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PILARES DE CONCRETO ARMADO

DIMENSIONAMENTO E DETALHAMENTO DE
ARMADURAS

Fábio Augusto Scharnberg


NBR6118: PROJETO DE ESTRUTURAS DE
CONCRETO - PROCEDIMENTO

Código contemplando os parâmetros de dimensionamento de


pilares de concreto armado no Brasil
DIMENSÕES

• Os pilares de edifícios correntes, com estrutura em concreto armado, possuem geralmente seções
transversais constantes de piso a piso;

• Esta seções podem apresentar a forma quadrada, retangular, circular ou genérica (L,U,T...)

Cálculo das Análise de


Recomendações
Dimensões solicitações nos elementos Exemplo
de detalhamento
pilares isolados
Dimensões mínimas das seções transversais dos pilares

• As dimensões mínimas da seção transversal de pilares são fixadas na NBR-6118 no item 13.2.3;
• Conforme este item, a seção transversal não deve apresentar dimensão menor que 19 cm;
• Em casos especiais, permite-se a consideração de dimensões entre 19 cm e 14 cm, porém as ações
consideradas no dimensionamento devem ser multiplicadas por um coeficiente adicional γn.
• A norma não permite pilar com seção transversal com área menor que 360 cm².

Cálculo das Análise de


Recomendações
Dimensões solicitações nos elementos Exemplo
de detalhamento
pilares isolados
Cobrimento da armadura

• O cobrimento da armadura é dependente local em que a estrutura está inserida e da agressividade


ambiental
• Em estruturas usuais de concreto armado, a agressividade ambiental e o cobrimento da armadura
podem ser classificadas conforme indicado nas tabelas abaixo:

Cálculo das Análise de


Recomendações
Dimensões solicitações nos elementos Exemplo
de detalhamento
pilares isolados
CÁLCULO DAS SOLICITAÇÕES NOS PILARES

• Conforme o item 15.4 da NBR-6118, sob a ação das cargas verticais e horizontais, os nós da
estrutura de um edifício deslocam-se horizontalmente;

• Os esforços de segunda ordem decorrente desses deslocamentos são chamados de efeitos globais
de 2ª ordem;

Cálculo das Análise de


Recomendações
Dimensões solicitações nos elementos Exemplo
de detalhamento
pilares isolados
Estruturas de nós fixos e estruturas de nós móveis

• Nós fixos:
• Deslocamentos horizontais dos nós são pequenos e
consequentemente os efeitos de 2ª ordem
desprezíveis (inferiores a 10% dos respectivos
esforços de 1ª ordem)

• Nós móveis:
• Os deslocamentos horizontais dos nós não são
pequenos, e em decorrência, os efeitos globais de 2ª
ordem são importantes. Devem ser considerados
tanto os efeitos globais como os locais de 2ª ordem
nestas estruturas

(FUSCO, 1981)

Cálculo das Análise de


Recomendações
Dimensões solicitações nos elementos Exemplo
de detalhamento
pilares isolados
Contraventamento

• Usualmente, é possível identificar, dentro de uma estrutura, subestruturas que resistem aos esforços
horizontais, pois possuem maior rigidez para resistir a estes esforços.
• Os elementos que não participam destas subestruturas são chamadas de elementos contraventados;
• As subestruturas de contraventamento podem ser de nós fixos ou móveis.

(FUSCO, 1981)

Cálculo das Análise de


Recomendações
Dimensões solicitações nos elementos Exemplo
de detalhamento
pilares isolados
Imperfeições geométricas

a) Imperfeições globais b) Imperfeições locais

c) Momento mínimo

h é a altura total da seção transversal na direção


considerada, expressa em metros (m).

Cálculo das Análise de Dimensionamento


Recomendações
Dimensões solicitações nos elementos de seções à flexão Exemplo
de detalhamento
pilares isolados composta oblíqua
Dispensa da consideração de esforços globais de 2ª ordem Nós fixos

a) Parâmetro de instabilidade α b) Coeficiente γz

Uma estrutura reticulada simétrica pode ser Considera-se que a estrutura é de nós fixos se for
considerada como sendo de nós fixos se seu parâmetro obedecida a condição: z 1,1.
de instabilidade  for menor que o valor 1. Válido somente para maior ou igual a 4 andares.

M1,tot,d é o momento de tombamento...

Mtot,d é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na


estrutura, na combinação considerada, com seus valores de cálculo,
pelos deslocamentos horizontais de
seus respectivos pontos de aplicação, obtidos da análise de 1ª ordem;

Cálculo das Análise de


Recomendações
Dimensões solicitações nos elementos Exemplo
de detalhamento
pilares isolados
Análise de estruturas de nós fixos

• Nas estruturas de nós fixos, o cálculo pode ser realizado considerando cada elemento comprimido isoladamente,
como barra vinculada nas extremidades aos demais elementos estruturais que ali concorrem, onde se aplicam os
esforços obtidos pela análise da estrutura efetuada segundo a teoria de 1ª ordem.

• A análise dos efeitos locais de 2ª ordem deve ser realizada de acordo com o estabelecido no item 15.8 da
NBR6118:2014.

