Organização Industrial
2o Semestre 2018
Aula 4
BARREIRAS ESTRATÉGICAS À
ENTRADA E A NOÇÃO DE PREÇO-
LIMITE
Características gerais de Oligopólio
P*
MC2
D M
R
RMg d
PH
P0
PL
D1
(Rival mantém seu
preço constante)
D
Q0 Q
Curva de Demanda Quebrada (Sweezy)
P
D2 (Rival corresponde à mudança de preço)
P0
D1
(Rival mantém seu
preço constante)
MR1
MR2
Q0 Q
MRS: Sweezy MR
Curva de Demanda Quebrada (Sweezy)
P
D2 (Rival corresponde à mudança de preço)
MC1
MC2
P0 MC3
MC2
D
MR
Q
Q0
Curva de Demanda Quebrada (Sweezy)
VARIAÇÕES DE DEMANDA
a) Aumentos de Demanda (auge cíclico)
a1) com mark-up rígido – mercados oligopolizados
• D↑ → ∕μ↑ → α´v↓ → α´´v↑ → p const
a1) com mark-up flexível – mercados competitivos
• D↑ → ∕μ↑ → α´v↓ → α´´v const → αv↓ → p↓
1) Mark-up convencional
2) Mar-up maximizador de Lucros
• v = RMg = ( 1 – 1/e)p = p ((e-1)/e)
• p = v (e/(e-1))
• como p = (1 + α )v
• (1 + α ) = (e/(e-1))
3) Mark-up e Grau de Monopólio (Kalecki)
• Pi = mvi + n P*
• P* = (m/(1-n))v* → P*/ v* = (m/(1-n))
4) Mark-up e barreiras á Entrada (Labini)
5) Mar-up maximizador do crescimento (Marris)
Precificação baseada nas condições
de entrada (Bain, Labini)
Três sentidos do termo estrutura de mercado
• Primeiro:
– Refere-se às características mais aparentes dos mercados
que apenas conta o número de empresas concorrentes:
• Da concorrência perfeita ao do monopólio passando pelo
oligopólio, até a concorrência.
– Esta é a visão neoclássica – hegemônica.
26
Concorrência Potencial na Teoria Clássica
27
Fato estilizado:
• Observa-se frequentemente situações em que não
há entradas de novas empresas numa indústria
apesar de as empresas que estão nessa indústria
terem lucros anormais.
• Questão: porque é que não se verifica livre
entrada até que a concorrência na indústria reduza
o preço até à eliminação dos lucros anormais?
Entrada no Mercado
30
Definição de Entrada
Que se entende por “Entrada de um novo concorrente”
(1) Criação de nova entidade jurídica + (2) Capacidade
adicional
Exclui-se:
(2) Aquisições de capacidades pré-existentes por firma:
criada para o efeito; estabelecida na indústria
(crescimento horizontal); estabelecida noutra indústria
(crescimento vertical ou diversificação)
(3) Criação/aumento de capacidade por firma:
estabelecida na indústria; estabelecida noutra
indústria.
31
Evolução da indústria: Índices de mudança
estrutural
• . Índices de entradas e saídas: refletem mudanças medidas do número de
empresas que ocorrem na indústria i ao longo de duas (ou mais) períodos
Aspecto importante a ser considerado:
34
Barreiras à Entrada
• Legais:
– Mercados de entrada regulada.
• Estruturais:
– Controle de recursos essenciais;
– Custos (p.e., economias de escala)
– Diferenciação de produto
• Estratégicas:
– Capacidade excessiva.
– Preço predatório;
– Preço limite
Barreiras estratégicas
• Barreiras estratégicas à entrada tendem a surgir quando estratégia da
empresa instalada influencia a expectativa do candidato à entrada
relativamente à natureza da competição após a entrada.
• Preço Limite: A empresa instalada pode ter interesse em praticar um preço
inferior ao preço de monopólio (preço limite) como forma de impedir a
entrada de novas empresas.
• Preço Predatório: Existe preço predatório quando uma empresa pratica
preço abaixo de custo com o objetivo de expulsar os rivais do mercado.
Eventuais perdas durante a fase da predação são recuperadas com ganhos
no futuro.
• Capacidade Excessiva: As empresas podem ter interesse em ter capacidade
produtiva superior àquela que será utilizada, de modo a impedir a entrada.
