Esse artigo visa fazer uma análise histórica dos
fanzines Punks na cidade de Teresina, com enfoque na geração Punk da década de 90. Partimos da idéia geral de os fanzines são o principal suporte das bandeiras em torno das quais se articula o movimento punk. Interessa mostrar como esses sujeitos, por meio de uma guerra contra a literatura cânone e a arte engessada estetizam suas vidas, ressignificando suas existências e mantendo sua construção identitária em constante diáspora.[Práticas discursivas]. Movimento que formiga no mundo com força a partir da década de 70. São famosos pelos protestos, autogestão,anti militarismo, visual que choca, sabotagens, multirões, músicas com poucos acordes...etc. Negação do mito paz e amor Hippie Faça você mesmo. Contra racismo, especismo, homofobia O punk tenta escapar das investidas de um poder que não se faz mais na instância macro, mas nos aspectos infimos da vida. Biopoder. Contra o sistema capturador de sentidos uma esgrima obscena na linguagem é constituída Condenam o impacto negativo da mídia e da televisão: Os desejos indicados, os conceitos previamente elaborados.[Sociedade capitalísitica] Se trata de não espantar o devir, mas de ser realmente sincero com as palavras, que não devem cristalizar-se nunca. É fazer com que a criação mantenha aberto o espaço líquido da metamorfose. Contra esse “sistema”, inimigo silencioso e eficiente, o punk se manifesta por meio de uma panfletagem subliminar. A tática contra a estratégia de captura de sentidos de um poder moderador de subjetividades. A força da burla aparece nesse tipo de produção onde "são revividos corpos e desejos mortificados numa língua terrorista" –[Literatura menor] Como um saque semelhante a ataques de gatunos e larápios nas escuras ruas da cidade, conjura-se uma pirataria de idéias. As imagens são pensadas com a função de trazer à tona verdades que não estão óbvias. Vestir outra pele, ser outra coisa. Ação direta espoliadora Por meio de um caos de teorias e sensações, o fanzine anarcopunk visa criar possibilidades de estabelecer um "grau zero" na formação do sujeito. Quando nos tornamos adultos, uma série de responsabilidades nos acomete: Devemos prestar contas a um corpus social e buscar uma definição que se assemelhe ao molde da linha de desejo padrão. Ser bem casado, constituir família e filhos, ter um bom emprego, trabalhar e poupar para ter um alto padrão de vida são algumas das características que compõem esse desejo padrão. Pegamos conceitos prontos. Pensamento sem imagem e a aproximação com a infância. Demora um tempo se libertar de ideias preconcebidas, de mitos, traumas, marcas, frustrações, valores, normas,...de objetos, coisas, pessoas...e mesmo assim ainda nos leva algo de nós, um pedaço de nós...depois de tudo, descobrimos que não era tudo, que há a nossa vida...uma vida longa .(ENQUANTO NÓS VAMOS PASSANDO., n.1, 2003.)