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CÂNCER GÁSTRICO

Discentes: Marcelle Costa


Nicole Pimentel
CÂNCER GÁSTRICO
EPIDEMIOLOGIA
• O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do biênio 20
18/2019, sejam diagnosticados 21.290 novos casos de câncer de estômago.
Entre homens, é o quarto tipo mais incidente e o sexto entre as mulheres.

• O câncer de estômago afeta principalmente as pessoas mais velhas. A idade


média dos pacientes quando são diagnosticados é de 68 anos. O risco médio
de uma pessoa desenvolver câncer de estômago em sua vida é cerca de 1 em
154.

• O câncer de estômago é muito mais comum nos países menos desenvolvidos,


sendo uma das principais causas de mortes relacionadas ao câncer no mundo.

• Até o final da década de 1930, o câncer de estômago foi a principal causa de


morte por câncer nos Estados Unidos. Atualmente, já não está mais entre as
primeiras causas de morte. Alguns pesquisadores acreditam que esse declínio
possa estar relacionado ao uso de antibióticos no tratamento de infecções,
como o Helicobacter pylori (H. pylori), que é uma das principais causas do
câncer de estômago.
Tipos de Câncer Gástrico
• Adenocarcinoma. Cerca de 90% a 95% das neoplasias de estômago são
adenocarcinomas. Esses cânceres se desenvolvem a partir das células que
formam a camada mais interna do estômago (mucosa).

• Linfoma. Os cânceres do sistema imunológico são encontrados na parede


do estômago, e correspondem a cerca de 4% dos cânceres de estômago.

• Tumor Estromal Gastrointestinal (GIST). Os tumores gastrointestinais são


raros e se iniciam nas células da parede do estômago denominadas células
intersticiais de Cajal.

• Tumor Carcinoide. Esses tumores se originam nas células do estômago que


produzem hormônios. A maioria desses tumores não se dissemina para
outros órgãos. Cerca de 3% dos cânceres de estômago são tumores
carcinoides.

• Outros Tipos. Outros tipos de cânceres, como o carcinoma de células


escamosas, carcinoma de pequenas células e leiomiossarcoma, também
pode começar no estômago, mas esses tipos são muito raros.
ADENOCARCINOMA

De todas as neoplasias que acometem o estômago, a grande maioria


é composta por tumores malignos. Destes, cerca de 90% a 95% são
adenocarcinomas (tumores malignos do tecido epitelial glandular),
sendo considerado um dos cânceres mais frequentes no mundo. O
diagnóstico geralmente é feito na fase avançada de progressão da
doença, o que dificulta a eficácia dos procedimentos terapêuticos e
piora o prognóstico dos pacientes.
CLASSIFICAÇÃO E ASPECTOS
HISTOLÓGICOS

Segundo a classificação proposta por Laurén (1965), existem


dois tipos de AG com aspectos epidemiológicos,
patogenéticos e morfológicos distintos: intestinal e difuso.

• O carcinoma do tipo intestinal, localizado no estômago distal, com


ulcerações, é precedido por lesões pré-malignas, com formação de
tumores volumosos compostos de estruturas glandulares.

• Associa-se à gastrite crônica atrófica e metaplasia intestinal e é


constituído por glândulas mais ou menos diferenciadas, com
escassa secreção de muco.
CLASSIFICAÇÃO E ASPECTOS
HISTOLÓGICOS

• Segundo o modelo de carcinogênese de Correa (1988), as fases que


antecedem o AG do tipo intestinal são: epitélio gástrico normal à
gastrite, gastrite crônica à atrófica (com perda de glândulas),
metaplasia (inicialmente do tipo intestino delgado, passando a
colônica), displasia e câncer.

• Acomete principalmente homens (1,8 a 2 H:1 M), com média de


idade em torno dos 60 anos.
CLASSIFICAÇÃO E ASPECTOS
HISTOLÓGICOS

• O tipo difuso é pouco diferenciado, tende a ser


macroscopicamente ulcerativo ou difusamente infiltrativo
(linite plástica) e envolve um espessamento disseminado da
parede gástrica (especialmente do cárdia), tornando-a rígida e
levando à perda das pregas da mucosa: o aspecto lembra uma
bolsa de couro.

• O tumor infiltra difusamente todas as camadas do estômago, da


mucosa à serosa. O melhor lugar para identificar a infiltração é
a camada muscular, onde as células neoplásicas contrastam com
as fibras musculares lisas.

