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TUTELA LEGAL DO MEIO AMBIENTE

DANIEL CENCI
Tutela legal do Meio Ambiente
• Art. 1o da CF: A República Federativa do
Brasil, formada pela União Indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO,
e tem como fundamentos:
• a soberania
• a cidadania
• …
TUTELA LEGAL DO MEIO ABIENTE
Tutela legal do Meio Ambiente

• Art. 225 da CF: Todos têm direito ao


meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
Tutela legal do Meio Ambiente
• § 1°. Para assegurar a efetividade desse direito,
incumbe ao poder público:
• I. preservar e restaurar os processos ecológicos
essenciais e prever o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
• II. preservar a diversidade e a integridade do
patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e a manipulação
de material genético;
• III. definir, em todas as unidades da Federação,
espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei,
vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua
proteção;
Tutela legal do Meio Ambiente
• IV. exigir, na forma da lei, para instalação de
obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se
dará publicidade;
• V. controlar a produção, a comercialização e o
emprego de técnicas, métodos e substancias
que comportem risco para a vida, a qualidade de
vida e o meio ambiente;
• VI. promover a educação ambiental em todos os
níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente;
Tutela legal do Meio Ambiente
• VII. proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma
de lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade;
• § 2°. Aquele que explorar recursos minerais fica
obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica
exigida pelo órgão público competente, na forma
da lei.
• § 3°. As condutas e atividades consideradas
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independente da obrigação de
reparar os danos causados.
Tutela legal do Meio Ambiente
• § 4°. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a
Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-
á, na forma de lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso
dos recursos naturais.

• § 5°. São indisponíveis as terras devolutas ou


arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias,
necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

• § 6°. As usinas que operam com reator nuclear deverão


ter sua localização definida em lei federal, sem o que não
poderão ser instaladas.
Tutela legal do Meio Ambiente
Tutela legal do Meio Ambiente
• a inserção do direito a todos a um meio
ambiente ecologicamente equilibrado
paira em uma ordem de
constitucionalismo social cuja evolução
objetiva albergar – com uma densidade
material cada vez maior – condições vitais
satisfatórias a toda coletividade,
apartando-se de uma realidade jurídica
individualista.
Tutela legal do Meio Ambiente
• A Área de Proteção Ambiental (APA) pertence ao
grupo denominado Unidades de Uso Sustentável, e,
conforme o art. 15, caput, “é uma área em geral
extensa, com um certo grau de ocupação humana,
dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou
culturais especialmente importantes para a
qualidade de vida e bem-estar das populações
humanas, e tem como objetivos básicos proteger a
diversidade biológica, disciplinar o processo de
ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso
dos recursos naturais”.
Tutela legal do Meio Ambiente
• Lei 9985/2000 - dispõe sobre o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Unidades de Conservação - SNUC,
que conceituou as unidades de conservação, dividindo-
as em dois grupos: as unidades de proteção integral e
as unidades de uso sustentável.

• Conforme MACHADO (2002, p. 748) “As unidades de


conservação inserem-se no conceito de área protegida,
levando-se em conta a sua definição: “área definida
geograficamente, que é destinada, ou regulamentada, e
administrada para alcançar objetivos específicos
Tutela legal do Meio Ambiente

SOCIOLOGIA E MEIO AMBIENTE

• Em uma fecunda terra de narrativas


complexas, diversidades sociais, culturais,
étnicas, encontra-se a realidade da destruição do
próprio ecossistema. E sua visão ultrapassa a
sua realidade, buscando em outras ciências as
causas, motivos e os exemplos aplicáveis ao
caso concreto, formando um novo diálogo de
saberes.
Tutela legal do Meio Ambiente
SOCIOLOGIA E MEIO AMBIENTE
• “a sociologia ambiental assume então uma
posição significativa para estudar as
divergências e conflitos sobre os diferentes
usos da natureza (entendida aqui em seu
sentido mais amplo, ou seja, tanto o
ambiente natural quanto o construído) e as
causas e a extensão dos problemas
ambientais e os diversos atores envolvidos”
(COSTA FERREIRA, p. 78).
Tutela legal do Meio Ambiente