Detendo capacidade excessiva a empresa pode se reguardar de uma política
de intensa competitição caso haja entrada.
Interdependência estratégia e Condições de
Entrada
• Hipótese: é muito improvável que, em setores onde há alta concentração,
as firmas incumbentes fiquem passivas enquanto novas firmas entram
para reduzir suas vendas e participação de mercado.
• Assim como as firmas incumbentes podem impedir a entrada, elas
também podem induzir a saída, e uma estratégia possível que
consideraremos é a estratégia de vender a preços muito baixos e,
possivelmente, abaixo do custo: alternativa de Predação.
• Assim como uma empresa incumbente tem suas estratégias de
prevenção à entrada, também existem estratégias que as empresas
entrantes poderiam exercer para viabilizar a entrada.
• Estratégias disponíveis para a (s) empresa (s) incumbente (s) impedir a
entrada (Dissuasão ou Prevenção à Entrada):
– 1. Expansão da capacidade
– 2. Proliferação de produtos
– 3. Contratação a Longo Prazo
Dissuasão de entrada através da expansão da
capacidade: condições gerais
• Considere o seguinte modelo:
• 1. A empresa 1 é a empresa estabelecida (um monopólio) e a
empresa 2 é a possível nova entrante.
• 2. Não há diferença entre os níveis de capacidade e os níveis de
produto
• 3. Existe informação completa.
• Assim como o custo de entrada pode ser baixo, também pode ser
extremamente alto, tão alto que nunca se tornará uma ameaça
crível para a empresa estabelecida antecipar e impedir a entrada.
Nesse caso, a estratégia ideal seria definir produção e capacidade
em nível de Monopólio.
Dissuasão de entrada através da expansão da capacidade
• A análise é baseada numa simplificação, uma vez que a capacidade envolve capital físico e
custos dispendiosos. Nesse caso, é importante avaliar se a estratégia declarada é de fato crível.
• Existem dois casos a serem considerados:
• 1. Suponha agora que a capacidade não é equivalente à quantidade e que o ajuste de
capacidade não é caro, ou seja, não constitui um custo irrecuperável.
• Então a estratégia declarada de dissuasão através do aumento de capacidade equivale a apenas
uma declaração. Questão: A estratégia declarada para a dissuasão é realmente crível?
• Considere então os seguintes argumentos:
• (a) A empresa 1 anuncia que aumentará a capacidade na entrada da empresa 2.
• (b) A empresa 2 ignora a declaração e, ao entrar, produz ao nível competitivo de quantidade de
Cournot.
• (c) Dado essa situação, o melhor movimento por parte da empresa 1 é produzir da mesma
forma no nível de produto de Cournot, já que na entrada, dada a função de lucro da empresa 1,
a possibilidade de produzir no nível declarado através do aumento da capacidade não é crível
(Ver Figura 1.)
• Questão: Uma vez que a entrada tenha ocorrido, a empresa tem um incentivo para realmente
aumentar a capacidade e, assim, diminuir seus lucros?
• (d) Uma vez que assumimos informações completas, a empresa 2 está ciente de que a ameaça
de dissuasão não é crível e sempre escolherá entrar.
Dissuasão de entrada através da expansão da
capacidade
Dissuasão de entrada através da expansão da
capacidade
• 2. Suponha, em vez disso, que é muito caro aumentar a capacidade, de modo a produzir uma
produção maior, e que a capacidade, uma vez expandida, não pode ser vendida, ou seja,
constitui um custo afundado.
• Nesse cenário, não é possível usar o argumento da simples declaração e, assim, a empresa 1
terá de fazer o investimento.
• Suponha que não haja custo adicional para manter a análise mais simples.
• Uma vez feito o investimento, é custoso para a empresa 1 produzir em qualquer nível, incluindo
o nível de Cournot.
• No entanto, a estratégia anteriormente mencionada de produzir uma quantidade superior é
agora crível, uma vez que o custo é irrecuperável.
• Se a firma 2 escolher entrar, isso causará uma perda.
• Suposição chave é que o custo tem que ser afundado, e que a empresa 1 pode se comprometer
com a estratégia, mesmo que a empresa 2 realmente entre.
• Observa-se, na Figura 1, que, mesmo que a empresa 2 entre e a empresa 1 mantenha sua
estratégia, ela ainda obtém lucros positivos.
• A punição para a empresa 2 é um lucro negativo líquido em função do custo de entrada.
