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NOÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA GASTROINTESTINAL,

UFCD 6567
URINÁRIO E GENITO-REPRODUTOR
NOÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA GASTROINTESTINAL,
UFCD 6567
URINÁRIO E GENITO-REPRODUTOR

Implicações para os cuidados de Saúde

Colocação da sonda nasogástrica

Preparação do doente
 Deve estar semi-sentado;
 Retirar a prótese dentária;
 Limpar o nariz;
 Esclarecer o procedimento e técnica que vai ser utilizada e pedir, se as condições do idoso o permitirem, colaboração.
Procedimento
 Lavar as mãos e colocar luvas;
 Fazer o cálculo do comprimento da sonda que vai ser utilizado. (Medição entre o nariz e o lóbulo da orelha e daí até ao
apêndice xifóide. Marcar com marcador ou fita adesiva apropriados;
 Lubrificar a ponta sonda;
 Introduzir lentamente a sonda pelo nariz, não forçar demasiado;
 Para facilitar a chegada ao estômago pode-se pedir ao doente que engula aquando da passagem da faringe.
 Para averiguar se a sonda chegou ao estômago é importante executar um ou dois dos seguintes procedimentos:
o Verificar se há saída de conteúdo gástrico pela sonda (através da força gravidade;
o Aspirar com uma seringa o conteúdo gástrico;
o Auscultar o estômago enquanto se injeta 30ml de ar pela sonda, para ouvir a sua entrada;
o Colocar a ponta da sonda dentro de um recipiente de água com sabão; se fizer bolhas é porque não está no estômago,
mas sim no aparelho respiratório.
 Fixar com adesivo a sonda ao nariz, orientando-a para baixo;
 Prender, também com adesivo, à roupa do idoso;
 Fazer uma marca na sonda pelos bordos da narina de forma a facilitar a verificação da sua posição;
 Tapar a extremidade da sonda, ou conectá-la ao sistema regulador de débito ou outro, se for caso disso;
 Registar a data deste procedimento.
Cuidados específicos

• Estar atento a sinais como tosse, cianose ou dificuldade respiratória. Estes podem significar que as vias respiratórias
estão a ser invadidas. Neste caso a sonda deve ser retirada imediatamente;

• Quando for necessário retirar a sonda nasogástrica deve ser introduzido um pouco de ar para a descolar da mucosa;

• O adesivo que fixa a sonda ao nariz, não deve ser adesivo de tecido, uma vez que este facilita o aparecimento de
lesões. Devem ser utilizados os adesivos próprios para a pele.
Administração da alimentação entérica

Preparação

 Colocar o idoso numa posição de sentando ou semi-sentado (caso não seja possível deitado de lado), antes
e depois da administração. Este é um aspeto muito importante pois, na posição de decúbito (deitado), é
possível haver refluxo, o que aumenta a probabilidade de regurgitação (retorno do bolo alimentar à boca) e
consequente aspiração brônquica (entrada de conteúdo gástrico para os brônquios);

 Assegurar que o estômago está vazio para prevenir situações de enchimento exagerado. Para isso deverá
ser retirado conteúdo gástrico com a seringa.
Procedimento
 Acoplar a seringa ou a embalagem com o preparado à sonda;
 Encher lentamente o estômago, para evitar possíveis vómitos ou desconforto do idoso (se existir
um regulador de débito ou a administração gota a gota, é automático);
 Ao iniciar este tipo de alimentação, a introdução deve ser feita com um aumento progressivo das
doses. Exemplo: começar com uma dose correspondente a 500kcal/dia e ir aumentando cerca de
300kcal por dia até atingir os valores estipulados para aquela pessoa;
 É também possível administrar medicamentos por esta via, sendo preferíveis os medicamentos
em suspensão ou solúveis para evitar o entupimento da sonda;
 No final da administração não esquecer de lavar a sonda e tapar a sua extremidade. (Nos casos
do fornecimento contínuo, os procedimentos adaptam-se sempre que seja mudada a embalagem
do produto nutritivo.)
Cuidados específicos

Higiene e Segurança
 Assegurar que o ambiente que rodeia o idoso está em perfeitas condições de higiene e ter
atenção para que o material não entre em contacto com superfícies sujas;
 Lavar e secar as mãos antes e depois do manuseamento da sonda;
 No caso da sonda nasogástrica, fazer a higiene das fossas nasais com cotonete embebido
em soro fisiológico e hidratar com vaselina;
 No caso da gastrostomia, limpar o ponto de penetração cuidadosamente;
 Garantir que a cavidade bucal e a faringe estão desimpedidas;
 Manter bem limpa a extremidade da sonda;
 Conservar a sonda lavada e permeável, sendo para isso necessário administrar 50ml de
água no final de cada administração;
Vigilância e Manutenção

 Verificar se está bem colocada (se a marca está no local apropriado) periodicamente;
 Mudar o adesivo de fixação da sonda de 24 em 24 horas, para evitar que a sonda se solte e que possam
aparecer feridas;
 Mobilizar a sonda (24 em 24 horas), mudando o ponto de apoio para prevenir o aparecimento de úlceras
de pressão;
 Ter atenção à duração do material, embora dependa do fabricante, em muitos casos as seringas, por
exemplo, só devem ser utilizadas por 24 horas.
Ostomias

Por distintas razões algumas pessoas necessitam de ser operadas para desviar as fezes da sua saída
habitual, que é o ânus, e construir um novo caminho. As estas intervenções cirúrgicas chamam ostomias e
realizam-se criando um estoma na parede abdominal.

O estoma constrói-se com uma porção de intestino e é através dele que as fezes saem. O estoma normal é
vermelho ou rosa vivo brilhante e húmido. A pele ao seu redor deve estar lisa, sem vermelhidão, feridas ou
dor.

Que cuidados deve ter com o estoma?


 Quando um saco vedado tem uma fuga, deve ser imediatamente substituído, e não isolado com adesivo
 Os sacos devem ser retirados devagar e com uma mão na pele para não ferir a pele.
 A pele deve ser limpa, lavada com água tépida e seca com uma toalha.
 Os pelos à volta do estoma devem estar aparados.
 Acessórios necessários:
o Água tépida, esponja, sabão neutro, toalha suave.
o Guia para medir o tamanho do estoma.
o Tesoura para recortar o protetor ou placa.
o Saco do lixo para eliminar o saco usado.
o Saco novo adequado ao tamanho do estoma.
A adaptação psicológica e fisiológica a uma ostomia não é uma tarefa fácil, nem para o indivíduo
ostomizado nem para o seu parceiro. Muito menos é uma situação rapidamente ultrapassável, na
qual o doente se conforma rapidamente com a presença de uma ostomia.

Aprender a lidar com as alterações corporais, tanto a nível de sexualidade como na perceção da
imagem corporal que o doente tem de si, não é imediato, exige tempo e força de vontade, e para
tal contribui em muito o papel do enfermeiro estomoterapeuta, o contacto com outros portadores
de ostomias e o apoio familiar.

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