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As

As Probabilidades
Probabilidades
Sara Carreto.
9ºB
Origem das probabilidades

• O interesse em problemas relacionados com probabilidades teve início, em primeiro


lugar, devido ao desenvolvimento dos seguros. No entanto, as questões que levaram os
grandes matemáticos do século XVII a pensar neste assunto, vieram dos pedidos dos
nobres que se entregavam a jogos de acaso, como o jogo dos dados, moedas e das
cartas (Struik, 1989).
• É por volta de 1654, enquanto Pascal trabalhava no seu trabalho sobre cónicas que
Chevalier De Maré, seu amigo, um nobre, homem de letras, mas um jogador inveterado,
o consulta para lhe expor algumas dúvidas em relação ao jogo dos dados,
nomeadamente: Dois jogadores, cada um aposta 32 moedas. O total será ganho por
aquele que primeiro obtiver três vezes, seguidas ou não, o número em que apostou, de
entre as 6 faces do dado. O jogo foi interrompido quando um jogador já tinha duas
saídas do seu número e o outro apenas uma. Como dividir as 64 moedas que estão em
jogo se em oito lances consecutivos dum dado, um jogador deve tentar obter o um,
mas depois de três tentativas infrutíferas o jogo é interrompido, como deveria o
jogador ser indemnizado? (Boyer, 1996)
• Como é que num jogo de lançar um dado, 4 vezes consecutivas, era maior a
probabilidade de aparecer um 6, que a de caso contrário, enquanto que no jogo de
lançar 24 vezes dois dados, a probabilidade de aparecer o duplo 6, era menor do que a
do caso contrário? Parecia-lhe paradoxal, pois estava convencido que ambas as
probabilidades deviam ser iguais (Marques, 1991).
Matemáticos ligados
ás probabilidades
A noção de probabilidade tem a sua origem mais remota
referida não só à prática de jogos ditos "de azar" mas
também, antes disso, à instituição dos seguros que foram
usados já pelas civilizações mais antigas, designadamente
pelos fenícios, a fim de protegerem a sua actividade
comercial marítima.
O Cálculo das Probabilidades parece ter nascido,
enquanto tal, na Idade Média, com as primeiras
tentativas de matematização dos jogos de azar, muito
difundidos na época. É sabido que desde sempre os jogos
foram praticados como apostas mas também para prever
o futuro, decidir conflitos, dividir heranças, etc.
Devem-se aos algebristas italianos Pacioli, Cardano e
Tartaglia (séc. XVI) as primeiras considerações
matemáticas acerca dos jogos e das apostas. Eles
limitam-se, no entanto, a resolver alguns problemas Blaise Pascal (1623-1662)
concretos mas ainda sem demonstração de teoremas, Notável matemático nascido em Clermont
embora façam já comparação de frequência de (França)
ocorrências e estimativas de ganhos. No entanto, o que se notabilizou também como filósofo da
contributo decisivo para o início da Teoria das religião e escritor.
Probabilidades foi dado pela correspondência trocada
entre os matemáticos franceses Blaise Pascal e seu
amigo Pierre de Fermat, em que ambos, por diferentes
caminhos, chegam à solução correcta do célebre
problema da divisão das apostas em 1654. Este problema
teria sido posto a Pascal pelo cavaleiro De Méré
(considerado por alguns autores jogador inveterado e por
outros, filósofo e homem de letras) quando viajava em
sua companhia. Sem que Pascal e Fermat o soubessem,
este problema era basicamente o mesmo que, um século