• É mais fácil estabelecer um compromisso quando o custo é afundado: quer produza o referido
nível ou qualquer outro, a firma 1 já pagou o custo.
Jogos Com barreiras á Entrada
– Firma entrante Firma estabelecida
Firma
estabelecida Fora
reage á entrada. 1, 9 1, 9
– Existem Entrante
Entra
equilíbrios? 0, 0 2, 1
• Nash:
– (Fora, Luta)
– (Entra, Não Luta)
• Matriz esconde a
característica
seqüencial do
jogo:
Jogo com barreiras à entrada
(Entrante, Estabelecido)
1, 9
Estabelecido Luta
escolhe
Fica de
fora Não
1, 9
Entrante luta
Escolhe
0, 0
Luta
Entra
Estabelecido 2, 1
Não
escolhe
luta
Jogo com barreiras à entrada
Equilíbrio de Nash: (Entrante, Estabelecido)
(entra, não luta)
Lutar é uma ameaça 1, 9
Estabelecido Luta
crível? Entrante espera escolhe
que Estabelecido aja Fica de
racionalmente. fora 1, 9
Não
Uma vez que a entrada Entrante luta
ocorreu, o melhor a fazer é Escolhe
0, 0
não lutar: ameaça é vazia. Luta
Entra
Estabelecido 2, 1
Não
escolhe
luta
Jogo com barreiras à entrada
Se estabelecido tiver (Entrante, Estabelecido)
Estabelecido 2, 1
Não
escolhe
luta
Jogo com barreiras à entrada
continua monopolista e
nunca usa capacidade 1, 9
Estabelecido Luta
extra. escolhe
Fica de
“Excesso” de capacidade 1, 9
fora Não
para manter credibilidade
Entrante luta
da ameaça a possíveis
Escolhe
entrantes. 0, 2
Luta
Entra
Estabelecido 2, 1
Não
escolhe
luta
Proliferação de produtos
• Uma estratégia possível para as empresas é
disponibilizar um maior número de produtos
próximos através da diferenciação de
produtos, de modo a reduzir o potencial de
lucro esperado para um potencial
participante.
Contratos como barreiras à entrada
• Situação na as empresas integradas a montante e a jusante buscam firmar
contratos de longo prazo para impedir a entrada no mercado de seus
fornecedores.
• É curioso que as empresas a jusante possam entrar voluntariamente em tais
contratos quando aparentemente, parece que elas deveriam ter uma preferência
pela livre entrada no mercado da empresa a montante.
• O raciocínio é que, quando as empresas a montante e a jusante entram em acordo,
elas atuam como um monopolista incubente face a um entrante potencial.
• Isso estimularia que o entrante fosse de fato eficiente na produção e,
consequentemente, pudesse operar com um custo de produção menor do que o da
empresa a montante.
• Apenas quando esse custo for substancialmente menor, aumentando assim os
ganhos para os compradores, valeria a pena que as empresas a jusante
incumbentes renegassem os seus contratos pré-estabelecidos.
• Seria possível pensar na eficiência necessária para a entrada como um tipo de
preço de entrada para o entrante potencial.
Preços Predatórios – “Predação”
• Mesmo que um incumbente não possa impedir a entrada, ele sempre pode induzir
a saída, uma prática conhecida como Predação.
• Prática de precificação abaixo do custo marginal para induzir a saída é conhecida
como Precificação Predatória.
• No entanto, deve-se notar que, na prática, o culpado de preços predatórios não é
facilmente incriminado. Considere a situação de uma empresa incubente e uma
empresa entrante .
• De acordo com o Modelo de Bertrand, dado que os produtos são homogêneos,
observa-se que os preços que caem na entrada. Então, como podemos discernir
entre os preços que caem devido à competição ou, devido à predação?
• É possível argumentar que a intenção da redução de preços é o aspecto chave, mas
a intenção não é verificável nos tribunais. Na prática, a única maneira pela qual
uma parte poderia se beneficiar do julgamento e a outra serbincriminada teria que
depender de evidência circunstancial e julgamento subjetivo.
• Além de predação através de preços, os seguintes são outras alternativas que
predação pode acontecer:
– 1. A predação pode ocorrer através da contratação de transações exclusivas.
– 2. Vendas de pacotes ou produtos vinculados ("bundling or tying")podem constituir práticas
de projetar componentes e peças que reduzam a demanda por produtos da concorrência.