SOCIOLOGIA E MEIO AMBIENTE


GIDDENS: desenvolvimento e capitalismo

HABERMAS: evoluçao cultural da


modernidade e estudo de movimentos
sociais

HANS JONAS: potencial catastrófico na


sociedade de risco
Tutela legal do Meio Ambiente

SOCIOLOGIA E MEIO AMBIENTE


TECNOLOGIA:
constante ameaça social, ultrapassando a mera
ameaça física?

Vulnerabilidade da natureza: uma nova


responsabilidade humana aquém das esferas
individuais, detendo como peculiaridade a
noção de os danos a ela serem, na maioria das
vezes, irreversíveis.
Tutela legal do Meio Ambiente

SOCIOLOGIA E MEIO AMBIENTE

Ética de Jonas: centra-se na ação dos homens,


de modo a estes assumirem deveres, haja vista
vigorar o princípio da responsabilidade para
com a própria humanidade. Busca-se, assim, a
salvaguarda das gerações futuras, não se
atendo ao modo de produção e à economia em
crise.
CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL

• Estado intervencionista = primeira explicação para o


surgimento do Direito Ambiental (OST, 1995).

• No início da década de 1970 o meio ambiente passou a


ser de interesse da população de um modo geral

• Surgimento dos partidos verdes e de associações de


defesa do meio ambiente.

• ONGs - WWF atua no Brasil desde 1971


CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL

urgência social + vontade do Estado =


surgimento do Direito ambiental

• proliferação de normas

• falta de clareza nos dispositivos legais

• suscetibilidade às pressões econômicas –


racionalidade econômica
CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL

• O direito ao meio ambiente sadio faz parte do núcleo


dos direitos fundamentais do homem (direito à vida, à
saúde, ao bem estar social).

• Segundo Bobbio (2004, p. 37):


a terceira geração de direitos engloba o direito do
homem a um meio ambiente não poluído, direito “[...]
cujo reconhecimento [e efetivação] é condição
necessária para o aperfeiçoamento da pessoa humana
ou para o desenvolvimento da civilização”.
CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL

• 1916 - CC:
Art. 554 a 558 (direito de vizinhança)

• 2002 – CC:
Art. 1.277 e seg.

• 1973 – CPC:
Art. 934 (nunciação de obra nova)
CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL

• 1940 – CP:
Art. 250 - Causar incêndio...
Art. 254 - Causar inundação...
Art. 256 - Causar desabamento ou
desmoronamento...
Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa
causar dano a floresta, plantação ou animais de
utilidade econômica
Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum
ou particular...
CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL

• 1934, primeiro Código Florestal + substituído pelo


Código Florestal de 1965 + pelo Novo Código Florestal
Lei 12.651 de 2012);
• 1934 - Código de Águas;
• 1937, a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico;
• 1945, o Código de Águas Minerais;
• 1961, a Lei sobre os Monumentos Arqueológicos e Pré-
históricos;

• 1962, a Política Nacional de Energia Nuclear;


CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL

• 1964, o Estatuto da Terra;


• 1965 Novo Código Florestal – Atual 12.651/2012;
• 1967, os códigos de Proteção à Fauna, de Pesca e
de Mineração;
• 1975, o Decreto-lei 1.413, sobre a regulação da
poluição industrial;
• 1980, a Lei 6.803/80, que trata do zoneamento
industrial; a Lei 6.894/80, que trata da produção e
comércio de fertilizantes;
• 1981, a Lei 6.938/81, que instituiu a Política
nacional do Meio Ambiente, (objetivos, SISNAMA,
CONAMA, instrumentos) e dá início à segunda
etapa legislativa ambiental brasileira.
CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL

• CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• 1988, Decreto 96.944/88 - Cria o Programa de
Defesa do Complexo de Ecossistemas da Amazônia
Legal – Programa Nossa Natureza;
• 1986, Resolução 1 do CONAMA – EIA / RIMA
• 1989, Lei nº. 7.802/89, de Controle sobre
Agrotóxicos; Lei nº. 7.797/89, sobre o Fundo
Nacional do Meio Ambiente;
• 1997, Lei nº. 9.433/97, sobre a Política Nacional de
Recursos Hídricos;
• 1998, Lei nº. 9.605/98, sobre os Crimes Ambientais −
(CARVALHO, 2003).
• 2001, Lei 10.257, Estatuto das cidades
• 10.305/2010 – Resíduos Sólidos
• LEI 12.651/2012 – CÓDIGO FLORESTAL
CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO
AMBIENTAL

• A Política Nacional do Meio Ambiente − Lei nº.


6.938/81 − conceitua meio ambiente como sendo o
“[...] conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas”
• recursos ambientais como “a atmosfera, as águas
interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o
mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da
biosfera”
CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL

• Para Carvalho (2003) Direito Ambiental é um


conjunto de princípios, normas e regras, destinadas:

- à proteção preventiva do meio ambiente (pretende


antecipar-se ao dano, prevenindo-o em vez de tentar corrigi-lo);

- à defesa do equilíbrio ecológico (busca qualidade de vida


por meio do manejo científico e uso racional dos recursos);

- à defesa do patrimônio cultural e à viabilização


do desenvolvimento harmônico e socialmente
justo (visão sistêmica segundo a qual a economia e o equilíbrio
ambiental são partes de um conjunto, em que aquela se submete a
este em prol da qualidade de vida do homem)
CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL

- compreende medidas administrativas e


judiciais (pode-se responder, de forma
concomitante, nas 3 esferas: administrativa, civil e
penal)

- com a reparação material e financeira dos


danos causados ao ambiente e aos
ecossistemas (responsabilidade civil objetiva e
obrigação de indenizar e reparar os danos)
“O livro “Primavera
Silenciosa”, publicado,
na década de 60, pela
jornalista norte–
americana Rachel
Carson, já alertava sobre
os efeitos danosos de
inúmeras ações humanas
sobre o ambiente. http://www.mitosyfraudes.8k.com/ NGLES/Lies.html

Rachel Carlson denunciou a desatenção


ao meio ambiente
A HISTÓRIA DO DEBATE AMBIENTAL

- A HISTÓRIA DO DEBATE AMBIENTAL NA


POLÍTICA MUNDIAL: 1945 – 1992, FERNANDO
ESTENSSORO E DANIEL CENCI

- HÁ UMA VISÃO LATINOAMERICANA


DICORDANTE DA VISÃO EUROCÊNTRICA

- A HISTÓRIA DO DEBATE AMBIENTAL:


- 1992 -2012 ECO92 – RIO +20. PESQUISA EM
ANDAMENTO
1968 - Reino Unido -
Conselho para
Educação Ambiental,
reunindo mais de 50
organizações voltadas
para temas de educação
e meio ambiente.
1968: Clube de Roma
Consumo;
Reservas de recursos naturais
não-renováveis
Crescimento da população
mundial até meados do século XXI

 Atividades industriais nos países ricos


Poluição

Destruição dos rios

Ar (gases venenosos e partículas tóxicas)

Uso abusivo e incorreto de fertilizantes

Biocidas (inseticidas, fungicidas, etc.)

Água e os solos

• Espécies animais e vegetais (extinção)

Aquecimento Global - Clima


Clube de Roma:
Conservação dos recursos naturais
Controle do crescimento populacional
Mudança radical:
mudar a mentalidade de consumo
RACIONALIDADE ECONÔMICA PARA
PASSAR DA
RACIONALIDADE AMBIENTAL (Leff)

O homem deve examinar a si próprio, seus


objetivos e valores. O ponto essencial da
questão não é somente a sobrevivência da
espécie humana, porém ainda mais a sua
possibilidade de sobreviver sem cair em um
estado inútil de existência (Reigota, 1998,
p.13).
O.N.U  1972 Primeira Conferência Mundial
sobre Meio Ambiente Humano (Estolcomo, Suécia)
NOSSO FUTURO COMUM – Relatório Brundland -1987

Brasil  “milagre
econômico” “a poluição é o
preço que se paga pelo
progresso”.