• A apresentação macroscópica do câncer gástrico avançado é


bastante variável, sendo a classificação de Borrmann, proposta
em 1926 a mais utilizada.
CLASSIFICAÇÃO DE BORRMANN
CLASSIFICAÇÃO E ASPECTOS
HISTOLÓGICOS
• O tipo difuso não tem relação com gastrite crônica atrófica nem
com metaplasia intestinal. Origina-se provavelmente em epitélio
gástrico normal e é constituído por células isoladas com tendência
a produzir e acumular muco intracelular.

• É mais frequente em populações de baixo risco, afetando pacientes


mais jovens (idade média, 48 anos) e apresenta uma proporção
igual entre os sexos.

• O adenocarcinoma gástrico pode ser precoce ou avançado, sendo


precoce quando confinado à mucosa e submucosa sem considerar
presença ou não de metástases linfonodais. Já o avançado é uma
neoplasia que se estendeu abaixo da submucosa até a parede
muscular.
CLASSIFICAÇÃO E ASPECTOS
HISTOLÓGICOS
As principais características histológicas compreendem o grau de
diferenciação, invasão através da parede gástrica, comprometimento dos
linfonodos e a presença ou ausência das células em anel de sinete dentro do
próprio tumor; destas, a característica com maior impacto sobre o
prognóstico clínico é a profundidade da lesão.
PATOLOGIA

Os AG acomete:

• 30% as partes distais do estômago​


• 20% o terço médio​ do estômago
• 37% o terço proximal​ do estômago
• 13% todo o estômago
PATOLOGIA
O AG pode ter quatro vias de disseminação:
• Extensão direta para órgãos adjacentes​
• Linfática
• Hematogênica
• Implante peritoneal
QUADRO CLÍNICO

• Sexo masculino (3:2)


• > 50 anos (70%)​
• Raça negra​
• Entre 30 e 40 anos predomina sexo feminino (3:1)​
QUADRO CLÍNICO
FATORES DE RISCO

• Baixo nível socioeconômico​


• Anemia perniciosa
• História familiar
• Grupo sanguíneo A​
• H. pylori
• Gastrite crônica atrófica​
• Dieta rica em nitrosaminas
• Vírus Epstein-Barr
• Pólipos gástricos​
• Metaplasia intestinal
• Gastrite hiptertrófica
• Tabagismo
• Cirurgia gástrica prévia
QUADRO CLÍNICO
SINTOMAS

• Perda ponderal (62%)


• Epigastralgia (52%)​
• Náusea (34%)​
• Anorexia (32%)
• Disfagia (26%)​
• Melena (20%)​
• Saciedade precoce (17%)
• Dor semelhante à da úlcera
péptica (17%)​
QUADRO CLÍNICO
EVIDÊNCIAS DE MAU PROGNÓSTICO​
• Massa abdominal
• Linfadenopatia supraclavicular
• Linfadenopatia axilar​
• Linfonodo umbilical palpável
• Prateleira de Blumer no exame de fundo-de-saco de Douglas
• Acometimento ovariano (tumor de Krunkenberg)​
• Nodularidade anterior e extraluminal na parede do reto,
observado ao toque retal
SÍNDROMES
PARANEOPLÁSICAS
• ACANTOSE NIGRICANS
SÍNDROMES
PARANEOPLÁSICAS

• SÍNDROME DE TROUSSEAU
SÍNDROMES
PARANEOPLÁSICAS

• NEUROPATIA PERIFÉRICA
SÍNDROMES
PARANEOPLÁSICAS
• DERMATOMIOSITE
EXAMES COMPLEMENTARES
• Hemograma: anemia ferropriva, perniciosa e hemolítica
microangiopática
• Metástase altera função hepática
• Marcadores sorológicos (CEA E CA 72.4) usados para monitorar
a doença
• Endoscopia Digestiva Alta (EDA) com biópsias, escovado e
citologia do lavado gástrico -> padrão ouro para diagnóstico
• Biópsia cratera ulcerosa mostra necrose
• Seriografia esofagogastroduodenal com duplo contraste (bário e
ar) - sensibilidade 75% mas precisa de posterior EDA para
confirmação
REFERÊNCIAS
• Adenocarcinoma Gástrico- Liga Academica de Patolo
gia https://lapufpel.wordpress.com/2012/05/21/adenoc
arcinoma-gastrico/

• Carcinoma gástrico: avaliação comparativa das classi


ficações de Laurén e Carneiro - http://rmmg.org/artig
o/detalhes/1575

• NERY, Roberto; BATISTA, Thales Paulo and CARVALHO


, Estela K. B.. Adenocarcinoma gástrico tipo difuso de
Lauren: disseminação linfática exuberante em pacien
te jovem. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-6720200700
0100011.

• ROBBINS E COTRAN. Patologia - As bases patológica


s das doenças. 5ª ed. Elsevier, 2005.

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