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ENGENHARIA DE TECIDO

Flavia Regina Pucci - R.A: 11.113.365-8


MR 9130 – Materiais Avançados
SUMÁRIO

• Introdução • Scaffolds
• Medicina Regenerativa • Objetivos

• Engenharia de Tecido • Scaffold Natural

• Observação: in vitro, ex vivo e in vivo • Scaffold Sintético

• Técnica • Produção

• Células • Sintético x Natural

• Biomateriais • Biorreatores

• Polímeros de origem natural • Resultados


• Polímeros de origem sintética • Notícias
• Cerâmicos, metálicos e compósitos • Conclusão
INTRODUÇÃO

• Os tecidos do corpo sofrem um desgaste


natural ao longo do tempo, além de
eventuais danos que podem ocorrer, como
acidentes e doenças

• Com o avanço da medicina, tem-se


desenvolvido técnicas capazes de reparar os
tecidos utilizando mecanismos similares aos
naturais do organismo para a renovação das
populações celulares
MEDICINA REGENERATIVA

• Consiste na reparação, regeneração ou substituição de


células, tecidos ou órgãos para restaurar a sua função
através de terapias eficazes, consistentes e seguras que são
constituídas por células vivas, administradas isoladamente
ou em combinação com materiais desenhados

• A regeneração pode começar “do zero” ou a partir de um


órgão já existente

• Utiliza uma combinação de células, biomateriais e moléculas


solúveis para estimular o crescimento de células e tecidos
ENGENHARIA DE TECIDO

• Termo originado em 1987 para definir um campo de


estudos multidisciplinar que abarca conhecimentos de
Engenharia de Materiais e Ciências Biomédicas

• Consiste na retirada de células do paciente seguida de sua


semeadura em arcabouços (scaffolds) sintéticos ou naturais,
e posterior implantação no próprio paciente.

• Nos EUA, o custo dos pacientes que sofreram


lesões/perdas de tecido é muito alto, motivado a pesquisa.
OBSERVAÇÃO: IN VITRO, EX VIVO E IN VIVO

• In vitro – designa todos os processos biológicos que tem lugar fora dos sistemas vivos, no ambiente fechado e
controlado de um laboratório, e que são feitos normalmente em recipientes de vidro

• Ex vivo – processos biológicos realizados em um tecido de um organismo em um ambiente externo com


alteração mínima de condições naturais

• In vivo – processos biológicos que ocorrem dentro de um ser vivo


ENGENHARIA DE TECIDO - TÉCNICA

• Expansão in vitro de células viáveis do paciente doador sobre suportes de polímeros bioreabsorvíveis que
degradam-se enquanto um novo tecido ou órgão se forma.

• as células vivas
• um suporte
• Utiliza quatro componentes essenciais • a matriz extracelular (que fornece os fatores de crescimento)
• biorreatores no caso de produção ex vivo.

• Os produtos da engenharia de tecidos podem ser usados em duas situações:

• a primeira é para construção in vitro de tecido bioartificial a partir de células do dador, esta técnica é
utilizada quando se pretende substituir os tecidos ou órgãos com defeito.
• E a segunda situação é quando se pretende modificar in vivo o crescimento e a função das células, o que
implica a regeneração in situ.
CÉLULAS

• São importantes para a regeneração e reparação de tecidos devido a seus mecanismos de proliferação e
diferenciação, sinalização célula a célula, produção de biomoléculas e formação de matriz extracelular.

• Autólogas – células do próprio paciente; evitam riscos de rejeição imunológica


e infecções
• 3 tipos de origem: • Alogênicas – células de outros seres humanos; apresenta problema de
ocorrer rejeições imunológicas
• Xenogênicas – células de origem animal
CÉLULAS

• 3 tipos de células:

• Célula Tronco Embrionária – procedem de


embriões e possuem maior capacidade de originar
qualquer tecido; pluripotentes; deve ser diferenciada
• Célula Tronco Adulta – se encontram em todos
os tecidos animais, mesmo que em quantidades
diferentes
• Células Pluripotentes Induzidas – são células
adultas que podem ser submetidas a tratamentos
específicos se transformados em células tronco
embrionárias pluripotentes
BIOMATERIAIS

• É definido como um material utilizado para fazer dispositivos médicos ou implantes de forma a serem seguros,
fisiologicamente admissíveis e que devem interagir com sistemas biológicos

• Biocompatibilidade – o material não deve ter reações adversas quando em contato com tecidos vivos; leva-
se em conta a topografia, a composição química e a energia de superfície

• Biodegradabilidade – para a reconstrução de um tecido sem inflamação; seus produtos de degradação não
devem ser tóxicos e devem ser retirados do corpo através das vias metabólicas.