• O comprimento equivalente le do elemento comprimido (pilar), suposto vinculado em ambas as extremidades, deve
ser o menor dos seguintes valores:

0 é a distância entre as faces internas dos elementos estruturais, supostos horizontais, que vinculam o pilar;
h é a altura da seção transversal do pilar, medida no plano da estrutura em estudo;
 é a distância entre os eixos dos elementos estruturais aos quais o pilar está vinculado

Cálculo das Análise de


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Dimensões solicitações nos elementos Exemplo
de detalhamento
pilares isolados
ANÁLISE DE ELEMENTOS ISOLADOS

São considerados elementos isolados (item 15.4.4 – NBR6118:2014), os seguintes:

a) os elementos estruturais isostáticos;


b) os elementos contraventados;
c) os elementos das estruturas de contraventamento de nós fixos;
d) os elementos das subestruturas de contraventamento de nós moveis desde que,
aos esforços nas extremidades, obtidos numa análise de 1ª ordem, sejam
acrescentados os determinados por análise global de 2ª ordem.

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Dimensões solicitações nos elementos Exemplo
de detalhamento
pilares isolados
Índice de Esbeltez

• O índice de esbeltez é a razão entre o comprimento de flambagem e o raio de giração:

Com raio de giração sendo:

• Para seção retangular o índice de esbeltez é:

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de detalhamento
pilares isolados
Índice de Esbeltez

• O comprimento de flambagem de uma barra isolada depende das vinculações no topo e na base:

• Em função do índice de esbeltez máximo, os pilares são classificados:


a) Curto: se λ ≤ 35;
b) Médio: se 35 < λ ≤ 90;
c) Medianamente esbelto: se 90 < λ ≤ 140;
d) Esbelto: se 140 < λ ≤ 200.

Cálculo das Análise de


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de detalhamento
pilares isolados
Dispensa da análise dos efeitos locais de 2ª ordem

• Os esforços locais de 2ª ordem em elementos isolados podem ser desprezados quando o índice de esbeltez for
menor que o valor limite λ1.

• Com αb sendo calculado em função das vinculações e das cargas atuantes

Cálculo das Análise de


Recomendações
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de detalhamento
pilares isolados
Exigência da NBR6118 para consideração de pilares esbeltos

Cálculo das Análise de


Recomendações
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de detalhamento
pilares isolados
Método do pilar padrão com curvatura aproximada

• Pode ser empregado apenas no cálculo de pilares com λ ≤ 90, constante e armadura simétrica e constante ao longo
de seu eixo;

onde, 1/r a curvatura na seção crítica, que pode ser avaliada pela expressão aproximada:

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de detalhamento
pilares isolados
RECOMENDAÇÕES DE DETALHAMENTO

Proteção contra flambagem das barras

• Os estribos poligonais garantem contra a flambagem as


barras longitudinais situadas em seus cantos e as por
eles abrangidas, situadas no máximo à distância de 20 φt
do canto.

Cálculo das Análise de


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pilares isolados
Armaduras longitudinais

Diâmetro mínimo e taxa de armadura

• O diâmetro das barras longitudinais não deve ser inferior a 10 mm e nem superior 1/8 da menor dimensão
transversal.
• A taxa geométrica de armadura deve respeitar os valores máximos e mínimos.

onde  é o valor da força normal adimensionalizada.


• A maior armadura possível em pilares deve ser 8% da seção real, considerando-se inclusive a sobreposição de
armadura existente em regiões de emenda.

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de detalhamento
pilares isolados
Armaduras longitudinais

Distribuição transversal

• O espaçamento livre entre as faces das barras longitudinais, medido no plano da seção transversal, fora da região de
emendas, deve ser igual ou superior ao maior dos seguintes valores:

- 20 mm;
- o diâmetro da barra, do feixe ou da luva;
- 1,2 vezes a dimensão máxima do agregado graúdo.

• O espaçamento máximo entre eixos das barras, ou de centros de feixes de barras, deve ser menor ou igual a duas
vezes a menor dimensão no trecho considerado, sem exceder 400 mm.

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pilares isolados
Armaduras longitudinais

Comprimento de espera

• O comprimento de espera das barras da armadura longitudinal dos pilares deve ser calculado por:

sendo 0c, min o maior valor entre 0,6 b , 15 e 200mm.

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pilares isolados
Armaduras transversais (estribos)

• O diâmetro dos estribos em pilares não deve ser inferior a 5 mm nem a 1/4 do diâmetro da barra isolada ou do
diâmetro equivalente do feixe que constitui a armadura longitudinal.

• O espaçamento longitudinal entre estribos deve ser igual ou inferior ao menor dos seguintes valores:
 200 mm;
 menor dimensão da seção;
 24 para CA-25, 12 para CA-50.

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pilares isolados
Detalhamento de um pilar

Cálculo das Análise de


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pilares isolados
EXEMPLO NUMÉRICO

O exemplo possui as seguintes características:

• Pilar intermediário, biapoiado na base e no topo, de nós fixos e sem forças transversais
atuantes
• Concreto C20
• Aço CA-50
• d´=4 cm
• Coeficientes de ponderação: γc = γf =1,4 e γs = 1,15.

Exemplo retirado da apostila ‘’Pilares de concreto armado’’ - BASTOS, P. S. S. (2017)

Cálculo das Análise de


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pilares isolados
Dimensionar a armadura longitudinal do pilar abaixo:

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pilares isolados
Cálculo das Análise de
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Dimensões solicitações nos elementos Exemplo
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pilares isolados
Cálculo das Análise de
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pilares isolados
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pilares isolados
Armadura através dos ábacos de VENTURINI (1987)

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pilares isolados
Ábaco A-4

VENTURINI (1987)

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pilares isolados
BIBLIOGRAFIA

• ‘’Pilares de concreto armado’’ - BASTOS, P. S. S. (2017)

• ‘’Ábacos para o dimensionamento de peças retangulares de concreto armado’’ – VENTURINI (1987)

• ‘’Projeto de pilares de concreto armado’’ – CAMPOS FILHO, A. (2014)

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pilares isolados
OBRIGADO!

Fábio Augusto Scharnberg

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