antes, interessara também Pacioli, Tartaglia e Cardano.
• Pascal interessou-se, especialmente, pelos problemas relacionados com a
divisão correcta dos prémios no caso de um jogo ser interrompido antes do
final. Percebeu que eram problemas difíceis e que equivaliam a determinar a
probabilidade que cada jogador tem de ganhar, em cada momento, conforme
a evolução do jogo.
• Pascal decidiu expor as suas reflexões a Fermat e propor-lhe os desafios
tal como lhe tinham feito. Escreveu-lhe...Fermat interessou-se também pelo
assunto. Numa das cartas trocadas, Fermat responde à terceira dúvida De
Maré, demonstrando que a primeira probabilidade é 0.516, enquanto que a
segunda é 0.491 (Marques, 1991).
• É a sequência de sete cartas com as reflexões conjugadas de ambos, que
marca o nascimento histórico da teoria das probabilidades como ciência. À
medida que a correspondência se desenrola, vemos nascer os métodos da
análise combinatória, na investigação dos diferentes modos pelos quais se
pode realizar certo acontecimento.
• O trabalho desenvolvido não recorreu às ideias de Cardano de um século antes,
que permaneceram esquecidas até 1663. É só da troca de cartas sobre estes
problemas e sobre outras questões com eles relacionadas, que vai nascer o ponto
de partida, ou seja, alguns fundamentos, da moderna teoria das probabilidade.
Fermat e Pascal são, então, considerados os fundadores da teoria matemática
das probabilidades (Boyer, 1996)
• Tanto Pascal, como Fermat não publicaram a sua correspondência, nem os
resultados a que chegaram. O impulso definitivo ao nascimento e expansão do
cálculo das probabilidades só foi dado em 1957, por Huygens. Estimulado pela
leitura da correspondência entre os dois matemáticos, vai publicar um pequeno
folheto, o primeiro tratado dedicado exclusivamente, à teoria das probabilidades
chamado De rattiociniis in ludo aleae (Sobre o raciocínio nos jogos de azar), onde
relata o Começando a ser conhecido o novo domínio das matemáticas, a teoria das
probabilidades, avançou rapidamente, despertando o interesse de muitos
matemáticos e físicos. Os passos seguintes foram dados por De Witt, em 1671 e
por Halley, em 1693, ao construírem tabelas de anuidades e, por Jacques
Bernoulli, que escreveu uma obra extensa sobre a teoria das probabilidades, a
Ars conjectandi (A arte de conjecturar), que foi publicada em 1713.  Também
Abraham de Moivre escreveu sobre probabilidades, principalmente probabilidades
condicionadas e publicou a sua obra A doutrina das chances, em 1718. Thomas
Bayes também desenvolveu o estudo sobre probabilidades condicionadas e é autor
de uma obra que inclui o famoso teorema de Bayes, publicada em 1764. No
entanto, à parte do nascimento, as maiores contribuições para o desenvolvimento
da teoria das probabilidades devem-se, sem dúvida, ao matemático Laplace
(1749-1827).
  Pascal e Fermat não publicaram as
soluções encontradas para os diversos problemas
que estudaram.
A publicação desses problemas com os
respectivos resultados ficou a dever-se a
Jacques Bernoulli (1654-1705) num livro de
edição póstuma intitulado " A Arte da
Conjectura" (1713) no qual coligiu todos os
problemas conhecidos até então, acompanhados
das respectivas soluções, e onde estabeleceu
alguns resultados novos entre os quais a "lei dos
grandes números".

