Você está na página 1de 46

FACULDADE DE DIREITO DE

GARANHUNS
O ESTADO:
-ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
- FORMAS DE GOVERNOS
- FORMAS DE ESTADOS
Aula 2 e 5
O ESTADO
 Figura abstrata criada pela sociedade.

 É uma sociedade política criada pela vontade de


unificação e desenvolvimento do homem, com intuito
de regulamentar, preservar o interesse público.
 Originou-se da vontade de preservação desse interesse
ou bem comum, posto que a sociedade natural não
detinha os mecanismos (regulamentação) necessários
para promover a paz e o bem estar de seus membros.
Assim, a única forma de preservação do bem comum
foi a delegação de poder a um único centro, o Estado.
 Não é reconhecido somente através do seu poder, mas
sim de elementos constitutivos, tais como povo,
território e a soberania.
CONCEITO
DE ESTADO
SÃO TOMÁS DE AQUINO E A DOUTRINA DE SANTO
AGOSTINHO

 Assim como tudo foi criado por DEUS, ou seja, o


Estado não originava-se do homem, da sociedade
e da ordem social, e sim de uma figura maior que
organizou o homem, transformando-o de homem-
natural à homem-social.
HOBBES

 entendia que homem viveria sem poder e sem


organização, num estágio que ele o denominou de
estado de natureza, o qual representava uma
condição de guerra. Hobbes propôs que haveria à
necessidade de se criar o Estado para controlar e
reprimir o homem o qual vivia em estado de
natureza. O Estado seria, o único capaz de
entregar a paz, e para tanto o homem deveria ser
supervisionado pelo Ente Estatal legitimado por
um contrato social
ROSSEAU

 “[...] encontrar uma forma de associação que defenda e


proteja a pessoa e os bens de cada associação de
qualquer força comum, e pela qual, cada um, unindo-se
a todos, não obedeça, portanto, senão a si mesmo,
ficando assim tão livre como dantes”.

 O Estado é o aglutinamento de pessoas, através do


contrato social visando, necessariamente, o bem
comum.
A PALAVRA ESTADO
 vem do latim status que significa posição e ordem.

 Essa posição e ordem transmitem a ideia de


manifestação de poder.

 Podemos conceituar que estado uma forma de


sociedade organizada politicamente.
 É uma sociedade natural, no sentido de que decorre
naturalmente do fato de os homens viverem
necessariamente em sociedade e aspirarem
naturalmente realizar o bem geral que lhes é próprio,
isto é, o bem público. Por isso e para isso a sociedade se
organiza em Estado.

 O Estado é uma sociedade politicamente organizada


porque é uma comunidade constituída por uma ordem
coercitiva.

 Para realização do bem comum o homem realiza pactos


e contratos sociais visando transferir direitos naturais
(renúncia) em favor do interesse público.
ELEMENTOS
CONSTITUTIVOS
DO ESTADO
 O Estado possui três elementos constitutivos, a falta
de qualquer elemento descaracteriza a formação do
Estado.
 Para o reconhecimento do Estado perfeito se faz
necessário a presença de:

 Povo;
 Território;
 Soberania.
 o conceito de Estado é assumido como uma forma
histórica de um ordenamento jurídico geral cujas
características ou elementos constitutivos eram os
seguintes:
 (1)- territorialidade, isto é, a existência de um
território concebido como "espaço da soberania
estadual;
 (2)- população, ou seja, a existência de um "povo" ou
comunidade historicamente definida.
O POVO
 é caracterizado pelo conjunto de pessoas que se unem
com intuito organizacional e fiscalizador.

 É a população do Estado, considerada sob o aspecto


puramente jurídico, é o grupo humano encarado na sua
integração numa ordem estatal determinada, é o
conjunto de indivíduos sujeitos às mesmas leis, são os
súditos, os cidadãos de um mesmo Estado.

