem parte do mesmo sistema da língua.
Rão realizações de uma gramática única, mas, do
ponto de vista semiológico, podem ter
particularidades com diferenças bem acentuadas,
de tal modo que a escrita não representa a fala.
Portanto, não postulamos uma simetria de
representação entre fala e escrita, mas uma
relação sistêmica no aspecto central das
articulações estritamente lingüísticasµ
(MARCURCH›, 2008:191)
.
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poch (2009:18) destaca algumas 
$ 

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 $
 , não apenas na fase de
aquisição, mas, por vezes, ainda por um tempo
relativamente longo, já que continua usando as
mesmas estratégias de construção e os mesmos
recursos de linguagem que utiliza na interação
face a face.
1. a questão da referência;
2. as repetições;
3. o uso de marcadores conversacionais
(        .);
4. a justaposição de enunciados sem
qualquer conexão explícita;
5. o discurso direto
6. a segmentação gráfica.
 
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Trabalhando as interferências e marcas da
oralidade separadamente na fase de aquisição
de escrita, o professor fará com que o aluno
perceba que o texto escrito difere daquele
utilizado na interação face a face, tendo,
portanto, suas especificidades. Assim, o aluno
acabará por construir um outro modelo de
texto, $
 , e será capaz de (se e quando
necessário) utilizar de modo adequado os
recursos próprios desta modalidade.

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