Argumentos Teóricos na Discussão da
Predação
• 1. Escola de Chicago ("Long Purse Theories of Predatory Pricing“): A Escola de
Chicago acredita que os jogadores racionais nunca devem sair quando predados
e os predadores racionais nunca devem se envolver em predação.
• 2. Sinalização de Baixo Custo: Interpretação assume que os baixos preços
estabelecidos realmente revelam o fato de que a firma incubente tem um custo
marginal de operação menor. Se este sinal for aceito, o entrante considerará a
resistência como inútil e escolherá sair.
• 3. Reputação de Resistência: Se os sinais são enviados sequencialmente, é
possível que a firma incubente construa uma reputação de ser dura na
competição, ou um forte competidor. Neste caso, a experiência a a história têm
potencial para reforçar as crenças, portanto, dissuadindo potenciais entrantes.
• 4. Mercados Crescentes: Nos mercados em crescimento, pode ser vital obter
uma fatia significativa ("massa crítica") no mercado. Se isso for verdade, podem
se justificar preços predatórios para se livrar de qualquer concorrência, de modo
a permitir o crescimento futuro. Um exemplo é o mercado de sistemas
operacionais.
A noção de Preço-Limite (Bain e
Labini)
Bain - Estudo da Formação de Preços
em Oligopólio
• A teoria de determinação de preços em
oligopólio é uma teoria analisa como a
interdependência entre empresas que
concorrem dentro de um mercado estende-
se para competidores potenciais (Fe),
ainda que estes sejam apenas candidatos
a entrar num mercado
• É um estudo sobre as “condições de
entrada”
Preço-limite
• Estabelece-se um limite superior para o preço (e, portanto,
para os lucros) no qual as empresas que exercem a liderança
de preço estão seguras de poder manter-se sem induzir à
entrada de outras firmas no mercado.
• Este nível não maximiza o lucro no curto prazo.
• É superior ao custo unitário.
• Ou superior ao nível de preço competitivo.
Hipóteses:
• Custo médio tem formato de L.
• Modelo com dois momentos de curto prazo: 1- antes da entrada e 2 -
imediatamente após a entrada
• Para prevenir a entrada, as empresas estabelecidas podem:
1. Fixar preço no nível competitivo (desaparece incentivo à entrada)
2. Fixar preço de forma a maximizar lucro no período 1, ( entradas levariam a
lucro nulo)
3. Fixar preço – PREÇO LIMITE - numa faixa tal que é possível às
estabelecidas obter lucro positivo, ao mesmo tempo que nenhuma
entrada seja incentivada
A teoria do Preço-limite de J. Bain
68
Caracterização dos mercados de acordo com as
barreiras à entrada
• Entrada Bloqueada: a empresa instalada não tem que adoptar nenhuma
estratégia com o objectivo de impedir a entrada.
– Ex: barreiras estruturais elevadas, economias de escala, produto homogéneo (concorrência em
preços muito agressiva).
• Entrada Acomodada: se as barreiras estruturais são baixas e
– as estratégias para deter entrada não são eficientes
– ou custos de impedir a entrada superam os benefícios
• Típica em mercados em rápido crescimento ou com rápidas inovações
tecnológicas: entrada é tão atractiva que não vale a pena tentar
desincentivá-la.
• Entrada Impedida: a empresa instalada pode usar estratégias para
impedir a entrada. Estas estratégias têm sucesso se:
– a empresa instalada pode aumentar o preço quando fica monopolista
• não é possível no caso de mercados perfeitamente contestáveis - hit-and-run strategy
– a estratégia altera as expectativas da entrante acerca da natureza da concorrência após entrada
Caracterização de “condição de entrada” e a conduta de preços da indústria – a Teoria do preço-limite
• 1. ENTRADA FÁCIL
• Quando não há como impedir a entrada.
• As empresas estabelecidas não possuem qualquer vantagem de custos
sobre a empresa potencial entrante. Prevalece o preço competitivo (PC)
Pm
MC=AC
Ppc
(Incumbent
Monopolist)
MR D
0 Qm Qpc Q
Figure 1: Blockaded Entry
Caracterização de “condição de entrada” e a conduta de preços da indústria – a Teoria do preço-limite
• 4. ENTRADA BLOQUEADA
• Quando não há, nem mesmo no curto prazo, nenhum estímulo
para elevar o preço a um nível que induza a entrada.