 O povo é o elemento humano na formação do Estado,


posto que não há Estado sem população, sem pessoas.
 Segundo a teoria tradicional é o povo, isto é, os seres
humanos que residem dentro do território do Estado.
Eles são considerados uma unidade. Assim como o
Estado tem apenas um território, ele tem apenas um
povo, e, como a unidade do território é jurídica e não
natural, assim o é a unidade do povo.
 Todo Estado contemporâneo abrange apenas uma
parte do espaço, ele também compreende apenas uma
parte da humanidade.
DIFERENÇA: POVO DE NAÇÃO
 Nação é o conjunto de indivíduos interligados por
valores socioculturais idênticos, e ainda, Estado e
nação são conceitos distintos, já que Estado necessita
do elemento constitutivo território, enquanto a nação
não possui um critério espacial delimitado.
 Nação é um grupo de indivíduos que se sentem unidos
pela origem comum, pelos interesses comuns e,
principalmente, por ideais e aspirações comuns.
 Povo é uma entidade jurídica;

 Nação é uma entidade moral no sentido rigoroso da


palavra.

 Nação é muita coisa mais do que povo, é uma


comunidade de consciências, unidas por um
sentimento complexo, indefinível e poderosíssimo: o
patriotismo.
TERRITÓRIO
 É a delimitação territorial ou espacial que dará
limite à soberania do Estado.

 A base física, a porção do globo por ele ocupada,


que serve de limite à sua jurisdição e lhe fornece
recursos materiais.
 É o país propriamente dito, e portanto país não se
confunde com povo ou nação, e não é sinônimo de
Estado, do qual constitui apenas um elemento.
 A especificação territorial do Estado, como elemento
constitutivo de seu reconhecimento destaca o critério
espacial (aonde) ocorrerá à incidência de normas
jurídicas.

 A unidade do território de Estado e, portanto, a


unidade territorial do Estado, é uma unidade jurídica,
não geográfica ou natural. Porque o território do
Estado, na verdade, nada mais é que a esfera
territorial de validade da ordem jurídica chamada
Estado.
 Podemos destacar que o território não compreende
unicamente o solo, mas também o subsolo e o espaço
aéreo, mar, ilhas, ou seja, a união de todas as
especificidades do signo território demarca o domínio
(regulamentar) do Estado.
A SOBERANIA
 encontra-se intrinsecamente no segundo elemento
constitutivo.

 Será exercida em seu território e essa transporta a


ideia de ordem interna.

 Com poder de impor determinações e condições, isto é:


regulamentar a ordem social interna.
 A afirmação de que a soberania é uma qualidade
essencial do Estado significa que o Estado é uma
autoridade suprema.

 A “autoridade” costuma ser definida como o direito ou


poder de emitir comandos obrigatórios.

 O poder efetivo de forçar os outros a certa conduta não


basta para constituir uma autoridade.
 Soberania é tanto a força ou o sistema de força que
decide do destino dos povos, que dá nascimento ao
Estado Moderno e preside ao seu desenvolvimento,
quanto a expressão jurídica dessa força no Estado
constituído segundo os imperativos éticos, econômicos,
religiosos etc., da comunidade nacional, mas não é
nenhum desses elementos separadamente: a soberania
é sempre sócio-jurídico-política, ou não é soberania.
FORMAS DE ESTADO
 É a formação material do Estado, sua estrutura. São
as variações existentes na combinação dos três
elementos morfológicos do Estado: povo, território e
governo.

 Os Estados são classificados quanto à sua soberania


em:
ESTADO PERFEITO

 reúne os três elementos constitutivos


– povo, território e governo
– cada um na sua integridade, devendo o elemento
governo ser soberano irrestritamente.
ESTADO IMPERFEITO

 embora possuindo os três elementos


constitutivos, sofre restrição em algum deles,
principalmente sobre o governo.
 Estado imperfeito pode ter a administração
própria, mas, não é Estado na exata acepção do
termo enquanto estiver sujeito à influência
tutelar de uma potência estrangeira.
 Não sendo soberano, não é uma pessoa jurídica
de direito público internacional (Estado
soberano).
ESTADO SIMPLES OU UNITÁRIO

 há um único poder soberano sobre um único povo


e determinado território.
 O governo único tem plena jurisdição nacional,
sem divisões internas que não sejam
simplesmente de ordem administrativa.

