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LAMINAÇÃO

Curso: Engenharia Mecânica


Disciplina: Processo de Conformação
Período: 2017.2
Prof. Ms. Thayza Pacheco dos Santos Barros
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DEFINIÇÕES
Processo pelo qual, o metal é forçado a passar entre dois cilindros, girando em
sentido oposto, com a mesma velocidade superficial, distanciados entre si a uma
distância menor que o valor da espessura da peça a ser deformada.

ALARGAMENTO

REDUÇÃO
ALONGAMENTO

DEFORMAÇÃO PLÁSTICA – MENOR ESPESSURA – MAIOR COMPRIMENTO E LARGURA

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DEFINIÇÕES
É um processo usado para fabricação de chapas, lâminas ou folhas (laminados
planos) ou tarugo, vergalhões e perfis (laminados não planos).

Do ponto de vista termodinâmico a laminação pode ser considerada a quente (T


> TR) ou a frio (T < TR). TR – Temperatura de Recristalização.

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FORÇAS NA LAMINAÇÃO
Ângulo de Contato

ℎ0 − ℎ1
cos α =
2𝑅

Onde, b é a largura, v é a velocidade e h é a espessura


intermediária.

Redução Total: ∆ℎ = ℎ0 − ℎ1
Para que o elemento vertical da placa
Alargamento Total: ∆𝑏 = 𝑏1 − 𝑏0 permaneça indeformado, a velocidade de
saída deverá ser maior que a de entrada.
Alongamento Total: : ∆𝑙 = 𝑙1 − 𝑙0
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FORÇAS NA LAMINAÇÃO
Ponto Neutro: velocidade do
cilindro igual a da placa

Força Normal

Força Tangencial (T) ou Força de Atrito

Entre o plano de entrada AA e o Ponto


Neutro D, o movimento da placa é mais
lento que o da superfície dos cilindros e a
força de atrito atua no sentido a arrastar
o metal entre os cilindros.

Ao ultrapassar o ponto neutro, o


movimento da placa é mais rápido que o
da superfície dos cilindros, assim, a
direção da força de atrito se inverte,
opondo-se a saída da placa de entre os
5 cilindros.
FORÇAS NA LAMINAÇÃO

FORÇA QUE OS CILINDROS EXERCEM SOBRE O METAL. TAMBÉM CHAMADA DE


FORÇA DE SEPARAÇÃO, POIS É QUASE IGUAL A FORÇA QUE O METAL EXERCE NO
SENTIDO DE SEPARAR OS CILINDROS.

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ASPECTOS GEOMÉTRICOS DA LAMINAÇÃO
O valor da reação do material sobre os rolos, conhecido como
empuxo, depende fundamentalmente de parâmetros geométricos como:

 Redução por passe (Δh);


 Diâmetro do rolo: (2R).

Para pequenas reduções, o valor do arco de contato matriz/metal pode ser


aproximado pelo segmento Lp.

2 2
Δℎ 2
𝑅 = 𝐿𝑝 + (𝑅 − )
2
Como a redução considerada é pequena, o valor de 0,5 Δh, tem valor
desprezível, logo:

𝐿𝑝 ≈ 𝑅Δh
ASPECTOS GEOMÉTRICOS DA LAMINAÇÃO
As tensões atuantes nos rolos se dispõem tal como na figura
abaixo:

Sabe-se que para que o material consiga passar entre os rolos do


laminador a força de atrito deve ser maior ou igual à componente
horizontal da reação. Com isso:

𝐹𝐴 cos 𝛼 ≥ 𝑃𝑅 sin 𝛼

Foi visto anteriormente que a força de atrito é função da reação do


material na matriz, logo:
𝜇𝑃𝑅 cos 𝜃 ≥ 𝑃𝑅 sin 𝜃 𝜇 ≥ tan 𝛼
ASPECTOS GEOMÉTRICOS DA LAMINAÇÃO
Mais uma vez considerando o triângulo retângulo da abaixo,
determinamos que:

𝐿𝑃 𝑅Δh
tan 𝛼 = =
Δh Δh
𝑅− 𝑅−
2 2

Δh
tan 𝛼 ≈
𝑅
ASPECTOS GEOMÉTRICOS DA LAMINAÇÃO
Δh
𝜇≥ → 𝜇2 𝑅 ≥ Δh
𝑅
Utilizando-se da condição limite para que ocorra a laminação,
podemos escrever:

(Δh)𝑚á𝑥 =𝜇2 𝑅 → 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑟𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 𝑝𝑜𝑟 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒

Os valores de µ são geralmente:

 0,05 ≤ µ ≤ 0,1 para laminação a frio com lubrificação;


 0,2 ≤ µ até o grimpamento para a laminação a quente.
TIPOS DE LAMINADORES
 Um laminador consiste basicamente em rolos laminadores, mancais, uma carcaça chamada de gaiola

para fixar essas partes, e um motor para fornecer potência aos rolos e controlar a velocidade de
rotação.