Jacques Bernoulli
(1654-1705)
Pierre Laplace Andrei Kolmogorov
(1749-1827) (1903-1987)

A propósito do Cálculo das Probabilidades de Pascal, Laplace escreveu:


A teoria das probabilidades, no fundo, não é mais do que o bom senso traduzido em cálculo; permite
calcular com exactidão aquilo que as pessoas sentem por uma espécie de instinto. ..É notável que tal ciência,
que começou com estudos sobre jogos de azar, tenha alcançado os mais altos níveis do conhecimento
humano.
Em 1812, Laplace publicou uma importante obra de Teoria Analítica das probabilidades, em que
sistematizou os conhecimentos da época e onde se encontra a lei de Laplace.
Já no séc. XX, o Cálculo das Probabilidades deu lugar, como veremos mais adiante, a uma teoria matemática
dotada de uma axiomática própria, graças sobretudo aos trabalhos de Kolmogorov, publicados em 1933.
Este foi um dos matemáticos que adoptaram um novo conceito de probabilidade baseado na experimentação
e designado por "conceito frequencista de probabilidade"; por esse facto, os axiomas que Kolmogorov
adoptou na construção da sua axiomática são muito semelhantes às propriedades das frequências relativas.
Conheçamos um pouco da vida e obra de um
grande matemático português, seguidor de Newton,
entre outros, que se antecipou na formulação de
conceitos matemáticos, como por exemplo o de
derivada, a outros matemáticos de renome
internacional como Cauchy.
José Anastácio da Cunha nasceu em Lisboa em 1744.
Em 1773, o Marquês de Pombal, quando reformou a
Universidade de Coimbra, tendo conhecimento dos
seus méritos, nomeou-o professor da Faculdade de
Matemática desta Universidade. A única obra que
Anastácio da Cunha deixou impressa foi “ Os princípios
Matemáticos”. Quando se percorre pela primeira vez
este livro, nota-se com surpresa que o autor, no
pequeno espaço de trezentas páginas, refere as
primeiras noções de Aritmética e de Geometria, passa
pela Teoria das Equações, pela Análise algébrica, pelas
Trigonometria plana e esférica, pela Geometria José Anastácio da Cunha
analítica e pelo Cálculo diferencial e integral. (1744-1787)
No fim do séc. XVI, o comércio e a banca
sofreram grande desenvolvimento, o que veio a
exigir a resolução de problemas de cálculo numérico
cada vez mais complexos. Do mesmo modo, a
determinação de alguns dados importantes para a
navegação, como longitudes ou a rota mais curta,
bem como os problemas de astronomia, constituíram
um estímulo decisivo para que alguns matemáticos
tivessem dirigido os seus esforços para a procura
de novas técnicas simplificadoras daqueles (e de
outros) cálculos. Surgiram assim os logaritmos.
A primeira obra fundamentada e estruturada sobre
logaritmos foi elaborada por John Napier (ou
Neper) (1550-1617), barão e proprietário escocês
que dedicou algum do seu tempo à matemática e
registou os logaritmos com sete casas decimais
numa obra (Mirifici Logarithmorum Canonis
Descriptio - Descrição da Maravilhosa Regra dos
Logaritmos) que publicou em 1614. Ele trabalhou os
logaritmos sem dispor das tecnologias que hoje
estão ao nosso alcance, mas com a preocupação de
simplificar os cálculos. Foi o posterior progresso da John Napier (Neper)
Análise que veio a permitir o cálculo de logaritmos
por outros processos mais expeditos, como os (1550–1617 )
utilizados pelas calculadoras.
Nasceu em Praga e foi um dos pioneiros da exigência de total formalização e
rigor lógico das demonstrações matemáticas em que, até então, se admitia a
introdução de conclusões com base na intuição.
É tido como um solitário no seu trabalho que veio a ser, no entanto,
retomado e continuado por outros matemáticos notáveis como Cauchy,
George Cantor e Richard Dedekind, na linha de uma progressiva formalização
e rigor.
Num trabalho publicado em 1817, Bolzano apresentou definições rigorosas
de função contínua e de derivada de uma função, tendo ainda estabelecido
formalmente as relações entre derivabilidade e continuidade de uma função.

