Você está na página 1de 25

Babesia sp.

Babesiose “doença do carrapato”

Bianca Maliska Klauck


Kattlyn Laryssa Candido
Luana Volkmann Siqueira
INTRODUÇÃO
• O gênero Babesia inclui protozoários parasitas das hemácias de
várias espécies de animais e de humanos.
• Nesse gênero não há formação de pigmento (hemozoina), o que o
diferencia do Plasmodium.
• Possui várias espécies que parasitam animais silvestres e domésticos
que são transmitidas por carrapatos.
• A babesiose é uma doença séria, que atinge qualquer tipo de cachorro,
independente do tamanho, idade, cor ou raça;

(Starcoviel, 1893)
INTRODUÇÃO
As espécies mais comuns em nosso país são as que parasitam:
• bovinos, (B. bigemina e B. bovis);
• equinos (B. caballi e B. equi);
• caninos (B. canis).
Babesiose humana no Brasil:
• Pela picada de carrapatos dos gêneros Amblyomma e Rhipicephalus;
 prováveis transmissores da babesiose equina e canina.
 Boophilus microplus, não atacam humanos.
MORFOLOGIA
Dentro da hemácia:
• mede de 2 a 4 mm, é encontrado isolado, aos pares ou em infecção múltipla
com forma arredondada, piriforme, elíptica, em cruz ou irregular;
• Em seu interior são encontrados as estruturas:
• Núcleo;
• Nucléolo;
• Micronemas;
• Reticulo endoplasmático;
• Anel polar.

• No ovário do carrapato as formas esféricas são encontradas


envolvida pela membrana celular do hospedeiro
(STARCOVICE, 1893).
MORFOLOGIA
• Esporozoíto  Forma infectante;
• Trofozoítos  Forma de anel;
• Merozoítos  Com a ponta afilada;
• Oocinetos  Formas móveis;
• Gametogonia  Carrapato.
HABITAT
• Como Babesia canis requer um reservatório, ou hospedeiro, para
sobreviver – carrapato/cão – só pode se espalhar para os habitats
geográficos onde seus reservatórios vivem;

• Através dos carrapatos que completa seu ciclo de vida reprodutivo e se


espalha para seu hospedeiro canino.
CICLO
• Várias hipóteses
TRANSMISSÃO
• Transmitida aos humanos através da picada de um carrapato
infectado.
• O carrapato deve estar fixado e se alimentando por cerca de 36-48
horas antes que possa passar o parasita para uma pessoa.

Tamanho relativo de um carrapato de veado em diferentes fases


TRANSMISSÃO
• Assim que se aloja entre os pelos do cachorro para se alimentar do
sangue, o carrapato libera os protozoários na corrente sanguínea de
seu hospedeiro:
 fazendo com que eles se multipliquem e rompam os glóbulos
vermelhos, causando a babesiose.
• O carrapato é usado apenas como ponte pelo Babesia canis.
• No Brasil, o carrapato transmissor é o Rhipicephalus sanguineus.
PATOGENIA
Dividem de
Larvas de
forma assexuada
carrapato se
e rompem o
infectam ao
eritrócito,
realizar
infectando
hematofagia
outros

Babesia entra Ninfas que


nos eritrócitos e transmitem para
amadurece animal/humano
QUADRO CLÍNICO
• Sintomático ou não;
• Imunodeprimidos e idosos;
• Associado a outras parasitoses (Doença de Lyme);
• Sintomas (1 a 6 semanas após a picada):
 Febre;
 Calafrios;
 Dor de cabeça;
 Náuseas;
 Vômitos;
 Anemia hemolítica;
 Trombocitopenia;
 Hepatoesplenomegalia
DIAGNÓSTICO

• Microscopia óptica;
• Clínica pouco conclusiva;
• Plasmodium sp;
• Testes sorológicos;
• PCR;
DIAGNÓSTICO

*Cruz de malta – formação tetraforme


EPIDEMIOLOGIA
• Endêmico apenas na América do Norte;

• Nos EUA foram registrados mais de 1400 casos (2005-2010)

• No Brasil é pouco comum (facilmente confundida);

• Nos outros países também é bastante esporádico;

• B. canis é o menos virulento;

• B. divergens e B. bovis são encontrados apenas na Europa e Ásia, raramente


infecta humanos, porém mais letal.
PROFILAXIA
Especialmente importante em pessoas com risco para babesiose grave
como esplenectomisadas ou imunodeprimidas.

• A melhor proteção é evitar contato com carrapatos e proteger animais de


estimação.

• Ao se expor a situações onde pode encontrar o vetor procure vestir...

• Crie barreiras e considere o uso de repelentes de insetos (DEET).