O cidadão precisa ser re-educado para a


solução dos problemas ambientais.
Belgrado, Iugoslávia (1975): Programa
Internacional de Educação Ambiental (P.I.E.A.)
(Princípios e orientações sobre a Educação
Ambiental)
Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura (UNESCO*)
em cooperação com o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA)
Tibilissi (Geórgia, ex-União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas)
1ª Conferência
Intergovernamental sobre
Educação Ambiental (1977)
A Educação Ambiental precisa considerar o meio ambiente em sua
totalidade, ser contínua, atingir todas as faixas de idade, ocorrer
dentro e fora da escola e examinar as questões ambientais, locais
e internacionais, sob um enfoque interdisciplinar.

UNESCO e PNUMA: Congresso Internacional sobre


Educação e Formação Ambientais Moscou, Rússia (1987)
Análise das conquistas e dificuldades da Educação Ambiental em
todo o mundo e traçadas as metas para a década de 90.
Ministério da Educação e
Cultura (MEC),
pronunciava-se sobre
Educação Ambiental.
Brasil livros com temas
das Ciências ou da
Ecologia rotulados de
Educação Ambiental.
Os cursos e
treinamentos eram
escassos, desse modo, os
professores tinham
dificuldades em ter acesso
à informações sobre a
Educação Ambiental.
O Dia da Sobrecarga nos lembra que estamos usando mais recursos e
produzindo mais carbono do que o planeta é capaz de suportar.
Na imagem, a Terra vista da Estação Internacional. Foto: Nasa
Hoje é dia 8 de agosto de 2016. Do ponto de vista da capacidade da Terra em
regenerar os recursos naturais utilizados pela humanidade, já estamos no final o
ano. Eu explico. Chegamos ao Dia de Sobrecarga da Terra (Overshoot Day, em
inglês), quando a demanda exercida pelos nossos hábitos de consumo sobre a
natureza esgota o que o planeta pode restabelecer no período de um ano.
Mais claro ainda? Entramos no cheque especial do planeta quase cinco meses
antes do fim do ano. Os cálculos são feitos pela Global Footprint Network
(EFN), organização internacional parceira da Rede WWF e que monitora a
Pegada Ecológica das cidades pelo mundo.
Em 2000, o Overshoot Day aconteceu em 5 de outubro. Dez anos depois, já
havia se adiantado para 31 de agosto. E agora reduziu mais 18 longos dias. Ele
é calculado com base em quatro fatores-chave: o quanto nós consumimos; com
qual eficiência os produtos são feitos; qual o tamanho da população do planeta;
e o quanto de recursos renováveis os ecossistemas da natureza são capazes de
produzir.
No mundo, a Pegada Ecológica (cálculo que avalia os recursos naturais
renováveis disponíveis em comparação ao volume utilizado pela população) é de
2,7 hectares globais por habitante – o Brasil tem média um pouco mais alta, de
2,9.
"A quantidade de carbono equivalente (a soma dos gases de efeito estufa)
emitida representa 60% da Pegada Ecológica da Terra, e cresce em alta
velocidade"
Ou seja, precisaríamos de 1,6 planeta para sustentar o estilo de vida atual.
Caso as projeções moderadas das Nações Unidas para o crescimento da
população e consumo se confirmem, necessitaremos da capacidade de dois
planetas para suprir nossas demandas em 2030.
A partir de amanhã, e com apenas 2/3 do ano completos, passamos a operar
novamente em déficit ecológico, dívida que já se acumula desde meados da
década de 1970 e que cobra seu preço nas formas de erosão do solo,
desertificação, desflorestamento, extinção massiva de espécies, colapso no
estoque de pesca e, obviamente, aumento da concentração de carbono na
atmosfera, responsável pelas mudanças no clima.
A boa notícia é que há esperança.
A quantidade de carbono equivalente (a soma dos gases de efeito estufa)
emitida representa 60% da Pegada Ecológica da Terra, e cresce em alta
velocidade.
Em abril desse ano 195 países, incluindo o Brasil, assinaram o Acordo de Paris,
documento aprovado durante a Convenção das Partes das Nações Unidas (COP
21) em dezembro, na capital francesa. Ele limita o aumento médio global da
temperatura em 2 graus Celsius baseado nos níveis pré-industriais, com
esforços para não ultrapassar a barreira do 1,5 grau C.
No entanto, mesmo que os países cumpram tudo o que está oficialmente
prometido para o Acordo de Paris, ainda estaremos longe de alcançar a meta
proposta.
Mas não são apenas as nações, enquanto entidades
distantes de nossa vida prática, que podem contribuir para o
combate às mudanças no clima. Isso deve partir também de
você.
Como?
Existem inúmeras maneiras, como cobrar o poder público por
mais medidas rumo a uma economia de baixo carbono, se
voluntariar em uma ONG que trabalhe com o tema, como o
WWF-Brasil, reduzir o uso de automóveis e o desperdício de
alimentos, ou separar o lixo de sua casa, entre recicláveis e
orgânicos.
Mas você pode começar de um jeito ainda mais simples: com
um tuíte, ou um post em suas redes sociais, sobre o Dia de
Sobrecarga da Terra. Eu te convido a inundar a internet para
falar desse assunto.