• As vantagens competitivas das empresas estabelecidas são tão
significativas que mesmo o preço que impede à entrada é superior
àquele que maximizaria os lucros das empresas estabelecidas mais
favorecidas
Ilustrações de Barreiras à Entrada - Entrada
Eficazmente Impedida
P
Pm MC=AC
Pl
(Potential
Entrant)
MC=AC
Ppc
(Incumbent
MR
Monopolist)
D
0 Qm Ql Qpc Q
MC=AC
(Potential
Entrant)
Pm
MC=AC
Ppc
(Incumbent
Monopolist)
MR D
0 Qm Qpc Q
Figure 1: Blockaded Entry
Comportamento estratégico e a noção de
preço-limite
• Bain (1956) identifica quatro elementos da
estrutura de mercado que afetam a capacidade de
firmas estabelecidas num determinado mercado
prevenirem a erosão de lucros supra normais
devido à entrada de novos competidores:
– Vantagens absolutas de custo;
– Economias de Escala;
– Vantagens de diferenciação de produtos;
– Requerimentos de capital
Vantagem absoluta de custos
a. vantagem com relação ao acesso aos
fatores de produção ( preço ou qualidade
desses fatores)
b. vantagem no que tange ao acesso ao
mercado de capitais.
c. controle do acesso à tecnologia e/ou
tecnologias que não podem ser
imitadas/copiadas.
Para Bain, a barreira mais relevante é a
economia de escala.
• É mais estável que as vantagens "absolutas"
de custo ou diferenciação, que podem ser
mais facilmente eliminadas ou imitadas.
• Escala é mais difícil porque tem a ver com a
estrutura industrial da firma.
• Já diferenciação não implica ter uma escala de
produção elevada.
No que se refere à barreira à entrada pela
economia de escala:
• O importante para o potencial entrante é antecipar o efeito que a
sua entrada acarretará sobre o volume de produção, preços e
lucratividade.
• Ele poderá ser dissuadido a entrar no mercado se as
economias de escala o obrigarem, após a entrada a escolher
entre as alternativas indesejáveis de:
1. Adotar uma escala inferior à mínima eficiente. Optando pela escala
ótima mínima, operar muito abaixo da plena capacidade, com a
conseqüente elevação dos custos unitários,
2. Ou então aceitar (ou forçar) uma baixa dos preços, com o risco de
desencadear uma guerra de preços.
3. Isso é o que Bain denominou de caráter estrutural da condição de
entrada.
Vantagens por Economias de Escala
D
XL
Xc X
Barreiras de Escala e preço- limite
Fi Fe
• P = U + q’U + q’’U
• U = custos diretos unitários (matérias primas + salários)
• q’U = custo indireto unitário (K/X) (equipamentos + instalações)
• q’’U = lucro unitário (definido com base na taxa “convencional”
de lucro para o setor)
• Fazendo q’ + q’’= q
• Podemos simplificar a equação acima, reescrevendo-a como
• P=U+qU
• Onde q = representa o mark-up adicionado aos custos diretos
com o objetivo de recuperar os custos indiretos unitários e
garantir a taxa “convencional” de lucro para o setor.
Exemplo:
• Sendo:
• Quantidade produzida/mês = X = 60
• Custo direto total (matérias primas + salários) = U = 80$
• Custo indireto total (equipamentos + instalações) = K = 120$
• Lucro unitário – definido com base na taxa “convencional” de lucro para o
setor = 20% sobre os custos totais unitários
• Tem-se que:
• Custo direto unitário = U/X = 1,3$
• Custo indireto unitário = K/X = 2$
• Lucro unitário = 20% sobre os custos totais unitários = (1,3$ + 2$ = 3,3$) = 3,3$
x 20% = 0,66$
• P = U + q’U + q’’U
• P = 1,3$ + 2$ + 0,66$
• P = 3,96$
• Mark-up (q) =(P – U)/U =(3,96$ - 1,3$)/1,3$ = 2,66$/1,3$ = 2,04 (o preço
supera em 204 % o custo direto unitário)
Labini- Dados de estrutura industrial (Exemplo)
Labini – variáveis de análise
Sendo o Preço Mínimo (definido para cada dado tamanho de empresa) dado por:
• Pm = (k/x + v) (1 + Sm)
• OBS: O preço mínimo é definido como o preço que possibilita a cada dado tamanho de empresa
cobrir os seus custos totais unitários e obter uma determinada taxa mínima de lucro (Sm) . No
exemplo, considera-se que Sm = 5%
Onde:
• k = custo fixo ou indireto unitário;
• x = quantidade produzida;
• v = custo variável ou direto unitário;
• Sm = taxa de lucro mínima, assim definida em termos de uma taxa “convencional”
Evidências empíricas
- Estrutura de custos Acumulação Assimetria das
- Formação de preços de capital firmas
- Oligopólios
A perspectiva dinâmica de J. Steindl
• O tamanho da firma é relevante para a análise de Steindl porque é
por meio desse reconhecimento é que se pode entender o processo
competitivo em que interagem pequenas e a grandes firmas.