O estudo analítico da Trigonometria, associado aos números complexos e às


Bernhard Bolzano fórmulas que actualmente usamos e são conhecidas com o seu nome, foram
(1781-1848) apresentadas por Moivre em “Miscellanea Analytica” (1730). Em 1739,
apresentou o processo de determinação das raízes de índice n de um número
complexo a + bi.
 Francês por nascimento, De Moivre teve de
abandonar o seu país por motivos religiosos, na
sequência da revogação do Édito de Nantes,
tendo vivido em Inglaterra a partir I de 1685.
Por não ser inglês, foi-lhe sempre negado
leccionar nas Universidades, embora tenha sido
eleito ainda muito novo para a Royal Society, já
que o mérito das suas investigações
matemáticas (realizadas a par das aulas
Abraham De Moivre particulares que dava para subsistir) foi, desde
cedo, reconhecido pela comunidade científica
(1667/1754) inglesa e, designadamente, pelo próprio Newton,
com quem se relacionou.
Na sua obra “Doctrine of Changes” dedicou-se
ao estudo das leis do acaso, sendo um dos
nomes que, no séc. XVIII, aparecem ligados à
Teoria das Probabilidades.
Jean-Robert Argand
(1768-1822)
 No final do século XVIII, em 1797, um topógrafo norueguês, Caspar Wessel,
entregou à Academia Dinamarquesa de Ciências e Letras uma Memória, publicada em
1799, "Sobre a representação analítica da Direcção" onde, pela primeira vez, foi
apresentada uma representação geométrica dos números complexos. Há qualquer
coisa de novo, para além da ideia de coordenadas cartesianas, pois, na J
representação que acabámos de referir atrás, todos os complexos da forma O + bi,
isto é, todos os imaginários puros, têm representação sobre o eixo Oy.
Mas o trabalho de Wessel foi esquecido durante um século e, só alguns anos depois,
em 1806, o suiço Jean-Robert Argand (1768-1822) criava, por sua vez, a mesma
representação.
Foi o seu nome que ficou ligado a ela durante muitas dezenas de anos.
Entretanto, Gauss escreveu, numa carta datada de 1811: ". ..da mesma maneira que se
pode representar todo o domínio das quantidades reais por meio de uma linha recta
indefinida, pode representar-se o domínio complexo de todas as quantidades, as reais
e as imaginárias, por meio de um plano indefinido; onde cada ponto determinado pela
sua abcissa a e pela sua ordenada b representa, ao mesmo tempo, a quantidade a + bi.
Exemplo de um problema

Aniversário no mesmo dia

  Numa turma de 30 alunos, qual é a probabilidade de haver alunos que façam


anos na mesma data? Intuitivamente parece ser mais ou menos de 50%?
Resolução

Intuitivamente, e atendendo a que um ano tem 365 dias, parece (pelo menos a mim) que a probabilidade de
haver alunos que façam anos na mesma data  é inferior a 50%. No entanto a intuição nem sempre é boa
conselheira, casos há em que a intuição revela-se desastrosa e muito má conselheira.
  Este problema conduz-nos a um resultado surpreendente. 

Para o resolver vamos calcular a probabilidade de nenhum dos alunos fazer anos na mesma data.
Número de casos favoráveis:  
Suponhamos que começamos por perguntar ao nº1 a sua data de nascimento. Ele terá que indicar um dos
365 dias do ano. O aluno nº2  pode ter como data qualquer um dos outros 364 dias, o aluno nº3 pode
ter como data de aniversário qualquer um dos outros 363 dias e assim sucessivamente. 
Então, o número de casos favoráveis  a  não haver alunos com a mesma data de aniversário é:  365 x 364 x
363 x 362 x  ...  x 336 
Número de casos possíveis:
Cada um dos alunos pode fazer anos em qualquer um dos 365 dias do ano. Então, o número de casos
possíveis é: 
Cálculo da probabilidade de nenhum aluno fazer anos na mesma data 
Cálculo da probabilidade de pelo menos dois dos alunos fazerem anos na mesma data
  Os acontecimentos "nenhum aluno faz anos na mesma data" e "pelo menos dois dos alunos fazem anos na
mesma data" são contrários, isto é, a soma das suas probabilidades é igual a 1.
Então,
 Probabilidade de pelo menos dois fazerem anos na mesma data = 1-0,293684=
  = 0,706316 = 70,6316%  Bem acima dos 50%!!!!
 

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