Vamos juntos?
Promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil em 1988:
Capítulo especial - Meio Ambiente (Cap. VI, Art. 225, item VI) diz:

Art. 225 – Todos tem direito ao meio ambiente


ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e a
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.
...
VI - Cabe ao poder público promover a Educação Ambiental em todos os níveis
de ensino e a conscientização pública para a preservação do Meio Ambiente.
??? – O que já se fez ???
SIGNIFICADOS DA CONSTITUÇÃO FEDERAL
Art. 225 –
1 - Todos tem direito
2 - ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
3 - bem de uso comum do povo
4 - essencial à sadia qualidade de vida,
5 - impondo-se ao Poder Público e a coletividade
6 - dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
Princípios de Direito

“Princípios
são verdades objetivas, nem
sempre pertencentes ao mundo do ser,
senão do dever-ser, na qualidade de
normas jurídicas”.

(PICAZO, apud BONAVIDES, 2006, p. 256)


Princípios de Direito

“Princípio é, com efeito, toda norma jurídica, enquanto


considerada como determinante de uma ou de
muitas outras subordinadas, que a pressupõem
desenvolvendo e especificando ulteriormente o
preceito em direções mais particulares (menos
gerais), das quais determinam, e portanto
resumem, potencialmente, o conteúdo: sejam,
pois, estas efetivamente postas, sejam, ao contrário,
apenas dedutíveis do respectivo princípio geral que
as contém.”
(CRISAFULLI, apud BONAVIDES, 2006, p. 257).

“[...] alicerce ou fundamento do direito”


(Paulo Affonso Leme Machado)
Princípios de Direito Ambiental

• Princípios norteadores do Direito Ambiental - Decreto nº.


5.098 de 2004, Plano Nacional de Prevenção,
Preparação e Resposta Rápida a Emergências
Ambientais com Produtos Químicos Perigosos – P2R2

• Art. 2º São princípios orientadores do P2R2, aqueles


reconhecidos como princípios gerais do Direito
Ambiental brasileiro, tais como:
I - princípio da informação;
II - princípio da participação;
III - princípio da prevenção;
IV - princípio da precaução;
V - princípio da reparação;
VI - princípio do poluidor-pagador; e
VII - Princípio da cooperação entre os povos
Princípio do ambiente ecologicamente
equilibrado como direito fundamental do
homem

• Baseado no art. 225 da CF/88, este princípio


determina que o meio ambiente equilibrado é um
direito fundamental do homem, pois é indispensável
para que se alcance uma sadia qualidade de vida.