• Biologicamente ativos – devem ser reconhecidos pelas células

• Ausência de toxicidade, mutagenicidade, genotoxidade, facilidade de manipulação,


reprodutibilidade e processamento em larga escala
POLÍMEROS DE ORIGEM NATURAL

• Proteínas – colágeno, fibrina e seda


• Polissacarídeos – agarose, alginato, derivados do ácido hialurônico e quitosano
• Polinucleótidos – DNA e RNA

• Para a produção de scaffolds são utilizados polissacarídeos (alginato e quitosano) para a regeneração da
cartilagem e pele
• São biocompatíveis
POLÍMEROS DE ORIGEM SINTÉTICA

• Reprodutibilidade devido a composição química bem definida


• Vantagens: • Taxa de degradação específica
• Podem ser moldados por serem mais flexíveis

• Alguns não possuem locais de adesão da célula


• Desvantagens:
• Necessidade de alteração na composição química

• Polietilenoglicol (PEG), Poli ácido láctico-co-glicólico (PLGA)


MATERIAIS NÃO POLIMÉRICOS
(INORGÂNICOS)

• Cerâmicos – usados como meio de


substituição de ossos lesionados, apesar da
baixa resistência ao impacto e dificuldade de
processamento e fabricação (ex: hidroxiapatita)
• Metálicos – são utilizados como implantes
dentais e como malha para reconstrução facial;
algumas desvantagens: baixa biocompatibilidade,
suscetibilidade à corrosão e variações nas
propriedades mecânicas
• Compósitos – dois ou mais materiais
utilizados para construir um suporte (scaffold)
MEDICINA
SCAFFOLDS
REGENERATIVA

• Scaffolds (ou matriz extracelular) são estruturas onde as células e tecidos


crescem a partir da distribuição de drogas, citocinas, fatores de diferenciação,
crescimento e organização celular.
• Impede que células invasoras perturbem o local de ação e proporcionem um
novo espaço 3D com o intuito das células se formarem em novos tecidos com
estrutura e função apropriada
• Tem a função de fornecer uma estrutura para que as células consigam
proliferar, diferenciar e anexar
• Pode atuar de duas formas:
• Agir como um material de suporte proteico originando a regeneração de
tecido in vivo
• Atuar como um substrato adesivo para que ocorra a formação de células in
vitro
SCAFFOLDS - OBJETIVOS

• Deve apresentar uma extensa rede de interconexão de


poros para que as células possam migrar, multiplicar e se
anexar
• Deve possui canais que permitam a passagem do oxigênio
e nutrientes
• Deve possuir propriedades mecânicas e físicas
• Deve ter biodegrabilidade sem a produção de
metabólitos tóxicos
• Deve ser adequados para a adesão celular
• Deve proporcionar a integração com o tecido de enxerto
MEDICINA
SCAFFOLD
REGENERATIVA
NATURAL

• Decelularização: retirada de
célula de um tecido vivo
mantendo-se os parâmetros físicos,
químicos e biológicos através do
uso de detergentes, impulsos
elétricos ou digestão enzimática

• Recelularização: infusão de
células dentro de uma matriz
decelularizada, permitindo a
aderência e mantendo a atividade
biológica ou do tipo celular ou do
tecido original da matriz
SCAFFOLD NATURAL - ETAPAS

• 1) Extração do órgão do doador


• 2) Banho químico com detergentes eliminando as células (para evitar que o corpo
receptor desencadeie uma agressão contra o órgão implantado)
• 3) Desenvolvimentos de células em scaffold fibroso de colágeno (in vitro)
• 4) Extração das células cultivadas (multiplicadas) in vitro
• 5) Inserção das células no scaffold natural (ex vivo) ligado ao biorreator
• 6) Implante do órgão no receptor (in vivo)
SCAFFOLDS SINTÉTICOS