 As forças envolvidas na laminação podem facilmente atingir milhares de toneladas, portanto é

necessário uma construção bastante rígida, além de motores muito potentes para fornecer a potência
requerida.

 Em alguns casos os motores possuem duplo sentido de rotação, possibilitando o material ser laminado

para frente e para trás.

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TIPOS DE LAMINADORES
Abrange inúmeros tipos, dependendo cada um deles do serviço que executa, número de cilindros e
etc.

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TIPOS DE LAMINADORES

A quente ou a frio

Número de cilindros

Diâmetro dos cilindros

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TIPOS DE LAMINADORES

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TIPOS DE LAMINADORES
LAMINADOR DUO
Constituído por dois cilindros que giram no sentido da laminação.
Uso: Operação de desbaste onde pequenas reduções são empregadas.

Representação esquemática de um laminador duo.


TIPOS DE LAMINADORES
Variante – Duo reversível – Os rolos giram nos dois sentidos (vai e volta)
possibilitando uma dupla redução no mesmo laminador.

Uso: desbaste – fábricas de pequeno comprimento.


TIPOS DE LAMINADORES
LAMINADOR TRIO

Empregado para reduções intermediárias.


Como sofrem flexões menores que no caso anterior, reduções maiores
podem ser empreendidas.

Gira por fricção


TIPOS DE LAMINADORES
LAMINADOR QUÁDRUO

Aplica-se a qualquer etapa do processo, do desbaste ao acabamento.

Rolo de apoio
(minimizar a flexão)

Rolos de redução
(pequenos diâmetros
grandes reduções)
TIPOS DE LAMINADORES
LAMINADOR AGRUPADO

Quando os cilindros de trabalho são muito finos, podem fletir tanto na


direção vertical quanto na direção horizontal, e, por isso, devem ser
apoiados em ambas as direções.
TIPOS DE LAMINADORES

Desenho esquemático da laminação de tiras num laminador contínuo de quatro


cadeiras.
TIPOS DE LAMINADORES

Laminadores Ranhurados

Laminadores para perfis especiais.


TIPOS DE LAMINADORES
LAMINADOR UNIVERSAL TIPO GREY

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TIPOS DE LAMINADORES
LAMINADOR SENDZIMIR

Permite grandes reduções


de espessura em cada
passagem através dos
cilindros de trabalho.

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LAMINADORES

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ORGÃOS MECÂNICOS DE UM LAMINADOR
Apoiam os mancais das gaiolas

As duas estruturas de
laminação que Recebe o
constituem a cadeira acoplamento
de laminação são
chamada de gaiola, as
quais, por meio de
mancais, suportam os
cilindros.

Possibilita o emprego de passes sucessivos

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OPERAÇÕES DE LAMINAÇÃO

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OPERAÇÕES DE LAMINAÇÃO
A laminação a quente é constituída de 3 etapas:
• T>>Trec
• Grãos de menor
tamanho;
OPERAÇÕES DE LAMINAÇÃO
A laminação a frio de metais tem a posição de maior destaque na
indústria de transformação mecânica. A laminação a frio produz chapas
finas, fitas e folhas finas de esmerado acabamento superficial, com
propriedades mecânicas melhoradas e ao mesmo tempo mantendo um
controle dimensional do produto bastante rigoroso.
DEFEITOS DE LAMINAÇÃO
Os defeitos dos produtos laminados podem ter duas
causas diferentes:
1. Matéria prima:

• Problemas oriundos da fundição:


• Trincas, bolhas de gás, gota fria, fissuras superficiais, inclusões de
escoria e outros;
• Segregação e segunda fase.