• 1° princípio da Conferência das Nações Unidas


sobre o Ambiente Humano de 1972; 1° princípio da
Rio 92; 4° princípio da Carta da Terra de 1997,
resultante do Fórum Rio+5
Princípio da informação

• Constituição Federal de 1988

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção


de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XIV - é assegurado a todos o acesso à
informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;
Princípio da informação

• Lei nº. 6.938/81 (PNMA)

Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:


[...]
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio
ambiente, à divulgação de dados e informações
ambientais e à formação de uma consciência
pública sobre a necessidade de preservação da
qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; [...].
Art. 9º - São instrumentos da Política Nacional do
Meio Ambiente:
[...]
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio
ambiente; [...].
Princípio da informação

• Regulamentação da Lei nº. 6.938/81 feita pelo


Decreto nº. 99.274/90:

Art. 14. A atuação do Sisnama efetivar-se-á


mediante articulação coordenada dos órgãos e
entidades que o constituem, observado o seguinte:

I - o acesso da opinião pública às informações


relativas às agressões ao meio ambiente e às ações
de proteção ambiental, na forma estabelecida pelo
Conama; [...]
Princípio da informação

• A Lei nº. 9.985/2000, que instituiu o Sistema


Nacional de Unidades de Conservação,
determina que para que seja criada uma
unidade de conservação há que se proceder,
antecipadamente, à consulta pública, o que
significa dizer que o Poder Público precisa
fornecer informações suficientes para que se
atinja o objetivo da criação de tal unidade de
conservação.
Princípio da Participação

• Decorre deste princípio que as decisões referentes


ao meio ambiente devem ser tomadas de forma
cooperada entre o Estado e a sociedade.

• 10° princípio da Rio 92, segundo o qual “o melhor


modo de tratar as questões ambientais é com a
participação de todos os cidadãos interessados, [...].”

• Para a efetivação deste princípio deve-se possibilitar


que o cidadão tenha acesso à informação,
pressuposto básico do princípio da participação.
Princípio da prevenção

• Busca a proibição da repetição de atividade que já se


sabe perigosa.
• Atua no sentido de inibir o risco de dano, o risco de a
atividade perigosa possa produzir danos ambientais.
• Não refere-se ao que seja potencialmente ou
pretensamente perigoso ao meio ambiente, mas sim
ao que já teve comprovação do resultado danoso ao
meio ambiente.

• Ex. liberação de funcionamento de um curtume


Princípio da precaução

• Objetiva evitar um risco desconhecido, ou pelo


menos incerto.

• Refere-se ao que seja potencialmente danoso ao


meio ambiente.

• A precaução objetiva prevenir uma suspeita de


perigo ou garantir uma suficiente margem de
segurança da linha de perigo.

• Sabe-se que pode causar dano ambiental, mas ainda


não há comprovação de qual dano, especificamente,
poderá decorrer da ação.
Princípio da precaução

• A Rio 92 adotou o princípio da precaução (15°


princípio) no sentido de afirmar que “[...] a ausência
de certeza científica absoluta não deve servir de
pretexto para procrastinar a adoção de medidas
efetivas visando evitar a degradação do meio
ambiente.”

• In dubio pro ambiente: ou seja, havendo incerteza,


a dúvida deve favorecer o meio ambiente
Princípios da prevenção e da precaução

• Porque são importantes os princípios da prevenção e


da precaução?

• Incerteza quanto à possibilidade de reparação;

• onerosidade excessiva da reparação, quando


possível;

• A degradação ambiental é, em regra, irreversível.

• Como reparar o desaparecimento de uma espécie?