• Scaffolds porosos – promover o crescimento ósseo ou a


vascularização do órgão
• Scaffolds de microesferas – encapsulação de fármacos que
são posteriormente liberados a uma taxa relativamente lenta ao
longo de um período
• Scaffolds de hidrogeles – conduzir e proporcionar um
ambiente adequado para o crescimento de novos tecidos; são
empregados na cicatrização de feridas, na cartilagem, no
revestimento de feridas, na regeneração óssea e como
transportadores para a libertação de fármacos no organismo
humano
• Scaffolds fibrosos – suportes para tecidos músculo-
esqueléticos, cartilagem, pele, tecidos neurais
SCAFFOLD SINTÉTICO -
P RO D U Ç Ã O
SCAFFOLD SINTÉTICO X NATURAL

• Conclusão: “Desenvolvemos e avaliamos


cartilagem em estratégias de engenharia de
tecido em um novo modelo animal de um
biorreator in vivo. Nesta comparação de
scaffolds, utilizou-se matrizes sintéticas e
naturais. Os resultados indicam que scaffolds
sintéticos mantém os condrócitos e formam
tecido cartilaginoso com resultado mais
duradouro. Os scaffolds de PCL com
condrócitos são mais adequado neste sistema e
um estudo mais aprofundado será conduzido
usando PCL como scaffolds no mesmo modelo
animal com um biorreactor in vivo.”
BIORREATORES

• Função: regular os parâmetros físicos e químicos da cultura no desenvolvimento de tecidos a partir do


controle de fatores ambientais

• É um dispositivo em que os processos biológicos e bioquímicos desenvolvem-se em condições cuidadosamente


controladas e monitorizadas a nível ambiental e operacional, colmo por exemplo: pH, temperatura, pressão,
fornecimento de nutrientes e remoção de resíduos

• Auxiliam no desenvolvimento in vitro de tecido novo através do fornecimento de sinais reguladores


bioquímicos e físicos para as células e estimulando-as a passar por diferenciação
• Fazem a elaboração da matriz extracelular antes da implantação in vivo
RESULTADOS
“Foi realizado com a coleta de células
cartilaginosas do próprio paciente, que
foram cultivadas numa estrutura
tridimensional da orelha saudável.

Atualmente, as opções de tratamento


incluem a reconstrução cirúrgica com
plástico ou cartilagem das costelas ou o
uso de próteses. Na nova abordagem,
os cientistas coletaram células
cartilaginosas chamadas condrócitos,
retiradas da orelha afetada pela microtia
do próprio paciente. Então, elas foram
colocadas para cultivo em moldes da
orelha saudável impressos em 3D.”
“Depois da morte de seis de seus pacientes ao longo de
vários anos - que o médico diz não terem relação com os
transplantes. O procedimento deu ao médico italiano
status de pioneiro no campo da medicina regenerativa, e
ele passou a publicar resultados de suas pesquisas nas
mais famosas revistas científicas do mundo.
Mas vários colegas do médico no Instituto Karolinska
levantaram dúvidas quanto aos métodos de Macchiarini e
o denunciaram em 2014 por subestimar os riscos das
operações e não ter obtido a permissão adequada nem
informado os pacientes sobre os procedimentos.”
“Cirurgiões chineses fizeram crescer um
'nariz' artificial na testa de um paciente. O
'órgão', construído com cartilagem retirada
da costela do próprio paciente, será
transplantado para substituir o nariz
danificado por uma infecção.
A equipe do hospital na cidade de Fuzhou,
na província de Fujian, decidiu, então,
construir um nariz artificial para substituir o
original. Isso foi possível graças ao implante
de um expansor de tecido da pele no formato
de um nariz na testa de Xiaolian. Cartilagem
retirada da costela do paciente também foi
utilizada na construção do órgão artificial.”
CONCLUSÕES

• A engenharia de tecidos é uma área de pesquisa nova, cujo termo surgiu em 1987.
• Apesar da engenharia de tecidos apresentar grandes perspectivas de comercialização de novos produtos, esta
também tem as suas limitações. O progresso das técnicas de cultura de células e dos suportes empregados
ainda não possibilitam que os tecidos sejam produzidos com toda a sua complexidade (o fato de não conterem
determinados componentes celulares, anexos cutâneos e uma deficiente vascularização).
• Atualmente já existem muitos casos em que pacientes aplicam substitutos cutâneos in vivo para o tratamento
de feridas crônicas, apresentando assim resultados positivos.
• A engenharia de tecidos será uma área muito promissora no futuro, uma vez que necessita de novos campos
de investigação para obter um maior impacto em relação à prática de cuidados de saúde.
OBRIGADA!

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