Ex.: França.
ESTADO COMPOSTO
 É a união de dois ou mais Estados, apresentando duas
esferas distintas de poder governamental, e
obedecendo a um regime jurídico especial, sempre com
a predominância do governo da União como sujeito de
direito público internacional.
 É uma pluralidade de Estados, perante o direito
público interno, mas no exterior se projeta como uma
unidade. São tipos de Estados compostos:
 UNIÃO PESSOAL – forma própria da monarquia que
ocorre quando dois ou mais Estados são submetidos ao
governo de um só́ monarca. Resulta este fato em regra
do direito de sucessão hereditária, pois, um mesmo
Príncipe, descendente de duas ou mais dinastias,
poderá́ herdar duas ou mais coroas. Pode também
resultar de eleição ou acordo internacional.
 Na união pessoal os Estados conservam a autonomia
interna e internacional. Ligam-se apenas pela pessoa
física do soberano. É transitória, sem utilidade política
para os Estados associados.
 Ex.: Espanha e Portugal, sob Felipe da Áustria.
UNIÃO REAL – É uma forma própria da monarquia
que consiste na união de dois ou mais Estados,
conservando cada um a sua autonomia administrativa,
a sua existência própria, mas formando uma só́ pessoa
jurídica de direito público internacional sob o mesmo
soberano. As leis de sucessão são unificadas de modo
que somente uma dinastia reine.
Ex.: Escócia, Irlanda e Inglaterra até 1707; Suécia e
Noruega; Áustria e Hungria.
 UNIÃO INCORPORADA – É a união de dois ou mais
Estados distintos para a formação de uma nova
unidade.
 Neste caso os Estados se extinguem de fato e de direito
por serem completamente absorvidos pela nova
entidade resultante da incorporação. Os Estados que
se incorporaram têm apenas a designação virtual de
Estado.
A Grã-Bretanha é exemplo clássico de união
incorporada. Os reinos da Inglaterra, Escócia e Irlanda
do Norte, formaram união pessoal, depois união real,
vindo posteriormente a se fundiram formando um
único Estado com a denominação de Grã̃-Bretanha.
CONFEDERAÇÃO
 É a união contratual de Estados independentes que se
ligam para fins de defesa externa e paz interna. Na
união confederativa os Estados confederados não
sofrem qualquer restrição à sua soberania interna,
nem perdem a personalidade jurídica de direito público
internacional.
 Unidos pelos laços da união contratual, surge a
confederação como entidade supra estatal, com suas
instituições e autoridades constituídas que promovem
todas as medidas conducentes ao objetivo de defesa
externa e paz interna dos Estados confederados.
 No que diz respeito aos objetivos comuns, delegam a
maior competência ao supra governo.
Ex.: a Suíça foi uma das mais antigas Confederações,
sendo hoje uma federação. Da mesma forma ocorreu com
os Estados Unidos da América do Norte e Alemanha que
são hoje Estados Federados, mostrando a tendência das
Confederações evoluírem para Federação ou se
dissolverem.
FEDERAÇÃO

 É aquele Estado formado pela união de vários Estados,


que perdem a soberania em favor do poder central da
União Federal, que possui soberania e personalidade
jurídica de Direito Público Internacional.

 São Estados Federais: Brasil, Estados Unidos da


América do Norte, México, Argentina e Venezuela.

 O que caracteriza o Estado Federal - fato de, sobre o


mesmo território e sobre as mesmas pessoas, se
exercer, harmônica e simultaneamente, a ação pública
de dois governos distintos: o federal e o estadual.
FORMAS DE
GOVERNO
 O regime representativo é colocado em prática nos
Estados modernos sob modalidades diferentes, cada
uma constituindo uma variante da democracia e tendo
na linguagem corrente a denominação de formas de
governo.