• Existem vantagens decorrentes do tamanho da empresa.
– As pequenas empresas não têm acesso a tais vantagens, que de
outra parte não são compensadas por vantagens especificas do
pequeno tamanho.
• Trata-se de uma situação de assimetria:
– Todas as vantagens ou aperfeiçoamentos técnicos que estão ao
alcance das pequenas empresas também poderão ser
desfrutados pelas grandes, mas não o inverso.
– Consequentemente há uma hierarquia de margens e taxas de
lucro.
Três razões fundamentais para se
manter capacidade ociosa
1. Atender rapidamente o crescimento da
demanda uma vez que não há livre entrada.
2. Poder acompanhar o crescimento da
demanda paulatinamente ao longo do
tempo.
3. Indivisibilidade técnica das plantas. Elas não
são adaptadas a um tamanho especifico da
demanda.
Hipóteses da Análise de Steindl
Hipóteses Simplificadoras
• O investimento é realizado na própria indústria, isto é, não há
diversificação produtiva e de ativos financeiros.
• O comportamento da demanda é um dado exógeno.
• A acumulação interna (dos lucros retidos) exerce uma
importante influência positiva sobre as decisões de investir.
A capacidade ociosa é o mecanismo que liga
o aspecto micro ao macro.
• É ela que realimenta no longo prazo a retração do
investimento agregado.
• O objetivo de Steindl com esta fundamentação micro é dar
base para uma discussão macro sobre a tendência natural à
estagnação das economias capitalistas.
• Quanto maior a capacidade ociosa menor o investimento.
• Tentativas individuais de eliminá-la implicarão mais aumento
da sua capacidade.
– Uma vez que os concorrentes investirão em mais
capacidade para bloquear o eventual aumento do market-
share desse agente individual.
Preços x capacidade ociosa
• Inflexibilidade de preços.
– Os preços não baixam por conta do medo de uma guerra de
preços.
• Ocorrem apenas alterações nas quantidades produzidas.
• Os preços baixam somente em função de redução de custo.
– O que implica que no oligopólio a margem de lucro sempre
tende a se manter constante.
• Não é mais o preço o mecanismo regulador do mercado e sim o
excesso de capacidade.
• Os excessos de capacidade decorrente de flutuações na demanda
são absorvidas pelos oligopólios como capacidade ociosa não
planejada.
• Este excesso não planejado se ajusta ao planejado no longo prazo
com a redução no nível de investimento em nova capacidade.
Diferenciação: firmas marginais x firmas
progressitas
Firmas marginais:
• São as de maior custo e que obtém apenas lucros normais, isto é,
nenhum lucro extra.
• São as firmas menores.
• Crescem pouco em relação às grandes.
• No máximo preservam seu market-share mas correm o risco eminente
de perder para as grandes.
Firmas Progressistas
• São as melhor situadas em termos de custos e/ou preços.
• São as maiores, em função de vantagens ou de economias de escala.
• Possuem, portanto, maiores margens de lucro.
• Possuem as melhores condições de crescer à frente das concorrentes.
Suposições sobre a dinâmica de funcionamento da concorrência oligopolista
Considerando:
• α = taxa proporcional de acumulação interna (∆C)
• g´= mudança proporcional na taxa de endividamento
• h´= mudança proporcional na intensidade do capital
• u´= mudança proporcional na utilização de capacidade
• R = taxa proporcional de expansão das vendas (∆S)
Tem-se:
• (1 + R) = (1 +u´) 1/(1 +h´) (1 + g´) (1 + α) (1)
Modelo de Steindl