2. Tensões induzidas pelo processo:

• Maiores responsáveis pelos defeitos produzidos a frio;


• Estão associados a fatores geométricos das peças que serão laminadas.
DEFEITOS DE LAMINAÇÃO

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DEFEITOS DE LAMINAÇÃO
DEFEITOS DE LAMINAÇÃO
Considerando-se o caso anteriormente citado de LP/h0 < 0,60, os defeitos
mais comuns são:
DEFEITOS DE LAMINAÇÃO
Defeitos em produtos acabados

Os defeitos de superfície dos produtos planos são de diversos tipos como:

a) cascas - material escamoso sobreposto e irregular contendo inclusões


nao-metálicas ou de óxidos;
b) carepas - pequenas descontinuidades que aparecem como numerosas
cascas na direção da laminação;
c) costuras - riscos paralelos a direção de laminação;
d) orifícios - descontinuidades pequenas ou grandes atingindo os dois lados
da chapa;
e) marcas de cilindros - elevações e depressões de diversas formas;
DEFEITOS DE LAMINAÇÃO
Defeitos em produtos acabados

f) linhas de distensão - riscos paralelos entre si e posicionados a 45° com a


direção de deformação;
g) casca de laranja - rugosidade superficial com a aparência da denominação;
h) ferrugem - resíduos de produtos de corrosão.

Alguns desses defeitos são provenientes da fundição (como as cascas), da


laminação (como as marcas de cilindros), da composição (como as linhas de
distensão), do tratamento térmico (como a casca de laranja) e do armazenamento
(como ferrugens).
ESTIMATIVA DE ESFORÇOS NO PROCESSO DE LAMINAÇÃO

Na laminação de planos, o metal é comprimido entre dois cilindros de modo a


reduzir sua espessura em uma quantidade chamada desbaste ou esboço:

Onde: d= desbaste
t0 = espessura inicial
tf = espessura final
ESTIMATIVA DE ESFORÇOS NO PROCESSO DE LAMINAÇÃO

 O desbaste é também expresso como uma fração da espessura inicial,


chamada redução:

 A deformação verdadeira que a peça sob laminação sofre é função das espessuras
inicial e final do esboço. Em forma de equação, pode ser escrita por:
ESTIMATIVA DE ESFORÇOS NO PROCESSO DE LAMINAÇÃO

 A deformação verdadeira pode ser empregada para determinar a tensão


média de escoamento aplicada ao material de trabalho na laminação de
planos.

Onde:
K = coeficiente de resistência do material;
E = deformação verdadeira
n = coeficiente de encruamento do material
ESTIMATIVA DE ESFORÇOS NO PROCESSO DE LAMINAÇÃO
A força do cilindro F, requerida para manter a separação entre os dois cilindros de
trabalho, dado que o contato apresenta um coeficiente de atrito suficiente para realizar a laminação,
pode ser calculada pela integração da pressão em um cilindro (indicada por p na Figura ao lado) na área
de contato peça-cilindro. Esta pode ser expressa por:

Onde: w ou b = largura do material


p = pressão do cilindro
L = comprimento de contato

Uma aproximação dos resultados obtidos pela Equação acima pode ser calculada
com base na tensão média de escoamento que o material de trabalho sofre no afastamento
deixado entre cilindros.
ESTIMATIVA DE ESFORÇOS NO PROCESSO DE LAMINAÇÃO
 O comprimento de contato pode ser aproximado por:

 O torque na laminação pode ser estimado assumindo que a força de laminação


está localizada no centro da peça quando passa entre os cilindros de trabalho, e esta
força atua gerando um momento com uma alavanca igual à metade do comprimento
de contato L. Logo, o torque para cada cilindro de trabalho é:

 A potência necessária a cada cilindro de trabalho é obtida pelo produto do torque e


da velocidade angular. A velocidade angular é dada por 2 πN, em que N é a
velocidade de rotação do cilindro. Portanto, a potência para cada cilindro é 2 πNT.
EXERCÍCIOS

 Uma bobina de 300mm de largura e 25mm de espessura é alimentada


em um laminador com dois cilindros de raio igual a 250mm. A
espessura da peça deve ser reduzida para 22mm em um único passe à
velocidade de rotação dos cilindros 50rpm. O material peça tem as
seguintes propriedades: K=275MPa e n=0,15. O coeficiente de atrito
vale 0,12. Determine se o atrito é suficiente para permitir que a
operação de laminação seja realizada. Caso afirmativo, calcule a força
de laminação, o torque e a potência de laminação.

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