• Se exposto a áreas sabidamente infectadas por carrapatos  verifique roupa


e pele cuidadosamente (coxas, virilha, braços, axilas, pernas e couro
cabeludo)

• Se encontrar um carrapato retire-o imediatamente com pinça de ponta fina,


segure o carrapato o mais próximo da pele possível e puxe-o com pressão
constante. Depois, desinfete a área com álcool.
TRATAMENTO
• Todas as pessoas com babesiose devem ser
tratadas com antimicrobianos pelos potenciais
risco de complicações, exceto por aqueles com
anticorpos séricos mas sem identificação do
parasita no esfregaço sanguíneo ou DNA por PCR
ou indivíduos assintomáticos. (Wormser, 2006)
• Pacientesassintomáticos mas com esfregaço ou
PCR positivos devem repetir os testes e, se num
curso de 3 meses, a parasitemia persistir
considerar tratamento.
TRATAMENTO
•A terapia inicial é composta por Atovaquone
(ATV) + azitromicina (AZT) + quinina (QUI) por
7-10 dias.
• Clindamicina e QUI são indicadas para pessoas
em estágios severos. Nesses pacientes, opta-se
por clindamicina IV, podendo ser necessário
transfusões.
•A terapia pode ser necessária por longos períodos
mas não existem estudos controlados sobre o
risco-beneficio desse tempo prolongado.
TRATAMENTO
• Em adultos  ATV VO 750 mg 12/12h + AZT 500-
1000 mg no primeiro dia e depois 250mg VO até o
fim do tratamento, uma vez ao dia.
• Imunocomprometidos  podem ser usadas doses
maiores de AZT (600-1000mg por dia).
• Crianças  ATV 20 mg/Kg a cada 12h (Max 750 mg
por dose) + AZT 10 mg/Kg no primeiro dia e 5 mg/Kg
(Max de 250 mg por dose).
TRATAMENTO
• Ao usar clindamicina + quinina
 Adultos  300-600 mg de clindamicina 6/6h IV ou 600
mg VO + 650 mg de quinina 6-8h VO
 Crianças  7-10 mg/kg IV ou VO 6-8h (max de 600mg
por dose) + quinina 8 mg/kg VO 8/8h (max de 650 mg
por dose)
• Transfusões podem ser indicadas em babesiose
severa, com parasitemia ≥ 10%, hemólise
significativa, bem como quando há risco de
comprometimento renal, hepático ou pulmonar.
TRATAMENTO
• Pacientescom doença moderada a severa
devem ser bem monitorados durante o
tratamento para garantir diminuição da
parasitemia e normalização de outros
parâmetros.
• Pacientes leves a moderados apresentam
melhora clinica 48h após inicio do
tratamento, com total desaparecimento dos
sintomas dentro de 3 meses.
TRATAMENTO
• Quando severa, o hematócrito e % de
parasitemia devem ser monitorados
diariamente ou recorrentemente até melhora,
com níveis abaixo de 5% dos eritrócitos.
 Alguns pacientes podem ter baixa parasitemia
por meses, mesmo após o tratamento.
• Considerar
novo tratamento se esfregaço ou
PCR positivo após 3 meses após terapia,
independente da sintomatologia.
CASO CLÍNICO / ARTIGO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• D. PEARSON, Richard. Babesiose: Manual MSD. 2018. Disponível em:
<https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-
infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/babesiose>. Acesso em: 21
nov. 2018

• COMISSÃO DE SAÚDE PÚBLICA DE BOSTON. Departamento de Doenças


Infecciosas. Babesiose. 2015. Disponível em:
<http://www.bphc.org/whatwedo/infectious-diseases/Infectious-Diseases-A-
to-Z/Documents/Fact%20Sheet%20Languages/Babesiosis/Portuguese.pdf>.
Acesso em: 21 nov. 2018.

• WORMSER, Gary P. et al. The clinical assessment, treatment, and


prevention of Lyme disease, human granulocytic anaplasmosis, and
babesiosis: clinical practice guidelines by the Infectious Diseases Society of
America. Clinical Infectious Diseases, v. 43, n. 9, p. 1089-1134, 2006.
• CORRÊA, Ana et al. “Babesiose Canina: relato de caso”. Revista Científica Eletrônica
de Medicina Veterinária, FAEF - Garça/SP, ano 3, n.4, 2005, p. 167-171.

• CASATI, Simona et al. Presence of potentially pathogenic Babesia sp. for human in
Ixodes ricinus in Switzerland. Annals of agricultural and environmental
medicine, v. 13, n. 1, p. 65, 2006.

• FOLLY, Márcio Manhães et al. Ocorrência de Babesia sp. em bezerros mestiços, por
meio de testes sorológicos, em Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil. Rev. Bras. Saúde
Prod. An. v.10, n.1, p.44-51, jan/mar, 2009.

• Comissão de saúde pública de boston ficha técnica - Babesiose. Comissão de Saúde


Pública de Boston - Departamento de Doenças Infecciosas. Massachusetts
Avenue. Maio, 2015.

• VASCONCELOS, Marta Freitas. Estudo da infecção por Babesia spp. em cães da


região periurbana de Brasília, Distrito Federal. 2010.

Você também pode gostar