Princípio do poluidor-pagador

• "O princípio do poluidor pagador não é um


princípio de compensação dos danos causados
pela poluição. Seu alcance é mais amplo,
incluídos todos os custos da proteção
ambiental, quaisquer que eles sejam,
abarcando, a nosso ver, os custos de
prevenção, de reparação e de repressão do
dano ambiental [...].”
Princípio do poluidor-pagador

• Impõe ao poluidor o dever de arcar com as despesas


de prevenção, reparação e repressão da poluição

• Objetiva evitar o dano ambiental e não permitir que


alguém polua mediante o pagamento de determinado
valor.
Princípio do poluidor-pagador

• Por trás do princípio poluidor-pagador está a


pergunta:

- Quem paga pelos danos ambientais?

- O Estado — e, a partir dele, todos os contribuintes


ou o próprio poluidor?

• Internalização dos custos sociais gerados pela


poluição
Princípio do direito ao desenvolvimento
sustentável

• Princípio segundo o qual o homem tem o direito de


“desenvolver-se e realizar suas potencialidades, quer
individual quer socialmente, e o direito de assegurar
aos seus pósteros as mesmas condições favoráveis.”

• 4° Princípio da Declaração sobre Meio Ambiente e


Desenvolvimento – Rio 92: “Para alcançar o
desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental
deve constituir parte integrante do processo de
desenvolvimento, e não pode ser considerada
isoladamente deste.”
Princípio do direito ao desenvolvimento
sustentável

• Neste princípio há um entrelaçamento muito forte entre


direito e dever, pois, segundo seu conceito,
desenvolvimento sustentável é “[...] aquele que atende
às necessidades do presente sem comprometer a
possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas
próprias necessidades.”

• O homem tem responsabilidade com a propagação da


espécie, desta forma, deve manter condições ideais de
vida para as gerações futuras.
Princípio da cooperação entre os povos

• CF/88:
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas
suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
[...]
IX - cooperação entre os povos para o progresso
da humanidade;

• Lei 9.605/98
Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem
pública e os bons costumes, o Governo brasileiro
prestará, no que concerne ao meio ambiente, a
necessária cooperação a outro país
Ponderação X Razoabilidade

• O constitucionalismo do segundo pós-guerra inaugura e institucionaliza aquilo


que vem sendo denominado de “a era dos princípios”, circunstância que é
amplamente reconhecida pela doutrina e jurisprudência constitucional. Nesse
contexto, a interpretação constitucional passou a assumir um papel de especial
destaque no plano da jurisdição constitucional, especialmente a partir da
preocupação da teoria do direito (e da Constituição) em estabelecer
racionalidades interpretativas/argumentativas. Uma das correntes que tratam da
interpretação constitucional é, indubitavelmente, a Teoria da Argumentação
Jurídica (TAJ), mormente a de Robert Alexy (v.g., STF - RCL 2126;AGR
395662; TJRS 70027526524, 70027525898, 70032218398), o que, em terras
brasileiras, pode ser facilmente reconhecido pelas abundantes citações
doutrinárias, tanto na dogmática tradicional quanto na mais heterodoxa, assim
como nas práticas de juízes e tribunais.....
Ponderação X Razoabilidade

• Efetivamente, os termos – e os mecanismos PROPORCIONALIDADE E


PONDERAÇÃO – foram incorporados à linguagem dos juristas. Pode-se
dizer, assim, que, com sustento na teoria da argumentação delineada, a
PONDERAÇÃO tem sido o mecanismo utilizado cotidianamente para
solucionar aquilo que o seu corifeu, Robert Alexy, denomina de “colisão
de princípios”.

• Tendo em vista o exposto, responda, fundamentadamente:

• 1 Qual é a relação entre a proporcionalidade e a ponderação?

• 2 A ponderação é, assim, uma regra ou um princípio?


Educação ambiental

• Princípio 19 da Assembléia Geral das Nações


Unidas de 1972, em Estocolmo:

• É indispensável um trabalho de educação em


questões ambientais, visando tanto as gerações
jovens como os adultos, dispensando a devida
atenção ao setor das populações menos
privilegiadas, para assentar as bases de uma opinião
pública bem informada e de uma conduta
responsável dos indivíduos, das empresas e das
comunidades, inspirada no sentido de sua
responsabilidade, relativamente à proteção e
melhoramento do meio ambiente, em toda a sua
dimensão humana.
Educação ambiental

• Segundo os ensinamentos de Boff (2008, p.