 As formas de governo a partir do momento que a


separação de poder deixou de ter um cunho
aristotélico. São elas: governo parlamentar, governo
presidencial e governo convencional ou governo de
assembleia.
 "As formas de governo são formas de vida do Estado,
revelam o caráter coletivo do seu elemento humano,
representam a reação psicológica da sociedade às
diversas e complexas influências de natureza moral,
intelectual, geográfica, econômica e política através da
história." (Darcy Azambuja)
AS CONCEPÇÕES HISTÓRICAS DAS FORMAS
DE GOVERNO

 A mais antiga e célebre concepção das formas de


governo é a concebida por Aristóteles.
 Em seu livro "Política" expõe a base e o critério
que adotou:
"Pois que as palavras constituição e o governo
é a autoridade suprema nos Estados, e que
necessariamente essa autoridade deve estar
na mão de um só, de vários, ou a multidão usa
da autoridade tendo em vista o interesse
geral, a constituição é pura e sã; e que se o
governo tem em vista o interesse particular de
um só, de vários ou da multidão a
constituição é impura e corrompida."
 Aristóteles adota uma classificação dupla.
= A primeira divide as formas de governo em puras e
impuras, conforme a autoridade exercida. A base desta
classificação é pois moral ou política.

= A segunda classificação é sob um critério numérico; de


acordo com o governo, se ele está nas mãos de um só, de
vários homens ou de todo povo.

 Ao combinar-se o critério moral e numérico Aristóteles


obteve:
 Os escritores políticos romanos acolheram com
reservas a classificação de Aristóteles. Alguns
como Cícero acrescentaram às formas de
Aristóteles uma quarta: a forma mista de
governo.

 O governo mista aparece para a redução dos


poderes da monarquia, aristocracia e democracia
mediante determinadas instituições políticas, tais
como um Senado aristocrático ou uma Câmara
democrática.
 De Aristóteles a Cícero, passemos a Maquiavel, o
secretário florentino, que se imortalizou na
ciência política com o livro "O Príncipe" no qual
ele afirmava que "todos os Estados, todos os
domínios que exerceram e exercem poder sobre
homens, foram e são, ou Repúblicas ou
principados."

 Com essa afirmação, Maquiavel classifica as


formas de governo com somente duas vertentes:
República e Monarquia.
CLASSIFICAÇÃO MODERNA

 COM O NASCIMENTO DO ESTADO


MODERNO, A CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS
DE GOVERNO PASSOU A SER A SEGUINTE:
MONARQUIA
 “é a forma de governo em que apenas uma pessoa exerce o
poder político do estado.

 TIPOS DE MONARQUIA:

 Monarquia absoluta;
 Monarquia constitucional;
 Monarquia parlamentarista (adota-se o sistema parlamentar
de governo, onde o monarca não mais governa, sendo Chefe de
Estado (função de representação). O governo é exercido pelos
Ministros de Estado (Chefes de Governo).

 CARACTERÍSTICAS DA MONARQUIA:

 Vitaliciedade;
 Hereditariedade;
 Irresponsabilidade.
REPÚBLICA
 “do latim res publica (aquilo que pertence ao
povo), república significa, segundo Sampaio
dória, o governo do povo”.

 apareceu no início do século XX, principalmente


após a 1º guerra mundial.

 CARACTERÍSITICAS FUNDAMENTAIS DA
REPÚBLICA:

 Temporariedade;
 Eletividade;
 Responsabilidade.
FORMAS

República República Monarquia


Presidencialista Parlamentarista Parlamentarista

Chefe de Estado Separados Separados

> Fundidos

Chefe de Governo Separados Separados


República Presidencialista República Parlamentarista Monarquia Parlamentarista
Conflitos de Interesses: 1 - Sendo do mesmo partido: Chefe de Estado incentiva e age
- são concorrentes. como conselheiro de seu Chefe de
- duas funções opostas investidas na Governo.
mesma pessoa. 2 - Sendo de partidos diferentes:
- são inimigos. Chefe de Governo encara seu Chefe
- age mais como Chefe de Governo, de Estado como conselheiro, amigo
esquecendo suas funções de Chefe Não há base para CONFIANÇA e uma pessoa na qual pode
de Estado. entre as chefias de Estado e de CONFIAR.
Governo.

Obs: Não há o Poder Moderador. Obs: Embora haja um Poder Obs: O Poder Moderador é
Entretanto, quem muitas vezes Moderador, devido a conflitos de exercido na sua essência, pois é
assume essa posição em épocas interesses entre as duas chefias, o apolítico, apartidário e supra-
de conflitos são as Forças mesmo tende a ser exercido de partidário
Armadas aplicando um golpe de forma política e partidária.
estado.

Você também pode gostar