134),

“para cuidar do planeta precisamos todos


passar por uma alfabetização ecológica e rever
nossos hábitos de consumo. Importa
desenvolver uma ética do cuidado”.
Educação ambiental

• Efetivação da educação ambiental

- crianças e os jovens --> cultura de cuidado


- crianças e os jovens --> multiplicadores de hábitos

adultos --> desenvolver uma consciência ambiental


--> equilíbrio ambiental
Educação ambiental

• Educação ambiental nos currículos escolares e no


âmbito da educação informal

• Constituição Federal: art. 225, § 1º, inciso VI:


determina, para garantir a efetividade do direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, ser de
incumbência do Poder Público “promover a
educação ambiental em todos os níveis de ensino e
a conscientização pública para a preservação do
meio ambiente”.

• Lei da Educação Ambiental


• Lei nº. 9.795/1999
Educação ambiental

• a escola e a comunidade precisam exercer, a partir de


então, o papel de responsáveis também pelas
aplicações das questões ambientais junto à população.

• A comunidade passa a ser mais participativa e gestora


dos interesses coletivos.
Educação ambiental

• Conceitos, Ministério do Meio Ambiente:

Educação ambiental é um processo


permanente, no qual os indivíduos e a
comunidade tomam consciência do seu meio
ambiente e adquirem conhecimentos, valores,
habilidades, experiências e determinação que
os tornam aptos a agir – individual e
coletivamente – e resolver problemas
ambientais presentes e futuros
Educação ambiental

• EDUCAÇÃO AMBIENTAL SEGUNDO O CONAMA:

um processo de formação e informação orientado para o


desenvolvimento da consciência critica sobre as
questões ambientais, e de atividades que levem à
participação das comunidades na preservação do
equilíbrio ambiental
Educação ambiental

• 1ª Conferência Intergovernamental sobre Educação


Ambiental de Tibilisi, Geórgia (Ex URSS)

A educação ambiental é um processo de


reconhecimento de valores e clarificações de conceitos,
objetivando o desenvolvimento das habilidades e
modificando as atitudes em relação ao meio, para
entender e apreciar as inter-relações entre os seres
humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A
educação ambiental também está relacionada com a
prática das tomadas de decisões e a ética que
conduzem para a melhora da qualidade de vida.
Educação ambiental

• Lei Federal nº. 9.795

- Educação ambiental são os processos por


meio dos quais o indivíduo e a coletividade
constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio ambiente, bem de
uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Educação ambiental

• Para solucionar à crise ambiental é insuficiente o


“desenvolvimento de novas tecnologias menos
poluentes, nem [...] mudanças meramente
comportamentais”.

• Rompimento do paradigma do desenvolvimento


baseado no capitalismo.
Educação ambiental

• “o desenvolvimento deve ser concebido de forma


antropológica[, pois] o verdadeiro desenvolvimento é
o desenvolvimento humano.”

• consciência ecológica é “antes de mais nada a


descoberta de que aquilo a que se chamava meio,
ambiente, natureza, constitui um Eco-sistema, quer
dizer, uma unidade viva, de extrema complexidade,
constituída por inter-relações entre imensas espécies
vegetais e animais [...].” Edgar Morin.
MEIO AMBIENTE SUSTENTÁVEL

Econômico Social

Sustentável

Ambiental

Visão de conjunto e articulada --> resposta aos


desafios enfrentados do nosso tempo
CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS

Econômico Social

CONFLITOS
SOCIOAMBIENTAIS

Ambiental

Visão de conjunto e articulada --> resposta aos


conflitos de nosso tempo…
NENHUM PROBLEMA PODE SER

RESOLVIDO PELO MESMO ESTADO DE

CONSCIÊNCIA QUE O CRIOU.

• ALBERT EINSTEIN

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